Por fim, se bem que não tenha dado origem a qualquer trabalho arqueológico formal, deve recordar-se o interesse desta região no que se refere aos estudos sobre a viação antiga.
Na verdade, as características geográficas do território de Albergaria-a-Velha, proporcionaram desde tempos muito antigos importantes rotas de circulação, em sentido Norte-Sul como Nascente-Poente, com os respectivos pontos de apoio aos viajantes, circunstância que ficou consagrada, aliás, na história e na toponímia da região, nomeadamente através da Mansio Frigida registada na documentação medieval, por certo antecessora da albergaria vetera de Meigonfrio, instituída por D. Teresa no ano de 1117, na célebre Carta de Couto de Osseloa, a que mais tarde haveria de contrapor-se outra albergaria, a nova, fundada talvez pelos senhores das terras de Santa Maria poucos quilómetros a norte da primitiva, assim dando nome a outro aglomerado urbano que ainda hoje permanece com tal designação (PINHO 1957).
Neste sentido, o estudo da viação romana no concelho tem suscitado a atenção de diversos investigadores (SOUTO 1942; OLIVEIRA 1943; SAA 1960; GONÇALVES 1981; CASTRO 1987; MANTAS 1996; LOPES 1995-1997; 2000a), o mesmo se passando, se bem que com menor intensidade com traçados viários medievais (FERREIRA 2008).
Feito este breve excurso pelo último século da arqueologia albergariense, aprofundemos um pouco mais, agora num percurso cronológico, a natureza dos vestígios arqueológicos identificados na área do município. Servir-nos-emos essencialmente, para além da bibliografia disponível, da base de dados oficial disponível no Portal do Arqueólogo e das informações constantes do Plano Director Municipal, cuja última revisão se encontra em fase de publicação.
SILVA, António Manuel S. P (2014) – Dos vestígios do passado ao património arqueológico. Algumas reflexões sobre a Arqueologia de Albergaria-a-Velha.
Revista portuguesa de filologia, Volumes 2-3 - Manuel de Paiva BoléoFaculdade de Letras da Universidade de Coimbra, Instituto de Estudos Românicos, 1948
Revista Lusitana - José Leite Vasconcellos - 1914
Em parte da villa de S. Pedro de Osselola instituiu a rainha D. Theresa em 11 17 um couto, e uma albergaria, que posteriormente se chamou Albergaria Vetera de Meigonfrio e serviu de núcleo à moderna vila de Albergaria a Velha (2).
Um doc. de 1271 referindo-se a uma herdade chamada das Forcadas sitúa esta «in termino Vauge in cauto de Arbergaria Vetera et in Oselloo» (Ms. n.o 636 da Bibliot. da Universidade de Coimbra, fl. 174 v.).
As grandes vias da Lusitania: o itinerário de Antonino Pio - Mario Saa - 1960
Já em 1258 o lugar da albergaria se chamava Albergaria a Velha de Mesão Frio (Albergaria Vetera de Meigonfrio), assim, em relação a Albergaria a Nova, que já então existia. O ano de 1258 e a indicação do nome do novo ipovoado, consta
Estudos de toponímia da Bairrada e outras notas - P. 182 - Joaquim da Silveira, Arsénio Mota - 1911
... Teresa, em 1117, um couto, e uma albergaria, que posteriormente se chamou Albergaria Vetera de Meigonfrio e serviu de núcleo à moderna vila de Albergaria-a-Velha1 17. Um documento de 1271 citado em nota, e outros dos sécs
Sem comentários:
Enviar um comentário