sexta-feira, 25 de março de 2016

Feira de Março



Stand das Fábricas Alba na Feira de Março (Aveiro)

IMAGOTECA-CMAVEIRO – Stand expositor em Feira.

Revista Patrimónios
imagens: IMAGOTECA / CM AVEIRO



Blog de Albergaria

quinta-feira, 24 de março de 2016

Novos Arruamentos



---

Rua Gonçalo Eriz; Avenida Bernardino Máximo de Albuquerque; Rua José Nunes Alves; Rua e Praça Fernando Pessoa, ainda sem edifícios


https://www.facebook.com/Polis-Albergaria
---

domingo, 20 de março de 2016

Novos Arruamentos

Empréstimo de 500 contos destinados à aquisição de terreno para o mercado e urbanização da sede do concelho. [autorização: Diário do Governo n.º 141, II série, de 16 de Julho de 1965]



Empréstimo de 1500 contos destinados à construção do mercado municipal.
[autorização: Diário do Governo n.º 121, II série, de 22 de Maio de 1969]




Empréstimo de 2500 contos destinados à construção do edifício do Ciclo Preparatório do Ensino Secundário. [autorização: Diário do Governo n.º 121, II série, de 22 de Maio de 1969]



A 20 de Outubro de 1970, a Câmara Municipal solicita autorização para utilizar o saldo de 1300 contos da verba de 3000 contos na compra de terrenos para construção, pelo Estado, da Escola Técnica e na urbanização do local onde se encontra em construção a Escola Preparatória Conde D. Henrique, o que foi autorizado por portaria publicada no Diário do Governo n.º 279, II série, de 2 de
Dezembro de 1970.




Tendo conhecimento que o Estado assumia os encargos com a aquisição dos terrenos referidos, pretende a Câmara Municipal utilizar a verba de 1300 contos na obra de remodelação da rede de abastecimento de água a Albergaria-a-Velha, Assilhó e Sobreiro, o que é autorizado por portaria publicada no Diário do Governo n.º 183, II série, de 5 de Agosto de 1971.






SGMF - ligação antiga

quinta-feira, 17 de março de 2016

500 anos do Foral de Paus



Evento




As comemorações dos 500 anos da outorga do Foral de Paus, atualmente um lugar na Freguesia de Alquerubim, com a recriação de uma feira medieval será um momento cultural relevante durante este ano. À semelhança das comemorações, em 2014, dos 500 anos do Foral de Frossos e do Foral de Angeja, esperamos assinalar de forma única e diferenciadora, com capacidade para atrair pessoas de fora do concelho, uma data da nossa história que só faz sentido assinalar uma vez.




Delfim Bismarck, vereador da Cultura, Litoral Magazine



FORAL DE PAUS  / 1516 / Edição fac-similada, com nota introdutória e transcrição / Câmara Municipal de Albergaria-a-Velha / (Reviver-Editora 2006).




Foral era um documento utilizado em Portugal que tinha como objectivo estabelecer um Concelho e regular a sua administração, deveres e privilégios.


O foral manuelino para a vila e concelho de Paus foi passado em Lisboa a 2 de Junho de 1516. O original encontra-se na Biblioteca de D. Manuel II.




Prefácio; Nota Introdutória: Foral de Paus (Fotografia); Transcrição do Foral Manuelino de Paus Fotografia); Apontamentos do Foral de Paus (Fotografia); Transcrição dos Apontamentos do Foral de Paus; Minuta do Foral de Paus (Fotografia); Glossário e Bibliografia. A Nota Introdutória, Revisão da Transcrição Paleográfica e Glossário é de autoria da Profª Doutora Maria Alegria Fernandes Marques.




«A edição fac-similada aqui apresentada, além de perpetuar um importante documento da história de Paus, e consequentemente da freguesia e município onde hoje se insere, Alquerubim e Albergaria-a-Velha, respectivamente, permite a aproximação ou a descoberta das gentes de hoje aos seus ancestrais, bem como aos lugares, aos costumes e às tradições de outrora».


João Agostinho Pinto Pereira, Presidente da Câmara Municipal de Albergaria-a-Velha (prefácio)

quinta-feira, 10 de março de 2016

2001: Praça em Angeja gera conflito

O projecto de remodelação do centro histórico de Angeja, em Albergaria-a-Velha, está a causar polémica. A presidente da Junta, Helena Vidinha, pede a intervenção do Instituto Português do Património Arqueológico e Arquitectónico (IPPAR). Que aguarda esclarecimentos da Câmara.


Em causa está uma nova configuração da Praça da República, onde existe um pelourinho, considerado monumento nacional e uma fonte centenária, que, segundo a autarca, não se justificam.
«Está muito bem como está», disse Helena Vidinha ao JN, salientando que o que é necessário «é melhorar o aspecto da praça que é um local de convívio e de estar das pessoas».


«Melhorar a calçada e recuperar o fontenário, por exemplo», disse a autarca ao JN, que salientou que nunca esteve na mente da Junta de Freguesia propor à Câmara uma «alteração radical» do local.
«Qualquer alteração ou intervenção tem que respeitar a grande carga de afectividade que aquele local tem para a população», referiu a autarca. «Não gostaríamos de ver a praça destruída como centro de convívio», disse.


«Há muita gente que diz que se o projecto da Câmara for para a frente toca o sino a rebate», confidenciou a presidente da Junta de Freguesia de Angeja.


O presidente da Câmara de Albergaria-a-Velha, Rui Marques tem uma posição contrária, lembrando que as duas propostas de remodelação da praça feitas pelo GTL de Angeja ainda não tiveram qualquer deliberação.


«Pretende-se transformar, dignificar e abrir aquele espaço, que tem servido para estacionamento de automóveis quando há um a apenas 50 metros», disse o autarca ao JN.


«Queremos colocar o pelourinho num local mais central e dignificante como fizemos em Frossos», disse Rui Marques, que não entende a posição da presidente da Junta de Freguesia.


«Ela está contra tudo», disse o presidente da Câmara, enquanto Helena Vidinha refuta. «Ele não está habituado a que lhe batam o pé». «É falso que vamos cortar as árvores e não há nenhuma falha da nossa parte. Temos muito respeito por Angeja. Repare que são raros os GTL fora das sedes do concelho. Pusemos lá um», disse.


Jesus Zing, Jornal de Noticias 15/08/2001

sábado, 5 de março de 2016

Cacos da Memória



Toninho tinha apenas seis meses quando seus pais, imigrantes portugueses no Rio de Janeiro, resolveram voltar à terra natal. Sua infância, portanto, passou-a numa aldeia portuguesa – Minas do Palhal – na qual a família viveu por onze anos antes de retornar definitivamente ao Brasil em 1957.
As lembranças desse tempo é que compõem esses deliciosos Cacos da memória que, como o nome sugere, reconstituem fragmentos de episódios vividos, recuperados ao capricho da memória e dependentes, muitas vezes, da “cola da imaginação” para restaurá-los ou “preencher lacunas”, ainda que a essência dos fatos permaneça inalterada.

O processo de resgate de sua infância é deflagrado [...] com a visão de uma menina com seu guarda-chuva e seus sapatos de verniz (“estalando de novos”) e seu ar de quem tem perfeita ciência de sua elegância. Esses sapatos levam o João Antônio ao Toninho e ao seu desejo de possuir sapatos de homem, não mais sandálias de menino.

Comprados para serem usados em sua 1ª comunhão, os “sapatos de verniz, reluzentes”, conferiram ao menino a importância que, anos mais tarde, ele irá identificar na menina do guarda-chuva: “Tive a impressão que todos admiravam os meus sapatos de verniz!”

O que Toninho não sabia “é que sapatos novos costumam magoar os pés” e o caminho de ida e de volta à missa foram o bastante para que ele voltasse mancando... Pronto: os cacos começam a se juntar! O leitor é levado, assim, a acompanhar artes e invenções do Toninho numa linguagem bem humorada em que não são raros trechos poéticos e belas metáforas, bem como o uso de expressões próprias do português de Portugal, devidamente “traduzidas” para o “brasileiro” ao fim de cada fragmento narrado.

Personagens, animais e festas da aldeia, a dor causada pela palmatória, a fartura – que “era a ausência da falta” – as vindimas, as “histórias ao pé do lume”, muitas delas envolvendo bruxas e lobisomens... as experiências de Toninho tornam-se as experiências do leitor, tal a leveza de seu texto, sua naturalidade e o verdadeiro encanto que despertam suas memórias.

Pelo que acima vai dito, fica evidente o quanto a obra me agradou e o quanto desejo sabe-la lida e amada por mais pessoas, especialmente nas escolas que hoje reúnem meninos tão cheios de brinquedos e tão vazios deles, tão necessitados, sem saberem, de – à falta de experiências ricas como as de Toninho – ao menos viverem, pela literatura, o que a vida já não lhes oferece viver.

Jussara Neves

http://www.jussaraneves.com.br/2013/05/cacos-da-memoria-de-joao-antonio.html

Filho de imigrantes, nasci no Rio de Janeiro em 12-09-46. Passei a infância numa aldeia portuguesa - Minas do Palhal - onde a família tentou radicar-se. Retornei ao Brasil em 1957. Sobre esse período escrevi um livro (Cacos da Memória, Edição do Autor, 2008), minha primeira experiência literária. Em 1965 ingressei na Aeronáutica, onde exerci a função de desenhista, dando baixa em 1995 como 1º tenente. Licenciado em Pedagogia e Educação artística, nunca exerci atividades pertinentes, mas gosto muito de artes plásticas, arquitetura, artesanato, cinema e leitura. Minha principal ocupação atual é esperar o dia do pagamento. Para que o tempo não me incomode demasiado, escrevo alguma coisa; não sei nem gosto de jogar cartas na praça... Sou casado, tenho dois filhos e fui adotado como avô. Não tenho guarda-chuva nem celular. Guarda-chuva, perdi todos que comprei ao longo da vida; desisti de perder mais um. De celular não preciso.

Joao Antonio Ventura

https://www.blogger.com/profile/00321521272177246479
http://votonico.blogspot.pt/

Jussara, acabo de chegar do aniversário da Yasmin Júlia (9 anos),outra menina que me inspira e que me adotou como avô, e ainda estou sob o impacto do que li no seu texto, portanto não sei bem o que dizer-lhe em agradecimento, só isto: amei tudo que disse!

Foi muito mais do que poderia esperar. Contudo, em se tratando de você, com o preparo que tem e completa ausência de outros interesses, nem a mínima obrigação de agradar-me - não duvido, acredito em tudo que disse. Ainda vamos falar mais de "Cacos", mas por ora quero dizer-lhe que o primeiro impacto foi com a primeira ilustração com os moinhos da Freirôa (que não cheguei a conhecer), onde reconheci de imediato o rio Caima, sem ter lido ainda a legenda. Hoje bastante desfigurado, aquele rio da ilustração é o Caima da minha infância, aquele que está na minha memória - é o "rio que passa pela minha aldeia". Uma das coisas que gosto muito no seu blog é o cuidado primoroso com que trata as ilustrações dos seus textos e todo visual do Minas de Mim. Agora vou dormir, Jussara, um grande abraço.

Joao Antonio Ventura, 26 de maio de 2013, 00:25

Ah, mais uma observação: aquela igrejinha da ilustração é a tal aonde fui assistir missa só para mostrar os meus lindos sapatos de verniz. Agora está restaurada e serve de morgue para o cemitério ao lado. Naquela ocasião havia sido destruída internamente por um incêndio, mas eu não registrei o fato na minha memória - só tinha olhos para os meus sapatos de verniz. Sobre isso escrevi um post no
Vô Tônico: "Um caco esquecido".

Joao Antonio Ventura, 26 de maio de 2013, 20:13

Foi através da minha amiga Dra. Nélia Oliveira e companheira de escrita a duas mãos no estudo monográfico "Ribeira de Fráguas - a sua história", 2010, que conheci o livro "Cacos da Memória", como profundo conhecedor da historiografia local, fiquei fascinado com a assertividade que o meu amigo João António Ventura colocou no seu livro, que, ele, teve a amabilidade de me enviar um exemplar para Portugal. Muitos dos locais mencionados na referida obra literária, ainda estão tal como ele os viu pela última vez. O rigor sociológico, diria, etnográfico, estampado neste livro é deveras incomum, particularmente para quem nunca mais visitou a aldeia na qual passou parte da sua mocidade e que, nota-se na fluidez da leitura, o marcou de forma indelével. Abraço, João.

Nuno Jesus, 28 de maio de 2013, 11:08

O LIVRO

Escrevi Cacos da memória entre 2006 e 2008, a partir de um evento ocorrido na cidade de Cunha – SP, que abre o livro sob o título de “A menina do guarda-chuva e os meus sapatos de verniz”, por ocasião de visita a um amigo de longa data, mas de há muito desgarrado da minha vida.

Ao escrevê-lo descobri que gostava de escrever; e o que era para ser meia dúzia de pequenas histórias virou um livro com mais de cem fragmentos da memória; e no conjunto uma crônica da minha família naquele período de dez anos.

E também descobri, ou redescobri, a aldeia da minha infância, longe no espaço e no tempo e quase apagada da minha memória. Visitei seus lugares (os meus lugares), seus habitantes e suas histórias. E aquela aldeia – Minas do Palhal – renasceu em mim.

Pude notar, enquanto escrevia e, principalmente, ao fim da tarefa, uma aproximação afetiva com o lugar e seus habitantes. A aldeia, que nos primeiros textos eu designei por “um lugar como aquele”, ao meio do livro designava por seu próprio nome e ao fim já era a “minha aldeia”.

Um amigo virtual português, Nuno Jesus, ao ler “Cacos da memória” derramou-se em elogios. Não compreendi bem o seu entusiasmo.

Nuno é diletante e pesquisador da etnografia daquela região em que se insere a minha aldeia; e autor, juntamente com a historiadora Nélia Oliveira, do livro “Ribeira de Fráguas – sua história”. Nuno enviou-me o ficheiro com a diagramação de outro livro seu, este em coautoria com Emília Campos e Vera Marques: “Telhadela – perspectiva histórica e etnográfica”. Ao ler o trabalho, lindamente ilustrado com fotografias de época, compreendi o entusiasmo de Nuno com o meu livro e também o significado da palavra etnografia, desconhecido para mim àquela altura. É que de certa maneira eu também fiz etnografia em Cacos da memória - sem o saber, porém, e portanto sem o compromisso e o rigor da ciência. Fiz etnografia contando histórias. Talvez por isso agradável de ler, segundo depoimentos vários.