quinta-feira, 26 de novembro de 2020

Moinhos de Portugal

https://www.facebook.com/MoinhosPortugal

Para quem gosta de colaborar na divulgação e valorização do património molinológico do nosso país sugerimos a página de facebook Moinhos de Portugal que está a fazer onze anos e que já se tornou uma referência da área a nível nacional.


Foto publicada na referida página:

Segurelha, bucha, veio e cunhas. Moinhos da Freirôa. Rio Caima. Albergaria-a-Velha, 2006.

sábado, 21 de novembro de 2020

hóquei em Patins

O desejo de hóquei em Patins

O Correio de Albergaria avançou com a noticia: Vai o Clube de Albergaria, a centenária colectividade desta nossa terra, criar uma secção de Hoquei em Patins.

Perante a notícia recuei alguns anos, quarenta e dois a quarenta e cinco, e dei comigo a ver a então novel secção de Hoquei em Patins do Sport Clube ALBA, ali no então Parque de Recreio e Desporto da ALBA, a preparar os seus atletas para disputar jogos a nível distrital.

Os mais novos eram dos mais entusiastas e tanto fizeram que se sagraram Campeões Distritais de Infantis, lá para o ano 1972-1973 (?)

Era um tal entusiasmo que tudo se foi arranjando e os jovens jogadores viviam com intensidade os seus treinos e jogos e sentiam-se apoiados pelos dirigentes do Clube e pelos seus familiares, Chegou a ter uma equipa de Seniores (gente grande) reforçada com alguns elementos vindos da Sanjoanense Foi uma forte vivência que infelizmente não se prolongou no tempo e daí a minha surpresa e satisfação pelo anunciado renascimento do Hoquei em Patins em Albergaria-a-Velha.

Vivi a minha juventude acompanhando a criação e o desenvolvimento de um glorioso e famoso clube de hoquei, o Hockey Club de Sintra, de que sou, ainda hoje, sócio, tendo convivido com os seus jogadores alguns dos quais chegaram a Campeões do Mundo. E nisto está a origem da minha paixão pelo hoquei que foi agora avivada com a realização, no Pavilhão de Albergaria, do jogo entre o Benfica (vencedor da Taça de Portugal) e o Valongo (vencedor do Campeonato Nacional). Foi um jogo do “tu cá tu lá”, de alteração permanente do marcador, mas um jogo com alguns momentos de magnífico hoquei com alguns jogadores a mostrarem que neste jogo quem patinar melhor faz a diferença. O meu Benfica perdeu e o Valongo levou consigo a taça com o nome de um dos melhores jogadores de sempre o António Livramento.

Este oportuno jogo veio numa altura preciosa para agitar o “pessoal” e dar ânimo a quem está decidido a avançar com a prática do hoquei em patins aqui pelas terras de Albergaria.

Pelo passado, pelo valor da juventude de todo o Concelho, que vem deixando bons comportamentos em várias áreas do desporto pela “carolice” de técnicos e dirigentes, pelos apoios que as autarquias (Juntas e Câmara), empresas, comerciantes etc, não deixarão de continuar a prestar a estas iniciativas, cremos que a concretização do DESEJADO Hóquei em Patins é possível.

O que acabo de relatar é o ANVERSO da situação mas, não ficaria de bem comigo se não falasse no REVERSO.

Neste reverso deixo duas situações que sempre foram preocupantes para dirigentes e jogadores:

a) As exigências do equipamento dos jogadores, em particular dos Guarda-Redes, equipamentos que não são baratos e que obrigam a uma atenção permanente de manutenção.

b) As exigências de boa patinagem o que obriga à prática frequente de patinar que começa por depender da entrega e sacrifício dos jogadores e da disponibilidade de disporem de espaço para o poderem fazer quer individualmente quer em equipa.

Nada disto é surpresa, pois um objectivo, um sonho,,. sempre tem duas faces em que uma é mais atraente e mais simbólica e apetecível que a outra. O projecto, em minha opinião está em boas mãos e o Clube de Albergaria, como reza o seu passado, vai encontrar a via ideal para dar vida a este sonho, tendo presente que… “as dificuldades fizeram-se para serem vencidas”.

José Piedade Laranjeira, Correio de Albergaria, 05/11/2014

https://arquivo.pt/wayback/20150912105915/http://www.correiodealbergaria.pt/?p=1900


sexta-feira, 13 de novembro de 2020

Revista Albergue


Editorial da Revista Albergue nº 7

Tempos estranhos estes, que vivemos. O ano de 2020 será lembrado, talvez, como o primeiro de vários, em que o Homem se vê obrigado a adaptar a uma nova realidade, condicionadora, para quem viveu tempos de desenvolvimento económico, social e cultural.

Esta adaptação a um “novo tempo”, também trouxe, e trará, novas formas de vivência e convivência, de introspecção, hábitos, rotinas e preocupações.

Talvez por isso a leitura tenha voltado a ser uma boa aliada de uma vida intelectualmente equilibrada e estimulante, voltando a ser valorizada a História com a qual tanto se aprende.

Assim chegámos ao sétimo número da nossa “Albergue” e, com ele, uma vez mais, a satisfação de mais uma missão cumprida. Manter a periodicidade e a qualidade, conseguindo também manter o aumento gradual do interesse dos leitores, a procura dos investigadores pelas fontes aqui publicadas, mas também o desejo dos autores em verem editados os resultados dos seus trabalhos de investigação, são factores mais do que suficientes para director e editor se sentirem preenchidos.

Passo a passo o concelho vai ficando mais rico e a missão apresentada no primeiro número vai sendo cumprida: criar uma edição que sirva de veículo de inventariação, preservação, valorização e divulgação da História e do Património do Concelho de Albergaria-a-Velha.

Neste sétimo número, trazemos a público um conjunto de artigos diversificados e de grande amplitude cronológica, que vão do século XVI, com um artigo sobre uma casa histórica, passando pela arquitectura, arte sacra, genealogia, tanatologia e por quatro artigos biográficos, qual deles o mais interessante, pois vão de uma afamada curandeira do século XVII a um conceituado advogado do século XX. Pelo meio, temos ainda um artigo sobre um projecto especial dedicado ao património natural.

Todos estes motivos serão, estamos em crer, mais do que suficientes para continuar a agradar aos leitores e contribuir para que todos aqueles que se interessam pela História e Património do Concelho de Albergaria-a-Velha aprofundem os seus conhecimentos, alimentem a sua curiosidade e se tornem mais atentos, mais informados, mais e melhores defensores e fruidores daquele que foi o legado dos nossos antepassados.

De novo, aqui fica o nosso mais sincero agradecimento a todos os autores, historiadores, arqueólogos e investigadores diversos, que colaboram graciosamente nesta publicação, trazendo a público os resultados dos seus mais recentes estudos e investigações.

Para imagem de capa, a escolha recaiu desta vez sobre a Adoração dos Magos, notável pintura do século XVII existente na Igreja Paroquial de Valmaior, desconhecida da grande maioria dos leitores.

A todos aqueles que tornaram possível a concretização deste projecto editorial, desde autarcas a colaboradores e leitores, o nosso muito obrigado.

Delfim Bismarck Ferreira - Vice-Presidente da Câmara Municipal e editor da revista municipal Albergue.

terça-feira, 10 de novembro de 2020

A necessária missão da Imprensa Local

No dia 3 de Maio de 2014 participei, na qualidade de director do Jornal de Albergaria durante 18 anos (1993-2011), numa mesa redonda, realizada no âmbito da exposição comemorativa dos 150 Anos de Imprensa Local no Concelho de Albergaria, a decorrer na Biblioteca Municipal.

A exposição é um acontecimento imperdível para os albergarienses, que poderão visitar os cabeçalhos e algumas páginas dos jornais que ao longo dos decénios aqui se foram publicando. É sobretudo uma oportunidade para, certamente com alguma surpresa, se verificar como era pujante a intervenção cívica dos cidadãos em épocas recuadas.


Do muito que de importante foi dito nessa mesa redonda, e do longo rosário de dificuldades, em confronto com a profusão de títulos que já se publicaram, ficou a apreensão pelo futuro da imprensa local, e concretamente da imprensa local em Albergaria. No fim de contas, que futuro para a nossa imprensa local?

Importa precisar que um jornal local não é um jornal que se “faz” e se vende numa localidade: ele é “local” em atenção ao seu específico conteúdo, predominantemente virado para os factos e pessoas da localidade que é o seu espaço físico e pessoal de observação.

JORNAL E PÚBLICO LEITOR

A imprensa local pressupõe um binómio incindível: um jornal e um público leitor. Um jornal só existe se houver quem o leia; um público leitor só é leitor se tiver um jornal que lhe interesse ler.

A questão que se coloca terá necessariamente de ser esta: o jornal local surge, porque já há um público para ele; ou o público será leitor, se houver um jornal local que o atraia?

Antigamente, e apesar das elevadas taxas de analfabetismo, em qualquer localidade havia um público leitor para as notícias que lhe importavam mais de perto. A inexistência de outros meios de comunicação, a coesão das comunidades, a importância, elevada, que os pequenos/grandes acontecimentos significavam para as pessoas, a necessidade afectiva dos que emigravam de saberem das coisas da sua terra e dos seus, a pontificação de líderes de opinião (licenciados, professores, proprietários, comerciantes), políticos (os caciques) e não só, intervindo activamente nos assuntos comunitários – eram ingredientes óptimos para que os jornais locais surgissem e proliferassem.

Havia, naturalmente, um público leitor propício a receber o jornal, a “consumir”. E os jornais surgiam, em épocas em que certamente até seria mais difícil conceber a sua existência, considerando a logística da sua composição tipográfica, as dificuldades de comunicação, a censura.

Apesar dos avanços tecnológicos e da informática, hoje as coisas não são assim. São piores.

Dada a frenética mobilidade populacional, com os caudais de pessoas que tão depressa vêm residir em Albergaria (e nas outras localidades é o mesmo), como daqui saem, as comunidades estão desestruturadas e desenraizadas. As pessoas estão cada vez mais de passagem, sem chegarem a criar laços afectivos profundos com uma localidade. Infelizmente, Albergaria derrapa perigosamente para ser uma localidade “de-onde-não-se-é”, ou seja, corre-se o risco de ser uma terra cujos habitantes estão de passagem, sem que alguma vez cheguem a criar raízes.

Assim sendo (ou quando assim for), diminuirá, abaixo do mínimo de subsistência, o público que se interesse pela história de Albergaria, pelos

seus antigos, pelas suas tradições ou costumes, pelos seus problemas, pelo seu quotidiano e, pior que isso, pelo seu futuro. E deixará de haver massa crítica que consuma e suporte um jornal local.

O “FAZER-PARTE-DE”

Só que isso é muito perigoso. A desagregação comunitária é um risco imenso e de consequências graves. É, desde logo, a própria negação da sociabilidade, pois as pessoas vivem em comunidade, e é em comunidade que se efectiva a sua dimensão primordial de ser social, de ‘homo gregarius’, enquanto manifestação da própria dignidade da pessoa humana. Sem comunidade, sem a consciência de pertença a um grupo, a pessoa estiola intelectualmente e afectivamente. Acresce que a sua consciência de pertença, de “fazer-parte-de” é um pressuposto básico da própria democracia, como modo de governo da coisa pública, sobretudo na sua configuração mais exigente de democracia participativa, e portanto da sua realização enquanto ‘homo politicus’.

É por isso que a sociedade só se realiza plena e democraticamente desde que os seus elementos participem activamente no seu fluir histórico. Mas para participarem, é necessário que tenham a consciência de a integrar, de pertença.

Ora, qualquer intenção de inclusão, de “fazer-parte-de”, fracassará se não houver o conhecimento do todo social, na sua dimensão histórica e fenomenológica. E aí a imprensa local desempenha um papel ingente, revelando o que foi, discutindo o que é, projectando o que será.

É por esta ordem de razões que a subsistência da imprensa local é um desígnio de natureza pública, isto é, de interesse público, que não pode ser deixado ao alvedrio das regras de mercado, de ser ou não rentável ou sustentável. Deve ser apoiada pela sociedade politicamente organizada, porque (por paradoxal que seja) só assim a imprensa local será livre e cumprirá a sua função de “integrador comunitário”.

E portanto, ao contrário do que acontecia antigamente, em que era o público que fomentava os jornais locais, bem me parece que hoje o sentido tem de ser outro: é o jornal local que, com a sua qualidade, criará o público leitor, contribuindo positivamente para a coesão da comunidade. Mas para ter a necessária qualidade, o jornal tem de ser persistente, o que não é compatível com regras de mercado, de estreita e redutora contabilidade de receitas e despesas. Tem de ser apoiado, porque é do interesse público que se trata.

Mário Jorge Lemos Pinto, Correio de Albergaria, 14/05/2014

https://arquivo.pt/wayback/20150912105330/http://www.correiodealbergaria.pt/?p=1184

http://jornais-aav.blogspot.com/2015/09/2014-artigo-sobre-imprensa-local.html

Foi o único director na 2ª série do Jornal de Albergaria que durou 18 anos. Curiosamente verificou-se no último ano o desaparecimento do Correio de Albergaria mas mantém-se o Jornal de Albergaria que reapareceu, na sua 3ª série, em 2018.

https://jornaldealbergaria.pt/pedido-de-contacto/


segunda-feira, 9 de novembro de 2020

Hospital de Alquerubim

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A CONSTRUÇÃO CIVIL EM AVEIRO, 1860-1930 - NOTAS PARA A SUA COMPREENSÃO HISTÓRICA - MANUEL FERREIRA RODRIGUES

647-Pela sua importância, tanto na economia da região como no imaginário da época, sublinho a presença nesta relação de três emigrantes, «capitalistas», residentes ou regressados de Luanda, Califórnia e Brasil. Encomendam os prédios mais caros, mais sumptuosos e tecnologicamente mais evoluídos. Essas escrituras são, por isso, excelentes catálogos das soluções técnicas disponíveis, como, a título de exemplo, se mostra no Anexo II. Tornam-se notados e admirados pela sua filantropia, pela intensa actividade em prol do melhoramento das condições de vida nas suas terras de origem. Um bom exemplo é o do promotor da construção do hospital de Alquerubim, concelho de Albergaria-a-Velha, ao enfatizar os seus desígnios filantrópicos, afirmando que desejava «beneficiar com um hospital a freguesia de Alquerubim, onde nascera».

713-No contrato referente ao hospital de Alquerubim, o texto refere o autor do risco da obra, o Director das Obras Públicas deste Distrito de Aveiro, Eng. António Ferreira de Araújo e Silva. O responsável por uma grande parte dos projectos da cidade no século XIX, João da Maia Romão, desenhador e arquitecto da Câmara Municipal de Aveiro e professor do Liceu local, é referido como o autor de dois projectos: em Abril de 1883 desenha um jazigo e, em Janeiro de 1885, uma casa de habitação. Francisco A. Silva Rocha, director da Escola Industrial e Comercial de Aveiro, é referido, de passagem também, como o autor (...) três projectos: uma casa de habitação e de dois jazigos.

1302-Algumas escrituras explicitam claramente os «modelos das obras ajustadas: «Que todo o trabalho interior compreendendo estuques e madeiras será feito pelo segundo outorgante lo construtor] em conformidade com o seguido na casa de Rosa Marcela, sita no Largo do Cojo, desta cidade, que se escolhe por modelo, devendo ter igual acabamento e perfeição». Noutra obra, com projecto por certo da autoria de Silva Rocha, diz-se: «Servirá de tipo na execução  dos trabalhos e suas dimensões, no interior, a casa de habitação actualmente ao  Senhor [Frederico] Saporiti Machado, sita na Rua do Carmo, e de tipo dos trabalhos exteriores os respectivos desenhos e peças escritas». Na edificação do hospital de Alquerubim, «as carpintarias seguirão o tipo das da casa da Escola de Alquerubim, menos quanto ao envidraçamento das enfermarias, que serão persianas, tipo quartel de Cavalaria 10, desta cidade de Aveiro»

segunda-feira, 2 de novembro de 2020

Revista Albergue nº 7


Revista Albergue N.º 7 é apresentada no Cineteatro Alba

O sétimo número da Revista Albergue – História e Património do Concelho de Albergaria-a-Velha vai ser apresentado ao público no dia 7 de novembro, pelas 16h00, na Sala Principal do Cineteatro Alba. Tendo em conta as medidas de prevenção no âmbito da Covid-19, a participação na sessão carece de inscrição prévia para biblioteca@cm-albergaria.pt ou ctalba@cm-albergaria.pt.

Delfim Bismarck, Vice-Presidente da Câmara Municipal e editor da revista anual, refere que a publicação do sétimo número traz a satisfação de mais uma missão cumprida. “Passo a passo o Concelho vai ficando mais rico e a missão apresentada no primeiro número vai sendo cumprida: criar uma edição que sirva de veículo de inventariação, preservação, valorização e divulgação da História e do Património do Concelho de Albergaria-a-Velha”, refere o autarca. Manter a periodicidade e a qualidade, despertar o interesse dos leitores, bem como motivar investigadores para o estudo da História Local são desafios que têm sido conquistados ao longo dos vários números da revista.

(...)

CMAV, 28/10/2020