sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Lista de Blogs

Há várias ferramentas que permitem agrupar os blogs. No site seguinte é possível ter uma panorâmica do movimento de determinados blogs. Neste caso o mote comum é Albergaria-a-Velha embora o tipo de blogues seja muito diferente

http://individurls.com/myfeeds/aavb

Também é possível fazer uma procura de blogs no blogsearch do Google.

Inauguração Arquivo Municipal


O Arquivo Municipal, que implicou um investimento de cerca de meio milhão de euros, era há já muito tempo uma necessidade prementepara o Concelho, na medida em que não se podia continuar a deixar valiosos registos, pedaços da nossa História, dispersos por vários espaços e inacessíveis ao público em geral. Ao longo do último ano, técnicos da autarquia têm passado muitas horas a tratar, classificar e digitalizar documentos oficiais e várias publicações, muitos deles bastante frágeis, para que o nosso passado não se perca.

Numa primeira fase, o munícipe poderá aceder ao arquivo documental,estando previsto, para 2009, a disponibilização do arquivo de imagem, com registos fotográficos de eventos e momentos marcantes. A Câmara Municipal sabe que os registos que possui são apenas uma parte do que existe e que há mais documentos e fotografias guardadas por particulares que podem ajudar a compor a nossa História.

Assim, gostaria de pedir a todos os munícipes possuidores de material antigosobre o Concelho que o apresentem ao Arquivo Municipal. De uma forma simples, estarão a contribuir, não só, para a preservação danossa memória colectiva, mas também para a partilha justa de elementos importantes com toda a comunidade.

Prof. João Agostinho Pereira - Agenda Municipal do mês de Novembro de 2008

No dia 21 de Novembro [pelas 18h00], vai ser inaugurado o Arquivo Municipal de Albergariaa-Velha. Instalado na antiga Cadeia, que sofreu profundas obras de requalificação, esta nova infra-estrutura pretende preservar a memória histórica do Município. O Arquivo Municipal distribui-se por 3 pisos e apresenta várias zonas específicas, tais como o depósito geral e depósito digital, sala de classificação e tratamentode documentos, gabinetes técnicos, sala de leitura, sala de exposições e espaçode recepção. Ao todo, foram investidos cerca de meio milhão de euros neste novo espaço, tendo parte sido comparticipado pelo Instituto dos Arquivos Nacionais/Torre do Tombo.

Para além de permitir a pesquisa de documentos, jornais, revistas e fotografias relacionados com a História e desenvolvimento do concelho, o Arquivo Municipal vai ser um espaço dinâmico em termos culturais, com a realização de exposições e visitas guiadas. Por isso, toda a comunidade é convidada a usufruir deste novo espaço de grande importância para o Concelho.

Agenda Municipal do mês de Novembro de 2008

sábado, 25 de outubro de 2008

Conversas em redor da Branca


No dia 24 de Outubro de 2007 realizou-se no Centro Cultural da Branca o debate "Conversas em redor da Branca" abordando vários aspectos do passado e perspectivas para o futuro. Foi também inaugurada a exposição de fotografias antigas "A Branca a Preto e Branco" onde foi possível ver locais bem conhecidos da freguesia como eram antigamente e outros marcos que não resistiram até aos dias de hoje.

CMA


Centro Cultural discute a Branca

"Conversas em redor da Branca" é o tema de um debate que vai decorrer esta noite, pelas 21H30, no Centro Cultural da Branca, onde um painel de quatro especialistas aborda vários aspectos do passado da segunda maior freguesia do concelho e apresenta algumas perspectivas sobre o futuro.

"O Património Cultural da Branca: que futuro para o passado?" é o tema de apresentação de Nélia Oliveira, técnica superior de Arquivo e Biblioteca da Câmara Municipal de Albergaria-a-Velha.

A seguir, Delfim Bismarck, historiador e conservador, reflectirá sobre os aspectos demográficos na época medieval na sua comunicação "A população da Branca nos séculos XIII e XV".

Saltando alguns séculos, Manuel Rodrigues, professor de História na Universidade de Aveiro, debruçar-se-á sobre "As indústrias na Branca na viragem para o século XX".

Finalmente, Paula Abreu, socióloga, fará uma análise sobre o presente da freguesia e o que o futuro poderá trazer.

No âmbito desta tertúlia, será, igualmente, inaugurada a exposição de fotografias antigas "A Branca a Preto e Branco" no átrio do CCB.

Diário As Beiras, 24/10/2007

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Primeira Cadeia da Vila

Terminada a fraticida guerra entre os partidários de D. Miguel e de D. Pedro, com a vitória dos Liberais, Albergaria-a-Velha foi elevada à categoria de vila e passou a cabeça do concelho com o mesmo nome.

Para tal contribuiu a tomada de posição da maioria dos seus habitantes, entre os quais se destacou uma plêiade de activos liberais. Pesou também, naturalmente, nesta distinção o reconhecimento da realidade social e política e da posição estratégica da, nossa região, co­mo ao longo dos tempos ficou bem demonstrado.

Logo em 1835, o recém-criado concelho passou a fazer parte do nóvel distrito de Aveiro, por Decreto de 18 de Julho. Empossada a Câmara Municipal, uma das suas primeiras preocupações foi procurar conseguir as estruturas indispensaveis (…)

Ora uma das necessidades já reconhecidas no relatório do médico-visitador oficial das cadeias da Comarca de Aveiro, a que pertencíamos, era a da construção de uma capaz e segura cadeia em Albergaria-a-Velha, (…).

Não havendo na ocasião, co­mo se compreende, a verba indispensável para o efeito, aproveitou-se o velho edifício do Real Hospital de Albergaria-a-Velha que, por essa ocasião, fora extinto por absoluta falta de meios de subsistência. Situado junto à estrada real de Lisboa-Porto, no centro da vila, no troço hoje denominado por Rua do Hospital, fazia esquina com o pequeno largo onde desembocava a estrada vinda de Valmaior, hoje denominado Praça de D. Teresa ou Praça Velha.

Após algumas obras de adaptação, o decrépito prédio setecentista do Hospital veio a ser a primeira cadeia da vila e assim foi permanecendo, em precárias condições de salubridade e segurança, ao longo de oitenta anos.

Instalado o Julgado Municipal, em 16 de Junho de 1887, e criada pouco depois em sua substituição a Comarca de Albergaria-a-Velha (20 de Setembro de 1890), começava a tornar-se imperiosa a construção de um edifício para cadeia que satisfizesse as necessidades do sistema judicial então instaurado.

Nesta altura, porém, a Câmara Municipal, presidida por Bernardino Máximo d'Albuquerque, estava empenhada em fazer erguer o edifício imprescindível para Paços do Concelho. Aprovado o projecto do arquitecto aveirense Maia Romão no final deste ano, iniciou-se a construção no ano seguinte para vir a concluir-se em 1897. (…)

Albuquerque Pinho
Beira-Vouga

Porto de Aveiro

No século X a costa marítima de Portugal vinha por Espinho, Esmoriz, Ovar, Estarreja, Salreu, Fermelã, Angeja, Alquerubim, Cacia, Esgueira, Aveiro, Ilhavo, Vagos, Porto Mar, Mira e Cabo Mondego. Veja-se por onde o mar andou. Simplesmente, a partir do século X e XI houve um movimento tectónico que fez o fundo da ria subir. Razão dos ventos e das correntes começa-se então a formar um cabedelo de areia que vem de Espinho. Outro cabedelo começa a vir do Cabo Mondego para cima.

Quando as duas línguas de areia se juntaram Aveiro tinha 14 mil habitantes, 300 embarcações e mandava à Terra Nova 6o naus por ano à pesca do bacalhau. Acontece que quando o Luís Gomes de Carvalho aqui chegou [princípio do século XIX] a população estava nos 3 mil habitantes, deixou-se de ir à Terra Nova e mesmo as pequenas embarcações desapareceram. Aveiro estava cercada de água morta porque o rio Vouga continuava a despejar para a ria cuja água não saia para o mar.

Aveiro ficou a afogar-se de tal maneira que as casas das zonas baixas como as do Alboi ou as do Rossio começaram a ficar debai­xo de água.

Jaime Gralheiro in O Aveiro, 10/04/2008

Albergaria-a-Velha e o seu Concelho


Albergaria dos pobres e passageiros da Rainha D. Teresa...

Assim começa a inscrição da lápide actualmente existente nos Paços do Concelho de Albergaria-a-Velha, mandada colocar no Hospital por Acórdão da Relação de Lisboa, de 27 de Maio de 1629. Este acórdão identifica, definitivamente, o Couto de Osselôa (hoje Assilhó), instituído por D. Teresa a Gonçalo Eriz em 1155, com a obrigação de tratar dos pobres e passageiros.

A Carta do Couto de Osselôa é considerado o primeiro documento em que Portugal figura com o título de reino e constitui a certidão de nascimento e de batismo de Albergaria-a-Velha, como afirma o saudoso Dr. António de Pinho, erudito autor da melhor monografia existente sobre esta Vila e o seu concelho.

Albergaria nasceu, assim, sob o signo da Caridade. O seu brasão, aprovado em 27 de Março de 1961, com as suas oito rosas de oiro e a cruz das armas de D. Teresa, bem simboliza a nobreza e a generosidade com que eram recebidos os passageiros e os doentes.

O seu concelho foi criado em 1834 e era constituído por três freguesias. Hoje é constituído por oito freguesias.

Situado onde a Serra acaba e a Planície começa, o concelho de Albergaria mantém, por isso, um lugar de passagem obrigatória da Serra para o Mar. Nele se cruzam as estradas de Viseu a Aveiro e do Porto a Lisboa. E é servido pelo caminho-de-ferro do Vale do Vouga, de Viseu a Espinho.

Por isso, dificilmente se encontra Vila com melhores vias de acesso e com mais facilidades de deslocação dentro do Distrito e da Beira-Litoral.

À sua privilegiada situação se deve uma modelar indústria hoteleira que aqui atrai inúmeros forasteiros durante todo o ano.

A dois passos de todas as praias do Distrito, é fácil aos habitantes de Albergaria frequentar a praia e dormir em casa. A quem preferir o panorama serrano, facilmente se desloca ao Arestal, às Talhadas, ao Caramulo, ao Buçaco.

A meia distância entre Porto e Coimbra, a deslocação a qualquer destas cidades faz-se em 50 minutos.

Esta invejável situação permite que, em dias de mercado, aqui se dirijam comerciantes de várias procedências e que a praça de Albergaria, aos sábados, seja das mais concorridas do Distrito.

A principal fonte de receita deste concelho é, ainda, a exploração agrícola, sobretudo da área florestal, que é considerável.

Mais de dois terços da superfície do concelho estão cobertos de pinheiros e eucaliptos. É considerado o concelho do país mais rico em eucaliptos.

O seu desenvolvimento industrial é notável, sobretudo no ramo metalúrgico, de celulose e de papel.

Este concelho não é rico em monumentos históricos, como aliás acontece em grande parte das terras da Beira-Litoral: sem granito, o material de construção dos seus monumentos não resiste ao tempo. É, no entanto, digna de visita a Igreja da Vila, construída em fins do século XVII, com a sua notável obra de talha.

O monte da Senhora do Socorro, a norte da sede do concelho, a antiga Pedra de Águia a que se refere a Carta do Couto, é local de peregrinação de terras próximas e afastadas, como não há outro por esta região. Dali se desfruta um panorama deslumbrante, para a Serra e para o Mar.

O concelho de Albergaria, situado no centro do Distrito de Aveiro, banhado pela água do Caima e do Vouga, é região rica de paisagens e de fácil acesso. As poéticas margens do Vouga, desde a Foz do Rio Mau à Pateira de Frossos e campos de Angeja, são locais dos mais pitorescos, pela variedade de paisagem, conforme as estações do ano.

Pela sua situação e pelos atractivos naturais de que é dotado, o concelho de Albergaria deverá ocupar, de futuro, um lugar de destaque na Beira-Litoral. Oxalá que os seus habitantes e os Poderes Públicos saibam aproveitar-se destes predicados para promover o progresso desta Região, que nem sempre terá sido convenientemente lembrada.

Dr. Flausino Fernandes Correia
(Médico e Presidente da Câmara Municipal do concelho de Albergaria-a-Velha)

AVEIRO E O SEU DISTRITO - 1966

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Medalhas de Ouro do Município


O Presidente da República Prof. Anibal Cavaco Silva foi distinguido com o título de Cidadão Honorário e recebeu a Medalha de Ouro do Município.

As medalhas que podem ser atribuídas pelo Municipio de Albergaria-a-Velha, são as
seguintes: a) Medalha de Ouro; b) Medalha de Mérito Municipal; c) Medalha de bons Serviços; e d) Medalha de Comportamento Exemplar.

MEDALHA DE OURO

A Medalha de Ouro do Município de Albergaria-a-Velha destina-se a agraciar pessoas
individuais ou colectivas, nacionais ou estrangeiras, que tenham prestado ao Município
serviços excepcionalmente relevantes, de que haja resultado, para ele, altos benefícios.

É da competência da Câmara Municipal a atribuição da Medalha de Ouro. A deliberação que conceder a Medalha de Ouro tem de ser tomada por unanimidade de todos os seus membros, sob proposta de qualquer deles ou da Assembleia Municipal.

Com a atribuição da Medalha de Ouro é concedido, simultaneamente, ao galardoado o titulo de "Cidadão Honorário de Albergaria-a-Velha".

A Medalha de Ouro é entregue em cerimónia pública e solene e corresponde a um distintivo constituído por uma roseta de seda, em forma circular, com as cores do Município e a inscrição a ouro "Município de Albergaria-a-Velha".

Nota: Em 21 de Janeiro de 2004 foi atribuída a Medalha de Ouro, e o titulo de "Cidadão Honorário de Albergaria-a-Velha", ao então Presidente da República Dr. Jorge Sampaio.

Visita do Presidente República - 11/10/2008



Uma pequena multidão concentrou-se na Escola Básica de Albergaria-a-Velha na manhã de 11 de Outubro para receber o Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, que foi convidado para inaugurar a nova infra-estrutura.

Pelas 11h00, o mais alto representante da Nação foi recebido por uma parada do corpo de Bombeiros e por elementos das quatro Bandas do Município, que tocaram, em conjunto, o Hino Nacional. Já dentro de um dos blocos, e antes da bênção do novo espaço e do descerramento da lápide, um grupo de alunos brindou os presentes com a interpretação do Hino da Escola, tendo este momento merecido os mais rasgados elogios do Presidente, que insistiu em tirar uma foto conjunto com os pequenos cantores.

"Felicito a Câmara Municipal por esta aposta. A aposta certa!", afirmou Cavaco Silva, perante uma plateia de centenas de pessoas. "A educação é um verdadeiro desígnio nacional, que deverá unir os Portugueses; contribui para a igualdade, a justiça social, o desenvolvimento económico e a melhoria das condições de vida da população". Sendo assim, o Presidente da República exortou os pais a fazerem tudo para que os seus filhos permanecessem na escola, no mínimo, até ao 12º ano e pediu, também, a toda a comunidade para acompanhar as actividades desenvolvidas na área de educação.

O investimento na requalificação e apetrechamento do parque escolar, a aposta em actividades de desenvolvimento integral dos estudantes e o desenvolvimento de parcerias com outras entidades, tais como a Universidade de Aveiro, foram louvados por Cavaco Silva que defendeu que, modelos como este, "deveriam ser replicados noutros Concelhos".

Nesta sua visita a Albergaria-a-Velha, o Presidente da República foi distinguido com o título de Cidadão Honorário e recebeu a Medalha de Ouro do Município.

CMA

Pelourinhos

PELOURINHO DE FROSSOS

O monumento assenta em três degraus quadrados com bastante altura, lisos, e de bordo saliente. Anteriormente possuía base quadrada bastante elevada assutada no topo e com pequena plataforma. Eram quatro os colunetos que protegiam esta base. A coluna é lisa e possui pequena gola no topo, seguida do capitel também em forma quadrada mas com mais largura e pouca altura. Nesta desenvolve-se o remate com a sua forma cúbica. Nele estão inseridas em duas das suas quatro faces, as armas de Portugal já pouco legíveis, e nas outras duas elementos heráldicos já pouca definição. Na parte terminal tem uma grimpa em ferro muito elevada, com quatro braços.

Largo do Pelourinho - Freguesia de Figueiredo de Frossos

I.I.P. Decreto 23122 de 11/10/1933 - ALBERGARIA -A-VELHA





PELOURINHO DE ANGEJA

O pelourinho assenta em três degraus quadrados. O último tem acentuado assutamento.
A plataforma de feição prismática tem oitenta centímetros de altura e possui ligeiro ressalto na parte superior onde vem a assentar a coluna de um metro e trinta centímetros de altura, com a sua forma cilíndrica. Possui ligeira gola na base e na parte superior onde se forma o capitel.

O remate em bloco prismático quadrangular possui ligeiro bordo saliente na parte inferior e superior.

Nas quatro faces tem em relevo, as armas de Portugal, um castelo e duas esferas armilares encimadas por uma cruz de Cristo. Por remate possui uma coroa real.
O pelourinho foi construido no ano de 1902 provavelmente com o aproveitamento de algum material do primitivo monumento.

Praça da República - Freguesia de Angeja
I. I. P. Decreto 23122 de 11/10/1933 - ALBERGARIA-A–VELHA

I. I. P. Decreto 23122 de 11/10/1933

Em 1933 o Governo satisfazendo a velha aspiração da Associação dos Arqueólogos Portugueses, reconhecendo o valor dos pelourinhos, mandou proceder à sua catalogação e inventário. O Decreto n° 23122 que tal ordena é precedido dos seguintes considerandos.
" Duas espécies de monumentos nos restam hoje atestando a nossa antiga e característica organização social: Os paços do concelho e os pelourinhos. A utilização interrupta dos primeiros tem desnaturado ou transformado os poucos exemplares que ainda nos restam.Os pelourinhos que em Portugal são mais símbolos da autonomia regional do que locais de tortura, estão em regra menos deturpados, embora abandonados pelas municipalidades e até pelo Estado, que apenas tem classificados trinta e três de entre os de maior valor artístico.
Nunca se atendeu ao seu valor histórico, assim como nunca se procedeu ao seu inventário. Apenas alguns estudos particulares se podem considerar como elementos, aliás valiosos para o seu estudo e catalogação."

Tem a data de 11 de Outubro de 1933

dados retirados do livro:

PELOURINHOS DO DISTRITO DE AVEIRO
JÚLIO ROCHA E SOUSA (Edição de Autor, 2000)

Museus de Cidade

Os museus de cidade são multifacetados - "Têm colecções de importancia histórica e documental e também têm arte, arqueologia, e, às vezes, etnografia e mesmo colecções de história natural" (Renée Kistemaker).

Os museus de cidade também possuem testemunhos orais, pinturas, filmes, vídeos, novos media e muitos outros materiais que podem ser usados para contar a história da cidade.

O desafio é combinar eficazmente e apresentar tão diversificadas colecções.

Outra área que congraga muitos museus de cidade é coligir o contemporâneo. "Se um museu da cidade não é contemporâneo, limita a sua audiência primariamente aos que buscam nostalgia e não história" (Robert Macdonald).

"A principal missão de um museu da cidade é ajudar as suas audiências a compreender porque é que a cidade que conhecem é como é".

http://uaonline.ua.pt/upload/med/med_597.pdf
http://www.marforum.org/viewtopic.php?t=1113&view=previous&sid=36ab960ca4e93bd3a99cfda56338b79d
http://patrimonioarterial.blogspot.com/2007/05/workshop-museu-de-cidade-2526-maio.html

sábado, 11 de outubro de 2008

Celulose do Caima

Nesta edição do Caima Jornal, não vamos fazer a história dessa indústria, vamos isso sim, viajar pelo rio Caima abaixo, até chegar junto ao lugar de Fradelos, na freguesia da Branca, onde as enormes e desactivadas instalações da Celulose do Caima, fazem recordar com nostalgia o tempo não muito distante em que centenas de trabalhadores aí trabalhavam.No ano de 1846 resolveu a Comissão Administrativa da Câmara Municipal de Oliveira de Azemeis, que: “... só se escrevesse na Secretaria, em Papel Nacional”.

Curiosa determinação essa, a que não deveria ser alheia a profissão de um dos seus membros, Francisco Assis de Carvalho, que tinha em Carregosa uma fábrica de papel, no lugar da Ínsua.No curso do rio Caima, investidores ingleses, viram potencialidades suficientes para dar energia ás máquinas que aí estavam resolvidos a montar.

No ano de 1888 é fundada a “The Caima Timber Estate and Woold Pulps Company Ldª”, cuja actividade principal seria ao longo de mais de um século a produção de pasta para o fabrico de papel, para tal fim foi adquirida por 36 mil réis a vasta “Quinta do Carvalhal”, situada entre as freguesias de Ribeira de Fráguas e Branca, composta por casas de habitação, pinhais e terras lavradias, nas margens do rio Caima e o vendedor foi William Cruickshank, Director das Minas do Palhal, em Silva Escura - Sever do Vouga.

Nas enormes instalações fabris agora sem vida laboraram ao longo de gerações largas centenas de trabalhadores, como por exemplo, José da Silva, agora com 82 anos que aí laborou durante 55 anos e com quem falamos.

Três gerações a trabalharem na Caima

José da Silva, dos 10 aos 65 fez um pouco de tudo. Reside no lugar de Fradelos, bem perto da Escola Primária, José da Silva, nascido a 25 de Novembro de 1923, pouco tempo teve para gozar a meninice, já que saído da escola com 10 anos, logo seguiria as pisadas de seu pai, Manuel da Silva e foi como pequeno operário acartar carvão para as caldeiras de fogo da grande fábrica de produção de pasta de papel “Caima Pulp”, que entretanto com instalações totalmente renovadas em 1926 se tornaria a mais antiga fábrica de pasta de papel de eucalipto da Europa.José da Silva, anos mais tarde passou para a Silvicaima, sendo em 1988 encarregado florestal e afirmou-nos que:... dantes não haviam tantos fogos!.”

A quem interessa o abandono da Celulose do Caima?

A quem lá trabalhava, não!... Mas não foram só os trabalhadores que ficaram sem o emprego, dezenas de fornecedores locais viram ir-se embora um bom cliente! O encerramento total das instalações da Celulose do Caima S. A., em Fradelos - Branca, passando a sua actividade para a unidade indústrial em Constância, deixou ao abandono um património arquitectónico fabril, no valor de milhões de euros, e sem emprego, no lugar de Fradelos e em toda a região do Caima, largas dezenas de pessoas.

E isto, segundo a opinião geral, por questões ecológicas mal geridas pelo poder autárquico: “Os ingleses foram-se embora!...”. Como homenagem aos que aí trabalharam e fornecedores seguem-se alguns nomes de trabalhadores: Ilídio Loureiro da Silva Pedro e seu familiar Ilídio Pereira Loureiro; Armindo Lopes; Raul Martins; Mário Rodrigues."

Fonte: Caima Jornal/Jornal Regional

Entrevista ao Presidente Junta Freguesia de Albergaria


Para José Menezes, presidente da Junta de Freguesia de Albergaria-a-Velha, a grande mais-valia da Zona Industrial aqui instalada assenta na sua «excelente localização». Quanto à sua dimensão, está a prevista a criação de um pólo de Nova Geração, aquando da revisão do PDM

EA-Como caracteriza o tecido empresarial da Zona Industrial de Albergaria-a-Velha (ZIA)?

A ZIA caracteriza-se por ter um tecido empresarial diversificado na área da metalomecânica, cerâmica, plástico, moldes, mármores, reciclagem, tratamento de superfície, madeiras, panificação, metal duro, fundição, comércio automóvel, construção, entre outros sectores. Destaco a Grohe, a Bimbo, a Durit, a Alberplás, a Polivouga, a Metaloiberica, a Manufacturas Abreu, a Lusoparquete, a Portopal, a Trinoplás, a Fundição Penedo Beira, a Albergran, a MCRios, a Ambitrena, a Galvaza, a Quimialmel, a Cinca, a Volvo, a Maxit, a Pertos, a Maiolica, a Fisola, a NJL, entre outras

EA-Como classifica a capacidade de atracção de investimento da ZIA para a freguesia?

A sua capacidade de atracção de investimento deve-se à sua implantação no terreno, aliado à proximidade do Porto de Aveiro, à linha do Caminho-de-ferro do Norte e a sua ligação preferencial através da A25 para a vizinha Espanha e, daí, para o resto da Europa, não falando para os diversos eixos viários que atravessam o concelho

EA-Quais as principais carências da ZIA?

A sua principal carência é a sua dimensão, atendendo à procura dos investidores para o local. O executivo da Junta de Freguesia de Albergaria-a-Velha já sugeriu ao executivo da Câmara Municipal de Albergaria-a-Velha os novos limites de alargamento, aproveitando a actual fase da revisão do Plano Director Municipal (PDM).

A referida sugestão de alteração abrangeu, igualmente, outras zonas de terrenos da freguesia, que poderão servir para proporcionar o aumento dos índices de construção urbana com a consequente fixação de novos potenciais munícipes.

EA-O que a diferencia a ZIA das demais e que pode ser encarado como factor atractivo para instalação de novas empresas?

A principal mais-valia da ZIA é, sem dúvida, a sua posição geo-estratégica face aos principais eixos viários que atravessam a nossa freguesia e o nosso concelho, que permitem aos residentes de outros concelhos vizinhos o seu fácil acesso aos locais de trabalho, sedeados nas empresas localizadas na ZIA.
Podemos considerar, igualmente, mais-valias a existência dos cursos de especialização tecnológica que existem na Escola Secundária de Albergaria-a-Velha, em parceria com a Universidade de Aveiro e a Câmara Municipal de Albergaria-a-Velha, não esquecendo a proximidade de outros centros de formação localizados nos concelhos de Águeda e de Aveiro e da própria Universidade de Aveiro.
A própria centralidade (rodeada de concelhos com um bom índice populacional), a ZIA consegue ser um atractivo para os quadros médios e superiores procurarem emprego na freguesia, não esquecendo todo o parque habitacional actualmente existente, disperso por vários pontos da freguesia que constituem pólos apelativos de fixação para quem quer aliar ao emprego uma melhor qualidade de vida.

EA-Qual a evolução prevista?

Pretende-se, com a revisão do PDM, a expansão da ZIA, com a criação de um pólo da Zona Industrial da Nova Geração (ZING), onde possa congregar várias valências na área da formação, incubação de empresas, serviços de inovação e desenvolvimento (ID), com uma ligação estreita com a Universidade de Aveiro e com a AIDA.

EA-A sua localização é um ponto a favor?

A localização da ZIA é excelente face à proximidade dos principais eixos viários – IC1/A29, IC2/EN1, EN109, A25, A1, aliada aos estudos existentes da RAVE (Rede de Alta Velocidade), que apontam para a localização da futura estação de Aveiro do TGV nas proximidades da freguesia de Albergaria-a-Velha, bem como, a longo prazo, da concretização da ligação Aveiro – Salamanca (Europa).

EA-O que falta na freguesia de Albergaria-a-Velha, ao nível de infra-estruturas?

As infra-estruturas, de um modo geral, são satisfatórias, quer no campo da saúde, da justiça, do ensino e dos outros serviços de uma maneira mais abrangente.
Tem-se verificado o esforço da autarquia, de alguns ministérios, em dotar as infra-estruturas com melhores capacidades de resposta face ao exigente mundo de ofertas.
Não posso esquecer o esforço que as Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) da freguesia têm feito, não só na construção de novos equipamentos sociais na área da infância e da família, como na melhoria das existentes na área da terceira idade.
A requalificação dos espaços que o executivo da Junta de Freguesia, que tenho o grato prazer de liderar, tem vindo a fazer nos vários locais da freguesia, têm sido os aspectos positivos desejáveis na fixação de novos munícipes. Não é por mero acaso que temos sido uma das freguesias do país que mais tem crescido, a nível populacional, nos últimos anos.

EA-Quais os principais investimentos previstos para o próximo ano?

São vários os investimentos previstos para o ano de 2008, uns em fase de conclusão, outros na fase de arranque. Dos que estão na fase de colocar ao serviço da comunidade, quero realçar o novo Centro de Acolhimento Temporário, «O Aconchego», mais uma obra de vulto da Associação Humanitária Mão Amiga (IPSS), e a nova Escola EB 1.2., que será um equipamento com qualidade desejável para os jovens poderem usufruir com uma mais-valia nas suas etapas de vida estudantil.
Dos investimentos que estão em fase de arranque, quero realçar a requalificação do lavadouro de S. Marcos e a sua zona envolvente, o projecto de requalificação de um lavadouro na rotunda de Assilhó, que servirá de museu, a requalificação da Rua 1.º de Dezembro, a criação do parque de estacionamento da nova EB 1.2, a melhoria dos espaços envolventes de certas zonas habitacionais, entre outros. Quero, também, realçar na área social, o esforço que a Santa Casa da Misericórdia de Albergaria-a-Velha e a Associação de Infância D. Teresa vão realizar no âmbito do PARES II, com a amplificação e construção das suas valências de Centro de Dia, Lar e Creche, respectivamente.

EA-O que considera que poderia contribuir para um maior desenvolvimento da freguesia?

A manutenção da filosofia da requalificação dos espaços, com a consequente fixação de novos habitantes, e a existência de mais postos de trabalho, são dois pontos-chave que representam uma mais-valia actual no desenvolvimento da freguesia.

EA-Como é a relação da Junta de Freguesia com a Câmara Municipal de Albergaria-a-Velha?

São dois órgãos presididos por dois homens que têm um percurso de destaque na gestão e na dinamização de equipamentos sociais localizados nas freguesias de Albergaria-a-Velha e Alquerubim. Os seus perfis e sensibilidades representam uma mais-valia na parceria saudável entre dois órgãos, cuja meta é procurar trazer para a freguesia uma qualidade de vida para os seus munícipes.
Para mim, defendo que a política deveria assentar numa tríade de conceitos – tolerância, igualdade e solidariedade. Ser solidário é muito mais que responsabilidade recíproca, é a partilha com os outros de direitos e obrigações contratuais, que se encontram numa interdependência de interesses dos munícipes, sem olhar às cores partidárias.
É com esta cultura que o executivo da Junta de Freguesia tem vindo a desenvolver parcerias, não só com a Câmara Municipal de Albergaria-a-Velha, como com o Instituto de Reinserção Social, o Instituto do Emprego e Formação Profissional de Águeda e as colectividades sedeadas na freguesia.

Em Aveiro - terça-feira, 27 de Novembro de 2007

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Calão dos contrabandistas de Albergaria-a-Velha


LOCALIZAÇOM DOS PRINCIPAIS CRIPTOLECTOS GREMIAIS DA PENÍNSULA IBÉRICA"

1. Latim dos Canhoteiros: gíria dos canteiros de Carreço, Viana do Castelo.
2. Gíria dos Erguinas de Beiriz: gíria dos canteiros da Póvoa de Varzim.
3. Gíria dos contrabandistas de Albergaria-a-Velha.
4. Galramento ou Verbo dos Afifes: gíria dos alvanéis de Molelos.
5. Verbos dos Arguinas de Oliveira do Hospital: gíria dos canteiros deste lugar.
6. Gíria dos contrabandistas de Quadrazais.
7. Lainte: gíria dos vendedores ambulantes de tecidos de Castanheira de Pêra.
8. Piação de Ninhou: gíria dos cardadores e negociantes de lã de Minde, Alcanena.
9. Verbo dos Arguinas galegos e minhotos.
http://www.slideshare.net/vitinhoourense/20080912-pgl-didactica-ourense-jorge-rodrigues-etnolinguistica-presentation/28

exemplos:

- monteira (calão dos contrabandistas de Albergaria-a-Velha —A. Coelho, 88) que no século XVIII significava 'carapuça de pano'.

- telo [guer ou gel AC] — sm regionalismo: Beira (Albergaria-a-Velha). Uso informal. Jumento (mastzoo).

http://www.ciganosbrasil.com/novo/Lexico_cigano.doc

Nota: trata-se de calão arcaico que deixou de ser usado. O contrabando, possivelmente de Serém para a Galiza, perdeu importância em relação ao contrabando de fronteira.

Novas Cartas Portuguesas



Novas cartas portuguesas

Livro de Maria Isabel Barreno, Maria Teresa Horta e Maria Velho da Costa
Publicado por Editorial Nórdica, 1974

Saber mais sobre a Obra

No livro (relacionado com as "Cartas de Uma Freira Portuguesa" de Mariana Alcoforado) é publicada uma carta de Maria Ana para o marido, emigrado no Canadá, e a resposta do marido. A aldeia do Carvalhal é situada geograficamente no distrito de Aveiro e no Concelho de Albergaria-a-Velha mas é indicada a freguesia de Oliveira de Fráguas quando na realidade deveria estar Ribeira de Fráguas.

"Carta de um homem de nome António, emigrado no Canadá há doze anos na cidade de Kitimat, na Costa Ocidental, frente às ilhas da Rainha Carlota e perto da fronteira do Alaska, a sua mulher de nome Ana Maria, da aldeia do Carvalhal, pertencente à freguesia de Oliveira de Fráguas, do concelho de Albergaria-a-Velha, distrito de Aveiro."
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(...) encontramos também discursos que nada têm a ver com a paixão da freira de Beja, inscrevendo-se antes num espaço social bem definido, como a emigração ou a revolta juvenil e introduzidos, respectivamente, pela carta de uma mulher da aldeia do Carvalhal, dirigida a seu marido, emigrante no Canadá, e pela carta de uma universitária de Lisboa endereçada ao seu noivo, desertor, propondo assim a afirmação de vivências múltiplas e singulares.

(...) propondo ironicamente uma definição das “tarefas” femininas, apresentadas sob a forma de um exercício escolar, como a “redacção de uma rapartiga de nome Maria Adélia nascida no Carvalhal e educada num asilo religioso em Beja”