segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Presidenciais 1996

Sampaio arrastou com ele, no distrito de Aveiro, a abrangência da sua candidatura contra o «pleno de direita» pretendido pela de Cavaco. Um distrito difícil, de política multicolor, que ontem o recebeu mais ou menos bem. Até ouviu o autarca PP, Rui Marques, dizer que «tem conseguido cativar o voto afectivo».



Os «homens» de Sampaio ficaram, por escassos minutos, vidrados e ganharam um postura tensa. O presidente da Câmara de Albergaria-a-Velha, Rui Marques, do PP, acabava de anunciar que não dava «apoio expresso» a qualquer dos candidatos à Presidência da República. O suspense era grande já que todos esperavam uma declaração de voto incondicional no candidato, tão bem recebido pelo município ao som de rancho folclórico. Os rostos só se descontraíram quando Rui Marques rematou a sua intervenção: «É de todos os candidatos o que tem conseguido cativar o voto afectivo». E alguém da equipa sampaísta exclamou: «Bingo!» Rui Marques, edil há dez anos, fez uma espécie de crítica velada à direcção do seu partido, dizendo que a «liberdade de voto» não lha podiam dar, pois essa já tinha sido «ganha em 74». Podem, disse, «é dar indicação de voto». Indicação que, à semelhança do seu partido, também não quis dar claramente aos seus municípes. Mas acabaria por o fazer com as palavras do «voto afectivo» e ao reconhecer que Jorge Sampaio «é o candidato mais bem preparado para entender o poder local».

(...)

PAULA SÁ / DN, 02/09/1996

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