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terça-feira, 23 de novembro de 2021

Rua do Hospital

Em frente, a casa onde viveu (1º andar), muito anos, a Doutora Marina Ramos Temudo e sua Família. No r/c os pais da Helena Henriques (Viegas). A seguir, a padaria que foi do sr. Serafim. Depois, a loja que foi de Albérico de Lemos, mais tarde do ("afilhado") sr. José Pascoal e agora do João Madail. Depois, a Garagem Vidal. Depois, a casa onde viveu a D. Alzira Matias e o neto, o Mário Branco.

Mais uns pormenores: segundo me conta a minha Mãe, no 1º andar da casa que foi de Albérico Lemos (e onde agora está a de João Madail), foi a primeira sede do Clube de Albergaria. Albérico Lemos (de alcunha o 'Rabiça' - que segredos estariam por detrás … (Ver mais)

... Morta a filha (a filha em segredo, a sua estadia em Albergaria em segredo, a sua morte em segredo), mandou o desnaturado que, também em segredo, quatro homens despachassem o corpo para a capela funerária. Aí o foi resgatar o tio Albérico, regressado de peregrinação a um lugarejo, para os lados de Leiria, que se comentava ser cenário de aparições milagrosas. O tio Albérico Lemos, muito beato, e, já agora, dono da agência funerária que agora é do João Madail, tratou de dar funeral condigno à infeliz. Camilo Castelo Branco não desdenharia de dar forma de romance a tais acontecimentos.

As nossas Mães são senhoras de memórias prodigiosas! Quanto elas valem! 

Mário Jorge Lemos Pinto, 3/7/2012

Algumas respostas a essas dúvidas estão no livro "Albergaria-a-Velha 1910 - da Monarquia à República". Inclusivé vem lá uma fotografia do Clube de Albergaria (então designado por Marina Ramos Temudo ), bem como as biografias de Albérico e do padre Manuel Marques de Lemos "Sopas". Quanto à alcunha, também sei, mas não posso dizer ??

Esse padre, foi prior em São João da Talha, Oeiras, Colares, etc. Faleceu em 11 de Dezembro de 1937 em Arroios, Lisboa, deixando avultados bens à Misericórdia de Albergaria-a-Velha e a sua valiosa biblioteca ao Clube de Albergaria.

Delfim Bismarck, 02/07/2012 e 4/7/2012

segunda-feira, 20 de julho de 2020

Na Esquina


ACABAR COM OS VEREADORES A TEMPO INTEIRO

Todas as Câmaras municipais têm vereadores a tempo inteiro, adjuntos e secretários.

O número de uns e de outros varia consoante a dimensão da autarquia. Admito que, em média, a coisa seja como em Albergaria: dois vereadores a tempo inteiro, um adjunto, um(a) secretário(a). Câmaras haverá com mais, outras com menos. Por isso, é uma média.

Quanto se gasta com este staff?

Contas por alto, admitamos que, em gastos directos, sejam uns 8.000€/mês (brutos) para os quatro, ou seja, 112.000€/ano.

Temos 308 municípios, e é só multiplicar: 34.496.000€/ano.

Isto, em gastos directos. Mas há os gastos indirectos: automóveis, telemóveis, consumíveis, desperdícios, etc.

Quanto vale isto? Não sei, mas admitamos mais 20%. Um total, portanto, superior a 41 milhões de euros, por ano.

E cabe perguntar: que faz esta gente? Ou melhor: que faz esta gente, que os funcionários das câmaras não possam, ou não saibam fazer?

Os funcionários das câmaras são trabalhadores experimentados, com provas dadas, habilitações adequadas, com quem o Estado (com os nossos impostos) já gastou na sua preparação. São partidariamente isentos, dedicados (ou pelo menos obrigados) ao serviço público. Estão vinculados à lei e respondem, perante os cidadãos e os tribunais, pelo zelo e diligência com que cumprem as suas funções.

Já os vereadores permanentes, adjuntos e secretários são o pessoal partidário que constitui “o gabinete da presidência”, apenas vinculados ao presidente, trabalhando para a sua manutenção no poder, cuidando das respectivas clientelas político-partidárias. E, como agora se vê por todo o lado, são a estrutura que prepara a recandidatura dos actuais presidentes, ou que suporta a candidatura de um dos vereadores.

A preparação desta gente, em termos de administração autárquica, é em geral nula: apenas se lhes exige fidelidade partidária e voluntarismo.

Sendo assim, porquê, nos tempos de contenção em que vivemos, a existência destes gabinetes, suportados pelos impostos dos portugueses, quando é certo que os funcionários camarários cumpririam bem melhor as suas funções? Pois, de duas, uma: ou as tarefas desse pessoal são administração autárquica, e então lá estão os funcionários que estão mais preparados para as desempenhar. Ou as suas tarefas são de natureza político-partidária, e então não têm que ser pagos pelo orçamento da autarquia!

Seria preferível voltar aos tempos antigos, em que ser vereador era um serviço público, sem outra remuneração que uma senha de presença nas respectivas reuniões, e em que o trabalho técnico era desempenhado pelos funcionários, que são preparados para isso.

E assim se poupavam uns milhões de euros, muito preferível a que o Governo os vá buscar despedindo funcionários públicos, ou cortando as pensões de reforma.

FB

ALBERGARIA SEM VIDA

Faz agora um ano que publiquei no Jornal de Albergaria um artigo sobre o antigo Girassol, e que agora é o Praça Pública, ali entre os Paços do Concelho e a Casa da Justiça.   Fiz-lhe um pouco da sua história, enalteci o espaço de convivialidade que tão bem desempenhou, lamentei o seu desdouro e censurei o marasmo em que agora se atolou.

Um ano decorrido, tudo continua na mesma, ou pior. O edifício mantém-se hostil à ampla frequência pública que antes tinha, e por isso, ao começo da noite, o centro da vila (não me habituo a chamar-lhe cidade) fica deserto, inóspito, esvaindo-se de pessoas que, como sombras, se vão afastando.

Escrevi mais ou menos isto (aproveitando agora um título emprestado):

Em 1973, o presidente da Câmara de Albergaria, José Nunes Alves, imaginou a instalação de um café na praça em frente aos Paços do Concelho. Nessa altura ainda não existia o edifício do tribunal, nem a actual Alameda (pastelaria e escritórios). Havia apenas o terreno amplo, com ameixoeiras e diospiros. Ali, um café seria um excelente espaço de convivialidade e de movimentação cívica e comunitária, criando um complemento importante ao centro cívico da vila. Uma espécie de sala de estar, categorizada pela localização e pela vizinhança dos Paços do Concelho (onde, além da câmara, funcionavam os serviços municipalizados, a tesouraria e repartição de finanças, o tribunal e as conservatórias) e pelo restaurante da Casa Alameda, que nessa altura era um referencial turístico da vila (talvez o único).

Alder Lemos Lopes interessou-se pela ideia e construiu ali o café, em regime de contrato de concessão com a câmara municipal. O projecto, da autoria do arquitecto Gigante, era básico, como convinha: um edifício de um piso, circular, totalmente envidraçado, excepto o lado dos serviços (arrecadação, cozinha e WC), virado para o cinema. À frente, para os Paços do Concelho, ficava a esplanada sob as ameixoeiras. O estacionamento era farto e à vontade. De tão simples, e aberto para todos os lados, com largas e despretensiosas vidraças, mobiliário moderno e simples, o edifício era atraente e aprazível. Inaugurado como café e snack-bar, o Girassol (assim foi designado) logo se tornou um local de eleição para o convívio e o encontro dos albergarienses.

As pessoas visitavam-no e frequentavam-no, de manhã até à meia noite (no verão até era mais), sete dias por semana, fosse para a conversa de grupos, fosse para a leitura de um jornal ou um livro, fosse apenas para a contemplação de quem passava nas ruas, num “dolce fare niente” que é também um dos prazeres da vida. O sol jorrava intensamente, para satisfação dos mais idosos que ali espreguiçavam na cavaqueira do futebol e da política.

Era também o local de encontro de quem vinha de fora, porque era uma referência simples e directa: “encontramo-nos no café em frente à câmara”.

Quando em 1980 foi inaugurado o edifício do tribunal, das conservatórias e do notariado, assim completando o centro cívico, o café ganhou maior importância, como local de passagem quase obrigatório das pessoas que acediam a estes serviços públicos.

O Girassol tinha os seus clientes fiéis: mesmo quem almoçava na Casa Alameda, vinha ali tomar o café. Clientes eram praticamente todos os albergarienses que cultivavam o convívio e o “sair de casa”. O espaço era amplo, a esplanada um amplo palco estratégico para quem se entretinha a ver quem passava. Ponto comum a todo o tipo de utilizações, era um espaço óptimo de relações humanas.

O café Girassol acabou no início da década de noventa: foi demolido e substituído por uma outra construção, onde se pretendia manter o café, com a nova valência de restaurante.

Mas o projecto foi claramente infeliz. Não se percebeu que aquilo que fazia a beleza do Girassol e que o tornava um local por excelência de convivialidade era a sua abertura ao exterior, as suas vidraças – e o que foi construído em seu lugar foi exactamente o oposto. Nasceu um edifício bisonho, fechado, com uns requebros classicistas que o tornam sisudo e pesadão, com um arremedo de esplanada para o lado da estação, mas em flagrante conflito com um lago e uma queda de água que, com um bocado de vento, salpica os circundantes. Por dentro, o edifício é claustrofóbico, e quem lá se senta, ou olha para a televisão, ou para as outras mesas: a visão ao exterior, para os Paços do Concelho, para o tribunal, para o jardim, enfim, o “ver quem passa” torna-se praticamente impossível, porque agora, em vez de largas vidraças, passou a haver janelos e postigos, frestas e paredes, a despensa e a cozinha!

O edifício que sucedeu ao excelente Girassol perdeu a funcionalidade natural de sala de estar do centro da vila. E a sua existência lá se veio arrastando penosamente, por mais vinte anos, com gerências desinteressantes e frequência minguada, toda a gente lamentando o desaparecimento do antigo edifício.

Mas se isso era mau, pelo muito que se perdia de rossio e praça de estar de Albergaria (…), pior é agora a utilização que dele estão a fazer.

Redenominado de Praça Pública, ele é hoje a negação do que deve ser um edifício de matriz pública, num local central!

As poucas janelas ou postigos que ainda tinha estão agora praticamente tapados, certamente impedindo que se veja de fora para dentro, mas também a inversa.

Depois, o seu funcionamento é desadequado à sua geratriz de local de convívio e de estar: o “bar”, ou discoteca têm por natureza uma frequência redutora e sectorial, que está nos antípodas da frequência heterogénea dos que apenas pretendem ler o jornal, falar, ou encontrar-se com alguém, ou simplesmente “estar”, no remanso dos dias que passam. Hoje, aquele já não é um local para os albergarienses, novos ou velhos, homens ou mulheres: é um local para uma franja de freguesia muito estreita, provavelmente muito nocturna.

Não se pode consentir em dar esse destino a um espaço central e municipal, que com tanto êxito e eficácia já desempenhou um excelente papel de potenciador da convivialidade dos albergarienses.

O que espanta, é que estas incidências ocorram aparentemente sem qualquer reacção ou oposição da câmara municipal, que é, digamos, a “dona” do edifício, e que assiste, impávida, à subversão da sua finalidade. É um estranho conceito de “interesse público” este, da câmara municipal, que aceita a instalação de semelhante equipamento nas suas “barbas”, pois não é crível que ignore a nova  prática comercial que vem sendo ali prosseguida.

O edifício é um bem municipal, pertence à autarquia. A sua exploração foi cedida em regime de concessão, ou pelo menos de arrendamento, a que necessariamente há-de presidir o interesse público do seu funcionamento. E não é isso que acontece.

FB 13/01/2012

AS ELEIÇÕES NA MISERICÓRDIA E JOÃO AGOSTINHO: UM AJUSTE DE CONTAS FRUSTRADO

As eleições para os corpos gerentes da Misericórdia de Albergaria decorreram ontem com uma participação record de 442 eleitores. Venceu a lista A (integrada quase totalmente pelos actuais dirigentes) com 318 votos, contra 119 votos da lista B. Os associados expressaram, com larga maioria, que os actuais dirigentes devem continuar por mais um mandato.

Rectificação da pontuação: "Todos vencedores? Não. Houve um único derrotado: João Agostinho Pereira, presidente da Câmara de Albergaria".

FB 11/11/2011

FALTAM ESPAÇOS PÚBLICOS VERDES

O tempo e os dias ainda convidam a caminhadas e passeios de bicicleta, ao fim do dia ou ao fim de semana. Mas em Albergaria não temos espaços para o fazer com prazer e em segurança. Os passeios são irregulares, as estradas são perigosas, por causa do trânsito. Não é compreensível que as terras vizinhas (Estarreja, Murtosa, Ovar, Águeda, Aveiro, Sever...) tenham ciclopistas e trilhos pedonais devidamente pavimentados, sinalizados e protegidos, e em Albergaria não exista um único percurso! Aqui, as crianças e os idosos andarem de bicicleta pelas ruas é uma aventura de desfecho imprevisível. Caminhar pelo gosto de o fazer é apanhar com os escapes dos automóveis, ou correr o risco de um atropelamento ou de um tropeção.

Os aglomerados urbanos devem ter pelo menos 9m2 de espaço público verde por habitante. Segundo esta regra, Albergaria devia ter 50.000 ou 60.000m2 de espaços públicos verdes. Mas se houver 2.000m2 já será muito.

FB 21/09/2011

Os nossos "estádios"

Vejo as obras da futura biblioteca (na praça D. Teresa) e as obras do futuro centro cultural/cine teatro Alba. Serão dois edifícios enormes, totalmente fora de escala.

Quanto se gastou nas demolições? Quanto se gastará nas construções? E no seu mobiliário e no seu equipamento? Quanto custará, um dia, a manutenção/conservação de um e de outro? E o seu funcionamento, com pessoal, electricidade, aquecimento, etc?

E com a crise que aí está, e que será ainda mais pesada nos próximos anos, com cortes nos orçamentos das autarquias – haverá dinheiro para tudo isso?...

Em 1997 e 2000 escrevi vários artigos no Jornal de Albergaria, em que defendi que o centro cultural e a biblioteca deviam ser um só edifício, exactamente o Cine-Teatro Alba: com obras de adaptação, claro.

Com a crise em que o País está, sem dinheiro para nada, estou cada vez mais convencido que esta ideia estava e está certa: um só edifício para os dois equipamentos era a solução. O dois edifícios, o seu mobiliário (e a sua manutenção) vão deixar as finanças municipais na penúria.

Ao Cine Teatro chamam-lhe “o monstro”. Do mal, o menos: o pior é se os dois edifícios, a biblioteca e o cine teatro, virão a ser para Albergaria o que os Estádios de futebol são para Aveiro, Leiria, Algarve, etc: sorvedouros de dinheiro, na construção e na manutenção.

As megalomanias saem caras. O óptimo é inimigo do bom.

FB 20/08/2011

Mário Jorge Lemos Pinto
copy+paste do facebook - FB (textos de 2011, 2012, )

sexta-feira, 10 de agosto de 2018

Mário Jorge Lemos Pinto

O Dr. Mário Jorge Lemos Pinto é licenciado em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra (17 de Julho de 1975) e Mestre em Direito na área de Ciências Jurídico-Políticas (Opção de Direito Administrativo), pela Universidade Católica Portuguesa, em provas públicas de 9 de Março de 2007.

Foi director do Jornal de Albergaria desde a sua fundação em 1993 até 2011.

Em 2009 foi lançado em livro a sua tese de mestrado (2006) "Impugnação de Normas e Ilegalidade por Omissão no Contencioso Administrativo Português".

Obras Publicadas:

• Código das Expropriações Anotado, Livraria Almedina, 1984.
• Noções de Administração Pública, em dois volumes, destinada ao
ensino secundário, Porto Editora, 1981,1991 (em co-autoria).
• Impugnação de Normas e Ilegalidade por Omissão no Contencioso
Administrativo Português, 2009.

Dados Biográficos:

- Fiz a instrução primária em Albergaria-a-Velha, entre 1959 e 1963.
- Os sete anos do liceu foram no Colégio de Albergaria, entre 1963 e 1970.
- A licenciatura em Direito foi na Universidade de Coimbra, entre 1970 e 1975.

- Dei aulas na Secundária de Albergaria (primeiro ainda como secção da Escola Comercial e Industrial de Oliveira de Azeméis) entre 1973 e 1975.
- Entre Janeiro de 1976 e Maio de 1977 cumpri o serviço militar na Repartição do Gabinete do Chefe do Estado-Maior do Exército.
- Voltei a dar aulas, até 1980, na Secundária e no Colégio de Albergaria.
- Ao todo, leccionei História, Direito, Direito Comercial, Economia, Administração Pública, Filosofia.

- Entretanto concluí o estágio de advocacia e comecei a advogar, a partir de Junho de 1978, actividade que continuo a exercer, sempre em Albergaria.

- Entre 2003 e 2007 concluí o Mestrado em Ciências Jurídico-Políticas (Direito Administrativo) na Universidade Católica Portuguesa.
Nesse âmbito, apresentei e defendi a tese “Impugnação de Normas e Ilegalidade por Omissão no Contencioso Administrativo”, que está publicada.
- Antes, já tinha escrito e publicado outros dois trabalhos: “Noções de Administração Pública”, 1º e 2º volumes, e “Código das Expropriações. Anotado”.
- Fui membro da Assembleia Municipal de Albergaria e vereador na Câmara Municipal.

Neste percurso escolar e profissional, tenho orgulho e recordo muitos professores: na instrução primária (Lídia Vinhas Coelho; Carlos Alberto Silva e esposa, Profª Conceição), no Colégio (Eduardo Marques, Natália Pereira, Pe Moisés, Humberto Marques, Armando Marques, Edmundo Pereira - todos já falecidos - e Marina Ramos Temudo) , na Faculdade de Direito (Sebastião Cruz, Mota Pinto, Gomes Canotilho, Rogério Soares, Rui Alarcão, António Hespanha, Vital Moreira, Manuel Porto, Lucas Pires, Pereira Coelho, Teixeira Ribeiro, Avelãs Nunes…), no Mestrado (Mário Aroso de Almeida, Manuel Afonso Vaz, Brandão Proença).

Recordo o meu patrono, na advocacia, Manuel Homem Ferreira, que me ensinou muita coisa importante na vida.

Recordo Alberto Soares Pereira, subdirector da Secção de Albergaria da Escola Comercial e Industrial de Oliveira de Azeméis, que em 1973 (tinha eu 20 anos) foi o meu primeiro “chefe” e me confiou a responsabilidade de ensinar várias turmas.

Recordo o presidente da Câmara Municipal de Albergaria-a-Velha, José Nunes Alves, que confiou nas minhas capacidades, como advogado da Câmara, sendo eu ainda um jovem estagiário.

https://www.facebook.com/mariojorge.lemospinto


Albergaria-a-Velha: Vogal da Assembleia renuncia por causa de incompatibilidades

Mário Jorge Lemos Pinto, influente vogal da Assembleia Municipal (AM) de Albergaria-a-Velha renunciou ao cargo a meio do mandato, alegando «motivos profissionais». Antevê incompatibilidades no exercício da advocacia. Um caso raro nos orgãos autárquicas.

Na carta de renúncia enviada ao presidente da mesa, o ex-deputado municipal informa que decidiu interromper a participação activa no orgão fiscalizador do executivo camarário.

Os motivos prendem-se com razões de ordem profissional. Mário Jorge Lemos Pinto, advogado, entende que ao manter-se no cargo de vogal poderia incorrer, nos tempos mais próximos, em várias «incompatibilidades».

Por outro lado, quis evitar que futuramente lhe apontassem o dedo em tomadas de decisão nas quais eventualmente tivesse intervenção enquanto causídico.

«A lei não obriga mas achei por bem renunciar», explicou o também director do semanário Jornal de Albergaria.

Lemos Pinto, uma das vozes mais credíveis da oposição local dá como exemplo de incompatibilidades negociações entre a autarquia e particulares para acertar contrapartidas e indemnizações. Ao aparecer como conselheiro jurídico do particular, na AM teria de defender os interesses do município. Antevendo «conflitos sérios», o advogado preferiu renunciar.

Noticias de Aveiro, 21/10/1998

sábado, 30 de junho de 2018

Monumento aos Combatentes do Ultramar

MONUMENTO AOS COMBATENTES DA GUERRA DO ULTRAMAR – 1961/1974

A Câmara Municipal e a Junta de Freguesia de Albergaria-a-Velha inauguraram um monumento aos Combatentes da Guerra da Ultramar. Louvo e admiro a iniciativa.

Expressões como “combatentes da guerra” e “ultramar” ainda são incómodas, apesar de decorridos mais de 40 anos após o fim da guerra.

Desde então, o soldado português, que combateu em África, passou a ser uma figura algo subalternizada na nossa mitologia, sem lugar no salão, porque associado ao regime “colonialista”. A historiografia politicamente correcta e bem pensante olhava (e fazia-nos olhar) o militar como alguém que, impreparado, se deixou tornar no braço armado do regime “fascista-colonialista”. Digno de “admiração” era o desertor ou o refractário, que fugiu à guerra colonial e foi para a Suíça, França, Suécia. O “sacrifício” elogiado não era tanto o do soldado, até porque pouco esclarecido e supostamente com pouca sensibilidade, mas sim o do desertor, que se recusou a ir para a guerra – e foi para o estrangeiro. Embora aquele desse o peito às balas – em certos meios bem pensantes era este o “herói”.

O termo “ultramar” foi radicalmente proscrito, dadas as suas ressonâncias passadistas: ao longo deste tempo, não se ouviu muito falar no “ultramar português”, porque o correcto passou a ser “colónias”.
Sabe-se que nem todos foram desertores, ou refractários: muitos foram para a guerra, porque entendiam que era esse o seu dever, sem o questionar, ou porque convictamente conscientes que tinham de o fazer. Embora por outras razões, o Partido Comunista Português não apadrinhou a deserção, demovendo os seus militantes de o fazer.

Ninguém ia para a guerra por gosto – mas iam, que remédio!

Nunca simpatizei com os desertores, cujas justificações “políticas” sempre me pareceram outra coisa, inconfessável.

Quanto ao ultramar, sendo certo que geograficamente os territórios africanos eram mesmo “ultramar” – a verdade é que, para quem estava no “continente”, ou para quem vivia lá, o “ultramar” sempre foi entendido como uma parte da nossa História e portanto da nossa consciência colectiva.

Sem preconceitos, sem receio de ofender a historiografia oficial, mas com a desempoeirada consciência de que a Comunidade tem uma dívida para com os Combatentes da Guerra do Ultramar, os nossos autarcas de Albergaria deram, com este monumento, um corajoso exemplo de civismo e de respeito fraternal por quem foi Combatente.

Mário Jorge Lemos Pinto, 29/05/2018, facebook

https://www.facebook.com/mariojorge.lemospinto

O Município de Albergaria-a-Velha homenageou os combatentes do Ultramar do Concelho numa cerimónia que teve lugar a 27 de maio, pelas 15h00, no Cineteatro Alba.

A seguir à cerimónia no Cineteatro Alba, onde foi exibido um documentário, a Câmara Municipal  inaugurou o monumento alusivo aos combatentes. na Alameda 5 de Outubro. A obra em pedra de granito foi concebida pelo arquiteto Sérgio Azeredo.

Delfim Bismarck, Vice-presidente do Município, considera que “com esta justa homenagem, valorizamos e honramos os combatentes do Concelho de Albergaria-a-Velha que participaram neste momento importante da História de Portugal”.

A Guerra do Ultramar decorreu nas antigas províncias ultramarinas de Angola, Guiné-Bissau e Moçambique, tendo sido destacados 148 000 soldados portugueses para as zonas de conflito.   

CMA.

Mortos na Guerra do Ultramar

O monumento criado em memória dos Combatentes do Ultramar foi uma iniciativa da Câmara Municipal, que se entendeu ser justa. Albergaria-a-Velha era dos poucos municípios que ainda não tinha tido esta iniciativa, pelo que decidiu fazer uma homenagem pública, com a inauguração do monumento. O monumento é da autoria do escultor e Arquiteto Sérgio Azeredo, que ofereceu o projeto, porque também foi combatente no Ultramar. A sua execução teve um custo de cerca de € 5.000,00€ e a escolha do local deve-se ao facto de se tratar de um espaço nobre da cidade, com visibilidade em todas as perspectivas, com alinhamento entre o Cineteatro Alba e o edifício da Câmara Municipal.

Delfim Bismarck, Assembleia Municipal de 27/06/2018

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Na Esquina

SPORTING - ALBA: VAIDADE DE SER DE ALBERGARIA-A-VELHA

Fomos a Alvalade ver o Sporting-Alba, e gostámos. O resultado não interessa para nada, pois o que contou foi o respeito que os profissionais do Sporting (e os milhares de espectadores) tiveram para com os amadores de Albergaria; e a dignidade destes em se baterem frente-a-frente com aqueles, todos unidos na paixão comum por uma modalidade desportiva. Foram onze de cada lado a disputar lealmente todas as jogadas. Não houve 'baile', nem houve gozo ou sobranceria: o Sporting bateu-se pelos golos, do primeiro ao último minuto do jogo, como se estivesse a jogar uma final. E festejou-os, dentro e fora do relvado, como se tivessem sido obtidos contra um Barcelona! Creio mesmo que esta foi a melhor homenagem que os profissionais anfitriões prestaram aos amadores visitantes: trataram-nos como IGUAIS, de homem para homem, de atleta para atleta! A isso, o Alba respondeu com correcção, desportivismo e com uma inexcedível entrega ao jogo. Não houve 'frangos', não houve jogadas caricatas que fizessem rir. Gostámos de estar numa bancada com centenas de sportinguistas, que, como nós, também aplaudiram o golo do Alba. E no final eram milhares, felicíssimos por terem ganho ao Alba - de Albergaria-a-Velha, terra do distrito de Aveiro.

ESCOLA SECUNDÁRIA HÁ 40 ANOS

Em Outubro de 1973 (há 40 anos...) a Secção de Albergaria-a-Velha da Escola Industrial e Comercial de Oliveira de Azeméis começou a funcionar nas casas do antigo Bairro Napoleão (na Bela Vista, ao lado do Ciclo Preparatório), que foram despejadas dos seus ocupantes (para Assilhó) e adaptadas a salas de aula. Foi um esforço e uma iniciativa importante do Presidente da Câmara Municipal de então, José Nunes Alves. Aí comecei eu a trabalhar, dando aulas de História e de Direito Comercial, aos cursos de Formação Feminina, Comércio e Mecânica, diurnos e nocturnos. Entre outros, estavam comigo também a dar aulas, Alberto Soares Pereira (que era o subdirector), Luisa Conde, Pureza Seabra, Luis Ribeiro, Olga Andrade, Alberto Gonçalves Silva, Natália Campos, António Fernandes Silva, Damião, Brites, Basilinda, padre José Maria Domingues.... Recordo por várias razões: porque estou a completar 40 anos de trabalho, ininterruptamente (incluindo serviço militar), o que já é muito tempo; porque há 40 anos que a Escola Secundária foi para o local onde hoje está; porque evoco com saudade alguns que já faleceram, e muitos dos meus alunos, com quem ainda hoje me cruzo; porque a memória do presidente José Nunes Alves e a sua obra continuam a reclamar a homenagem que lhe é devida. Sem meios, sem pessoal, sem automóveis, o presidente José Nunes Alves deixou uma obra imperecível.

QUAL A EXPLICAÇÃO PARA A DERROTA?...

Churchill tinha razão: não são as oposições que ganham as eleições; são os governos que as perdem. Há, quem, em Albergaria, tente justificar a derrota de João Agostinho nas autárquicas com o problema nacional: as pessoas, descontentes com o Governo PSD, teriam penalizado as câmaras PSD e votaram noutros partidos. Errado: se assim fosse, não se compreendia que o PSD tivesse ganho em Aveiro, em Braga, na Guarda, mantendo ainda outras câmaras. E também não se compreenderia que o PSD tivesse ganho em Angeja, Alquerubim, S. João de Loure. Os descontentes com o Governo Passos Coelho estariam numas terras, e noutras não?... A tudo acresce que, a haver reflexos do descontentamento nacional nas autárquicas, então o CDS (partido do Governo) também seria penalizado – e não foi. Logo, e sem descartar que os vencedores têm sempre o mérito de se afirmarem como alternativa credível, a explicação para a derrota de João Agostinho (o Pimenta não risca muito nestas contas, já que foi apenas um mero e acidental substituto, um duplo) terá de se encontrar cá dentro. E aqui a perplexidade é imediata: João Agostinho esteve em campanha eleitoral durante 12 anos, ininterruptamente, desde o primeiro dia em que foi presidente; nos últimos quatro anos inaugurou o cine teatro e a biblioteca, fez festivais de variedades; esteve presente em tudo quanto era festa e arraial; teve coberturas fotográficas de tudo e mais alguma coisa, desde entregas de subsídios até assinaturas de contratos; fomentou um culto da personalidade obsceno, com a afixação do seu nome em todas as placas possíveis e imaginárias; sempre aprimorou a sua imagem, nunca prescindindo do fato e gravata; refinou o seu estilo demagógico até ao enjoo, onde não faltaram as choradeiras em público …. E ainda assim perdeu! Temos um case study…

Mário Jorge Lemos Pinto
copy+paste do facebook

(o texto sobre as autárquicas está incluído no artigo publicado por MJLP no Correio de Albergaria mais recente)