terça-feira, 24 de abril de 2018

História da Banda de Angeja em livro



A "Associação de Instrução e Recreio de Angeja" foi fundada a 13 de Setembro de 1867, sob o nome de "Philarmónica Angejense". No dia 15 de Abril foi apresentado, na sede da associação, o livro "A Banda De Angeja" que dá a conhecer a história da mesma. Os autores da obra são Teresa Cruz Tubby e Valter Santos que já colaboraram em várias edições da revista "Albergue".


http://www.jf-angeja.pt/aira.aspx


https://www.facebook.com/bandaangeja.aira

terça-feira, 17 de abril de 2018

Concelho de Albergaria-A-Velha - 1877


Concelho de Albergaria-A-Velha

O concelho de Albergaria foi creado pelo decreto de 18 de março de 1842. Compõe-se actualmente das freguezias de Albergaria aVelha, Alquerubim, Branca, Fróssos, S.João de Loure, Ribeira de Fragoas e Valle Maior.

Por decreto de 10 de dezembro de 1867, redigido em conformidade da lei de 26 de junho do mesmo anno, o concelho de Albergaria ficava pertencendo ao districto do Douro, e composto das parochias civis de Albergaria, Angeja, Fermelã, Alquerubim, Rocas, e Sever do Vouga — 5:503 fogos.
O actual concelho de Albergaria tem 17:885 hectares de superficie, 33:444 predios inscriptos na matriz, e 10:047 habitantes.

Em conformidade da lei de 16 de abril de 1874, e por decreto de 25 de dezembro de 1875, o julgado de Albergaria ficou pertencendo á comarca de Agueda, com excepção da freguezia de Angeja, que passou para a de Aveiro.

* Albergaria-a-Velha

Freguezia de 530 fogos, e 1:948 habitantes. Ê villa, e cabeça do concelho do seu nome. Orago, Sancta Cruz. Reitor, o reverendo Manuel Ferreira Junior. Tem duas cadeiras de instrucção primaria para ambos os sexos.

Antigamente era curato da apresentação do convento de Jesus de Aveiro. Ha bons fundamentos para acreditar que esta povoação já existia no seculo ix ou x. A rainha D. Thereza fundou aqui uma albergaria em 1120, que ainda existe, tendo por cima da porta principal a seguinte inscripção: — Albergaria de pobres e passageiros da rainha D. Thereza. — Diz-se que a mãe do fundador da nossa monarchia estabelecera este azylo para o viandante cançado e pobre, por ser o sitio inhospito e muito frequentado de salteadores. A carta de doação, que servia de foral a esta villa, é tambem da rainha D. Thereza, e datada de 1124. Quer alguem que esta doação fosse o primeiro documento em que D. Thereza se intitulou rainha. Não vimos o original d'esta doação para podermos affirmar a authenticidade de tal tractamento; mas quando mesmo D. Thereza alli venha assignada como rainha, não podemos admittir que seja aquelle o primeiro documento em que usasse de tal titulo. E affirmamos isto, não por ser costume na corte de Hespanha dar ás infantas o titulo de rainhas, mas sim porque J. P. Ribeiro  transcreve uma carta de couto, datada de 1117, onde se lê:—infanta Donna Thereza, rainha de Portugal. O mesmo escriptor, e na mesma obra, affirma que até 1207 se deu o titulo de reis e rainhas a todos os filhos e filhas do rei; e d'ahi até 1211 só ao primogenito e ás filhas. D'este ultimo anno em diante adoplou-se o de infante para todos sem excepção.

A egreja parochial é um templo vasto, mas de mesquinha architectura, e já velho. Em sessão da camara de Aveiro, de 5 de setembro de 1827 (pertencia então Albergaria ao concelho de Aveiro), foi apresentada uma Provisão do Desembargo do Paço, em que se lhe ordenava que, ouvido o clero, nobreza e povo, informasse se era ou não conveniente o lançamento de um novo real em cada quartilho de vinho e arratel de carne, Do espaço de vinte annos, para com o seu producto se reformar a egreja parocbial de Albergaria, que então se achava em ruinas, e como o havia proposto o juiz da mesma egreja, Manuel Rodrigues Branco. Apezar d'a' resposta da camara ser favoravel, parece-nos que não chegou a pôr-se em pratica aquella medida, e que a egreja ficou como estava, senao peior.

Albergaria tem estação telegraphica municipal e uns soffriveis Paços do Concelho. É fertil, e possue pittorescos arrabaldes. A sua situação topographica, e as estradas que a põem em contacto com differentes e importantes povoações do paiz, teem concorrido grandemente para o seu desenvolvimento. Tem uma importante fabrica de papel, e outra de serração de madeiras. Ha n'esta freguezia differentes jazigos de productos mineiros. Os principaes são:

Mina do Carvalhal (cobre).— Foi concedida por decreto de 29 de novembro de 1856 a José Ferreira Pinto Bastos e Frederico Andrews. Actualmente é explorada por uma companhia ingleza denominada Lusitania. Dos muitos veios que a compõem só um por emquanto está em exploração: tem de porte um a tres metros, e corre de E. a O. De 1862 em diante é que os trabalhos exploratorios tomaram maior incremento; duas rodas hydraulicas, desenvolvendo uma força de 23 cavallos, satisfazem as necessidades do serviço do laboratorio e ao esgotamento das aguas, que fazem subir d'uma profundidade de 70 metros abaixo da galeria de esgoto. Em 1870 o poço mestre tinha a profundidade de 120 metros, e na extracção do minerio empregavam-se 180 operarios.

Mina do Moinho da Pena (chumbo). — Foi concedida por decreto de 19 de novembro de 1856, a Diederich Mathias Feuerheerd.

* Alquerubim

Freguezia de 302 fogos, e 1:383 habitantes. Está situada pela parte do N. nos limites d'uma grande e extensa planicie, e pela do S. vae descendo até ao Vouga, de que a egreja parochial dista 1 kilometro para o N. Fica 2 kilometros a SSO. de Albergaria a Velha. Orago, Sancta Marinha. Prior, o reverendo Antonio Emilio de Azevedo.

É povoação antiga. Em junho de 1139, Mendo Bernardo e sua mulher Godinha Paes doaram tres
partes da egreja de Sancta Maria (Marinha) de Alkarovim ao convento de Sancta Cruz de Coimbra. Também já em 1085 Flamula, filha de Honerigo, doou ao mosteiro de Pedroso tam de haereditate, quam de Ecclesia na villa de Alquorovim. Era da casa de Bragança, e os parochos eram apresentados alternadamente pelo pontifice, bispo de Coimbra e donatario. Pertencia ao almoxarifado de Eixo e comarca de Barcellos. Ha de notavel n'esta freguesia a não haver nella povoação, alguma com o seu nome.

Paus

Faz parte d'esta freguezia o logar de Paus, antiga villa, a que D. Manuel deu foral a 2 de junho de 1516. Já era julgado no tempo de D. Affonso v. Foi doada em 981 ao mosteiro de Lorvão pelo conde D. Gonçalo Mendes. Voltou depois á corôa. D. Diniz a doou a D. Aldonça Rodrigues Tella, mãe de Affonso Sanches.

Por carta de mercê, passada em Lisboa a 5 de outubro do anno de 1368, doou D. Fernando I ao conde de Barcellos, D. João Affonso, o logar e terra chamada Paos em riba de Vouga, com todas as suas aldeias e casaes, herdades e todas as suas pertenças, entradas e sahidas, roxios, montes e fontes, rios e ribeiras e pescarias, etc. Esta doaçào foi depois confirmada por D. Duarte, D. Affonso v, e D. Filippe II. Pelos decretos de 6 de novembro e 31 de dezembro de 1836 o conceJho de Paus, que se compunha da freguezia de Alquerubim, ficou pertencendo á comarca de Agueda; pela lei de S1 de março de 1831 e decreto de 28 de fevereiro de 1838 fazia parte do julgado de Albergaria a Velha, O decreto de 18 de março de 1842 extinguiu o concelho de Paus.

* Angeja

Freguezia de 887 fogos, e 2:225 habitantes. Está situada juncto á margem direita do Vouga, 12 kilometros ao N. de Aveiro. Orago, Nossa Senhora das Neves. Reitor, o reverendo João André Estrella. A egreja parochial é um bom templo de tres naves.

N'esta freguezia ha uma superficie de 2688,95 hectares occupada por arrozaes. Tem duas cadeiras de instrucçaò primaria. Foi villa, e tem foral dado por D. Manuel em 15 de agosto de 1514. Tinha brazão d'armas — Em escudo branco, Nossa Senhora da Conceição sobre a porta d'um castello, com uma torre de cada lado. Era dos condes de Villa Verde, depois marquezes de Angeja. Foi cabeça do antigo concelho do seu nome, que o decreto de 24 de outubro de 1855 extinguiu. Por decreto de 23 de dezembro de 1875 a freguezia de Angeja passou da comàrca de Agueda para a de Aveiro.

Marqueses de Angeja

D. João V, em 21 de janeiro de 1714, fez mercê do titulo de marquez de Angeja a D. Pedro Antonio de Noronha, conde de Villa Verde. O titulo de marquez de Angeja acabou com o 6.° marquez D. João de Noronha Camões d'Albuerque Sousa Moniz, que falleceu, sem successão, em 23 junho de 1827.
D. Luiz I restaurou o titulo de marquez de Angeja em D. Gaetano d'Almeida e Noronha Portugal Camões d'Albuquerque Moniz e Sousa, 3.* conde de Peniche, e 20.° senhor do morgado de Villa Verde, por decreto de 24 de maio de 1870. O brasão da antiga casa de Angeja era: — Uma lisonja partida em pala, e esta esquartelladat No primeiro quartel, as armas reaes de Portugal, com um filete negro em contrabando; no segundo, mantelado de prata, as armas reaes de Castella, dois leões de purpura batalhantes, e uma bordadura de oiro e veiros azues, e assim os contrarios.

* Branca

Freguezia de 395 fogos, e 1:562 habitantes. Esta situada em fertil e aprazivel campina, juncto á estrada real de Coimbra ao Porto, e recostada sobre a serra de S. Julião que lhe fica ao NNE. Orago, S. Vicente. Prior, o reverendo José Pereira Leitão.

Era da apresentação do real padroado. Pertencia á casa de Angeja. A egreja parochial é um bello e majestoso templo; é d'uma só nave e foi construido de 1693 a 1694. A torre fica por detrás da capella mór. Diz a tradição que, antes de se edificar a torre, os sinos estiveram, durante alguns annos, pendentes d'um carvalho secular que havia no adro. O roble era conhecido pelo carvalho do sino, e foi ha annos vandalicamente derrubado. Desde 1706 a 1712 que se acham erectas na egreja da Branca, com auctorisação do bispo de Coimbra, as confrarias do SS. Sacramento, Nossa Senhora do Rosario e das Almas. De 1580 até 1877 consta ter havido quatorze parochos collados, sendo o primeiro o reverendo Pedro Nunes, que falleceu em 24 de fevereiro de 1586. Ha nesta freguezia doze capellas, seis publicas e seis particulares; a mais antiga é a de Sancta Luzia, no logar de Cristello, e a mais moderna é a do Coração de Jesus no logar da Barroca.

O cemiterio dos ossos é uma notabilidade d'esta freguezia, e que se deve, assim como muitos outros meIhoramentos, á constante e desinteressada solicitude do sr. Pereira Pinto. Sobre a porta de entrada, lê-se esta legenda — Aspice, Viator. Aos lados da porta estão inseri pções em lapides de lousa preta.

Nos principios do seculo XVIII houve na quinta das Cavadas d'esta freguezia uno hospicio de frades dominicos. Foi fundado pelo prior João de Sousa Menezes, que parochiou aqui desde 2 dé fevereiro de 1700 até 24 de janeiro de 1749, e acabou ainda em vida do fundador. O hospicio compunha-se de dezoito cellas, capella e quinta; hoje é tudo ruinas. Na aldeia da Escuta ha uma fabrica de sabão, e na Espinheira um mercado mensal no dia 22.

Até 31 de dezembro de 1855 a freguezia da Branca pertenceu ao concelho do Pinheiro da Bemposta; mas por decreto d'esta data passou para o de Albergaria a Velha.

Serra de S. Julião

A serra de S. Julião corre na direcção de NO. a SE., tem 3 kilometros de comprimento e 1 de largura. Provêmlhe o nome d'uma ermida de S. Julião que alli havia, e de que ainda ha pouco restavam ruinas. Refere a lenda que S. Julião, desgostoso da sua habitação do alto da serra, principiãra a fugir de noite e a apparecer de manhã sobre um castanheiro, na falda da mesma serra, juncto ao logar do Outeiro ; e por mais vezes que o levassem lá para cima, teimava sempre em fugir para a arvore, mostrando assim que desejava residir alli. Foi isto o que deu causa á edificação da actual ermida de S. Julião no logar do Outeiro. No alto da serra, ha ainda vestigios salientes de uma atalaia, que, ao que parece, oceupava toda a circumferencia do plaino, na extensão d'uns trezentos metros de comprido, de norte a sul, e cento e vinte de largo, divisando-se ainda parte da valla, ou cava exterior, e da linha do parapeito em toda a valla. Do lado do nascente, por detrás da serra, ha uma sahida e estrada larga pela encosta do monte abaixo, com muros ou cortinas lateraes de pedra e terraço.

A acção da Branca

No dia 10 de maio de 1809 teve lugar nesta freguesia, juncto a Albergaria a Nova, uma batalha entre as avançadas do exercito anglo-luso de Sir Arthur Wellesleyj de^ pois duque de Wellington, e as que Soult collocàra em observação entre o Porto e Coimbra, e que foram forçadas a recolher-se áquella cidade. O combate não teve outra importancia, diz o Diccionario Popular, senão o ser um dos primeiros em que entraram em fogo as tropas portuguezas depois de disciplinadas por Bresford, e em que mostraram desde logo as brilhantes qualidades, que tanto as distinguiram durante toda a guerra Peninsular.

A. J. Pereira Pinto

No logar da Barroca d'esta freguezia nasceu, no dia 21 de outubro de 1802, Antonio José Pereira Pinto, um dos homens mais illustrados e bemquistos do districto de Aveiro, e a quem a freguezia da Branca deve todos os seus principaes melhoramentos. Educado desde a mais tenra edade por seu tio, respeitavel e respeitado sacerdote, senhor da casa da Nogueira, estudou latim, no Pinheiro da Bemposta, com o padre Joaquim Nunes da Silva, e oratoria e poetica, em Aveiro, com o sabio professor Manuel Xavier de Sousa, em 1817 a 1818. De 1819 a 1820 estudou philosophia, tambem em Aveiro, com o dr. Francisco Ignacio Domingues Ferreira de Mendonça; No mesmo anno de 1819 recebeu ordens menores, que lhe conferiu D. Manuel Pacheco de Rezende. Destinava-se então ao estado eclesiastico, do que depois desistiu. Matriculando-se na Universidade de Coimbra no primeiro anno juridico, em outubro de 1820, formou-se na faculdade de canones em 25 de junho de 1828. Em 1826 obteve, por um brilhante concurso publico, a cadeira de philosophia de Aveiro, então vaga pela sahida para o Brazil do dr. Francisco Ignacio Domingues Ferreira de Mendonça. Em 1834 foi nomeado juiz de fóra do concelho d'Eixo; mas, pedindo a demissão em 1836, recolheu-se à vida privada e entregou-se á advocacia, onde em breve grangeou grande clientella e ainda maior nome. Hoje, entregue tao somente á administração dos seus grandes haveres, vive retirado na sua casa da Branca, onde é geralmente estimado e esteio seguro de muitos desvalidos.

* Frossos

Freguezia de 173 fogos, e 614 habitantes. Está situada a 2 kilometros da margem direita do Vouga, e dista de Albergaria a Velha 8 1/2 kilometros para OSO. Orago, S. Paio. Reitor, o reverendo José Marques da Silva. Ha aqui um pantano, denominado a Pateira de Frossos, que tem 450 metros de comprimento, e 260 de largura. Tem uma cadeira de instrucção primaria para o sexo masculino.
O convento de Jesus de Aveiro apresentava os parochos. Foi villa, e teve foral dado por D. Manuel, em Lisboa, a 22 de março de 1514.

* S. João de Loure

Freguezia de 505 fogos, e 2:008 habitantes. Está situada na margem direita do Vouga, e dista de Albergaria a Velha 11 1/2 kilometros para SO. Orago, S. João Baptista. Reitor, o reverendo Joaquim Augusto da Silva. Antigamente os parochos eram apresentados pelo convento de Jesus de Aveiro. N'uma das paredes lateraes da egreja parochial está embebida uma lapide com a seguinte inscripção: -Ecclesia! ista dedicala est Sancto Joani Baptista a Domino Martino episcopo conimbricensi jussum sanchi nregis lusitaniae die xx martii anno 1224 et MCCXXIII ea. — No frontespicio da mesma egreja vê-se a data de 1688, mas inculca sem duvida alguma reedificação. Ha nesta freguezia uma barca de pássagem nò Vouga, que é pertença da camara de Albergaria e dos condes de Anadia.
A parte que hoje é da camara era do convento de Jesus. É tambem nesta freguezia a aldeia de Pinheiro, villa e concelho até 1834. É povoação antiga; foi doada em 1121 ao mosteiro de Lorvão por Pedro Paes e sua mulher Elvira Nunes. Tem uma cadeira de instrucção primaria para0 sexo masculino.

* Ribeira de Fragoas

Freguezia de 173 fogos, e 218, habitantes. .Está situada a 1 1/2 kilometros a E. da margem ésquerda do Caima, é distante de Albergaria a Velha 8 1/2 kilometros para NE. Orago: S. Thiago. Prior,o reverendo Antonio Domingues Christiano. Tem uma cadeira de instrucçio primaria para o sexo masculino.

Minas do Palhal

Estas minas foram descobertas pelos inglezes em 1744; Ainda se encontram vestigios de trabalhos antigos, como, por exemplo, uma chaminé de tijolo, das duas que se diz alli haverem existido, e fazerem parte d'uma fabrica de fundição. Acham-se ainda outros signaes de industria mettallurgica, que a tradição teima em attríbuir aos mouros. Em 1769 foram inundadas por uma grande cheia do rio Caima que as fez abandonar totalmente.

Em 1776 construiu o governo a ponte de granito, que liga as duas margens do Caima e dá seu nome á Ponte do Palhal, lugarejo contiguo ás minas.

Em 1854 foram novamente descobertas pelo incansavel industrial e negociante José Ferreira Pinto Basto, que, ficando com, os direitos, de concessionario por decreto de 3 de maio de 1859, as passou a uma companhia ingleza denominada — Lusitanian Mining Company {Companhia Lusitana de Mineração). Os seus productos são: cobre, galena de chumbo, blenda, nickel e cobalto — mineraes argentiferoa. Constam de differentes veios, alguns dos quaes medem um metro de espessura, termo medio, comià direcção mui proxima dc EO. Ha ainda muitos filões menos ricos, «pie eocruiam n'aquelles,lna direcção megnetica NE., SO. O poço mestre, Taylor's Shaft, é o mais fundo de Portugal, e talvez de toda a peninsula. Tem 400 metros de profundidade. Pela acção do aparelho electrico, e pela força explosiva da dynamite, cedo aitingirá a meio kilometro. As suas galerias, em todas as direcções, sommadas com todos os poços de extracção e! ventilação, medem a extensão total de eerca de 13 kilometros. A exploração das minas está em labor activo sob a habil direcção do seu superintendente, Mr. W. Cruickshank.

O grande trafico e córte constante de madeiras, que vai hoje no paiz, obriga a pensar-se mais no porvir da mineração e em suas difficuldades futuras. É por isso, sem duvida, que na vasta propriedade do estabelecimento, nas margens do rio Caima, se tem procedido a grandes sementeiras de penisco e a grandes plantações de arvores das mais ricas especies. Os eucalyptos vêem-se aos milhares. Passem-se dez annos mais n'esta actividade energica, e as margens do Caima serão um dos pontos mais importantes do districto.

As casas de habitação, que no Palhal se teem construido, os ateliers de preparação mecanica, as machinas de esgoto e de extracção, e muitas outras officinas, entre as quaes avultam as de serragem e de tanoaria com machinismo hydraulico, tornam este estabelecimento uma formosa povoação, e um importante centro de industria.

Minas de Talhadella

As minas de chumbo de Voltas e Longas, ou de Talhadella foram concedidas,por alvará de 2 de abril de 1861, a Hermann Lourenço Feuerheerd. Em 1866 principiou a exploração por conta d'uma companhia denominada — Companhia da mina de Talhadella. Esta companhia tem estatutos approvados por decreto de 7 de novembro de 1865, e um capital social de 100:000$000 réis, representado por duas mil acções de 50$000 réis cada uma. O primeiro concessionario transferiu e vendeu á companhia todos os seus direitos.

* Valle Maior

Freguezia de 192 fogos, e 518 habitantes. Está situada juncto á margem esquerda do Caima, e distaste de Albergaria 2 kilometros para ENE. Orago, Sancta Eulália. Reitor, o sr. Manuel Ferreira Varella.
Era da apresentação do convento de Jesus de Aveiro.

Fonte:

MARQUES GOMES. (João Augusto) O DISTRICTO DE AVEIRO.
Noticia geográfica, estatística, chorographica, heráldica, archeologica, histórica e biográfica da Cidade de Aveiro e de todas as villas e freguesias do seu districto. Imprensa da Universidade. Coimbra. 1877.

Descreve pormenorizadamente os 16 concelhos que integravam o distrito de Aveiro referindo as vias de comunicação, estabelecimentos de instrução, monumentos, ou as pessoas notáveis que neles habitavam.

Autor: João Augusto Marques Gomes (Aveiro 1853 - 1931), funcionário do Governo Civil de Aveiro, começou a sua carreira literária escrevendo artigos para o Distrito de Aveiro e depois para muitos outros periódicos. É o autor de uma vasta obra sobre vários aspectos da cidade e da região de Aveiro e de biografias de personalidades históricas ligadas a esta região. Foi o responsável pela organização e valorização do Museu de Aveiro a partir de 1911.

http://www.castroesilva.com/store/sku/1705PG087/o-districto-de-aveiro

sábado, 14 de abril de 2018

Zona Industrial de Albergaria-a-Velha

Foi no último mandato do Presidente José Alves que se decidiu demarcar uma Zona Industrial, para nela se instalarem, de futuro, todas as indústrias do Concelho.

Esta decisão foi criticada em vários tons e por várias razões, nomeadamente por impedir a instalação de indústrias a belo prazer dos empresários e por vir a constituir um perigoso foco de poluição. (...)

O processo de negociação e (ou) expropriação dos terrenos foi moroso, mas cometeu-se um erro básico: quis-se abranger toda a área em vez de se avançar por fases. E o mesmo se passou com as infra-estruturas.

Teria sido preferível marcar sectores, estabelecer prioridades, definir objectivos e faseá-los no tempo.

Não se atraem empresários e indústrias sem electricidade, sem a rede primária de esgotos e sem as vias que vertebrem o sistema.

Ainda hoje se sente isso mesmo. Mau grado as deficiências apresentadas, construiram-se desde 1980 para cá, pelo menos quatro novas instalações industriais, e mais duas estão em fase de acabamento.

Quando se inaugurou a Volvo, em 5 de Dezembro de 1981, como que começou um segundo folêgo da Zona Industrial, apesar de se descortinarem já os alvores da Crise Económica, que veio a persistir até aos dias de hoje.

A seguir nasceu a DURITE, que marcou decisavamente a qualidade da Zona Industrial, quer pela sua arquitectura exterior, quer pela sua tecnologia.

A vida da Zona Industrial continuou a crescer, tendo recentemente sofrido mais um impulso positivo, com o início da laboração da nova Fábrica de Confecções Albergaria.

E já se vislumbravam novas unidades que alargarão, quer a área, quer o leque de actividades.

Se incluirmos na Zona Industrial, como é devido, a Litocerâmica, a Pavileca, as novas unidades de Confecções que vão instalar-se nos Areeiros, nos edifícios ali já construídos, a fábrica da Part-Time e a da Norterssências, em acabamento, podemos concluir que, até ao fim do ano o conjunto de indústrias representarão mais de 500 postos de trabalho, e abrangerão os sectores de Cerâmica, Madeiras, Metalurgia, Metalomecânica, Químico, Mobiliário, Automóvel, Construção Civil e Confecções.

Esta variedade, que gera complementaridades é, em si mesma, um factor de aceleração do crescimento. (...)

Flausino Silva, Beira Vouga , 01/08/1987

Zona Industrial de Albergaria-a-Velha (1987)

Flausino Silva: A DURIT foi a terceira empresa a instalar-se aqui [nos arruamentos próximos da empresa], só existia a Fisola e a Fundição Penedo Beira.

Correio de Albergaria, 04/04/2018

Albergaria-a-Velha vai duplicar área da Zona Industrial

A Zona Industrial de Albergaria-a-Velha vai duplicar a área, devendo o processo iniciar-se em janeiro, após a revisão do Plano Diretor Municipal, anunciou hoje a autarquia.

Segundo o presidente da Câmara, António Loureiro, "a revisão do PDM, irá aumentar significativamente a área da zona industrial, trazendo com isso mais emprego e melhores condições para os empresários, que pretendem expandir as suas atividades".

O executivo municipal espera que a revisão do Plano diretor seja aprovada até ao final do mês e conta começar a fazer algumas intervenções na área, em janeiro.

Atualmente com 206,9 hectares, a Zona Industrial de Albergaria-a-Velha vai ficar com uma área total de 449, 4 hectares, após a revisão do PDM.

"A tipologia dos lotes ainda não está definida, mas a ideia é adaptar a tipologia ao tipo de investimento que o empresário quer, ou seja, as tipologias vão ser diferentes e versáteis", explicou António Loureiro.

A expansão da ZI é um dos principais instrumentos de apoio da autarquia às atividades económicas em que aposta o executivo liderado por António Loureiro, que sublinha a importância do tecido produtivo do Concelho, onde estão instaladas mais de 2500 empresas, que representam um volume de negócios de mil milhões de euros, com uma cobertura das exportações sobre as importações superior a 140 por cento.

A posição geográfica de Albergaria-a-Velha, em que se cruzam eixos rodoviários principais como a A1, A25 e A17, a proximidade ao Porto de Aveiro e à ferrovia da Linha do Norte, têm atraído várias empresas para a sua zona industrial, localizada nas proximidades de Sobreiro, registando-se a procura de terrenos para expansão de algumas unidades e para albergar novas fábricas.

http://portocanal.sapo.pt/noticia/43129

sexta-feira, 13 de abril de 2018

Inauguração do novo Mercado Municipal

O Município de Albergaria-a-Velha vai inaugurar o novo Mercado Municipal, agora denominado “A Praça”, no dia 14 de abril, pelas 10h30. A obra contemplou um investimento de cerca de um milhão e setecentos mil euros, e teve financiamento dos fundos comunitários, através do Programa Operacional Centro 2020.



“É uma das obras mais aguardadas da população, que vai criar uma nova centralidade na cidade e potenciar a visita de pessoas de fora do Concelho”, afirma António Loureiro, Presidente da Câmara Municipal. “Será um espaço de referência, que vai de encontro às novas exigências, um local de convívio e de promoção do comércio tradicional e dos produtos endógenos, valorizando o contacto mais direto entre o produtor e o consumidor.” O autarca acredita que A Praça tem todas as características para atrair um público mais jovem, enquanto mantém os clientes mais fiéis, não só através de novas áreas comercias e de restauração, mas também pela dinamização de atividades culturais e lúdicas.



O projeto de requalificação foi realizado pelo arquiteto Luís Tavares Pereira, do gabinete [A] ainda arquitetura, e respeita o projeto original do arquiteto Jorge Gigante, datado do princípio da década de 1970. Todo o recinto está coberto por uma estrutura metálica com iluminação natural proveniente de aberturas na cobertura e de uma extensa parede de vidro virada a sul. O projeto inclui soluções que melhoram a eficiência energética do equipamento e existem diversos pontos de acesso para pessoas com mobilidade reduzida e um cais de cargas e descargas.



Em termos de espaço interior, A Praça inclui 46 espaços de venda de diversos produtos, como carne, peixe, bacalhau, frutas e legumes, pão e pastelaria, charcutaria, laticínios, hortícolas, cereais e flores. Existem, ainda, dois espaços de restauração, um estabelecimento de bebidas, quatro lojas de comércio/serviços e nove bancas com abertura para a praça central, que vão vender gelados, crepes, chocolates, chás, conservas, compotas e outros produtos afins. A praça central pretende ser um espaço de convívio, com atividades culturais, espaço de alimentação e área infantil. Um gabinete de atendimento, que não existia no antigo mercado, completa o recinto, que tem ligação à feira bissemanal que se realiza ao lado.



Após a requalificação efetuada, o mercado conseguiu atrair mais vendedores, ao mesmo tempo que o preço mensal diminuiu comparativamente com a situação antes das obras.

O mercado interior vai funcionar todas as quartas e sábados, das 8h00 às 13h00. A praça central, por seu lado, estará aberta toda a semana, com dois horários distintos. A zona de restauração funcionará das 8h00 às 2h00 e as bancas viradas para a praça central, das 8h00 às 22h00. As lojas abertas para a Rua 1.º de Maio continuarão a fazer o horário habitual do comércio.      

29/03/2018


MERCADO MUNICIPAL “A PRAÇA”



O Mercado Municipal A Praça, situa-se na Av.ª Bernardino Máximo de Albuquerque, na cidade de Albergaria-a-Velha, e foi recentemente requalificado, com o objetivo de melhorar as condições necessárias ao exercício das diversas atividades económicas e adequá-lo a uma maior diversidade de oferta.