quarta-feira, 30 de dezembro de 2020

Albergaria-a-Velha 1873

Portugal antigo e moderno: diccionario ... de todas as cidades, villas e freguezias de Portugal e de grande numero de Aldeias (1873) Por Augusto Soares d'Azevedo Barbosa de Pinho Leal

sexta-feira, 18 de dezembro de 2020

Ponte do Pinho - Telhadela

https://www.yumpu.com/es/document/read/63363344/telhadela-2009-2-edicao


http://bibliografia.bnportugal.gov.pt/bnp/bnp.exe/registo?2039765



terça-feira, 8 de dezembro de 2020

José Nunes Alves

(...) José Nunes Alves, um dos poucos presidentes que se manteve em funções a seguir ao 25 de Abril de 1974, por pressão da população do concelho, que não permitiu a sua destituição do cargo. José Nunes Alves passou a presidir à Comissão Administrativa da autarquia até as primeiras eleições autárquicas de 1976, nas quais foi candidato pelo PSD e venceu o acto eleitoral. 

Ao longo dos anos, José Nunes Alves ligou-se e apoiou várias instituições concelhias, incluindo os Bombeiros, que agora pretendem atribuir-lhe a categoria de sócio honorário, não sendo previsível outra decisão que não seja a aprovação da proposta, muito provavelmente por unanimidade.


A memória do presidente da Câmara José Nunes Alves merece mais do que o nome em duas ruas, merece um busto! Foi presidente de Câmara antes do 25 de Abril de 1974, manteve-se no período revolucionário, como presidente da comissão administrativa, e venceu as duas primeiras eleições autárquicas livres. 

Faleceu no exercício do cargo, e merecia que o féretro tivesse saído dos paços do concelho - o que não aconteceu. A sua acção está aí, e devia ser devidamente recenseada. E recordada. 

Mário Jorge Lemos Pinto (grupo Café Girassol - Facebook)

José Nunes Alves nasceu em 14 de Novembro de 1902 e faleceu em janeiro de 1981. 

Jornal dos Clássicos

O Museu do Caramulo vai produzir, através do Jornal dos Clássicos, uma série documental sobre os automóveis portugueses.

O objectivo desta série é mostrar alguns dos mais extraordinários automóveis produzidos em Portugal, evitando que as suas histórias caiam no esquecimento ou permaneçam no total desconhecimento por parte do grande público.

A série “Automóveis Portugueses” terá seis episódios, cobrindo os automóveis Felcom (1933), Edfor (1937), Alba (1952), DM (1953), AR (1955), cinco dos automóveis que sobreviveram e que ainda se encontram em condições de circulação. Cada um destes cinco episódios focará a história do modelo, do seu criador assim como do seu actual proprietário.

O último episódio será dedicado a toda a indústria e projectos motorizados portugueses e contará com a apresentação de José Barros Rodrigues, o conhecido autor de vários livros sobre automóveis produzidos em Portugal.

Haverá ainda um episódio extra com o “making of” da série, incluindo as imagens do “behind the scenes”, bloopers, conversas com os participantes, entre outros conteúdos.

Para isto, o Jornal dos Clássicos vai recorrer a uma produção profissional e munida de todas as capacidades técnicas para poder trazer o melhor que existe na arte de contar uma história e mostrar da melhor forma possível as extraordinárias aventuras de criatividade e empreendedorismo que marcaram a era dourada da produção de automóveis em Portugal, entre os anos 30 e 50.

A série “Automóveis Portugueses”, que já se encontra em gravações, vai estrear durante o segundo semestre de 2020 [adiado?] no canal do Jornal dos Clássicos no Youtube, com um episódio a ser lançado a cada semana.

https://www.jornaldosclassicos.com/2020/07/03/museu-do-caramulo-vai-produzir-serie-sobre-automoveis-portugueses/

https://www.jornaldosclassicos.com/tag/alba/

https://www.youtube.com/c/JornaldosCl%C3%A1ssicosTV/videos

quarta-feira, 2 de dezembro de 2020

Recordações toponímicas de Alquerubim


 A força da Tradição…

Não me lembro de quem escreveu estas palavras:

… É enorme. Podem os homens mudar os nomes das ruas, das praças ou dos becos, que o vulgo continuará a chamar Rua Direita à mais tortuosa rua da cidade e a designar pelo seu antigo nome, às vezes velho de séculos, as curvas, as encruzilhadas, tudo o que na toponímia da aldeia, da cidade, da região, ganhou fixação duradoura na memória das gerações.

Temos exemplos disto na nossa terra. Ali, naquele trecho que da casa comercial de Américo Gonçalves dos Santos segue para Beduído, a uns 15 a 20 metros do estabelecimento, há um ponto que eu sempre ouvi chamar a «Laranjeira Azeda». Tal nome decerto resultou de uma laranjeira azeda que ali existisse, no Passal dos priores. E suponho mesmo que tal árvore é a que ali ainda existe, tombada, de tronco carcomido e vèlhinha, tão vèlhinha, que não se aguenta direita, como uma pessoa que, sob o peso dos anos, não se mantém de pé. Sabida a longevidade que as laranjeiras atingem, não me repugna acreditar que aquela árvore, que ali jaz, ainda dando frutos, seja a mesma que, há mais de 70 anos, deu o nome por que ainda hoje é conhecido o local.

Outro sítio nas mesmas condições é aquele onde se cruza com a estrada 16-2, o troço que vai da antiga fonte de chafurda de Fontes e que é vulgarmente conhecido por «Val de Carneiro». De onde lhe vem tal nome? Ninguém o sabe, creio.

A encruzilhada, perto da qual fica a «Casa do Povo», é conhecida por «Senhor dos Aflitos». Haverá alguém que me possa elucidar sobre a origem de tal designação? Palpita-me que deve haver qualquer coisa de interessante na origem deste nome.

Entre a «Laranjeira Azeda» e o «Senhor dos Aflitos», na curva do muro que veda a propriedade do Sr. Eduardo Lemos, foram colocadas umas Alminhas, creio que no tempo do Pároco Padre Miguel, as quais, pela inscrição que nelas foi colocada, vejo que são designadas por «Alminhas do Chão da Cruz». Confesso ignorar que algum dia ali tivesse havido essas alminhas, e louvo o zelo e diligência daquele sacerdote em te-las descoberto da poeira do tempo e assinalado com um monumento novo, reatando assim o fio de uma tradição que se desvaneceria se o restauro não fosse feito.

O outeiro que se levanta defronte da igreja matriz é conhecido por «Alto da Igreja Nova». Poucas pessoas haverá hoje em Alquerubim que tenham sido contemporâneas de tal baptismo. Ele deriva da circunstância de ter sido destinado a erigir-se ali uma nova igreja matriz, que viria substituir a antiga, que naquele tempo era um templo sem elegância e já se encontrava muito necessitado de reparação. Neste jornal já foi feira uma referência a isto pelo erudito autor dos «Retalhinhos Históricos». Ainda lá se conservam, no estado de abandono definitivo de há mais de 60 anos, os caboucos que foram abertos para demarcação do edifício, que ficaria sendo uma das mais notáveis, se não a mais notável, pela situação e linhas arquitectónicas, das igrejas destas redondezas.

Abandonada a ideia da construção do novo templo, foi resolvido reparar o antigo, que, diga-se também, ficou sendo um dos mais lindos da diocese de Aveiro. Foi pena que não ficasse no alto do outeiro, que ficou sendo conhecido pelo «Alto da Igreja Nova», designação que se tem conservado através dos anos e creio que se conservará pelos séculos fora.

Logo ao ultrapassar o edifício das Escolas Primárias Centrais, na estrada para Albergaria, o terreno à esquerda, hoje aproveitado como terra de cultura, é conhecido pelo «Hospital». Também já aqui fiz referência a isso num dos meus Recordandos. Foi ali construído, há mais de 70 anos, o edifício para um hospital. Não chegou a acabar-se, por falecimento do doador, e mais tarde foi demolido, mas o sítio sempre ficou sendo conhecido por «Hospital».

Isto seria um nunca acabar. A imaginação popular é prolífera na criação de motivos que, uma vez erigidos na mente das populações, ficam anos e anos, séculos e séculos, a atestar a existência de factos que muitas vezes não passam de uma promessa, de um desejo, de uma aspiração.

Todos os lugares da freguesia têm destas recordações toponímicas, e se eu estivesse mais novo, ainda me lançaria à tarefa de organizar uma colectânea que colheria da tradição. Um ponto que não me escaparia de averiguar na sua origem é o de «Pica-Boi», acolá no alto do Fial de Cima, lugar cheio de poesia, como é toda a zona por onde se estende o Fial (de Baixo e de Cima), e onde todos os anos se realiza uma romaria aonde acorre metade da mocidade da freguesia. Por que razão foi dado ao aprazível sítio um tão esquisito nome?

Este e muitos outros eu procuraria averiguar, mas isso demanda esforço com que já não posso.

António Augusto de Miranda, Mensagem, 15 de março de 1961

"A publicação das crónicas Recordando, da autoria de António Augusto de Miranda,  publicadas na Mensagem, o Boletim da Paróquia de Alquerubim, entre 1956 e 1962, pretendem constituir um contributo para a preservação da nossa memória."  Emília Maria Santiago Miranda (a sua neta mais nova)