terça-feira, 21 de outubro de 2008

Primeira Cadeia da Vila

Terminada a fraticida guerra entre os partidários de D. Miguel e de D. Pedro, com a vitória dos Liberais, Albergaria-a-Velha foi elevada à categoria de vila e passou a cabeça do concelho com o mesmo nome.

Para tal contribuiu a tomada de posição da maioria dos seus habitantes, entre os quais se destacou uma plêiade de activos liberais. Pesou também, naturalmente, nesta distinção o reconhecimento da realidade social e política e da posição estratégica da, nossa região, co­mo ao longo dos tempos ficou bem demonstrado.

Logo em 1835, o recém-criado concelho passou a fazer parte do nóvel distrito de Aveiro, por Decreto de 18 de Julho. Empossada a Câmara Municipal, uma das suas primeiras preocupações foi procurar conseguir as estruturas indispensaveis (…)

Ora uma das necessidades já reconhecidas no relatório do médico-visitador oficial das cadeias da Comarca de Aveiro, a que pertencíamos, era a da construção de uma capaz e segura cadeia em Albergaria-a-Velha, (…).

Não havendo na ocasião, co­mo se compreende, a verba indispensável para o efeito, aproveitou-se o velho edifício do Real Hospital de Albergaria-a-Velha que, por essa ocasião, fora extinto por absoluta falta de meios de subsistência. Situado junto à estrada real de Lisboa-Porto, no centro da vila, no troço hoje denominado por Rua do Hospital, fazia esquina com o pequeno largo onde desembocava a estrada vinda de Valmaior, hoje denominado Praça de D. Teresa ou Praça Velha.

Após algumas obras de adaptação, o decrépito prédio setecentista do Hospital veio a ser a primeira cadeia da vila e assim foi permanecendo, em precárias condições de salubridade e segurança, ao longo de oitenta anos.

Instalado o Julgado Municipal, em 16 de Junho de 1887, e criada pouco depois em sua substituição a Comarca de Albergaria-a-Velha (20 de Setembro de 1890), começava a tornar-se imperiosa a construção de um edifício para cadeia que satisfizesse as necessidades do sistema judicial então instaurado.

Nesta altura, porém, a Câmara Municipal, presidida por Bernardino Máximo d'Albuquerque, estava empenhada em fazer erguer o edifício imprescindível para Paços do Concelho. Aprovado o projecto do arquitecto aveirense Maia Romão no final deste ano, iniciou-se a construção no ano seguinte para vir a concluir-se em 1897. (…)

Albuquerque Pinho
Beira-Vouga

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