segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Paços do Concelho


Em 1868, a edilidade, presidida por Ferreira Tavares, toma a decisão de construir um edifício para uns Paços do Concelho polivalentes para neles se poderem instalar todas as repartições públicas que andavam espalhadas por várias casas da Vila, em condições “indecentes e impróprias”.

O plano foi traçado pelo Tenente Brito Rebelo incorporando uma nova concepção urbanística que trouxe modernidade à Vila e ainda hoje, passados mais de 130 anos, constitui o centro cívico de Albergaria.

Logo iniciadas as obras de urbanização do local e, pouco depois, da construção do edifício, acabaram por ser suspensas em 1873, por falta de dinheiro para tamanho empreendimento num concelho de poucos rendimentos e sem subsídios estatais.

Só 16 anos depois, a Câmara, presidida por Bernardino Máximo de Albuquerque, que, desde 1880, se vinha empenhando na criação e desenvolvimento duma extensa rede viária que ligasse todas as Freguesias e Lugares do Concelho, deliberou recomeçar a construção dos Paços do Concelho, mandando reformular a anterior planta a fim de aí se instalar o Julgado Municipal e a Comarca que se desejava para breve.

Reformulado o projecto, as obras iniciaram-se em 1890 e foram prosseguindo com a lentidão dependente da falta de dinheiro, pois os rendimentos municipais eram escassos, não havia subsídios do governo, nem se conseguiam empréstimos convenientes. Em 1896, conseguiu-se finalmente um empréstimo particular e no início do ano seguinte, com obras interiores prestes a serem concluídas, começam a chegar as mobílias, vindas quase todas do Porto, para os diversos serviços e repartições que se iam instalando. Em 10 de Outubro de 1897 realizava-se aí, finalmente a primeira sessão da Autarquia.

Dada a sua idade avançada, precisou de amplas reformas para o adaptar ás novas exigências da vida autárquica e dignificação da instituição que simboliza. Para o efeito foram encetadas obras de remodelação em Fevereiro de 1989 as quais terminariam em Março de 1993. O projecto de remodelação é da autoria do Arquitecto Eduardo da Costa Ferreira, tendo-se conservado no interior e no exterior o essencial do seu passado.

A profunda remodelação interior tem impressionado positivamente muitas pessoas e entidades, dentro e fora do Concelho elogiando, para além de mais, a coragem da iniciativa camarária que levou por diante este espaço de realização.

Vale a pena visitar para conhecer a importância da obra.

(Texto da década de 1990 publicado no site da Junta de Freguesia; Postal de 1986)

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Albergaria-a-Velha em postal


Há já muitos anos Albergaria-a-Velha foi editada em postal, coisa que para a época era brinde para quem à distância gostava de saber novidades ou minimizar a saudade da sua terra, para muitos que deixaram o seu torrão natal e debandaram terras de África, Brasil ou América, ou até mesmo aqueles jovens que obrigatoriamente cumpriram o seu dever militar em terras da Índia.

Para aquela época recuada, um postal de Albergaria-a-Velha era ouro para quem o recebia e uma prenda para quem o enviava com carinho e amor. Alguns exemplares de então constituem motivos de estima por quem os possui, quer pelas imagens, quando comparadas com as de hoje, quer pelo texto que escondia por vezes o amor e a paixão deixadas por cá, ou a promessa de uma visita no mais breve tempo possível. Até mesmo o casamento, estava implícito no envio de um simples postal.

Era o tempo em que se escrevia à família e aos amigos em contraste com o que hoje se passa. O postal era a comunicação, e mais do que isto, representava a sociedade e a urbanização daquele tempo.

Durante muitos anos, e logo que a edição se esgotou, nunca mais vimos nada que levasse o nosso visitante a enviar aos familiares um abraço ou um simples beijo. Assim sendo, foi com enorme satisfação que quando entrámos na Papelaria do Mercado deparámos com três exemplares, que contemplam o edifício da nossa Câmara Municipal, um outro com o Monumento ao Bombeiro e Fonte Luminosa e ainda um terceiro com a Alameda 5 de Outubro, Fonte Luminosa, Monumento ao Bombeiro e a Capela de Nª Sª do Socorro.

Maria Elisabete Lima, proprietária do estabelecimento, considera, porém, que sabe a pouco e que Albergaria-a-Velha tem muito mais para mostrar e para oferecer. É verdade, e num adeus de simpatia foi-nos dizendo: “não vai ficar por aqui... Estes postais são para mostrar um bocadinho da nossa terra, vou pensar em outra edição, vou pensar muito brevemente”. Ficámos a magicar o que levou a Elisabete a promover desta forma a nossa Albergaria-a-Velha. Talvez o mesmo que nós: o amor, sim, o amor às nossas coisas e à nossa terra. m

António Vinhas, Região de Águeda, 1 de Agosto de 2005

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Ver vários postais de Albergaria-a-Velha no blog http://postaisdealbergaria.blogspot.pt/