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sexta-feira, 22 de março de 2024

Museu e Arquivo Histórico dos Recursos Hídricos

 20 Março 2024

O Futuro Museu e Arquivo Histórico dos Recursos Hídricos vai ser o tema principal das comemorações do Dia Mundial da Água em Albergaria-a-Velha. No dia 22 de março, o Município e a APA – Agência Portuguesa do Ambiente, IP vão organizar a segunda exposição intitulada "Recursos Hídricos: História, Sociedade e Saber" que integrará um maior número de peças do futuro Museu e Arquivo Histórico, bem como visitas ao espaço de depósito do arquivo.

A inauguração do evento na Biblioteca Municipal, pelas 10h30, contará com a presença dos Administradores das Regiões Hidrográficas Inês Andrade (ARH do Norte), Nuno Bravo (ARH do Centro) e Susana Fernandes (ARH do Tejo e Oeste). Segue-se a apresentação do tema Reabilitação do Rio Caima e da Nora de Valmaior por Pedro Teiga, Investigador e Especialista em Reabilitação de Rios e Ribeiras e a apresentação da aNC Arquitetos sobre o projeto de arquitetura do futuro Museu previsto para a antiga Fábrica de Papel de Valmaior. Ainda de manhã, será apresentado, pelas Águas do Centro Litoral o painel “AdCL na valorização dos Recursos Hídricos", pelo Administrador Paulo Leitão, seguido da apresentação da obra literária "Viagem Inadiável da Água", de António Vilhena, com fotografias de José Vieira. Com esta obra, pretende-se que o leitor viaje, com a (narradora) Maria, pelos trinta municípios servidos pela Águas do Centro Litoral, reencontrando nomes e paisagens do imaginário coletivo.

À tarde, pelas 14h30, será efetuada uma visita ao depósito do Arquivo Histórico, para onde será transferido, de forma faseada, o acervo histórico documental da APA relativo aos recursos hídricos, que será tratado de forma a garantir a sua melhor preservação e futura divulgação online. A exposição na Biblioteca Municipal será inaugurada, pelas 14h50, por José Pimenta Machado, Vice-Presidente da Agência Portuguesa do Ambiente. O roteiro terminará em São João de Loure, para apresentar o projeto, já concluído, da reabilitação e valorização da vala hidráulica.


O Município de Albergaria-a-Velha e a APA – Agência Portuguesa do Ambiente celebraram, em 2023, um protocolo de colaboração para a criação do futuro Museu e Arquivo Histórico dos Recursos Hídricos em Portugal. A constituição deste novo equipamento é de grande relevância no que diz respeito à preservação e tratamento dos acervos históricos, no seu papel interativo junto da comunidade, na disponibilização dos arquivos para investigação, sendo também comum ao interesse nacional, com recurso, entre outras, a tecnologias sensoriais e multimédias.


O Município e a APA pretendem desenvolver junto da sociedade o interesse e respeito por este património e, consequentemente, a consciencialização e a participação cívica. Mesmo sem o edifício físico, as duas entidades estão empenhadas em promover a divulgação do espólio em iniciativas regulares até ao momento de inauguração do Museu e Arquivo Histórico dos Recursos Hídricos.

CMA

domingo, 1 de outubro de 2023

Município quer adquirir antiga Fábrica do Papel - 2000

A Câmara de Albergaria-a-Velha formalizou o interesse na aquisição da antiga fábrica de papel, em Vale Maior. 

 De acordo com o presidente da edilidade, citado pelo semanário Linha da Frente, trata-se de «um espaço nobre» no centro da freguesia «que poderá ser utilizado pelas colectividades locais». 

Rui Marques minimiza o estado avançado de degradação do imóvel, considerando que restaurado poderia albergar também um centro de dia para idosos ou a delegação da Associação Portuguesa dos Pais e Amigos Cidadãos Deficientes actualmente a funcionar em instalações provisórias em Soutelo, freguesia da Branca. 

O interesse na compra da velha fábrica do papel foi dado a conhecer ao executivo camarário que ainda não tomou qualquer decisão. 

Antes, a Câmara deseja saber a opinião da Junta de Freguesia de Vale Maior. 

O presidente da edilidade não avança, para já, com os números envolvidos neste negócio mas já terá feito uma proposta à empresa Companhia de Papel do Prado, actual proprietária do imóvel e terrenos adjacentes. 

Existe, inclusivamente, um pré-acordo que poderá originar o contrato de compra e venda definitivo se a Câmara, primeiro, e a Assembleia Municipal, depois, autorizarem.

Cultura motiva críticas

 Em artigo de opinião publicado pelo jornal "Linha da Frente", Jesus Vidinha, vogal do PS na Assembleia Municipal de Albergaria-a-Velha, considera a actividade cultural do concelho «frágil e diluída», advogando um reforço desta componente da vida comunitária.

Um papel que cabe ao município desempenhar. «São necessários mais e largos passos» para Albergaria-a-Velha «uma verdadeira política que verse a cultura». 

O articulista reconhece o esforço com a aquisição do cine-teatro Alba e a promoção de alguns eventos culturais. 

Acha, no entanto, que se trata de «uma visão redutora». Jesus Vidinha defende uma actividade cultural mais abrangente e envolver de modo horizontal toda a actividade autárquica.

Valorizar os edifícios históricos e  criar espaços museológicos são duas propostas que o vogal do PS apresenta.  

19/06/2000

https://arquivo.pt/wayback/20010527024921/http://www.noticiasdeaveiro.pt:80/alba19jun2000.htm

https://novos-arruamentos.blogspot.com/2010/06/fabrica-de-papel-de-valmaior.html


sexta-feira, 29 de setembro de 2023

Futuro Museu Nacional de Recursos Hídricos?

Albergaria vai acolher futuro Museu Nacional de Recursos Hídricos

O município de Albergaria-a-Velha vai acolher um museu de âmbito nacional dedicado aos recursos hídricos, no âmbito de um protocolo que foi assinado este mês entre esta autarquia do distrito de Aveiro e a Agência Portuguesa do Ambiente (APA).

Em declarações à Lusa, o vereador com o pelouro da Cultura, Delfim Bismarck, disse que o Museu Nacional e Arquivo Histórico dos Recursos Hídricos irá ficar instalado numa parte da antiga fábrica de papel de Valmaior, que será alvo de requalificação.

Segundo o vereador, o investimento com a requalificação do imóvel e aquisição do equipamento deverá rondar uma quantia entre os seis e os sete milhões de euros, os quais serão suportados quase na sua totalidade por fundos comunitários.

“Isto é um processo demorado. Não vamos ter o museu aberto daqui a dois anos, mas esperemos ter o edifício já quase requalificado nessa altura, ou em vias disso e estar tudo a andar”, disse o vereador.

Delfim Bismarck referiu que o projeto nasceu da necessidade de centralizar toda a documentação histórica da APA que se encontra “espalhada a nível nacional por sete ou oito edifícios” sem condições.

“Um ou outro [documento] tem a inventariação e tratamento documental, mas a maior parte da documentação está posta de lado, está em armazéns com humidade, não inventariada. Os investigadores querem estudar cada vez mais essa documentação e não conseguem aceder porque não está inventariada, está em caixotes, não está numerada, não está organizada”, disse o vereador.

Além da preservação e tratamento deste acervo histórico, o objetivo deste projeto é também disponibilizar estes arquivos para investigação.

“O que se pretende é que Valmaior, para além de ter os seus funcionários do arquivo e do museu, tenha uma comunidade científica, os investigadores, principalmente os da Universidade de Aveiro que, pela sua proximidade, vão lucrar bastante com isso, terem a documentação história de recursos hídricos portugueses toda ali disponível a médio prazo”, referiu Delfim Bismarck.

No âmbito do protocolo que foi assinado entre as duas entidades, o município compromete-se a disponibilizar um espaço e recursos técnicos para a constituição do museu em estrita colaboração com a APA.

A APA obriga-se a contribuir com uma quantia anual até 36 mil euros para as despesas de manutenção e funcionamento dos espaços ocupados pelo museu, bem como a suportar os encargos imputados ao respetivo transporte.

O protocolo terá a duração de três anos renovável automaticamente e sucessivamente por igual período.

28 / SETEMBRO / 2023

terça-feira, 6 de dezembro de 2022

Politica cultural

Também promovemos campanhas arqueológicas (...) e começamos a trabalhar numa carta arqueológica do concelho.

São várias frentes para valorizar a questão da identidade: as casas antigas, os moinhos, os espigueiros, as fichas da Alba, a história da Alba, o levantamento azulejar, a emigração, a gastronomia, a música - fazemos parte do projeto SOMA [Sons e Memórias e Aveiro], de inventariação de tudo o que é música, entre tantos outros.

(...)

Claro que nós não temos monumentos nacionais, portanto, há que promover o que temos, o que é diferenciador e divulgas a nossa história, por exemplo, através da revista Albergue.

E também estamos a trabalhar no Museu, porque Albergaria deve ser o único concelho da região que não tem museu. Será um Museu do Território, da Região de Albergaria.

Ainda não lhe posso dizer a localização, mas à partida será num local central. De resto, estamos na fase de conclusão do programa, para a seguir passarmos para a fase da localização e arquitetura. Só depois é que será a construção, mas a questão é que não há financiamento para museus em Portugal.

(entrevista de Delfim Bismarck ferreira, jornal de Albergaria 1ª quinzena Dezembro 2022)

 


sexta-feira, 5 de abril de 2019

Litoral Magazine - Entrevista a Delfim Bismarck


O vice-presidente da Câmara Municipal de Albergaria-a-Velha e vereador da cultura, Delfim Bismarck, revela que o projeto cultural para o concelho passa por um setor que muitas vezes é esquecido: o da identidade histórica e cultural.

Com vários projetos a decorrer nesta área, acredita que cidadãos mais informados serão mais capacitados e ativos. Em entrevista à Litoral Magazine, garante que conhecer a nossa história e o nosso património é um fator diferenciador na identidade territorial. “Só se ama aquilo que se conhece!”

LM - Explique-me a estratégia cultural do município para 2019?

DBF - Para 2019, a estratégia cultural do município vem na sequência dos anos anteriores, nomeadamente no que diz respeito à criação de públicos e do reforço da identidade histórica e patrimonial do concelho. Sem estes, estaríamos a programar e a investir dinheiros públicos sem retorno. Daí a nossa preocupação em criar uma oferta cultural transgeracional muito diversificada, não indo atrás de tendências ou modas que na sua maioria não trazem mais-valia alguma para o território.

LM - O orçamento mantém-se igual relativamente ao ano passado?

DBF - De uma forma geral sim. Deveremos rondar 1,1 milhões de euros de investimento na área da cultura, entre atividades, apoio a coletividades, programação no cineteatro Alba, na biblioteca e no arquivo municipal, escavações arqueológicas, edições, entre outros, não incluindo encargos com as referidas instalações nem custos com o pessoal.

LM - O que Albergaria-a-Velha pode esperar para este ano?

DBF - Para além da natural consolidação de uma programação eclética, existirão algumas novidades que passam pelos primeiros passos na criação de um museu, a organização de uma conferência internacional na área das bibliotecas, a ampliação da Rota dos Moinhos, e a aquisição de mais um sítio arqueológico de relevo para posterior escavação e estudo.

LM - Qual o objetivo da criação do museu?

DBF - Será um museu onde serão realçados os mais importantes contributos para a história regional e nacional, pois os territórios que compõem o concelho de Albergaria-a-Velha foram, em diversos períodos, extremamente importantes para a história nacional, fosse na pré-história, na Idade Média, na história da indústria moageira, papeleira, de mineração e de fundição, ou ainda na 2.ª Invasão Francesa, na Monarquia do Norte, entre outras. A ideia é criar um museu que conte estas e outras histórias, uma vez que a maioria da população não tem noção do papel de Albergaria-a-Velha na História de Portugal.

LM - Qual a importância do Festival do Pão para a promoção do concelho e dos seus recursos?

DBF - O Festival do Pão de Portugal insere-se numa estratégia integrada na área do Turismo e Património, planeada pela autarquia. Assim, considerando a diversidade e qualidade dos recursos do município ao nível dos produtos locais e da gastronomia, bem como de um conjunto de recursos turísticos com elevado potencial e, por outro lado, a oportunidade de a partir deles conceber novas ofertas territoriais que potenciem o concelho na sua globalidade e onde este se possa diferenciar pela positiva, o tema do pão (e tudo a ele associado, como sejam os moinhos ou a indústria de panificação) surge como uma oportunidade a explorar em Albergaria-a-Velha.

LM - E o Albergaria ConVida?

DBF - O Albergaria ConVida, sendo outro dos grandes eventos anuais, já não é tão diferenciador, uma vez que gastronomia, artesanato e grandes concertos existem um pouco por todo o lado. No entanto, com o Festim – Festival Internacional de Música do Mundo e com os grandes nomes nacionais em concerto, temos conseguido atrair a este festival milhares de pessoas naquele que é um dos momentos altos da animação cultural do concelho.

LM - De que forma a Rota dos Moinhos contribuiu para a reconstrução do património da região?

DBF - Sendo Albergaria-a-Velha o concelho de toda a Europa com mais moinhos de água inventariados, mais de 350 moinhos, entendeu a autarquia divulgar e promover todo esse vasto património edificado, criando a Rota de Moinhos do concelho de Albergaria-a-Velha. De facto, esta é uma temática que pela sua expressão cultural do território e componente da sua identidade regional, constitui-se como um importante elemento diferenciador e de elevado potencial. Assim, temos assistido, gradualmente, ao aumento do número de moinhos recuperados, ao aumento do número de moinhos inseridos na Rota dos Moinhos e ao aumento do número de visitantes à mesma.

LM - Albergaria-a-Velha tem uma iniciativa única na região: o Festival Risorius. Que mais-valias trouxe para o município?

DBF - O Risorius, Festival de Humor e Arte, tem vindo a consolidar outra das marcas culturais de Albergaria-a-Velha no panorama nacional. Graças ao médico e humorista Carlos Vidal, mentor deste festival, a quem damos total “carta-branca” para programar edição após edição, este festival é já uma referência a nível nacional, tendo por aqui passado os principais nomes nacionais nesta matéria. Recentemente, com a realização do programa “Governo Sombra”, durante o festival, este teve, uma vez mais, grande mediatização nacional.

LM - Qual a iniciativa cultural que considera ter sido a mais vantajosa para o concelho?

DBF - De todas as referidas anteriormente, creio ter sido o Festival do Pão de Portugal, pois a sua visibilidade na comunicação social nacional ultrapassa todos os eventos, mesmo a Expo-Florestal. E esse facto, só por si, reforça a competitividade de Albergaria-a-Velha e valoriza a sua identidade. É curioso como a diáspora Albergariense começou a lidar com o facto de o seu concelho estar nos canais televisivos nacionais por bons motivos. No passado, este tipo de visibilidade era escassa e quase sempre negativa, com alusões aos incêndios e à prostituição.

LM - De que forma considera que a população se sente envolvida com a programação do Cineteatro Alba?

DBF - O facto de a programação ser “um pouco para todos os gostos” contribuirá para isso. Naturalmente que existem ainda pessoas sem hábitos culturais, daí a nossa preocupação em chegar a essas “franjas” para que adquiram esses hábitos e não se sintam excluídos.

LM - Qual o papel da Biblioteca Municipal de Albergaria-a-Velha na promoção da cultura?

DBF - A biblioteca municipal é o principal equipamento municipal de difusão cultural. Para além de espaço de leitura, ali decorrem exposições, conferências e atividades muito diversificadas para públicos de todas as idades. Para se ter uma noção do que estamos a falar, só no ano passado foram cerca de 30.000 visitantes (160.000 desde a sua abertura ao público em 2013). Com cerca de 30 mil visitantes na última edição, este evento é, de longe, o evento concelhio de maior visibilidade nos órgãos de comunicação social nacional.

Litoral Magazine, 29/03/2019

Aproveitamos para recuperar parte de uma outra entrevista realizada em 2016:

A estratégia que temos vindo a implementar, não apenas para 2016 mas para o atual mandato, assenta na consolidação de um modelo de desenvolvimento que alie a cultura, a educação e a economia, de modo a atrair e fixar pessoas e atividades criativas e empreendedoras. Dinamizamos a atividade cultural nos diversos equipamentos culturais do Município através da valorização, do apoio e da promoção de diversas iniciativas e eventos. Apoiamos a ação dos agentes culturais locais, incentivando o associativismo e a preservação dos valores culturais tradicionais. Nestas áreas temos a destacar o Festival Pão de Portugal, um grande evento de dimensão nacional que atraiu cerca de 27 mil pessoas, em 2015, em volta da gastronomia e de um elemento tradicional que tem uma grande história na nossa região. Trata-se de um evento em que apoiamos a produção cultural local, uma vez que durante o festival há diversas apresentações e espetáculos produzidos por associações ou grupos albergarienses, o que permite evidenciar a qualidade do que se faz no concelho. A Rota dos Moinhos é outra das vertentes desta política. O levantamento e inventariação dos mais de 300 moinhos de rodízio no concelho, permite a preservação destes engenhos com mais de um século; o desenvolvimento de turismo de natureza; a preservação do património cultural e natural e a atração de visitantes de Portugal e do estrangeiro. Em 2014, por exemplo, a Rota dos Moinhos foi visitada por 406 pessoas, em 2015 foi visitada por 689 e esperamos aumentar esse número em 2016.

Outra vertente desta política é a preservação de sítios arqueológicos de interesse, continuando escavações em locais que estavam ao abandono há décadas, valorizando-os e ou musealizando-os, como são o caso das Mamoas do Taco, monumentos funerários com cerca de 5.000 anos, ou do Monte de São Julião, na Branca. A aposta que temos levado a cabo com a identificação e valorização dos Caminhos de Santiago, no caso o Caminho Português e o Caminho Caramulo/Vouga, é outro aspeto desta política cultural que alia turismo, natureza, património e religião.

Lançámos também uma política de estudo, inventariação, preservação, conservação, classificação e divulgação do património natural, histórico, cultural e arqueológico do concelho, como forma de valorização do território e do património, tornando-o mais competitivo, atrativo e diferenciado. Destaco aqui o lançamento da revista Albergue, uma publicação anual sobre a História e o Património de Albergaria, que permite mostrar a riqueza do território, não só às pessoas de fora, mas também aos próprios albergarienses.

Temos garantido igualmente apoio a edições temáticas de interesse cultural, como o catálogo da exposição da Cinemateca Portuguesa e do Museu do Neorrealismo, que assinala o centenário do nascimento do cineasta albergariense Manuel Guimarães, ou o documentário “Alba – Uma marca ao serviço da comunidade”, sobre o fundador da Fábrica Metalúrgica Alba.

Litoral Magazine, 26/02/2016

Delfim Bismarck é natural de Albergaria-a-Velha. Em 2013, aceitou o desafio lançado por António Loureiro, presidente da Câmara Municipal de Albergaria-a-Velha para assumir as funções de vice-presidente e vereador da Cultura. Para Delfim Bismarck, Albergaria-a-Velha é um concelho bem localizado onde a indústria, o ambiente e a cultura se fundem e onde vale a pena investir, viver e visitar.

sábado, 12 de outubro de 2013

Museu para Albergaria-a-Velha

programa eleitoral do CDS/PP - 2013

- CRIAÇÃO DO MUSEU DO CONCELHO

- RECUPERAR O CARNAVAL DE ALBERGARIA

- REABILITAR E VALORIZAR O PATRIMÓNIO HISTÓRICO E ARQUEOLÓGICO

- DINAMIZAR O ARQUIVO MUNICIPAL

Albergaria-a-Velha é o único dos concelhos do distrito de Aveiro onde não existe um museu. 

É conhecida a opinião de DBF sobre a criação de um museu do concelho, sobre o aproveitamento da gastronomia, etc

A criação de um Museu Municipal fazia parte dos programas eleitorais de CDS [partido vencedor das eleições] e PS. O candidato do PSD, enquanto actual vereador da cultura, também já tinha manifestado a intenção de fazer um Museu.

Será o primeiro museu do concelho.

Nas autárquicas de 2009 constavam algumas propostas relacionadas  com museus mas apenas se viu alguma progressão na adaptação da escola do Pinheiro.

BE: "Entendemos possível que a Fábrica Alba albergue um polo universitário, um centro cultural associativo e o museu metalúrgico, tirando o máximo partido da estrutura existente."

CDS: "Porque razão a Quinta do Torreão não é transformada num projecto mais multi-funcional, (...), com a construção de uma biblioteca e do Museu de Albergaria?"

CDS/Ribeira de Fráguas: "Contactar a Diocese de Aveiro, no sentido de protocolar e viabilizar a cedência da antiga residência paroquial, com o objectivo de instalar um Museu e Biblioteca para a Freguesia."

PS: "Museus etnográficos nas freguesias. "

PSD: "Conversão da Escola do Pinheiro em Escola Museu. "

PSD/Angeja: "Criar um pequeno museu na escola do Fontão, dedicado às actividades do Lugar, o pão e os moinhos."

http://novos-arruamentos.blogspot.pt/search/label/Museus

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Intervenção de Delfim Bismarck aquando da campanha para as autárquicas 2013

http://www.youtube.com/watch?v=od3PO_HVhWE



sábado, 5 de outubro de 2013

Centro de Saúde



No Centro de Saúde existe um espaço com várias recordações dos antigos hospitais e postos médicos. Fica aqui o alerta para quem nunca tenha visto esse espólio.

domingo, 25 de agosto de 2013

Alba design - Fundição de ideias e negócios


uma proposta de 2012 por Hugo Almeida / Arquitectos Anónimos
ainda por concretizar




ALBA DESIGN - FUNDIÇÃO DE IDEIAS E NEGÓCIOS, é um projecto que resulta da vontade de criar um espaço inovador dedicado ao empreendedorismo, comércio, formação, ensino, Cultura e lazer.

O projecto pretende criar sinergias com a história de Albergaria e da ALBA com todo o seu espólio industrial e histórico.

Contará com espaços como o Museu de Albergaria e da ALBA, Clusters Empresariais, Núcleos de Ensino, Formação e Conservação e também Espaços Comerciais.

- Alba Design Fundição

Incubadora/geradora de empresas
Serviços Administrativos Partilhados
Centro de Negócios, Valorização e Transferêncía de Saberes e Tecnologia
Rede de Competências Empresariais (Design Industrial, Fundição, Moldes,
Agroalimentar, Saúde, etc..)

- Alba Design Expo

Centro de Exposições
Showroom empresarial
Gabinetes de Ação Empresarial e Cultural

- Alba Design Desenvolvimento e Formação

Design e Engenharia de Produto
Metalurgia, Design Industrial e Moldes
Desenvolvimento de criatividade e talentos
Formação e Aprendizagem
Centro de Experiências e Inovação Partilhada
Gabinete Patentes e Direitos de Autor
Parcerias com Institutos de Investigação e Universidades

- Alba Design Museu

História do Território de Albergaria
A Estrada – Centro de aprendizagem pedagógica Rodoviària
A ALBA

- Alba Design Arquivo (vivo)

Arquivo e Tratamento de Espólio
Consulta e Pesquisa
Atelier Pedagógico

- Zona Social

Lounge
Bar e Cafetaria
Zona de Descanso

sexta-feira, 28 de junho de 2013

Rede de equipamentos culturais

Centenas de pessoas marcaram presença na inauguração da Nova Biblioteca Municipal de Albergaria-a-Velha que decorreu na tarde de 22 de junho. Com um investimento superior a 2,5 milhões de euros, este novo espaço vem completar e enriquecer a rede de equipamentos culturais do Município, de acordo com a estratégia definida na Nova Agenda para a Cultura e Criatividade.

José Licínio Pimenta, Vereador da Cultura, confessou ser um dia especial para a comunidade Albergariense na medida em que todo o processo de criação da Nova Biblioteca foi um trabalho extraordinário de envolvimento coletivo, em que se somaram as várias sensibilidades, desde a arquitetura, a educação, a inclusão social e a cultura.

Para o autarca, existem quatro equipamentos fundamentais para o desenvolvimento cultural do Município e afirmou estar orgulhoso por, em cerca de dez anos, ter contribuído para colocar ao serviço da comunidade três deles: o Arquivo Municipal, o Cineteatro Alba e a Nova Biblioteca Municipal. Em relação ao último equipamento – o Museu – José Licínio Pimenta disse estarem já lançadas as bases para a criação de um espaço de nova geração, capaz de atrair público e ser sustentável.

O Presidente da Câmara Municipal, João Agostinho Pereira, afirmou que “em termos culturais é, seguramente, um dos dias mais importantes, na medida em que se abre uma nova porta para a apropriação de conhecimento e acesso à informação!”. No seu discurso perante um Salão Nobre esgotado, o autarca descreveu o processo moroso de criação deste novo espaço cultural e mostrou orgulho pelo trabalho feito: “a biblioteca tem já cerca de três mil leitores fidelizados, que visitam o espaço regularmente para requisitar novos livros; promove iniciativas inovadoras, indo ao encontro das novas tendências e públicos”.

Para João Agostinho Pereira, “o futuro da Biblioteca passará pela promoção da leitura e pela capacidade de educar e guiar as pessoas na avaliação e seleção de fontes de informação” mas será, ainda, um espaço de coesão e inclusão social, com condições de igualdade de acesso aos espaços e às atividades. Na verdade, a Câmara Municipal já está a trabalhar no processo de certificação em acessibilidade total, pelo que se prevê que a Biblioteca Municipal seja a primeira do País a possuir este certificado.

Finalmente, o Presidente da autarquia Albergariense agradeceu a dedicação, a visão estratégica e a capacidade de liderança do Vereador da Cultura, José Licínio Pimenta; “a Nova Agenda para a Cultura e Criatividade ficará para a história deste concelho como demonstração da sua competência, conhecimento e capacidade de trabalho!”

CMA, 26/06/2013

sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Lápide

Em 22 de Novembro de 1902, a lápide do antigo Real Hospital foi entregue à Câmara Municipal por João Patrício. A câmara não a queria aceitar de modo algum, alegando que não tinha onde a colocar e sugerindo que João Patrício a colocasse na frontaria de sua casa. Valeu a intervenção de Patrício Theodoro Álvares Ferreira, que em sessão camarária apresentou os motivos da importância daquela inscrição e solicitou que a mesma fosse depositada no edifício da nova cadeia onde servisse de origem a um pequeno museu.

Delfim Bismarck Ferreira. Revista Patrimónios nº 8

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Projecto de Musealização

A proposta de uma Nova Agenda para a Cultura e Criatividade do Município de Albergaria-a-Velha, não sendo um plano estratégico, propriamente dito, pretende constituir-se como uma ferramenta, simultaneamente, de planeamento e de acção, tendo em vista o novo ciclo que se abre ao Município de Albergaria-a-Velha com a abertura do renovado Cineteatro Alba e da nova Biblioteca Municipal, ambos em 2012, equipamentos de natureza e função municipais, para além de outros, mais específicos, já em funcionamento, que contribuem para uma Rede Municipal de Equipamentos alargada e, necessariamente, integrada.

A qualidade, especificidade e complementaridade dos recursos de que o Município de Albergaria-a-Velha hoje dispõe exigem uma visão e estratégia que potencie o investimento realizado, bem como o vasto espólio patrimonial de que  dispõe, quer seja a nível histórico, social, natural ou cultural, valorizando-os através da  promoção de uma imagem atractiva e actual.

(...)

De acordo com os objectivos estratégicos, apontamos quatro prioridades da Nova Agenda para a Cultura e a Criatividade:

1. Formação e qualificação dos recursos humanos e definição do papel das
instituições culturais, necessárias para o desenvolvimento de uma estratégia que alia a dimensão cultural à economia, à educação e ao planeamento, concretizada na promoção de uma Rede de Agentes Criativos e Educativos do Território;

2. Qualificação do Programa Cultural e Eventos, tendo em vista a sua valorização e apreciação;

3. Produção de uma narrativa sobre a biografia do território, assente nos seus recursos históricos, patrimoniais e artísticos, materializada na definição de um projecto de musealização e interpretação do território;

4. Criação de condições para o desenvolvimento de uma economia criativa
assente num programa de captação e fixação de negócios criativos para o Município de Albergaria-a-Velha.

(...)

Definição de um Projecto de Musealização e Interpretação do Território

O Município de Albergaria-a-Velha é detentor de um conjunto de recursos patrimoniais e históricos que importa trabalhar, documentar, salvaguardar e promover. Neste sentido, propõe-se a realização de um estudo dos elementos identitários do Município, de modo a construir-se uma narrativa que parta da origem histórica deste território e comunidade, passe pelas actividades económicas, pelo património material e imaterial. Considera-se que este núcleo deverá ser explorado a partir das marcas do território identificadas no âmbito do Diagnóstico Cultural, nomeadamente do legado da Fábrica Alba e da fundição. Importa, ainda, proceder-se à identificação do património etnográfico, pertença dos grupos de folclore; à salvaguarda de alguns edifícios escolares, nomeadamente do Plano Centenário, de que temos vários, ou de Adães Bermudes, de que temos uma das 184 escolas construídas no País. Também o minério, os moinhos ou a panificação podem contribuir para o trabalho de valorização e preservação da memória histórica do Concelho, bem como a existência de vestígios arqueológicos da época megalítica.

(...)

José Licínio Pimenta
NOVA AGENDA para a CULTURA E CRIATIVIDADE - ALBERGARIA-A-VELHA 2011 - 2013
CMA

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Boa Vista

Albergaria-A-Velha: Câmara quer adquirir Palacete da Boavista (1999)

O município de Albergaria-A-Velha adquiriu recentemente o Palacete e Quinta da Boavista, situados no centro da Vila. O negócio foi fechado por 150 mil contos.

Saúl Silva, presidente da Câmara, declarou ao jornal 'Linha da Frente' que se trata de um imóvel de valor arquitectónico e bem localizado, ocupando um área de 10 mil metros quadrados.

«Várias são as possibilidades para a utilização deste importante imóvel. Saúl Silva tem em mente lá instalar alguns dos seus serviços municipais, uma vez que os Paços de Concelho se encontram com os seus espaços congestionados. Também a instalação nesse local de um núcleo museológico para Albergaria é uma hipótese para utilização do Palacete da Boavista», escreve o semanário 'Linha da Frente'.

Outra ideia qie ganha consistência é a localização nesse espaço do novo quartel dos Bombeiros Voluntários. O Palacete recomenta ao princípio do século. A proposta de aquisição ainda terá de ser submetida à Assembleia Municipal.

editor: Júlio Almeida Actualizado no dia 28 Maio 1999
http://www.noticiasdeaveiro.pt/alber28maio99.htm

Nota: no palacete está a ser construída a nova biblioteca.

quinta-feira, 30 de junho de 2011

Escola do Pinheiro


No segundo semestre do ano lectivo, em colaboração com a Câmara de Albergaria-a-Velha (Aveiro), foi lançado um concurso com o objectivo de criar um display expositivo para a escola primária deste concelho, sendo esse o tema a desenvolver.

A partir de algumas memórias sobre a escola primária, todo o meu conceito moldou-se à volta da construção de uma exposição que retratasse os momentos vividos no recreio, em contraste com a rigidez das aulas. Ou seja, falamos de dois mundos paralelos. O exterior tem as cores verde (vegetação) e amarelo (tílias) e, através de um degrade dessas cores, passamos das aulas (no tecto, onde teremos mesas e cadeiras organizadas) para a brincadeira (no pavimento, onde teremos um expositor com módulos em forma de cubos).

O percurso terá a forma de "U" permitindo assim criar 3 momentos distintos: a entrada; a visualização da exposição e projecção e a saída (acesso ao recreio). Os artigos que seriam expostos consistiriam num grupo de brinquedos e jogos, sendo tudo ligado através da projecção de um vídeo.

As palavras de ordem desta exposição são: "As aulas foram ao tecto... Vamos aproveitar o recreio".

Ana Rita Ramos - vencedora do concurso
http://www.behance.net/gallery/Winning-Project-_-Albergaria-a-Velha-School-Museum/1680174


Premiados: 1-Ana Rita Ramos; 2-Verónica Santos; 3-Joana Cunha

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Escola do Pinheiro - Adães Bermudes

sábado, 30 de abril de 2011

Escola do Pinheiro




A assinatura de um protocolo de cooperação entre a Câmara Municipal de Albergaria-a-Velha e o CNE - Escutismo Católico Português marcou o 25º aniversário do Agrupamento 838.

As instalações da Escola Primária do Pinheiro, já há alguns anos desactivadas, foram cedidas aos escuteiros para a criação e dinamização de um projecto de valorização do espaço, que ficará, também, a cargo dos alunos da Escola Superior de Design do Porto.

Assim, a título gratuito e por um período de cinco anos, que pode ser renovável, o grupo de escuteiros vai utilizar as instalações da antiga Escola Primária para desenvolver as suas actividades. A autarquia, por sua vez, vai suportar todos os custos de funcionamento do espaço, bem como garantir o apoio técnico necessário.


Em contrapartida, o Agrupamento do CNE terá que se comprometer a dinamizar o projecto de valorização da escola e zelar pelo bom estado das instalações. Ao mesmo tempo, as duas entidades, Câmara Municipal e Escuteiros, vão continuar a actuar em conjunto em acções relacionadas com o ambiente, protecção da natureza, juventude e solidariedade social.

O espaço da antiga escola primária vai ser, também, alvo da intervenção de um grupo de cerca de 40 alunos da Escola Superior de Design do Porto. No âmbito da disciplina de Projecto, os jovens estão a debruçar-se sobre o espaço e vão apresentar, posteriormente, várias propostas que visam a valorização da escola e a sua vitalidade. Os projectos podem vir a ser concretizados pela autarquia e pelos escuteiros e a Câmara Municipal irá atribuir um prémio às três melhores propostas.

Diário de Aveiro, Abril 2011




Antiga Escola Nº2 de Albergaria-a-Velha

O edifício pertence ao tipo "Adães Bermudes" com duas salas de aula, uma com dimensões normais e uma outra adaptada, com reduzidas dimensões. A área coberta era insuficiente e o logradouro é cimentado e de reduzidas dimensões.

A escola beneficiou de 0. T. L., desde o ano lectivo 1997/98, ao abrigo do Despacho Conjunto n.º 942 / ME / MQE / 96. Funcionavam três turmas com 63 alunos onde leccionavam três professores.

Foi encerrada com a abertura da Escola EB 1,2.

Agrupamento de Escolas de Albergaria (antiga página)

Nas últimas eleições autárquicas constava do programa do PSD a "Conversão da Escola do Pinheiro em Escola Museu. "

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Arqueologia

O Arquivo Municipal, a funcionar no edifício da Antiga Cadeia, está a ultimar a instalação de um pequeno museu de achados arqueológicos.

No entanto, este equipamento presta-se, desde a sua inauguração, em 2008, a cumprir a função de espaço museológico, estando ao dispor da população um conjunto de documentos e testemunhos históricos.

PROJECTO DE LEI Nº 424/XI - ELEVAÇÃO DA VILA DE ALBERGARIA-A-VELHA, NO CONCELHO DE ALBERGARIA-A-VELHA, À CATEGORIA DE CIDADE

quarta-feira, 20 de abril de 2011

O Museu da Região de Albergaria-a-Velha



Por Delfim Bismarck *

É uma necessidade urgente a elaboração de um projecto para a criação de um futuro Museu da Região de Albergaria-a-Velha. Caso contrário grande parte do espólio que o deveria constituir, perder-se-à irremediavelmente.

A constituição de um espaço museológico deste género, poderá e deverá contar com apoios comunitários, estatais, camarários ou, ainda, e como é corrente no nosso país, através da apresentação de uma candidatura no âmbito do Programa Operacional da Cultura (P.O.C.) ou no âmbito do Programa Operacional do Centro coordenado pela Comissão de Coordenação da Região Centro (C.C.R.C.), pois só assim será possível obter os recursos financeiros necessários e reunir as condições mínimas para o desenvolvimento de um projecto desta ordem.

A Câmara Municipal de Albergaria-a-Velha, é a entidade competente para a elaboração de um projecto Museológico desta ordem, deverá utilizar para tal um dos edifícios que já detenha para servir de sede do Museu, adaptando-o para o efeito, já que a ausência de um edifício apropriado parece muitas vezes ser o argumento principal para a apatia das autarquias nesta área.

A adaptação dos espaços a musealizar, é de extrema importância para um bom funcionamento do futuro museu, pois, só assim, o Concelho de Albergaria-a-Velha ficará dotado de um equipamento adequado nas áreas da investigação e da divulgação cultural.

Este espaço museológico, serviria de interligação entre a conservação, a investigação e a divulgação, tendo por objectivo mais geral o incrementar uma intervenção mais directa nos campos da acção pedagógica, da dinamização cultural e do turismo, que directa ou indirectamente levem a um desenvolvimento sustentado do concelho.

Ideia de há 100 anos

A ideia de criação de um Museu em Albergaria-a-Velha não é de agora. Rigorosamente há cem anos, mais precisamente em 1902, Patrício Theodoro Álvares Ferreira alertava para que "a Câmara Municipal destinasse nos Paços do Concelho ou no edifício da Cadeia nova, onde havia salas de sobejo, um compartimento somente destinado para objectos dignos de ser conservados e pertencentes ao território do concelho, o que serviria de núcleo a um pequenino museu".

Entretanto, os anos lá foram passando e, como parece já ser hábito no nossos concelho, muitas das peças que teriam o maior interesse em serem preservadas num ou para um Museu, lá foram sendo destruídas, vendidas, alteradas, descaracterizadas ou acabaram por sair definitivamente da nossa região, perdendo-se para sempre.

Já na década de 80, o Dr. José Simões Ferreira, legou à Câmara Municipal, para além de uma vasta biblioteca, um conjunto de objectos etnográficos ligados aos costumes locais, e que foram depositados num anexo da nossa "pseudo" Biblioteca. Também na mesma década, outros Albergarienses destinaram algumas peças dos seus espólios com vista à criação de um museu, como foi o caso do Comendador Manuel Arêde, que ofereceu à Câmara Municipal o seu colar e insígnias da Comenda da Ordem do Infante, para serem expostos num futuro Museu.

O próprio Dr. Jacinto Pires de Almeida, disponibilizou-se para oferecer a sua vasta colecção de Arte Sacra e o seu imenso arquivo pessoal para o mesmo fim, o qual, pela sua qualidade e quantidade, não teria paralelo em todo o distrito, o que nunca chegou a acontecer até ao seu falecimento em 2 de Outubro de 1995.

Também o Grupo Etnográfico e Cultural de Albergaria-a-Velha, detém, aproximadamente desde a mesma altura, na sua sede, um pequeno núcleo museológico etnográfico com bastante interesse, que se não fosse a sua iniciativa já se teriam perdido para sempre.

À semelhança destes, também alguns, senão muitos privados, detém objectos ligados ao passado do nosso concelho, que gostariam, um dia, ver expostos ao serviço da sua comunidade.

A propósito, seria conveniente que a actual Câmara Municipal, tomasse conhecimento e fizesse um inventário minucioso dos espólios arqueológicos oriundos das seguintes campanhas de escavações: "Mamoas do Taco" (pré-histórico), "Cristelo" (romano) e "Monte de S. Julião" (pré-histórico e romano). Pois, segundo julgo saber, restará uma pequena parte desse espólio. Terá evaporado? É urgente apurar responsabilidades e questionar os responsáveis pelo paradeiro dessas peças com milhares de anos. Também a parte documental deverá ser alvo da maior atenção.

O projecto

A criação de um espaço museológico numa região como a de Albergaria-a-Velha, onde não existe qualquer tipo de equipamento com estas características, coloca inevitavelmente várias questões sobre a sua estrutura e temática.

A vila de Albergaria-a-Velha, para além de sede de um concelho com mais de 20.000 habitantes, é o centro de uma região extremamente rica e diversificada, quer nos aspectos naturais e paisagísticos, quer em actividades tradicionais (algumas já extintas e outras em fase de extinção) como a exploração de minério, moagem, olaria, cestaria, gastronomia, doçaria, património monumental e arqueológico, e tantas outras.

Um futuro projecto museológico deve ser muito mais do que um espaço físico de exposições, mas sim um centro cultural que possibilite a investigação sobre a região e a sua divulgação nas vertentes pedagógica e turística, um espaço de animação cultural que traga à região iniciativas e acções exteriores, mas devidamente enquadradas com um plano e com a actividade do Museu.

Na nossa modesta opinião, uma das funções de um museu de "província", como deverá ser este, é identificar os que partiram e os que ficaram com as suas raízes ancestrais, promovendo a diferença e contrariando uma massificação excessiva da sociedade.

Em termos de estratégia de actuação, não se pretende que o museu seja um simples repositório de peças, mas sim um local de partida ou de chegada de e para a região. Que seja também uma pequena montra, com meio de informação e de orientação de locais de visita, procurando situar-se no eixo de uma rede concelhia de lugares de interesse, como: monumentos históricos, sítios arqueológicos, pontos de observação paisagística, etc., integrando-se, assim, no que hoje é denominado por "Ecomuseu", ou museu polinucleado, que permita outros pólos de interesse no concelho (como por exemplo: arqueologia urbana, arte sacra, pelourinhos ou cruzeiros, núcleus artesanais, núcleus molinológicos, etc.) fora do edifício do Museu.

"Neste caso, o Museu é a própria região. Pode-se perguntar: então, qual é o papel do edifício? Como atrás se disse, este é apenas a janela de onde se entrevê a região, mas também, o centro de recolha, conservação e estudo de materiais que, pelas suas características, não podem ficar no terreno. Local de recepção e informação através de materiais, textos e imagens, integrados num todo coerente, como objectivo de transmitir as realidades locais, desafios vencidos e problemas a resolver."

Há ainda grandes possibilidades de organizar pequenos núcleos museológicos temáticos nas freguesias do concelho, compondo, assim, uma pequena rede concelhia de Museus, que deveria integrar, também, museus de industria que possam vir a aparecer, nomeadamente ligados à industria da fundição, do papel, do minério, ou outras.

A disponibilização de um espaço físico para albergar um futuro núcleo museológico, com as condições mínimas de espaço, que permitam albergar uma série de equipamentos indispensáveis ao bom funcionamento de uma unidade museológica, constitui um elemento decisivo para a concretização da ideia que, como já foi referido, foi sendo adiada ao longo dos tempos. Para a elaboração deste projecto, deverão ser ouvidas as entidades mais directamente interessadas, como a autarquia, as juntas de freguesia, as escolas, as associações culturais e, acima de tudo, os munícipes, pois sem o empenhamento destes, nesse projecto colectivo, o Museu nunca será um "espaço vivo".

Justificação

Tendo em conta o que foi anteriormente exposto, entendemos conveniente que se torna necessário dotar a região de Albergaria-a-Velha de um equipamento de utilização colectiva desta natureza, considerando o seu relevante interesse social, que poderá constituir:

- um instrumento de apoio pedagógico, no quadro da interacção escola-meio;
- um meio de consciencialização da população local para os valores do património natural/cultural e melhor conhecimento de si própria;
- um centro de apoio à investigação regional;
- instrumento de dinamização cultural, promovendo acções de divulgação dos diversos patrimónios da região no exterior e trazendo a esta intervenções e conhecimentos complementares da actividade do Museu;
- complemento de atracção turística, sobretudo quando estão a despontar iniciativas de turismo rural.

Objectivos

Antes de expormos objectivos que presidem a um equipamento deste género, importa apresentar aqui a definição de museu adoptada pelo ICOM (International Council of Museums): "O Museu é uma instituição permanente, ao serviço da sociedade e do seu desenvolvimento, sem fins lucrativos e aberto ao público, que faz investigações sobre os testemunhos materiais do homem e do seu meio ambiente, ao mesmo tempo que os adquire, conserva e muito especialmente os expõe para fins de estudo, educação e recreio".

No seguimento desta ordem de raciocínio, o Museu da Região de Albergaria-a-Velha deveria ser:

- um centro de recolha e conservação de materiais arqueológicos provenientes da região (de escavações sistemáticas, acções de emergência, ou achados fortuitos);
- um espaço de informação e exposição de matérias e materiais com especial destaque para os temas mais significativos para a região;
- uma unidade de investigação científica, com vista ao desenvolvimento do conhecimento ao nível mais específico;
- um polo de dinamização cultural (lugar de estudo, educação e recreio) em cooperação com as escolas;
- uma "Central" distribuidora de percursos e informações sobre os lugares de interesse histórico-paisagístico da região;
- um meio de atracção turística, "prendendo" o visitante mais tempo na região, o qual pode aproveitar melhor a estadia; diversificando a oferta através de mais um produto cultural, espera-se contribuir para a escolha desta região como destino turístico.

Em suma, ainda no plano de alcance social, esta iniciativa tem por objectivo combater o imobilismo, parente próximo do derrotismo, que é o pior inimigo do homem.

Destinatários

Os destinatários de um projecto museológico, serão, de modo geral, todos os visitantes.

Podemos, no entanto, tentar ordenar o nosso público-alvo em três grupos principais:

- primeiro os Albergarienses (porque o museu será, em primeira instância, deles), os residentes e os não residentes que gostam de se rever na sua terra quando temporariamente regressam da diáspora, mais ou menos forçada, pelos diversos cantos do mundo;
- a população escolar, devendo o Museu ser uma extensão de apoio pedagógico às escolas;
- população exterior: investigadores e turistas (nacionais e estrangeiros). No grupo dos turistas será ainda necessário distinguir os de turismo cultural (que procuram mais documentação de apoio, percursos alternativos e interesse em conhecer melhor o património existente).

Tendo em atenção os diferentes tipos e níveis de público, o Museu, como instituição, deverá procurar ser o mais abrangente possível, adaptando-se aos interesses particulares de cada um.

Resultados esperados

Este projecto não persegue fins lucrativos, para além do auto-financiamento de algumas iniciativas, designadamente: publicações, edições de postais, réplicas, com um custo mínimo de ingressos.

Assim sendo, os resultados esperados, quantificáveis, só poderão reportar-se à frequência de visitantes/ano, o que, neste momento, é imprevisível, e ao apoio do mecenato. A este respeito, note-se, como mero indicador, que a Exposição sobre "Fotografias e Postais Antigos do Concelho de Albergaria-a-Velha", patente no edifício da antiga Cadeia desde 10 a 17 de Abril de 1994, organizada pelo Leo Clube de Albergaria-a-Velha, contou com mais de nove centenas de visitantes. Recorde-se, também, o número de pessoas que visitavam a vila de Albergaria-a-Velha, quando existiam carnavais, provas desportivas, eventos culturais de melhor qualidade, etc., demonstrando bem a carência de actividades culturais e lúdicas das nossas gentes.Talvez nos interessem mais os resultados de ordem qualitativa e que situamos ao nível da correspondência/adesão aos objectivos propostos: aumento substancial do conhecimento sobre a região e a temática cultural exposta; identificação dos naturais e residentes com as origens da terra a que pertencem, num espírito de regionalidade consciente e sã; reforço da componente turística, em termos de oferta cultural que rompa o que não foi uma política cultural nos tempos da "outra senhora".

Âmbito espacial da intervenção

O campo de actuação directa do museu será o Concelho de Albergaria-a-Velha. Preferimos, todavia, utilizar o termo "Região", por ir ao encontro de uma realidade mais natural, contrariando o artificialismo do recorte administrativo do concelho actual, saído do século XIX. Como é evidente, as recolhas de objectos terão em conta o princípio da territorialidade administrativa, embora o museu possa e deva vir a colaborar com municípios limítrofes, desde que solicitado para tal.

Num plano mais geral, aguarda-se a organização de uma rede regional de museus, em coordenação, no distrito de Aveiro, com o Museu Santa Joana, em Aveiro. Caso tal se verifique, o Museu da Região de Albergaria-a-Velha poderá vir a beneficiar da sua integração numa estrutura deste género. A proximidade com Aveiro pode trazer inúmeras vantagens, nomeadamente nos próximos anos, devído à realização de eventos de grande dimensão, como são, por exemplo, o Euro 2004 de futebol.

Metodologia de intervenção

Conforme se disse anteriormente, aquando da explicitação do que deveria ser o projecto, pretende-se que o mesmo seja inovador no seu campo. Um museu, hoje, não é um armazém de peças mais ou menos interessantes e mais ou menos antigas. Assim, seria demasiado fácil fazer um "Museu".

Na linha da chamada "Nova Museologia", procurar-se a circulação de um saber interactivo, jogando com as ciências humanas (Arqueologia/História...), as ciências naturais (Geologia/Biologia...), e outras como a Medicina ou a Estatística, para além de técnicas (relacionadas com o tipo de colecções existentes), tendo como ponto de apoio o edifício (e possível terreno em anexo) e a região, que está sempre presente.

Pensar é fácil!
Resta-nos, agora, esperar por um bom desempenho dos nossos autarcas em todas as áreas, em especial nesta, pois, só eles podem e devem liderar um projecto deste género.

NOTICIAS DE AVEIRO
editor Júlio Almeida actualizado em 29-03-2002

* Delfim Bismarck é historiador

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Aderav e a Memória colectiva do passado

Delfim Bismarck foi presidente da Associação para o Estudo e Defesa do Património Natural e Cultural da Região de Aveiro (ADERAV), entre 2001 e 2005. Os objectivos passavam por ter uma actuação mais atenta para salvar a memória colectiva do passado.

De secretário a presidente

- Como aparece a presidir à ADERAV?

Eu já fazia parte da assembleia geral, era o secretário da mesa que era presidida por Amaro Neves. A minha actividade profissional está directamente relacionada com a história e resolvi disponibilizar-me. É uma direcção praticamente renovada, com sócios mais jovens e outros recentes. Vamos pegar na associação e procurar fazer algo de interessante.

- Quantos sócios tem?

Cerca de 350. Eram os que existiam há dez anos. Entrou pouca gente.

- Quais têm sido as vossas acções mais recentes?

A principal actividade acaba por ser a revista. É o que fica para o futuro e acaba por ser um trabalho muito importante em termos de investigação. O número mais recente surge como novo figurino, com cerca de 160 páginas. É um livro. Para além disso, tentamos estar a par de tudo que se passa no que toca a património natural, cultural e arquitectónico. Sempre que entendemos, marcamos posição sobre assuntos que estejam a ser discutidos publicamente.

- É a única associação que produz investigação deste género?

Sim. Conhecemos estas pessoas e sabemos os trabalhos que fazem. No próximo número, pretendemos que surjam mais artigos sobre património natural. Há coisas interessantes. Desejamos, também, abranger melhor o Norte do distrito. Não serem sempre os mesmos autores.

- O âmbito da associação é bastante abrangente?

O património natural é fácil de identificar. O cultural vai das tradições, aos trajes à arquitectura e, até, a gastronomia. Podemos ter um trabalho sobre arqueologia e outro sobre arquitectura contemporânea. Cabe tudo, desde que seja relacionado com Aveiro.

- Não existe nenhum centro de investigação do património em Aveiro?

Temos investigação mas não é suficiente. Os apoios não são muitos. Não existe nenhuma estrutura organizada, um estabelecimento de ensino que assuma esse papel.
A Universidade poderia fazê-lo. Seria importante ter um centro de estudos regionais .

- Em termos de museologia, como está o distrito?

Melhor que outros é certo mas, mesmo assim, existem concelhos que não possuem nenhum. Outros possuem mais do que um. No entanto, é difícil encontrar um verdadeiro museu, que envolva estudo, colecção e exposição permanente.

- A associação opôs-se a diversas situações atentatórias do património. Um papel ingrato?

A ADERAV em 22 anos já se confrontou com casos desses, evitando, por exemplo, um edifício de 27 andares no actual Fórum Aveiro. O protesto resultou. A Fábrica Jerónimo Campos esteve em risco. Fez-se uma campanha que ajudou a preservar aquele espaço.

- Persistem casos assim?

A intervenção feita na sede da SIMRIA é discutível. Na região, temos um caso em Angeja, onde se prevê uma alteração na 'casa da praça', que é uma das poucas obras Arte Nova da autoria de Carlos Mendes que ainda restam. Vai ter um cone inclinado no telhado!. Estamos a ver se a Câmara de Albergaria trava isso, porque tem a zona de protecção do pelourinho.
Isto sucede porque o IPPAR não funciona. Nos últimos 3 anos pedimos cerca de 50 classificações de imóveis e ainda não obtivemos respostas.

Há o caso da futura biblioteca de Estarreja, no palacete dos Leites. A classificação foi pedida há 3 ou 4 anos e a Câmara já está a fazer obra. Só agora, as técnicas vieram ao local.

- Quem tem um prédio de interesse é sempre prejudicado relativamente a proprietários de imóveis não classificados, que podem reconstruir com excelentes lucros?

Existem benefícios fiscais e outros apoios que edifícios não classificados não usufruem. A Arte Nova tem um programa específico. As pessoas é que não têm concorrido como seria de esperar. É preciso um protocolo com as Câmaras mas parece faltar alguma sensibilidade para agir. Vemos aí edifícios escurados, à espera de obras. Apelamos ao diálogo para que sejam recuperados quanto antes.

- A nova capitania agrada-lhe?

A cobertura em cobre é discutível. A mim não me choca. O lado envidraçado já merece reservas maiores. Dou os parabéns à Câmara também ao projecto para a casa Major Pessoa. Acho bem ser um centro de Arte Nova.

- O património religioso fica muitas vezes esquecido?

É pior por vários motivos. Por ser muito mais antigo, propriedade da Igreja e, normalmente, recuperado por pessoas não habilitadas. Repintar altares em talha dourada é uma asneira comum...

No tocante ao património natural, há um esforço de evitar o desaparecimento de património.
Domina a ria. Notamos que a memória do passado está salvaguardado. Algumas Câmaras têm vindo a apoiar a recuperação de moliceiros. Existem ainda estaleiros, um dos quais, na Murtosa, com formação.

- Teme que a Avenida Lourenço Peixinho perca a sua identidade?

A avenida tem quarteirões que deveriam ser restaurados por inteiro, evitando-se novos edifícios que nada têm a ver com aquela memória. No bairro da Beira-Mar e junto ao canal também. Deveria haver maior cuidado na classificação.

- Para completar o roteiro de uma possível visita, sugere outros locais de passagem?

O museu, a Sé, as capelas. Nas freguesias do interior, há vestígios arqueológicos, capelas e solares rurais. Aliás, nós estamos a pensar em reeditar o roteiro de Amaro Neves e João Afonso Cristo.

- Como viu o caso Severim Duarte, com a demolição da fachada?

Não era um imóvel classificado. Curiosamente, o da frente já é. O abaixo-assinado despertou a opinião pública. Esperamos que a fachada seja refeita. Chamo a atenção que a classificação pode ser solicitada por qualquer pessoa. As Câmaras, e temos pena, não o fazem com a frequência que deviam.

Notícias de Aveiro - Editor Júlio Almeida, 18/05/2001

(Uma versão reduzida desta entrevista foi publicada no semanário O AVEIRO de 18 de Maio de 2001)

O historiador [Delfim Bismarck, presidente entre 2001 e 2005] começou por destacar dos seus quatro anos de presidência da ADERAV "a reorganização interna". Lembrou, inclusivamente, que assumiu a associação num momento em que estava “praticamente moribunda”.

Depois “ganhou vida e viu a sua actividade reconhecida publicamente”, disse. Além disso, deixa “uma sede óptima” (na casa das colectividades) e um grupo de “sucessores cheios de entusiasmo para avançar”.

Notícias de Aveiro - Editor Júlio Almeida, 20/07/2005

Nota do Blogue:

Aproveitamos para saudar o trabalho do Dr. Delfim Bismarck quer na preservação da nossa memória colectiva como na defesa das nossas tradições e do nosso património.

Ainda no tempo do Dr. Rui Marques publicou alguns artigos por causa da defesa do nosso património bem como das dádivas do Dr. Jacinto Pires de Almeida e do Dr. Simões Pereira.

Numa altura em que era militante do mesmo partido que liderava a Câmara, o que foi enaltecido pelo Dr. Adelino Santiago (PS) em reunião da Assembleia Municipal. Por isso a sua conduta não deve ser confundida como tendo razões politicas mas apenas a procura do melhor para a nossa terra. Razões que o terão levado a voltar à Política mas que não devem servir para distorcer os seus objectivos.

ACTA DA REUNIÃO ORDINÁRIA DA CÂMARA MUNICIPAL DE ALBERGARIA-A-VELHA, REALIZADA A 07 DE FEVEREIRO DE 2001

PERÍODO ANTES DA ORDEM DO DIA - O Sr. Vereador Dr. Adelino Pereira Santiago apresentou a seguinte intervenção: “Quero congratular-me com o artigo do Sr. Delfim Bismarck inserto na página 4 do Semanário Regional “Linha da Frente” onde de uma maneira clara e em minha opinião correcta vem pôr o dedo na ferida relativamente à política cultural e de preservação do património da gestão camarária encabeçada pelo Dr. Rui Marques e CDS/PP emque o património concelhio é deitado ao abandono, destruído ou esquecido com a passividade, a condescendência ou a própria intervenção desastrada dessa mesma gestão municipal sendo queo último exemplo acabado disso mesmo é a forma como foi aprovado o projecto e licenciamento da Casa da Praça em Angeja deixando nas mãos do arquitecto e dono da obra a possibilidade de preservarem ou destruírem um património de Arte Nova valioso conforme seu belo prazer, sendo que o dono do edifício é a própria Câmara Municipal.
Dou os meus parabéns ao articulista sintonizando-me nesta matéria com o mesmo dando-lhe tanto mais valor quanto o mesmo é do mesmo partido do Sr. Presidente da Câmara.”


O artigo “Albergaria-a-Velha, uma cidade com "pala´s” mas sem identidade", publicado na última edição do Jornal de Albergaria, é mais um exemplo dessa prática. Há muito que deixou a ideia de se fazer no município um "Museu de Papel" aproveitando a Fábrica de Valmaior ou tratou do pedido de classificação de vários monumentos.

domingo, 11 de outubro de 2009

Novos Museus?

BE: "Entendemos possível que a Fábrica Alba albergue um polo universitário, um centro cultural associativo e o museu metalúrgico, tirando o máximo partido da estrutura existente."

CDS: "Porque razão a Quinta do Torreão não é transformada num projecto mais multi-funcional, (...), com a construção de uma biblioteca e do Museu de Albergaria?"

CDS/Ribeira de Fráguas: "Contactar a Diocese de Aveiro, no sentido de protocolar e viabilizar a cedência da antiga residência paroquial, com o objectivo de instalar um Museu e Biblioteca para a Freguesia."

PS: "Museus etnográficos nas freguesias. "

PSD: "Conversão da Escola do Pinheiro em Escola Museu. "

PSD/Angeja: "Criar um pequeno museu na escola do Fontão, dedicado às actividades do Lugar, o pão e os moinhos."

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Cultura motiva críticas

Em artigo de opinião publicado pelo jornal "Linha da Frente", Jesus Vidinha, vogal do PS na Assembleia Municipal de Albergaria-a-Velha, considera a actividade cultural do concelho «frágil e diluída», advogando um reforço desta componente da vida comunitária.

Um papel que cabe ao município desempenhar. «São necessários mais e largos passos» para Albergaria-a-Velha «uma verdadeira política que verse a cultura».

O articulista reconhece o esforço com a aquisição do cine-teatro Alba e a promoção de alguns eventos culturais.

Acha, no entanto, que se trata de «uma visão redutora». Jesus Vidinha defende uma actividade cultural mais abrangente e envolver de modo horizontal toda a actividade autárquica.

Valorizar os edifícios históricos e criar espaços museológicos são duas propostas que o vogal do PS apresenta.

Noticias de Aveiro, 19/06/2000

terça-feira, 18 de agosto de 2009

"Espiga" promoveu viagem ao passado


No fim-de-semana de S. Martinho (11 e 12 de Novembro de 2004), a Associação Sócio-Cultural, Recreativa e Desportiva "A Espiga" organizou a I Exposição Etnográfica e Mostra de Artesanato na sua sede em Casais, S. João de Loure. Com um total de 610 peças antigas, cedidas por dezenas de habitantes da freguesia, esta exposição pretendeu mostrar à comunidade, especialmente aos mais jovens, como se vivia na primeira metade do século XX.

De entre os vários objectos de grande valor que estiveram em exposição, podia-se encontrar um oratório em madeira de 1881, xailes centenários e um rádio da primeira metade do século passado (que ainda funciona!). Também foi possível admirar peças curiosas, tais como uma máscara de gás trazida por um emigrante português em França durante a Segunda Guerra Mundial, quando as bombas Nazis ameaçavam a população. Outra peça única é o diário de José Rodrigues de Mello, datado de 1747. Neste documento, este ex-seminarista, que andou muito tempo fugido das autoridades para não ter de cumprir o serviço militar, faz referência a importantes acontecimentos, não só da terra, mas também da Europa, tais como as Invasões Francesas comandadas por Napoleão Bonaparte.

No exterior da sede, o espaço foi dedicado às ferramentas de trabalho e alfaias agrícolas, tais como a charrua, o arado ou a serra de cortar árvores de grande porte. Também foi possível apreciar alguns artesãos a trabalharem ao vivo, fazendo cestos, esteiras, ou tecendo a lã, após ter sido cardada e fiada.