domingo, 30 de maio de 2010

1995: Albergaria renova Paços do Concelho


Um presidente de Câmara centrista a dirigir críticas muito ásperas ao Presidente da República (PR) e a distribuir incontidos agradecimentos ao Governo foi a grande surpresa reservada por Rui Marques, líder do município de Albergaria-a-Velha, na inauguração do renovado edifício dos Paços do Concelho desta vila.

O ressentimento contra Mário Soares explica-se, segundo o autarca, pelo facto de o município estar desde 1993 -- data em que as obras foram concluídas -- à espera do primeiro magistrado da nação para uma visita inaugural que nunca aconteceu. O tom crítico dirigido ao PR contrastou com os elogios ao executivo de Cavaco Silva, que se fez representar naquela cerimónia, sábado passado, pelo ministro do Planeamento e Administração do Território, Valente de Oliveira.

«Dirigimos convites oficiais e pessoais e intercedemos junto do Presidente da República. Foi tudo em vão». Desgostoso, o autarca dirigiu-se à pequena multidão que se apinhava no auditório do edifício, no meio da qual se encontravam as 23 personalidades e instituições locais agraciadas com a medalha de mérito do município. E Rui Marques continuou a desfiar o rol de razões que o levaram a mostrar-se «sentido e magoado» com Soares: «Apesar de não ser seu apoiante, em 1986, quando se disputava a primeira volta das eleições presidenciais, o candidato (Mário Soares) foi aqui recebido».

Em contraste com o alegado «menosprezo» do Presidente da República, a acção do Governo, e em particular do ministro Valente de Oliveira, seria largamente elogiada por Marques. O autarca agradeceu o apoio financeiro para a conclusão daquela obra, que custou mais de 400 mil contos, e lembrou os «dez anos de bom e frutífero entendimento» com os diversos organismos da administração central.

O segundo alvo das críticas do líder municipal foram os jornalistas e a comunicação social, que, em seu entender, são os grandes responsáveis pela «campanha injusta» dirigida contra os autarcas visados pelas inspecções do Ministério do Planeamento e Administração do Território. Para Rui Marques, estas revelações coincidem com a actuação da Inspecção-Geral da Administração do Território (IGAT) e reportam-se, na generalidade, a actos que, pela sua natureza, «deveriam ser despenalizados». Valente de Oliveira acusou o aparte que lhe era dirigido e encarregou-se de esclarecer: «A IGAT faz, pelo menos, uma inspecção ordinária a todas as autarquias. As informações que passam para fora não partem do meu ministério».

Num concelho martirizado pelo violento incêndio de Abril último, que consumiu mais de cinco mil hectares de área florestal, o presidente da Câmara aproveitou a ocasião para pedir ao Governo medidas compensatórias para os pequenos proprietários, através da «fixação de preços mais elevados na madeira paga pelas celuloses». A estas e outras reivindicações, Valente de Oliveira preferiu não responder de imediato, remetendo o assunto para posterior decisão.

Daniel Oliveira / Público, 30/05/1995

Nota: O jornal Beira-Vouga de 30/04/1993 noticiava que os serviços camarários tinham regressado aos restaurados Paços do Concelho, depois de quase sete anos no edificio da antiga cadeia, e anunciava que ja tinha sido feito o convite a Mário Soares para brevemente se deslocar ao concelho para inaugurar o edificio embora já se fazendo referencia a dificuldades de agenda. Curiosamente, em 26/06/1993, o primeiro-ministro Cavaco Silva inaugurou a Junta de Freguesia de Alquerubim por ocasiao de uma visita ao Distrito de Aveiro.


sexta-feira, 28 de maio de 2010

Toponímia


Travessa do Carvoeiro - caminho entre a Rua da Carvoeira e os caminhos florestais

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Filatelia

O 25º Leilão do CPF - Clube Filatélico de Portugal realiza-se no dia 15 de Maio de 2010 no Auditório do Hotel Roma.

Do catálogo deste leilão fazem parte 4 items relacionados com Albergaria-a-Velha:


14-1853 – D. Maria II. CE2, 25 reis azul, tipo II. Par horizontal, com largas margens, obliterado com carimbo numérico da 1.ª reforma 79 – ALBERGARIA-A-VELHA.

34-1855/56 – D. Pedro V. Cabelos lisos. CE 8, 50 reis verde. Selo com margens de luxo, obliterado com carimbo numérico da 1.ª reforma 79 – ALBERGARIA-A-VELHA. MB.

360-1895 – 7.º Centenário do Nascimento de S. António. Sobrescrito circulado de Albergaria (27.06.1895) para Vale Maior, com selo de 300 reis ardósia e bistre. CE123 [carta da Companhia de Papel do Prado]

1957-Carimbos da Telegraphia Eléctrica. 1895 – 7.º Centenário do Nascimento de S. António. CE116, 25 reis verde obliterado com carimbo batido a preto “TELEGRAPHIA ELECTRICA / ALBERGARIA / A VELHA”.

Saber mais:

O aparecimento de marcas telegráficas nos selos postais é o resultado da amalgamação dos serviços dos Telegraphos, dos serviços dos Faróis e dos serviços dos Correios que ocorreu em 1880, pois até esta data estes serviços eram independentes. Esta amalgamação ocorre depois da 3ª Reforma Postal em que se abandona a dupla marcação dos objectos postais na origem: obliteração dos selos com o carimbo oval de barras numérico da 2ª Reforma e a marcação na carta com carimbo nominal da estação. No entanto esta prática nalgumas estações ainda subsistiu por alguns anos, enquanto que noutras adoptou-se a utilização do carimbo duplo circular datado primitivo para obliteração do selo, quando este já existia.

A 3ª Reforma aumentou consideravelmente o número de estações, de 240 na 2ª Reforma para o dobro aproximadamente. Com o decorrer dos anos mais estações foram criadas a um ritmo elevado, com e sem serviços telegráficos. Eram necessários carimbos novos para as novas estações da 3ª Reforma e para substituírem os antigos, aparecendo assim numa primeira tentativa os carimbos de dupla oval que não chegaram a todas as estações (cerca de 100). Por motivo desconhecido este tipo de carimbo não foi generalizado e como os novos carimbos não foram imediatamente fornecidos pela administração central, foram feitos localmente carimbos nominativos para obliteração dos selos e só mais tarde chegariam os carimbos finais. Para as estações da 2ª Reforma foram reutilizados carimbos nominativos do período Pré-Filatélico, carimbos nominativos e datados das Reformas anteriores e até inutilizações manuscritas à pena. Com esta falta de carimbos e com o espírito económico da altura, não seria de admirar que os carimbos de telegraphia eléctrica também fossem reutilizados em algumas estações, o que veio a acontecer. Noutros casos os carimbos foram destruídos, perdidos, guardados para uso posterior ou para irem parar ao Museu Postal uns anos mais tarde.

Paulo Roriz Sequeira, 23/09/2009
Inutilizações Telegráficas-Postais --Estudo de Marcofilia (extracto)

Marcofilia - carimbos e marcas utilizadas nos objectos postais

Em Albergaria-a-Velha foi utilizado um carimbo do tipo TE1 TELEGRAPHIA ELECTRICA, Dupla oval com caracteres romanos e no centro o nome da estação em caracteres normandos.

Noutras localidades existem outros mas este é o tipo mais comum.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Automóvel Alba


O livro "Alba, uma marca Portuguesa de Automóveis", da autoria de José Barros Rodrigues, vai ser apresentando no nosso concelho no dia 22 de Maio.

Albergaria-a-Velha

Cine-Teatro Alba

22 de Maio de 2010, 09h15

Ascari

http://albaportugal.ning.com

domingo, 2 de maio de 2010

Maias

[na] freguesia de Albergaria-a-Velha, onde esta tradição [Festa das Maias] teima em resistir.

Numa contagem rápida e unicamente tendo em conta as principais artérias de parte da freguesia, foi possível contabilizar na manhã do dia 1 de Maio deste ano de 2003, cerca de 75 casas com coroas de giestas e flores penduradas nas portas ou janelas, das quais as fotografias que se mostram são meros exemplos, e cerca de 90 outras casas em que os simples ramos de giestas tinham sido espetados nas portas ou janelas. Esta quantidade, que peca por defeito em relação à totalidade dos casos que se poderiam contabilizar, é de alguma maneira surpreendente e, segundo sabemos, não encontra paralelo em mais nenhum concelho ou freguesia desta região.

Pelo valor da tradição e pela beleza que acaba por trazer às casas e às ruas, achamos que seria um costume a valorizar e porventura a incentivar, para que assim se possa evitar o seu desaparecimento.




Merlim

Ernesto Veiga de Oliveira descreve com rigor esse costume do povo português que
tem algumas nuances regionais. Segundo ele, o 1º de Maio é o Dia das Maias e comemora-se em Portugal, de um modo geral, pela oposição das «Maias», ou seja, de giestas ou flores, sob diversas formas, em portas e janelas e noutros locais. Ao contrário de outras regiões, em Trás-os-Montes surge ao lado de outras práticas, que são independentes mas de significações convergentes.

(...)

Isabelita
retirado de Fórum Portugal-On-Line - Usos e Costumes