sábado, 27 de dezembro de 2008

Imagens (9)


Desde o ano de 1830, ano de que temos testemunho de já haver um "correio assistente" na nossa terra, as cartas daqui saídas levavam aposto o carimbo nominal ALBERGªVª. e a indicação do porte manuscrito e às vezes também carimbado.

(...)

A Reforma Postal, estabelecida pelo Decreto de 27 de Outubro de 1852, introduziu o uso dos "sellos ou estampilhas para pagamento dos portes das correspondências" (...)

Além da designação nominal das estações de correio foi criado um carimbo circular de barras para cada Direcção ou Administração do correio, a fim de com ele se obliterarem os selos. À Administração de Albergaria-a-Velha coube o código de 20 barras juntas com o nº 79. Com a segunda Reforma Postal, de 1870, a Albergaria foi atribuído o nº 80.

António de Albuquerque Pinho, Jornal de Albergaria, 19/01/1999

Em 1880, foi aqui criada a estação telégrafo-postal e o carimbo passou a ser redondo, com dois círculos concêntricos e , entre eles, em cima, a designação CORRºETELº, e, em baixo, o nome da nossa terra apenas designada por ALBERGARIA. E manteve-se assim até meados do séc.XX.

Ligação

Nomes de Ruas

ALTERAÇÕES DO NOME DAS RUAS AO LONGO DO TEMPO

As maiores alterações na toponímia local ocorreram em 1889, 1910 (com a implantação da Répública) e já na década de 1990.

Nomes como Jogo, Bócas, Alagoa, Atoleiro, Cortinhal, Ladeira, Farrapa, Cruzes ou Trapas já existiam no século XVIII.

A Rua do Hospital foi crismada, temporariamente, de Tenente Roby após a derrota da Monarquia do Norte, em 1919.

De 1910 até 1960: Dr. João Nogueira e Melo e Augusto Martins Pereira, para ruas que vão da zona dos Salgueirinhos ao sul da vila, e Bernardino Máximo Albuquerque para a avenida construída na década de 1930. A parte da rua de Campinho foi dado o nome do Eng. Duarte Pacheco.

A praça entre a Rua Almirante Reis e o caminho de ferro teve o nome de Salazar, até ser retirado em 1974.

Em 1890, Frossos ganhou as Ruas Conselheiro Augusto Maria de Castro (ex-Rua do Cruzeiro) e Bernardino Maximino Albuquerque (ex-Rua da Igreja).

[Alquerubim] Rua da Fonte - Rua Dr. Nogueira e Melo [1908][Alquerubim] Rua de Beduído - Rua Dr. Pereira Lemos [1908]Domitilia de Carvalho - Dr. Correia de Miranda

----- Sanguinhaes - Praça Nova - Largo Municipal - Praça Comend. Ferreira Tavares [1889/1910]
----- (Avenida da Praça Nova) - Avenida Luis Quillinan *[1883] - Av. da Liberdade *[1910] - Avenida Napoleão Luiz Ferreira Leão * [194-]
----- Estrada Real - Rua de Santo António + Rua do Hospital
----- Rua Direita - Rua do Real Hospital de Albergaria * [1889] - Rua do Hospital
----- (Rua do) Atoleiro - Largo do Atoleiro (Chafariz) [1889]
----- Largo do Chafariz - Largo da Republica * [1910] - Largo 1º de Dezembro [193-]
----- Praça Velha ( largo do Chafariz para a Estrada do Souto) - Largo Rainha D. Tereza * [1889]
----- Praça Velha - Praça D. Teresa * [1910]
----- Rua da Estação (Avenida do Vale do Vouga) - integrada na Alameda
----- Rua da Calçada *[1820] - Rua dos Mártires da Liberdade *[1889] - Rua Santo António
----- Salgueirinhos / Farrapa - Rua dos Mártires da Liberdade * [1889]
----- Rua da Alagoa - Rua Barros Gomes * [1889] - Rua Almirante Reis + Alameda 5 Outubro
----- Rua da Ladeira - Rua Serpa Pinto * [1889]
----- Rua de Cima [séc XVII] - Rua 1º de Dezembro * [1910] - (parte passou a ) Rua Dr. Alexandre de Albuquerque [194-]
----- Rua dos Pinheiros
----- Rua da Travessa - Rua Dr. José Henriques Ferreira [1889]-
----- Rua dos Casaes [conhecida por Rua da Cadeia] - Rua Castro Matoso * [1889]
----- Rua dos Curraes - Rua Gonçalo Eriz * [1889]
----- Rua de Campinho - Rua da Revolução * [1910] - Rua Eng. Duarte Pacheco
----- Rua dos Pelames - Rua Vasco da Gama * [1910]
----- Rua das Cruzes
----- Rua do Matinho - Rua Luis de Camões * [1910]
----- Heróis de Chaimite (1903) – almeida Garret
----- Rua da Cacieira - Rua Marques de Pombal * [1910]
----- Rua do Cortinhal - Rua José Falcão * [1910]
----- Rua da Semouqueira - Rua Dr. Albuquerque Pinho [200-]
----- Largo do Comendador - Largo 5 de Outubro * [1910] - Largo Conselheiro Sousa e Melo
----- Viela das Almas - Rua Rodrigues de Freitas * [1910] - (integrada na) Rua []
----- Rua das Bócas - Rua Trindade Coelho [1910] - Rua das Bócas
----- Rua do Jogo - Rua Eça de Queiroz * [1910]
----- Rua do Dourado - Rua Latino Coelho [1910] - (integrada na) Rua e Travessa Eça de Queiroz

Rua Miguel Bombarda [1910]
Rua Elias Garcia [1910]

Notas e informações retiradas de uma série de artigos do Dr. Albuquerque Pinho denominada Dança de Ruas: [1]16/3/99; [2] 25/5/99; [3] 22/6/99; [4] 17/8/99; [5] 28/9/99; etc...

Quaisquer erros devem-se à transcrição para este formato:

Nomes de todos os bairros e ruas de Albergaria-Velha, em 1828.

A começar de Nascente e Sul para norte e poente encontraremos: Salgueirinhos, Farrapa, Bócas, Calçada, Atoleiro, Alagoa, Cortinhal, Praça, Rua da Travessa, Cazais, Rua de Cima, Currais, Trapas, Fonte, Campinho, Cruzes, Póvoa, Reguinho e Assilhó

Fonte: Albergaria e o Seu Concelho, António de Pinho (páginas 84 e 133)

domingo, 21 de dezembro de 2008

Junta de Freguesia - atribuição de Medalha aos Bombeiros


A Junta de Freguesia de Albergaria-a-Velha atribuiu a Medalha de Mérito em Ouro à corporação de bombeiros da vila. Uma distinção que pretendeu homenagear os «soldados da paz» albergarienses na passagem dos 75 anos de vida.

Um acto de justiça e reconhecimento público. Foi assim que o Executivo da Junta de Freguesia de Albergaria-a-Velha sintetizou os motivos que levaram a condecorar com a Medalha de Mérito em Ouro, ontem atribuída em cerimónia realizada nas instalações daquele órgão autárquico.

Tratou-se da primeira distinção deste género efectuada pelo Executivo liderado por Fernando Nogueira, que coincidiu com a passagem dos 75 anos da criação dos Voluntários albergarienses. (...). Tratou-se de uma homenagem extensível aos bombeiros da corporação já falecidos. A este propósito, foram recordados os primeiros órgãos sociais e corpos de bombeiros da corporação de Albergaria, em 1925, ano da sua fundação. Igualmente recordados foram aqueles que deram a sua vida ao serviço dos «soldados da paz» desta vila, a quem essa distinção também se destinou.

Diário de Aveiro, 04 de Fevereiro de 2001

imagem: http://www.swissfirepatchcollector.com/Portugal.htm

Regulamento das Distinções Honoríficas da Freguesia de Albergaria -a -Velha

JUNTA DE FREGUESIA DE ALBERGARIA-A-VELHA
Regulamento n.º 540/2008

Regulamento das Distinções Honoríficas da Freguesia de Albergaria-a-Velha:

O presente Regulamento tem como objectivo redefinir as distinções honoríficas a atribuir pela Freguesia de Albergaria-a-Velha, respectivos critérios e procedimentos de decisão e, através delas, prestar homenagem a pessoas, singulares ou colectivas, nacionais ou estrangeiras, cujos méritos pessoais e feitos cívicos sejam dignos de reconhecimento. Além disso, inclui - -se neste Regulamento, o procedimento relativo ao reconhecimento de dedicação à causa pública dos funcionários e colaboradores da Junta de Freguesia de Albergaria-a-Velha, relevando o exemplar desempenho demonstrado no exercício das suas funções.

CAPÍTULO I - As Medalhas da Freguesia
Artigo 1.º - Das medalhas a atribuir

As medalhas que podem ser atribuídas pela Freguesia de Albergaria-a -Velha são as seguintes:

a) Medalha de Honra;
b) Medalha de Mérito;
c) Medalha de Bons Serviços.

SECÇÃO I - Medalhas De Honra
Artigo 2.º - Tipos e critérios de atribuição da Medalha de Honra

1 — A Medalha de Honra tem as versões em “ouro” e “prata” conforme a relevância dos actos praticados.
2 — A versão “ouro” destina -se a agraciar pessoas individuais ou colectivas, nacionais ou estrangeiras, que tenham prestado à Freguesia serviços considerados excepcionais, em qualquer ramo de actividade humana, pelo seu extraordinário valor e exemplo como pessoa ou cidadão, por notáveis actos de coragem ou de abnegação ou pela concessão de benefícios de excepcional relevância à Freguesia, cujo nome tenha ficado ou esteja ligado à vida ou à história da Freguesia de Albergaria-a -Velha.
3 — A versão “prata” destina -se a agraciar pessoas individuais ou colectivas, nacionais ou estrangeiras, de cujos actos resultam benefícios públicos muito significativos para a Freguesia de Albergaria -a -Velha, seja na melhoria das condições de vida dos seus munícipes, no desenvolvimento ou promoção cultural e artística, na divulgação e aprofundamento da sua história, costumes e tradições, ou no enriquecimento do seu património.

Artigo 3.º - Da competência de atribuição

Compete à Assembleia de Freguesia, sob proposta da Junta de Freguesia devidamente fundamentada, a atribuição da Medalha de Honra que deverá ser aprovada por maioria dos membros presentes.

Artigo 4.º - Do Título de Cidadão Honorário

A atribuição da Medalha de Honra versão “ouro”, outorga ao galardoado o título de Cidadão Honorário da Freguesia de Albergaria -a-Velha.

Artigo 5.º - Da cerimónia de entrega

A Medalha de Honra é entregue ao galardoado ou ao seu representante em cerimónia pública e solene.

Artigo 6.º - Da constituição da Medalha de Honra

1 — A Medalha de Honra corresponde a um distintivo constituído por uma medalha em forma circular, com 5 cm de diâmetro e 2 mm de espessura.
2 — Na medalha consta: o brasão de Albergaria-a-Velha numa das faces e, na outra, a inscrição “Medalha de Honra” em alto -relevo. Nesta mesma face, será gravado nome da pessoa homenageada e a data da homenagem.

SECÇÃO II - Medalhas De Mérito

Artigo 7.º - Tipos e critérios de atribuição da Medalha de Mérito

1 — A Medalha de Mérito tem a versão em prata dourada.

2 — A Medalha de Mérito destina -se a galardoar as pessoas individuais ou colectivas, nacionais ou estrangeiras, de cujos actos resulte aumento de prestígio para a Freguesia de Albergaria -a -Velha, melhoria das condições de vida da sua população ou contribuições relevantes no campo da ciência, do ensino, da cultura, da arte ou do desporto ou outra vantagem que mereça ser reconhecida.

Artigo 8.º - Da competência de atribuição

Compete à Assembleia de Freguesia, sob proposta da Junta de Freguesia devidamente fundamentada, a atribuição da Medalha de Mérito que deverá ser aprovada por maioria dos membros presentes.

Artigo 9.º - Da cerimónia de entrega

A Medalha de Mérito é entregue ao galardoado ou ao seu representante em cerimónia pública e solene.

Artigo 10.º - Da constituição da medalha de mérito

1 — A Medalha de Mérito corresponde a um distintivo constituído por uma medalha em forma circular, com 5 cm de diâmetro e 2 mm de espessura.
2 — Na medalha consta o brasão de Albergaria-a-Velha numa das faces e, na outra, a inscrição “Medalha de Mérito” em alto-relevo. Nesta mesma face, será gravado nome da pessoa homenageada e a data da homenagem.

Diploma

Canções de Natal


MÚSICA ESCOLA PROFESSOR / AUTOR

Já é Dia de Natal - EB1 de Cruzinha e Angeja - Mafalda Lopes
Este é o Natal - EBI SJL TB e TC - Nuno Silva
O Pai Natal - EB1 de Laginhas TA e TB e Telhadela - Cláudia Reis
Pai Natal na Chaminé - EB1 de Fontes e Laginhas TC e TD - Pedro Teixeira
Já é Natal, Nasceu Jesus - EB1 de Paus e Fial - Jonathan Costa

sábado, 20 de dezembro de 2008

Indicações Uteis

Indicações Uteis

Tribunal Judicial: Juiz de direito, exm.o sr. dr. João L. Correia de Bastos Pina.Delegado do Procurador da Republica, dr. Jaime Dagoberto de Melo; Sub-delegado, dr. José Paula de Lima; Contador, Antonio A. Souto Alves; Escrivães, Amândio de Miranda Cabral, José Dias Aidos e Carlos Pinheiro Mourisca.Oficiais de diligencias, Jose Rodrigues Castanheira, Carlos Rodrigues Castanheira e Júlio Rodrigues da Silva.

Juízo de Paz: Juiz, Antonio da Silva Geraldo; Escrivão, Afonso Rodrigues Castanheira.Assistência Judiciaria: Presidente, dr. Jaime Dagoberto de Melo Freitas. Vogais, dr. Abel C. da Silva Portal e Manuel d'Oliveira Campos.

Comissão concelhia d'administração dos bens das igrejas: Presidente, Joaquim Moreira da Silva; Secretario, Benjamin da Silva Valinho; Vogais: dr. Jaime Dagoberto de Melo Freitas, Joaquim Antonio Ferreira a João Rodrigues da Cruz.

Administração do Concelho: Administrador, Vicente Rodrigues Faca; Secretário, Manuel da Maia Mendonça; Amanuense, Fernando Henriques Pinheiro;Oficial. Benjamin da Silva Valinho;Regedoria: Regedor, Fernando Tavares Tinoco; Escrivão, Fernando Henriques Pinheiro

Municipio: Presidente, dr. Jaime Inácio Ferreira; Secretário Germano d'Araujo; Tesoureiro Eugenio Ribeiro; amanuense Augusto Pinheiro Mourisca.

(Médicos municipais) dr. José Homem Correia Teles, médico municipal e sub delegado de saúde por comissão.

(Aferidor de pesos e medidas): Aferidor, Augusto Pinheiro Mourisca.

Paroquia civil - Presidente, Alberico Ribeiro; Secretario, Fernando Henriques Pinheiro; Tesoureiro, Joaquim Moreira da Silva.

Repartição de Finanças - Secretario, Antonio dos Santos Lameiro;Tesoureiro, João F. de Pinho; Aspirantes, José Gil de Lemos e Manuel Machado; Fiscais dos impostos - Columbano Machado e Antonio Tavares da Silva; Execucções Fiscais - Paulo M. Pinto Vitor.

Registo Civil - Oficial, dr. José Nogueira Lemos; Ajudante, Manuel Silva

Conservatoria -Conservador, dr. Abel C. da Silva Portal; Ajudante, dr. José Paula de Lima.

Professorado Primario - escola masculina: Regente, Joaquim Antonio Ferreira; 2º lugar, João Gomes; Escola feminina: D. Octavia Leal Gomes.

Estação Telegrafo-Postal - Chefe, D. Maria Adelaide Moreira. Distribuidores : Hermenegildo Silva e José Bastos. Guarda-fios: Raul Rodrigues Terceiro e José Duarte Paulino.

Conservação das estradas - Chefe. Antonio José Pereira.

Entidades, comercio e indústrial local

Advogados - Drs - Abel C. da Silva Portal, Hernâni Cabral, Carlos Luiz Ferreira, Manuel Luiz Ferreira e José Paula de Lima.

Notários - Amândio de Miranda Cabral e Carlos Pinheiro Mourisca; Escrivão encarregado do registo criminal - Carlos P. Mourisca.

Médicos - Dr. José Homem Correia Teles.

Associação de Socorros Mutuos - A Operaria Albergariense: Presidente da Assembleia Geral, Amândio de Miranda Cabral; Presidente da Direcção, Manuel da Silva Pedro

Grémio Recreativo Albergariense - Presidente, Bernardino Máximo d'AIbuquerque. Directores: José Gil de Lemos, Eugénio Ribeiro e António Pinto.

Empresas tipográficas e jornalisticas - "A Democracia do Vouga": proprietário, João Luiz de Rezende; "Jornal d'Albergaria": proprietário, Alberico Ribeiro

Filarmónica Amisade Albergariense - Regente, Albérico Henriques Ribeiro.

Farmacias - Lemos & Filha e Joaquim Alcantara

Ourivesarias - João Luiz de Rezende e Miguel Marques Henriques.

Relojoarias - João Luiz de Rezende, Manuel da Silva Gordo e Miguel Marques Henriques.

Drogaria e materiais de construção - Viriato da Silva Vidal.

Fanqueiras e modas - Augusto Ferreira da Silva, Antonio da Silva Geraldo, Alberico Lemos e Francisco Ferreira da Silva.
Bicicletas - Manuel da Silva Gordo e Miguel Marques Henriques.
Mercearias e ferragens - Antonio Marques Pereira e José Pinheiro Mourisca.
Mercearias e tabernas - José Simões Ferreira, José Pinheiro Mourisca, Manuel da Silva Pedro, Antonio Henriques Ribeiro, Sebastião da Silva Pedro, Maria Pereira de Vasconcelos.
Mercearia, armazém de vinhos e restaurante - Bernardino Maria da Costa.
Hotéis - Antonio da Silva Geraldo (Hotel Vouga).
Casas de pasto - José Simões Ferreira, Manuel da Silva Pedro, Antonio Henriques Ribeiro e Manuel Pinto.
Mercearias - Manuel Fortunato d'Almeida Raimundo e Antonio de Pinho Costa.
Tabernas - Adelina Raimundo, Ana Terceira e Patricio Salgueiro.
Padarias - José da Silva Matos.
Depósitos de tabacos e fósforos - Antonio Marques Pereira.
Depósitos de farinhas e ovos - João Patricio Alvares Ferreira.
Logares de fruta - Rosa Caseira, Margarida Terceira, Maria Engracia de Jesus e Zulmira de Bastos Figueiredo.
Louceiras - Guilhermina Santiaguinha, Clemencia Rosa e Cecilia Pinheiro.
Cortadores de carnes verdes - Manuel José Soares.
Salsicheiros - José Matias Marques de Lemos.
Estancias de madeiras - Manuel de Lemos Alho e José Pinheiro Mourisca.
Automóveis de aluguer - Miguel Marques Henriques.
Alquilarias - Antonio Maria.
Agencias De seguros contra incendios - Vicente Faca e Germano de Araújo
Bancarias - Antonio Marques Pereira
Funerarias - José Pinheiro Mourisca, Alberico Lemos e Maria Mesquita
Construtores de carros - Patricio Luiz d'Almeida
Serrelharias - Pais & Fonseca.
Mestres de obras - Antonio Marques Pereira e Viriato da Silva Vidal.
Mestre de canteiros - Manuel Costa.
Correeiros - João Dias dos Santos
Obreiros de calçado - José d'Almeida Raimundo e Antonio dos Santos Júnior.
Alfaiates - Manuel da Silva Caixeiro, Manuel Martins e Antonio Marques de Lemos Alho.
Barbeiros - Fernando Tavares Tinoco, José Antonio Cabral, Anibal de Silva Reis, Vitor Manuel Ribeiro, Antonio Rodrigues Terceiro e Manuel José Soares.
Picheleiros - Antonio Rodrigues Terceiro e Abilio Rodrigues Terceiro.

Estabelecimentos fabris do concelho:

- Fabrica do papel do Prado em Valmaior: administrador. Arnaldo Guimarães
- Fabrica da polpa do Carvalhal: director, Eric Daniel Bergquist
- Fabrica de cerâmica de Angeja, de Francisco Correia Vidinha (Viuva).
- Fabrica de cerâmica na Biscaia: proprietário e gerente, José Correia Vidinha.
- Fornos de telha e tijolo - Manuel d'Oliveira Santos. Alquerubim. Francisco Correia Martins, Paus. Joaquim Gonçalves de Melo, Paus

Democracia do Vouga, 22 de Outubro 1915

Professorado Primário do concelho (1916)

Albergaria-a-Velha, sexo masculino: Joaquim Antonio Ferreira e João Gomes, Sexo feminino. D. Octávia Leal Gomes e Rosa da Anunciação Ferreira dos Santos

Sobreiro, mixta, D.Camila Ferreira dos Santos

Angeja, sexo masculino, Manoel Bismark e Fernando de Castro Sousa Mala. Sexo feminino, D. Ermelinda Cavaleiro Rodrigues

Alquerubim, sexo masculino, Manoel M. Mendes Leal e David Pereira Lemos. Sexo feminino, D. Dulce Pereira Lemos

Branca, sexo masculino, Manoel Pereira Moita e D. Manoela Rosa de Oliveira Moita. Sexo feminino. D. Maria Augusta Amorim

Valmaior, sexo masculino, Silvestre Mendes da Silva.Sexo feminino, D.Angelina Augusta de Oliveira.

Frossos, sexo masculino, José Gonçalves de Pinho Sexo feminino, D. Gloria Marques de Carvalho.
S João, sexo masculino, José Fernandes Matias. Sexo feminino, D. Maria da Luz da Rocha Leite

Pinheiro, mixta, D. Rosa Margarida de Oliveira Marques

Loure, mixta, D. Cristiana Fernandes Leal

Ribeira de Fragoas mixta, D. Maria José da Silva

Telhadela, mixta, D. Maria Valente d'Almeida.

Fonte: jornal Democracia do Vouga, Outubro 1916

Notas: Durante muitos anos houve escolas separadas para rapazes e raparigas. Nos locais menos populosos já existiam escolas mistas.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Paroquias civis - 1916

Paroquias civis

Albergaria-a-Velha, presidente, Alberico Ribeiro
Valmaior, presidente, Joaquim Martins
Alquerubim, presidente, João Correia de Melo
Angeja, presidente, João Pereira Serrano
Frossos, presidente, Francisco Rodrigues Castanheira
Branca, presidente, Joaquim Rodrigues Leandro
S João de Loure, presidente, José Martins Ferreira
Ribeira de Fragoas, presidente, João Tavares Adao

Fonte: jornal Democracia do Vouga, Outubro 1916

Notas: As Juntas de Paróquia foram substituídas, poucos anos depois, pelas actuais Juntas de Freguesia.

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Couto de Osseloa


ORIGEM DE ALBERGARIA-A-VELHA
A CARTA DO COUTO DE OSSELOA

«Este notável documento constitue a certidão de nascimento e de batismo de Albergaria-a-Velha e, mais do que isso, atribuem-se-Ihe ainda foros de maior valor para a nossa nacionalidade, considerando-o o primeiro documento em que Portugal figurou com o título de reino. [Alexandre Herculano, História de Portugal, 1.ª Edição, 1.º volume, pág. 244, em nota.]

Quando o bispo de Coimbra, D. Egas, em 1258, fez transcrever a Carta em pública-forma, para garantia da sua conservação, declarou que assim procedia por utilidade de Albergaria-a-Velha de Meigon Frio. E era Velha, certamente para contrapor a outra Albergaria de mais recente fundação, e que devia ser a Nova.

Cinco quilómetros a norte desta vila fica a povoação de Albergaria-a-Nova, ponto obrigado no itinerário da antiga estrada mourisca. Dois quilómetros abaixo desta povoação, a estrada ladeava a sudoeste em direcção a Assilhó.

A Albergaria-a-Nova convergiam mais duas vias de comunicação importantes: – uma era o caminho do Antuã (Estarreja) , e outra, na direcção oposta, seguia para leste a ligar com a Ribeira de Fráguas, Silva Escura, Sever do Vouga e Vale de Lafões, e para ligação das antiquíssimas explorações mineiras do Vale do Caima e do Braçal.
Compreende-se, pois, que os senhores da Feira mandassem ali pôr uma albergaria, como fizeram outros fidalgos, que as instituíram nas suas terras. Por outro lado, e conhecendo-se o extraordinário poderio dos fidalgos da Feira e a sua arrogância, é de admitir que, por soberba, fossem levados a dotar com uma albergaria o limite das suas terras, a defrontar, quase, a que D. Teresa aqui instituíra.

A Carta do Couto d' Osseloa seria um acto de espontânea defesa social e benemerência da rainha D. Teresa, ou haveria o propósito de recompensar serviços a ela pessoalmente prestados por Gonçalo Eriz?

Acerca deste ponto encontrámos uma antiga tradição, que António Augusto, nos seus apontamentos, expõe deste modo:

«Corre por tradição que a Rainha D. Tereza, passando pela Assilhó, se hospedara em casa de Gonçalo Eriz e de sua mulher Andreza Pires, e lá parira um filho, e por êsse motivo instituíra o Hospital, assegurando vastos territórios para benefício dos ilustres hospedeiros. Não consta, porém, que D. Tereza, a-pesar-das relações amorosas com Fernando Peres de Trava, tivesse algum filho depois da morte do Conde D. Henrique. Todavia, não repugna acreditar que ela então ali se hospedasse, pois neste ano de 1117 veio a Rainha a Coimbra, onde em Junho esteve cercada pelas fôrças do Emir de Marrocos, e, possivelmente, de regresso, demorou em Assilhó, d'onde tomou o rumo do norte, descansando em terras da Feira.»

A mesma tradição encontrámos em um documento de 1629, que mais ao diante publicamos na íntegra, e do qual extraímos esta passagem:

«Que provaria que a terra aonde estava situada a dita quinta do Fontão, que o embarcante possue, é de sua natureza dízimo a Deus, e por êste nome é denominada, e é privilegiada de rações e mais direitos, por mercê que fez a Rainha D. Tereza àquela terra, em agradecimento de Deus nela alomiar (sic) dum parto, como se tem por tradição verdadeira e antiquíssima.»

ANO DE 1117
Escreve-se, invariavelmente, que a Carta do Couto d'Osseloa é do ano de 1117, quando nos aparece datada de 1155. Indicaremos a razão da aparente divergência, que a muitos causaria confusão.

Em Portugal vigorou a era de César até 15 de Agosto de 1422, data em que D. João I ordenou fosse substituída pela era de Cristo, em harmonia com a reforma Gregoriana. Até então todos os documentos se datam, pois, da era de César, que começou 38 anos antes do nascimento de Cristo. De modo que, para se encontrar o ano de Cristo, que corresponda a outro da era anterior, basta deduzir a este 38 anos, diferença entre o início das duas eras.

OSSELOA
Osseloa, a que a Carta se refere, passou a denominar-se Silhó ou Assilhó, nome actual da pequena povoação que dista 200 metros desta vila. Em vários documentos do século XIX ainda aparece com o nome de Silhó.

Era ao tempo uma aldeia ou um casal, circunscrito, talvez, à casa solarenga de Gonçalo Eriz, habitada pelos solarengos que agricultavam as terras do fidalgo, fertilizadas pelas águas do regato de Osseloa.

Contra esta afirmação não faça dúvida a Carta designar Osseloa por villa, palavra que então tinha apenas o significado de Quinta, Granja, ou Casal nobre.

ACORDÃO DE 1629

O Ac. da Relação de 10 de Junho de 1629, proferido sobre questões em que se discutiam direitos a terras do Couto d'Osseloa, chamava-lhe villa d'Osseloa. Deu isso margem a ser-lhe dirigida a seguinte petição:

Dizem o procurador geral das Capellas da Corôa e António da Cunha, administrador do Hospital d' Albergaria-a-Velha, que nesta Relação estava sentenciado o tombo e demarcação dos Bens do dito Hospital pelo traslado da Doação que fez a Rainha D. Thareza em latim traduzido a linguagem, que foi achado no cartório da Villa d'Aveiro; e porque quem declinou o latim trocou a palavra villa, pondo-a como estava em latim, o que em latim quer dizer quinta, conforme a declaração da dita declinação em linguagem, se entendeu na Junta dos Feitos Reaes que no tempo que a dita Rainha fizera a Doação a Gonçalo Eriz era o dito sitio d'Assilhó .................. e achando-se o dito sitio d'Assilhó quinta, no tempo em que a dita Rainha fizera Doação dela, se julgasse o sitio por foreiro, etc.

Suprimimos a parte em que os peticionários demonstravam, a propósito da confusão de vila com quinta, pretender que o Tribunal alterasse a decisão no que mais ofendera os seus interesses. O Tribunal deliberou:

Acordam, etc. Deferindo à petição dos supplicantes, visto como na sentença se poz a palavra villa conforme o traslado da Doação em linguagem portugueza, e no original feito em latim a palavra villa se entende quinta, que então era o lugar e sitio d' Assilhó, mandam que aonde se diz villa se entende quinta; e no mais se cumpra com a reserva feita na dita sentença para se julgar no feito apenso sôbre a dita quinta, e o que se julgar se lançará no Tombo, e assim a Doação latina. Mando que as sentenças neste insertas se cumpram assim como se contêem. Dada nesta Côrte e Cidade de Lisboa aos 23 dias do mês de Julho de 1629. El-rei Nosso Senhor assim o mandou pelo Doutor Thomé Pinheiro da Veiga, do seu Desembargo e seu Desembargador dos agravos e juiz dos Tombos das Capellas do Reino em esta Côrte e Casa da Supplicação. Manuel de Freitas a fez.

(...)
TRADUÇÃO DA CARTA

A tradução da Carta mereceu-nos o maior cuidado. Confiando-a ao Sr. P.e Francisco Teixeira fixámo-la como segue:
Saibam quantos tiverem conhecimento da presente escritura, que, quando intentámos a reforma para utilidade de Albergaria-a-Velha de Meigonfrio, Dom Mourão, do burgo de Vouga, nos mostrou uma Carta não rasurada, nem viciada, nem cancelada, nem abolida, nem oferecendo dúvidas em qualquer das suas partes, a qual nós, por Gonçalo Mendes, nosso público tabelião, fizemos transcrever palavra por palavra, e reduzir a pública-forma, e cujo teor é o seguinte:

Em nome da Santa e Indivisa Trindade, Pai, Filho, Espírito Santo, Amen. Esta é a Carta de Benefício e firmeza de Couto, que eu, Infanta Dona Teresa, Rainha de Portugal, mandei fazer para ti, Gonçalo Eriz com destino à tua Quinta de Osseloa (Assilhó). Em primeiro lugar divido, por um lado, essa tua Quinta com a Terra de Santa Maria, a saber: – da estrada que desce de Portugal (Porto de Gaia) em direcção à Pedra da Águia (Bico do Monte ou Monte da Senhora do Socorro), e daqui pelo meio da Mata Talhada (ficava entre a Pedra de Águia e a Cruz de Canelas, e se denomina hoje Vale da Salgueira e Vale da Lage) em direcção à Mata da Ussa, que antigamente se chamava Mata da Brava, e daqui à Mamoa Negra que se chamava da areia, e daqui vai ao Romariz, e daqui, por outros terrenos, até ao têrmo do Vouga; na direcção de Romariz transpõe o regato de Osseloa junto à Charneca, seguindo em linha recta até ao ponto em que o terreno deixa de ter o mesmo plano (Usque in Directo), e daqui voltando para os vales de Osseloa e depois directamente à Fonte Fria, que outrora se chamava Fontinha de Meigonfrio, e daqui a par da estrada em direcção à Pedra de Águia supramencionada.

Aprouve-me, a mim, Infanta Dona Tereza, Rainha de Portugal, em boa paz, dar-te Carta de Couto a ti, Gonçalo Eriz, na Quinta de Osseloa (Assilhó) pelos limites referidos, a saber: – da própria Quinta até ao Padrão do Couto, que eu mandei colocar na parte norte à beira da estrada, (é conhecido ainda hoje pelo nome de Marco da Meia Légua), e assim outro tanto para o poente da Quinta, e para o sul na direcção dos vales de Osseloa, do outro lado do regato, e volta para a Fonte Fria junto ao Sobreiro assinalado, e dali atravessa o caminho para o Oriente, indo em direcção ao limite de Valmaior até ao Vale Pequeno, onde roubam e matam os viandantes, e dali, da primeira fonte situada abaixo da estrada, seguindo em direcção ao norte até ao padrão do Couto.

Desta forma, de hoje em diante, possuas este Couto, bem como aquele que da tua descendência for teu herdeiro da dita Quinta, e de pai e mãe de ti provenha, tanto por teres dado um açor a D. Mendo Bofino e um cavalo ao meu escudeiro Artaldo e um gavião a Godinho Viegas, como para uma Albergaria que vamos instituir neste lugar, ao cimo da estrada, para bem de nossas almas e das dos nossos pais, e nela metamos como Albergueiro a Gonçalo de Cristo, e, quando um tiver falecido, tu nomearás outros, e da tua herdade lhes darás onde trabalhem, a saber: – desde a primeira lagoa dos Sobreiros, no caminho que vai para Osseloa até à primeira margem do regato que decorre da estrada, estendendo-se pela mesma margem até à estrada; e dessa lagoa indo para a primeira Mamoa que está junto à estrada; tendendo para a Fonte Fria, e depois, do outro lado, no termo de Valmaior – cedamos, eu, tu e os nossos sucessores, acima do Padrão do Couto para o Oriente, até à primeira Fonte, abaixo da estrada, e daqui à primeira Fonte Fria.

Além disso, determinamos que paguem ao Albergueiro do Couto, aqueles que o ferirem, quinhentos soldos, e ele não pague calúnia em todo o meu reino, nem passagem (direito de trânsito), nem fique sujeito a quaisquer encargos (nenhum fôro); e além disso, Gonçalo Eriz, honro-te na tua Quinta, ordenando que todos os monteiros que, no termo dela, matarem veados, te dêem os lombos e a quarta parte, com excepção do rei; e os que matarem corça ou gamo te dêem cs lombos, e, se caçarem em terreno cultivado, te dêem metade, e do urso as mãos, e se afastem do Couto os caçadores de coelhos à distância da vista de homem de joelhos, com os olhos nem levantados nem postos no chão; e todos os que aí fizerem calúnia te paguem pelo fôro do Vouga, e aquele que violar as disposições deste Couto te pague seis mil soldos, e mantenha-se o Couto, – e se quiseres utilizar-te do meu Mordomo para receberes aqueles seis mil soldos, dar-lhe-ás a terça parte, mas não por fôro, e não entre no teu Couto se não for da tua vontade.

E, se alguém da minha descendência, ou eu ou o Rei, quiser anular este meu acto, seja maldito até ao fim dos séculos, e aquele que o beneficiar seja bem dito e toda a sua geração; e todos os homens de Vouga que honraram este Couto participem da boa hospitalidade da Albergaria. Confirma P., Bispo do Porto. Esta carta foi lavrada nas terras de Santa Maria, a que chamam Feira, no mês de novembro, era de 1155. Eu, Infanta Dona Teresa, Rainha de Portugal, que mandei passar esta Carta a ti, Gonçalo Eriz, como acima se deixa dito, e de minha mão a firmei.

Foram presentes: – Mendo, escrivão privativo da Côrte que a fez. – Dom Pedro Gonçalves, confirmo, – Dom Mendo Bofino, confirmo, – Dom Velasco Ramires, confirmo, – Dom Godinho Viegas, confirmo, – Didaco Osório, confirmo, – Dom Gonçalo Truitzendo, confirmo. O Armeiro Nuno Soares, viu. Pelágio Scapulado, confirmo. Artaldo testemunha, Pedro, testemunha. – Pelágio, testemunha, Gonçalves, testemunha, João testemunha, Garcia, testemunha. Sinal público em cruz, com as letras – Rainha Dona Teresa. Rainha.

E para que a dita carta, com o decurso do tempo, não venha a oferecer dúvidas, nem desapareça, com dano para a mesma Albergaria, a fizemos conferir na presença de homens bons, e, além disso, depois de firmada com o nosso próprio selo, a fizemos arquivar cuidadosamente no Tesouro da Igreja Catedral de Coimbra. E eu Gonçalo Mendes, Tabelião público na Cúria do supradito Prelado, fiz a leitura pública da referida Carta, e a examinei como acima fica dito, e a transcrevi palavra por palavra, e por meu punho a reduzi a pública-forma, e lhe apus o meu próprio selo. Feita na Igreja de Santa Maria de Lamas, 13 Calendas de Maio, era de 1296.»

[Albergaria-a-Velha e a seu Concelho – Dr. António de Pinho]

NOTAS:
A Mamoa Negra é constituída por um abundante jazigo de areia saibrosa, empregada em argamassas e em adobes. É na Afeiteira, também conhecida por Cabana, no limite de Angeja, como refere a última demarcação do Couto. Este local da linha poente do Couto, entre o monte da Ucha e Romariz, é cortado pela estrada n.º 8, 1ª de Aveiro a Viseu. Dali parte a estrada municipal para o lugar do Fontão. O marco está dentro duma terra de lavoura, próximo do ângulo formado por estas duas estradas. Limita agora as duas freguesias.

O sítio de Romariz, a que a Carta se refere, era sobranceiro ao Cubo, próximo donde havia a barca d' Angeja. O monte de Romariz, ainda com esse nome, acompanha a margem esquerda do regato de Assilhó (Osseloa), desde a sua curva ao fundo do Vale do Ribeiro, a leste do pontão do Porto das Éguas, até à Várzea de Angeja.

No antigo sítio da Charneca formou-se uma povoação razoável de gente laboriosa, predominando moleiros e padeiros: – é o lugar do Fontão, onde tem excelente vivenda, com capela e muitas rendas, o Sr. Dr. Augusto de Castro, actual director do «Diário de Notícias». Em Frossos, e próximo do Fontão, existe ainda um sítio com a denominação de Charneca.

Os Vales d'Assilhó são, além do Vale do Ribeiro, o Vale de Grama e o Vale da Vermelha. O Vale do Ribeiro toma a direcção norte-sul até ao fim do Campo do Ribeiro, próximo do Porto de Éguas, e ali inclina a poente sobre o lugar das Frias de Cima, seguindo para os das Frias de Baixo, Regada, Biscaia, Fontão e Angeja, e tem a sua foz no Pupinho. O Vale do Ribeiro é a continuação do Vale do Couto, que tem a sua origem na falda poente da colina do Bico do Monte (antiga Pedra da Águia). (Patrício Teodoro, na Gazeta de 25-11-1934).

O Vale Pequeno começava ao fundo do terreno de cultivo da actual Quinta da Boa Vista, e ia até ao lugar do Reguengo de Valemaior. Era por aí que seguia, quase, o trajecto da antiga estrada vinda de Viseu e Vale de Lafões, e que desembocava onde é hoje a Praça D. Teresa, ali se vendo a viela, restos da antiga estrada. Isto até se abrir a nova estrada para Viseu, iniciada em 1870, e que, em 1872, ia além de Pessegueiro da Vouga.

N.º 2 Publicação Semestral da Junta Distrital de Aveiro Dezembro de 1966

Ponto de vista fonógico / filologia


Fonologia Mirandesa I - José G. Herculano de Carvalho
separata de Biblos. vol. 36, 1958
Estudos Linguísticos - José G. Herculano de Carvalho
Edição de Atlântida, 1973

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O ponto de vista fonógico foi depois já aproveitado na monografia de Hirondino da Paixão Fernandes, mencionada na nota 22; e numa outra, ainda não apresentada mas já concluida, de Maria Aldina dos Santos Frias, sobre Alquerubim.

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quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Imagens (8)


Folheto da Região de Turismo Rota da Luz - capa com imagem da igreja de Angeja

domingo, 30 de novembro de 2008

Valmaior

Albergaria em Revista nº 15 - Março 2006
Entrevista aos Presidentes das Juntas de Freguesia

VALMAIOR

PROJECTOS

- Criação de parques de lazer (requalificação do Parque da Cabria, por exemplo)
- Trazer uma farmácia para a freguesia.
- Manutenção de caminhos e valetas.

FRASES CHAVE

- O maior desafio será conseguir realizar algumas das intenções que achamos que são fundamentais para o bem-estar da população.
- Apostar no bom atendimento à população.

São João de Loure



Albergaria em Revista nº 15 - Março 2006
Entrevista aos Presidentes das Juntas de Freguesia
São João de Loure

PROJECTOS

- criação de melhores condições de vida (segurança rodoviária/construção de passeios/mais higiene urbana).
- Sinalização e sinaléctica.
- Melhoramento e preservação dos edifícios públicos da freguesia.
- Apoiar as colectividades locais.

FRASES CHAVE

- A Junta de Freguesia é essencialmente um interlocutor entre a comunidade e asinstâncias autárquicas superiores.

- O meu maior desafio é vender as minhas ideias.

- Manter o bem-estar da população e ter o seu reconhecimento é também outro grande desafio.

Ribeira de Fráguas


Albergaria em Revista nº 15 - Março 2006
Entrevista aos Presidentes das Juntas de Freguesia
RIBEIRA DE FRÁGUAS

PROJECTOS

- Projecto da estrada 16.3.
- Novo edifício do Posto Médico.
- Melhorar o parque escolar.
- Reorganizar o centro da freguesia.
- Apoiar as instituições locais.

FRASES CHAVE

- Os nossos projectos são todos aqueles que consideramos essenciais para o desenvolvimento da freguesia.

- Não acreditamos que haja desenvolvimento sem boas acessibilidades.

Como temos uma freguesia com uma área florestal imensa, queremos não só melhorar as acessibilidades no interior da floresta, mas também garantir boas condições de trabalho e exploração aos comerciantes e industriais da floresta, bem como ainda para a intervenção dos bombeiros.

Frossos

Albergaria em Revista nº 15 - Março 2006
Entrevista aos Presidentes das Juntas de Freguesia

FROSSOS

PROJECTOS

- Promover o turísmo.
- Realização de um fim-de-semana cultural.
- Melhoramento de caminhos.

FRASES CHAVE

- O meu desafio é a satisfação, o aval de toda a freguesia.

- A freguesia tem qualidades suficientes para se destacar a nível turistico, pela fauna, pela Pateira de Frossos… Vamos tentar que isto chame mais pessoas a visitar a freguesia.

Branca

Albergaria em Revista nº 15 - Março 2006
Entrevista aos Presidentes das Juntas de Freguesia
BRANCA

PROJECTOS

- Ampliação do cemitério.
- Acabamento obras em curso (saneamento, piscina, Centro Cultural, centro médico).
- Manutenção das vias principais.

FRASES CHAVE

- Só mandamos fazer aquilo que podemos pagar.

Angeja

Albergaria em Revista nº 15 - Março 2006
Entrevista aos Presidentes das Juntas de Freguesia
ANGEJA

- Pavilhão Gimnodesportivo (obra da Câmara Municipal com cedência de terrenos).
- Construir sanitários públicos no centro da freguesia, no Jardim Dr. Jaime Portugal.
- Toponímia (acabar com as ruas, vielas e becos sem nome e tratar do número de polícia).
- Limpeza de lixos e resíduos que se encontram nos pinhais.
- Embelezar alguns locais públicos.
- Melhorar a sinalização da freguesia, do trânsito, mas também a informativa.
- Apoiar as associações e colectividades.
- Melhorar a rede viária, especialmente na Zona Histórica de Angeja.

FRASES CHAVE

- Vamos tentar cortar alguns custos e fazer coisas em parceria com a Câmara, dialogar o máximo e estabelecer protocolos.

- Não podemos ter sonhos grandes, mas queremos melhorar.

Alquerubim

Albergaria em Revista nº 15 - Março 2006
Entrevista aos Presidentes das Juntas de Freguesia
ALQUERUBIM

PROJECTOS

- Projecto do Corgo do Santo Estevão.
- Transformar o edifício da escola velha em Casa de Cultura ou Casa da Juventude.
- Requalificação da escola de Fontes/investimento no parque infantil.

FRASES CHAVE

- Uma das formas de resolver a questão das limitações financeiras é desenvolver parcerias e assinarprotocolos com a Câmara Municipal.

- A Feira Antiga é uma óptima forma de angariar fundos e de apoiar as diversas instituições.

Albergaria-a-Velha

Albergaria em Revista nº 15 - Março 2006

Entrevista aos Presidentes das Juntas de Freguesia
ALBERGARIA-A-VELHA

PROJECTOS

- Conclusão da inventariação do património da Junta.
- Atribuição de toponímia a caminhos agrícolas e florestais.
- Requalificação dos lavadouros da freguesia (conclusão)
- Melhorar as zonas habitacionais/Atracção e fixação de novos residentes.

FRASES CHAVE

- Sempre fui apologista de trabalhar em parcerias.

- A política tem de ser sempre aliada a três vectores primordiais: a tolerância, a igualdade e a solidariedade.

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Museu da Metalurgia - Proposta do PCP

De acordo com as propostas enviadas pela Organização Regional de Aveiro do PCP, o Grupo Parlamentar deste Partido, apresentou [em 2005] na Assembleia da República 33 propostas de alteração à proposta de PIDDAC do Governo, com o objectivo de aí incluir um conjunto de obras e acções que consideramos prioritárias para o distrito de Aveiro. (...)

Das 14 propostas que não se apresentaram no ano anterior, merecem ainda referência as ligadas à abertura ou recuperação de Museus

– recuperação e ampliação do Museu de Ovar;

- criação do Museu da Metalurgia em Albergaria-a-Velha;

- construção do edifício para o Museu de Oliveira de Azeméis;

- construção da Academia de Música de S. João da Madeira.

O Executivo da DORAV do PCP - Aveiro, 24 de Novembro de 2005

Imagens (7)


Brasão da Vila de Angeja

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Arquivo Municipal ganhou casa própria


Quinhentos anos de história estão compilados em milhares de documentos que passam a estar reunidos no novo Arquivo Municipal de Albergaria-a-Velha. O arquivo da própria Câmara - que integra actas, plantas e registos oficiais -, testamentos com mais de 200 anos, cartas de foral, documentação das três sedes de concelho localizadas em Angeja, Frossos e Paus e registos locais únicos - tudo está agora ao dispor da população e de investigadores.

No dia da inauguração do Arquivo Municipal, a autarquia assinou protocolos com os detentores da antiga Fábrica Alba [Metafalb] e da antiga Fábrica de Celulose do Caima [credores da Reficel] com vista à entrega de documentação importante para o fundo local do concelho. A primeira entregou à autarquia as pautas da extinta Banda Alba e a segunda os arquivos que são marca documental do funcionamento da fábrica.

A Câmara quer continuar a estabelecer protocolos com privados que tenham em sua posse património documental de extrema relevância para a história do concelho. Estes protocolos apresentam duas vertentes. Uma estabelece a doação dos documentos à autarquia e a outra visa a entrega da documentação ao município, passando esta a ser uma entidade de salvaguarda daquele património.

Um exemplo de doação foi o de Jorge Figueiredo, neto do proprietário da Tipografia de Albergaria, de quem herdou uma colecção de 801 jornais da região do Vouga datados entre 1888 e 1945. Este espólio encontra-se agora disponível para consulta do público em geral no Arquivo Municipal, que dispõe de um moderno equipamento de procura de documentação desenvolvido no âmbito do programa Sal-On Line. Trata-se da digitalização dos documentos para uma melhor visualização e fácil utilização. A Câmara assegura que é um método simples de consulta, acessível a todos.

Oito anos de espera

Com o seu arquivo espalhado por diversos espaços municipais e sem o devido tratamento, a autarquia considerou “urgente” ter um espaço adequado para instalar o Arquivo Municipal. O processo começou em 2002 e demorou seis anos a estar concluído.

Em 2004, a Câmara apresentou uma candidatura ao Programa de Apoio à Rede de Arquivos Municipais para a integração do arquivo concelhio na rede nacional e para a realização de obras de adaptação do edifício da “cadeia”.

O acordo de colaboração com o Instituto dos Arquivos Nacionais/Torre do Tombo surgiu a 17 de Fevereiro de 2005 e foi homologado pelo então secretário de Estado para os Bens Culturais, José Amaral Lopes. Com este passo, o município garantiu 40 por cento de financiamento para as profundas obras de requalificação. À Câmara coube a restante parte do investimento.

O Arquivo Municipal tem uma área útil de 428 metros quadrados e três pisos. No rés-do-chão está a recepção, o depósito de documentos e a sala de leitura. Subindo ao primeiro andar, encontra-se os gabinetes de classificação e tratamento de documentos, gabinetes técnicos, uma sala de exposições e uma sala multiusos, preparada para receber iniciativas de carácter cultural e pedagógico. No último piso funciona a área de depósito de suportes audiovisuais e digitais.

De cadeia a Arquivo

O edifício que hoje acolhe o Arquivo Municipal é conhecido pelas gentes do concelho como a “cadeia”. A estrutura foi construída em 1901 pelo então presidente da Câmara, Bernardino Máximo de Albuquerque, que recebeu, em Março de 1906, os primeiros presos. A “cadeia” funcionou naquele espaço até ao início dos anos 70 do século passado, momento a partir do qual permaneceu sem utilidade até 1986. Neste ano, os Paços do Concelho entram num projecto de obras profundas de requalificação e a “cadeia” foi adaptada para acolher, temporariamente, os serviços da Câmara e da Assembleia Municipal, durante o decorrer das obras. Depois também foi escola e Junta de Freguesia e albergou a Comissão de Protecção de Crianças e Jovens e o Centro para a Divulgação das Tecnologias de Informação.

Carmen Martins / Diário de Aveiro

sábado, 22 de novembro de 2008

A Terra de Vouga nos séculos IX a XIV - Território e Nobreza


O livro "A Terra de Vouga nos séculos IX a XIV - Território e Nobreza", da autoria de Delfim Bismarck Ferreira, com edição da ADERAV, será apresentado no dia 11 de Dezembro, pelas 18.30, no auditório da antiga Capitania de Aveiro.

O livro conta com uma Apresentação da autoria de José Mattoso e um Prefácio de Leontina Ventura.

A Terra de Vouga corresponde aos actuais concelhos de Águeda, Anadia, Aveiro, Ílhavo, Oliveira do Bairro e Vagos, bem como parte dos de Albergaria-a-Velha, Mealhada e Sever do Vouga. Partindo de um território individualizado na documentação medieval, a terra de Vouga, o autor procurou caracterizar e compreender este espaço e o protagonismo da nobreza nele inserida, desde meados do século IX até ao final do primeiro quartel do século XIV, termo do reinado de D. Dinis.

Fórum GeneAll

Notável circunscrição administrativa no litoral português, confrontava a Norte com a terra de Santa Maria; a Poente com o Oceano Atlântico, a Nascente, com as terras de Sever, Lafões e Besteiros e a Sul com as de Coimbra e Montemor-o-Velho. Compreendendo desde o final do século XI uma vasta área,que actualmente constitui parte dos concelhos de Albergaria-a-Velha, Mealhada e Sever do Vouga, e a totalidade dos concelhos de Águeda, Anadia, Aveiro, Ílhavo, Oliveira do Bairro e Vagos (todos pertencentes ao Distrito de Aveiro e à Província da Beira Litoral), a sua origem estaria na civitas de Marnel, sediada em Vouga, que, com a sua localização privilegiada e central, acabaria por fixar aí a “capital” de um extenso território.

Nesse contexto, a região de Vouga assistiu a um desenvolvimento crescente, onde o burgo de Vougaparece ter assumido um papel de destaque, muito provavelmente devido à sua estratégica localização geográfica.

Delfim Bismarck in Actas das Jornadas de História Local (Aveiro, 2007)

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Historia on line


Iniciada há um mês [05-04-2008], a 1.ª História Online do Município de Albergaria-a-Velha já conta com 11 episódios e dezenas de participações de cidadãos que querem dar o seu contributo para um conto escrito a várias mãos.

No primeiro episódio, conhecemos Ricardo, um homem sonhador e um pouco azarado, que descobre que a vizinha deslumbrante do 4.º andar, Margarida, é a sua nova chefe na empresa. A atracção parece ser mútua, mas o que fazer com a namorada perfeita, que deixa de ser perfeita quando aparece com meio quilo de haxixe? E o homem misterioso, que Margarida trata carinhosamente, acusado de tráfico de armas em Angola? Em cada novo episódio, com cada nova participação, a história dá reviravoltas inesperadas, onde até os mortos acabam por "ressuscitar"!

A participação na 1ª História Online do Município de Albergaria-a-Velha está aberta a toda a comunidade. Para dar o seu contributo, basta estar atento aos episódios publicados de três em três dias e enviar a continuação da história (...)

O final será revelado a 29 de Maio. Mais informações em http://www.cm-albergaria.pt/.

Escrito por Beira Vouga 19-Mai-2008

O Vereador da Cultura, José Licínio Pimenta, confidenciou ao programa "Escolhidos A Dedo" da Rádio Clube que a 1ª História Online será editada em livro no próximo mês de Abril.

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Inauguração do Arquivo Municipal - 21 de Novembro

Inauguração Arquivo Municipal de Albergaria-a-Velha

domingo, 16 de novembro de 2008

Vale do Vouga: CP garante futuro da linha

11 de Novembro de 2008, 18:07 Oliveira de Azeméis, 11 Nov (Lusa)

O futuro da Linha do Vale do Vouga, que liga Espinho a Aveiro, não está em causa, estando previstos novos investimentos, assegurou hoje Ricardo Bexiga, do Conselho de Gerência da CP.
"A linha é fundamental para o transporte de passageiros e de mercadorias, assim como para a afirmação deste território no contexto da região onde se insere", afirmou o responsável em declarações à agência Lusa.

Para Bexiga "tanto a CP, que é só operadora, como a REFER [a empresa responsável pela rede férrea nacional], vão certamente criar melhores condições de funcionamento, disponibilizando uma linha mais evoluída e que responda às necessidades dos cidadãos".

Ricardo Bexiga falava à margem da apresentação do programa das comemorações do centenário da inauguração da Linha do Vale do Vouga, realizada em Oliveira de Azeméis numa antiga estação, agora transformada em restaurante.

Nos primeiros sete meses de 2008, os comboios movimentaram naquela linha 383 mil passageiros, o que representa um crescimento de 17,5 por cento face a igual período de 2007.
O representante da CP destacou o plano de segurança que a REFER está a levar a cabo na linha, um investimento de cerca de 10 milhões de euros ao longo de 96 quilómetros de via-férrea.
A pretensão é reduzir em 70 por cento os acidentes na linha até 2011 onde a sinistralidade corresponde a 30 por cento da rede ferroviária nacional.

"O futuro da linha passará necessariamente por novos investimentos, sobretudo ao nível das infra-estruturas, mas que serão anunciados no devido tempo", frisou.

O programa comemorativo do centenário da inauguração da Linha do Vale do Vouga arranca no dia 23 de Novembro com a recriação da viagem inaugural feita em 1908 por D. Manuel I, entre Espinho e Oliveira de Azeméis.

Exposições, acções de sensibilização para a segurança ferroviária, viagens promocionais, descontos em passagens e um fórum sobre o futuro da linha e o desenvolvimento regional, são algumas das actividades previstas ao longo do ano.

As comemorações são uma iniciativa da CP, REFER, Fundação do Museu Nacional Ferroviário e câmaras de Albergaria-a-Velha, Águeda, Aveiro, Espinho, Oliveira de Azeméis, Santa Maria da Feira e S. João da Madeira.

EYD.

Lusa/Fim

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Entrevista a Rui Marques

Rui Marques / Beira Vouga
Eleitorado pregou-me uma partida

Rui Marques diz nunca ter pensado em ser político na sua vida. O facto de vir a ser médico era algo que já vinha dos desejos da juventude, mas a política, confessa, foi algo de imprevisível e de duração inesperada.

Tive que decidir cedo (talvez cedo demais) o tipo de vida que ia abraçar. Com 16 anos terminei o 7º ano. que era na altura o equivalente ao actual 11º ano. Como não havia o 12º tive que decidir qual a área de actividade que ia abraçar e fiquei na indecisão entre a engenharia e a medicina, optando pela segunda. Com 16 anos matriculei-me na Faculdade de Medicina de Coimbra, mas admito que foi muito cedo, ninguém está suficientemente maduro nessa idade para tomar uma decisão como esta, que é das mais importantes da nossa vida.

Rui Marques acabou o curso e quatro anos depois regressou a Albergaria-a-Velha, onde nasceu e foi criado, passando a exercer medicina perto da família e das suas raízes.

A escolha que julguei prematura acabou por ser acertada. Não estou arrependido. A medicina é uma actividade com uma componente humana muito forte. Identifico-me muito com esta actividade e pelos vistos parece que tenho um certo jeito para aquilo também [sorrisos]. Se fosse hoje voltava a fazer exactamente o mesmo.

Depois veio a política.

Na política, normalmente, quando o partido quer um bom resultado procura pessoas na sociedade, que na sua actividade pofissional estejam a desenvolver uma actividade com algum mérito, ou seja, pessoas que se estão a sair bem. Eu penso que estava a sair bem na medicina e houve um partido que resolveu tirar-me do meu descanso [sorrido]. Inicialmente disse que não, que não veria de forma alguma a minha participação na política.

Estávamos em 1985 e Rui Marques foi abordado para ser o candidato do CDS à Câmara de Albergaria-a-Velha. Depois de muitos “nãos" e partindo do pressuposto de que seria difícil o CDS ganhar a Câmara ao PSD, o jovem médico lá aceitou o repto.

Aceitei candidatar-me na perspectiva de poder ajudar numa reunião camarária de 15 em 15 dias, ou seja, eu continuava a fazer a medicina e pelo meio ia a duas reuniões de Câmara por mês. Era a forma de prestar o menu tributo ao concelho, até porque tinha 32 anos, naquela altura. Mas o eleitorado pregou-me uma partida e ganhei a Câmara por poucos votos, por uma unha negra.

“Nunca pensei ser presidente da Câmara”

A medicina começou a perder terreno para a política na vida do entrevistado, que apesar da inesperada vitória assumiu a cadeira do presidente e só a largou 16 anos depois.

Como em tudo na vida gosto de assumir as minhas responsabilidades e abracei a Câmara, o que veio a ser um abraço muito longo, de 16 anos. A medicina ficou para trás, é óbvio, eu não conseguia fazer duas coisas de responsabilidade ao mesmo tempo. Agora é certo, nunca pensei ser presidente da Câmara e nunca pensei, muito menos, estar lá 16 anos.

Rui Marques acredita que o CDS, como partido democrata cristão, era aquele em que se revia na altura, bem como actualmente, com destaque para a componente humanista do mesmo.

Isso tudo tem a ver também com a minha actividade de médico. Acreditava e acredito em muitos dos princípios do CDS, entre os quais a valorização da pessoas humana... embora haja questões que não concordo tanto, é exactamente o que sinto em relação a qualquer outro partido, há coisas boas e más e eu pugno por manter a minha maneira própria de pensar.

Depois de 16 anos de poder, Rui Marques viu escapar a presidência da Câmara para o PSD e para João Agostinho. Apesar das escassas dezenas de votos, o certo é que se pôs termo a um ciclo de quatro mandatos. Será que desgaste político foi a principal razão?

Acredito quem foi um ciclo que terminou. Eu já podia ter perdido as eleições no mandato anterior ou até podia ter voltado a ganhar Há fenómenos e veja, o CDS é um partido que normalmente não ganha eleições aqui (ganhei eu) mas mesmo assim, nas eleições que perdi, em oito freguesias ganhei em seis. Se utilizássemos aqui o sistema americano eu ganhava seis a dois [risos] e acabei por perder por 50 ou 60 votos. Como a votação foi muito expressiva nas duas freguesias onde perdi, ficou assim ditado o resultado, sendo que uma delas é a freguesia do actual presidente.
Agora, aceitei bem aquilo que o eleitorado escolheu e aceito também que tenha sido um desgaste, isto da política cansa... sãos fenómenos de desgaste natural.

"Os 16 anos de ouro de Albergaria"

Olhando para trás, neste percurso de 16 anos. Rui Marques disse ter feito bastante obra, lamenta ter deixado coisas por fazer mas diz ter saído tranquilo e "sem pedras no sapato'.

Deixei muita obra. Penso que foram os 16 anos de ouro de Albergaria. Não há memória na história de Albergaria de tanto empreendimento, de tanta realização de obra, de tanto trabalho. Agora, deixei muitos projectos em curso que naturalmente gostaria de acabar Assim, não deixa de ficar o meu nome ligado ao nível dos projectos, lançamento das obras e da decisão de construção de determinados empreendimentos. Gostaria e espero que o actual presidente, João Agostinho, faça em oito anos metade do que fiz em 16.

Rui Marques, depois destes quatro mandatos voltou à política local exactamente como queria ter começado, ou seja, participar em reuniões de Câmara de 15 em 15 dias.

Lá está [risos]. É uma actividade lúdica neste momento. Vou lá falar de vez em quando mas é de forma lúdica. Ninguém me vê lá com grandes berros, grandes confusões. Agora, estou a falar de uma actividade lúdica mas com responsabilidade.Sem presunção da minha parte, tenho uma postura construtiva e responsável e gostava que me vissem como uma espécie de "senador", uma pessoa que tem experiência e que Albergaria não deve desperdiçar figuras assim.

Sem enveredar por uma postura crítica contra o actual presidente da Câmara, facto que Rui Marques diz ter dificuldade de o fazer publicamente, o ex-presidente de Câmara diz que apenas teve que dizer, pontualmente, algumas coisas.

Não tenho hábito de estar a criticar porque sou sempre alvo de suspeição por ter passado pela Câmara. 

As críticas faço-as no local certo. É certo que há coisas que não me agradam, há coisas que eu não faria da maneira que foram feitas e acho que há coisas que se fizeram que não se deveriam ter feito. Mas essas críticas estão exaradas em acta, pois é assim que o faço.

Entrevista ao jornal Beira-Vouga, 30/08/2007

Revista "Terras de Antuã"


A Câmara Municipal de Estarreja vai lançar a segunda edição da Revista “Terras de Antuã – Histórias e Memórias do Concelho de Estarreja”, no próximo sábado, dia 15 de Novembro, pelas 17h30, no Edifício dos Paços do Concelho. A sessão assinala a comemoração dos 489 anos da atribuição do Foral de Antuã.

De publicação anual, a revista é dirigida por Delfim Bismarck Ferreira, conservador da Casa – Museu Marieta Solheiro Madureira, em Estarreja, presidente do Instituto de Genealogia e Heráldica da Universidade Lusófona do Porto, director da Revista Lusófona de Genealogia e Heráldica, bem como de várias publicações de cariz científico e de investigação contando ainda com uma vasta publicação de estudos sobre a região de Aveiro.

O responsável destaca as diversas funções de uma publicação deste género como “veículo de divulgação e de discussão da memória colectiva; local onde aqueles que se dedicam ao estudo da história possam editar os seus estudos; incentivo para que mais e melhores trabalhos de investigação possam surgir; meio de angariação de uma base iconográfica, impedindo assim o desaparecimento definitivo de um sem número de documentos gráficos e fotográficos”.

O historiador considera que este exemplo “deveria ser seguido por todos os concelhos, apenas o facto de permitir aos estarrejenses e a todos aqueles que aqui vivem, trabalham ou daqui descendem, um melhor conhecimento do seu passado colectivo já seria motivo mais que válido para tal tarefa”.

Texto adaptado do site da Camara Municipal de Estarreja

O albergariense Delfim Bismarck Ferreira é licenciado em História, variante de História da Arte, pós-graduado em História e Património Local, mestrando em História da Idade Média e diplomado em Genealogia e Heráldica.

Historiador, conservador de museu, genealogista e heraldista, é autor de mais de uma dezena de obras sobre a região de Aveiro. Foi Presidente da ADERAV e Director da revista Patrimónios, de 2001 a 2005. É desde 2006 Presidente do Instituto de Genealogia e Heráldica da Universidade Lusófona do Porto e Director da Revista Lusófona de Genealogia e Heráldica da mesma universidade, bem como Director da revista Terras de Antuã, desde 2007.

Bibliografia seleccionada:

- Casa e Capela de Santo António em Albergaria-a-Velha (Século XVIII);
- Moinhos de Albergaria [em co-autoria com Armando Ferreira];
- Valmaior - ao longo dos séculos;
- Associação dos Bombeiros Voluntários de Albergaria-a-Velha : subsídios para a sua história;
- Pontes de São João de Loure (1896-2006);
- A Terra de Vouga nos séculos XI a XIV. Território e Nobreza (no prelo)

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Paróquias de Albergaria

Paróquia de Albergaria-a-Velha

Padroeira, Santa Cruz, Arciprestado de Albergaria à Velha
A antiga freguesia de Santa Cruz de Albergaria era curato da apresentação da Igreja de vale Maior dependente do Mosteiro de Jesus de Aveiro.
Deu-lhe o nome uma albergaria fundada pela rainha Dona Teresa, mulher do conde Dom Henrique.
Tem Misericórdia fundada em 05.05.1923, com lar de idosos
Centro Social Paroquial de Albergaria-a-Velha, instituído em 11.04.1983
Tem o agrupamento de Escuteiros 838, tendo como Patrono Nossa Senhora do Socorro
Tem registos paroquiais desde 1602

Paróquia de Alquerubim

Padroeira, Santa Marinha, Arciprestado de Albergaria à Velha
A antiga freguesia de Santa Marinha de Alquerubim era priorado da apresentação alternada do Pontífice e do Bispo conforme indica o Relatório do Pároco de 1758.
Era termo da antiga vila de Paos e era sua donatária a Casa de Bragança. Segundo Viterbo, em 1085, Flamula, filha de Honorigo, fizera doação de tudo o que tinha à Igreja de Alquerubim.
Tem a instituição Património dos Pobres, instituída em 15.12.1956
Tem registos paroquiais desde 1619

Paroquia de Angeja

Padroeira, Nossa Senhora das Neves, Arciprestado de Albergaria à Velha
Era anexa da igreja de São Miguel de Fermelã. E dependente do convento de Jesus de Aveiro.
Teve foral dado por Dom Manuel em Lisboa a 15 de Agosto de 1514.
O concelho de Angeja, um dos mais antigos de Portugal, foi suprimido pelo decreto de 24 de Outubro de 1855.
Tem Centro Social Paroquial, instituído em 05.06.1989
Tem o agrupamento de Escuteiros 1145, tendo como Patrono Nossa Senhora das Neves
Tem registos paroquiais desde 1632.

Paroquia de Branca

Padroeiro, S. Vicente, Arciprestado de Albergaria à Velha
Era do Padroado real
Era antigamente da comarca de Estarreja, e até 24 de Outubro de 1855 do concelho de Pinheiro da Bemposta, que foi então suprimido.
Foi antigamente do Bispado de Coimbra.
Tem Centro Social Paroquial de S. Vicente da Branca. Com Instituição em 23.11.1987
Tem o agrupamento de Escuteiros 1116, tendo como Patrono S. Vicente
Tem registos paroquiais desde 1600

Paroquia de Frossos

Padroeiro, São Paio, Arciprestado de Albergaria à Velha
A antiga freguesia de São Paio de Frossos era reitoria da apresentação do Mosteiro de Jesus de Aveiro. Anexa da Igreja de S. João do Loure.
Pertenceu ao antigo concelho de Angeja, extinto pelo decreto de 31 de Janeiro de 1853 pelo qual passou para o de Albergaria.
Teve foral dado por Dom Manuel, em Lisboa, a 22 de Março de 1514.
Tem Centro Social Paroquial de S. Paio de Frossos, instituído em 15.02.2003
Tem registos paroquiais desde 1651

Paroquia de Ribeira de Fráguas

Padroeiro, S. Tiago, Arciprestado de Albergaria à Velha
A antiga freguesia de São Tiago de Ribeira de Fráguas, no termo da vila de Bemposta, foi curato da apresentação do priorado da freguesia de Palmaz.
Em 1839 pertencia ao concelho de Pinheiro da Bemposta, extinto por decreto de 24 de Outubro de 1855, pelo qual passou para o de Albergaria.
Tem registos paroquiais desde 1618

Paroquia de São João de Loure

Padroeiro, S. João Baptista, Arciprestado de Albergaria à Velha
A freguesia de São João de Loure era vigairaria da apresentação do Mosteiro de Jesus da cidade de Aveiro. Mais tarde foi reitoria.
Em 1839 pertencia ao concelho de Aveiro e, em 1852, ao de Albergaria-a-Velha.
Tem registos paroquiais desde 1631.

Paroquia de Valmaior

Padroeira, Santa Eulália, Arciprestado de Albergaria à Velha
O lugar de Vale Maior, em 1708, pertencia à freguesia de Santa Cruz de Albergaria.
Posteriormente constituiu uma paróquia da invocação de Santa Eulália, que era reitoria da apresentação do Mosteiro de Jesus de Aveiro.
Tinha como anexa a igreja de Albergaria-a-velha
Tem Centro Social Paroquial de Santa Eulália de Vale Maior, instituído em 07.11.2001
Tem o agrupamento de Escuteiros 1178, tendo como Patrono S. Sebastião
Tem registos paroquiais desde 1615

http://www.museusaopedro.org/DioceseAveiro/Paroquias.htm

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Navios Iluminados- Ranulpho Prata (1937)

"Seu Manuel Milagre, logo que veio de Portugal, empregou-se na Companhia, onde estava há 23 anos. Fez carreira. Começando como guincheiro, a trabalhar nas pontes volantes (...).

Viera casado da terra já com filha, a Florinda. Mas, a mulher, arrancada aos ares bons de Telhadella, freguesia de Ribeira de Frágoas, estranhou o clima de Santos, adoeceu, morrendo pouco tempo depois. Milagre sentiu com sinceridade. Mas, a vida não deixou que ele fosse fiel à memória, como desejava. Era pobre, precisava de ajuda da mulher, tinha filha pequena para criar. Casou-se com a brasileira Francisca, uma das primeiras amizades da defunta."

Nota: Telhadela é um lugar da freguesia de Ribeira de Fráguas, concelho de Albergaria-a-Velha.

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Lista de Blogs

Há várias ferramentas que permitem agrupar os blogs. No site seguinte é possível ter uma panorâmica do movimento de determinados blogs. Neste caso o mote comum é Albergaria-a-Velha embora o tipo de blogues seja muito diferente

http://individurls.com/myfeeds/aavb

Também é possível fazer uma procura de blogs no blogsearch do Google.

Inauguração Arquivo Municipal


O Arquivo Municipal, que implicou um investimento de cerca de meio milhão de euros, era há já muito tempo uma necessidade prementepara o Concelho, na medida em que não se podia continuar a deixar valiosos registos, pedaços da nossa História, dispersos por vários espaços e inacessíveis ao público em geral. Ao longo do último ano, técnicos da autarquia têm passado muitas horas a tratar, classificar e digitalizar documentos oficiais e várias publicações, muitos deles bastante frágeis, para que o nosso passado não se perca.

Numa primeira fase, o munícipe poderá aceder ao arquivo documental,estando previsto, para 2009, a disponibilização do arquivo de imagem, com registos fotográficos de eventos e momentos marcantes. A Câmara Municipal sabe que os registos que possui são apenas uma parte do que existe e que há mais documentos e fotografias guardadas por particulares que podem ajudar a compor a nossa História.

Assim, gostaria de pedir a todos os munícipes possuidores de material antigosobre o Concelho que o apresentem ao Arquivo Municipal. De uma forma simples, estarão a contribuir, não só, para a preservação danossa memória colectiva, mas também para a partilha justa de elementos importantes com toda a comunidade.

Prof. João Agostinho Pereira - Agenda Municipal do mês de Novembro de 2008

No dia 21 de Novembro [pelas 18h00], vai ser inaugurado o Arquivo Municipal de Albergariaa-Velha. Instalado na antiga Cadeia, que sofreu profundas obras de requalificação, esta nova infra-estrutura pretende preservar a memória histórica do Município. O Arquivo Municipal distribui-se por 3 pisos e apresenta várias zonas específicas, tais como o depósito geral e depósito digital, sala de classificação e tratamentode documentos, gabinetes técnicos, sala de leitura, sala de exposições e espaçode recepção. Ao todo, foram investidos cerca de meio milhão de euros neste novo espaço, tendo parte sido comparticipado pelo Instituto dos Arquivos Nacionais/Torre do Tombo.

Para além de permitir a pesquisa de documentos, jornais, revistas e fotografias relacionados com a História e desenvolvimento do concelho, o Arquivo Municipal vai ser um espaço dinâmico em termos culturais, com a realização de exposições e visitas guiadas. Por isso, toda a comunidade é convidada a usufruir deste novo espaço de grande importância para o Concelho.

Agenda Municipal do mês de Novembro de 2008

sábado, 25 de outubro de 2008

Conversas em redor da Branca


No dia 24 de Outubro de 2007 realizou-se no Centro Cultural da Branca o debate "Conversas em redor da Branca" abordando vários aspectos do passado e perspectivas para o futuro. Foi também inaugurada a exposição de fotografias antigas "A Branca a Preto e Branco" onde foi possível ver locais bem conhecidos da freguesia como eram antigamente e outros marcos que não resistiram até aos dias de hoje.

CMA


Centro Cultural discute a Branca

"Conversas em redor da Branca" é o tema de um debate que vai decorrer esta noite, pelas 21H30, no Centro Cultural da Branca, onde um painel de quatro especialistas aborda vários aspectos do passado da segunda maior freguesia do concelho e apresenta algumas perspectivas sobre o futuro.

"O Património Cultural da Branca: que futuro para o passado?" é o tema de apresentação de Nélia Oliveira, técnica superior de Arquivo e Biblioteca da Câmara Municipal de Albergaria-a-Velha.

A seguir, Delfim Bismarck, historiador e conservador, reflectirá sobre os aspectos demográficos na época medieval na sua comunicação "A população da Branca nos séculos XIII e XV".

Saltando alguns séculos, Manuel Rodrigues, professor de História na Universidade de Aveiro, debruçar-se-á sobre "As indústrias na Branca na viragem para o século XX".

Finalmente, Paula Abreu, socióloga, fará uma análise sobre o presente da freguesia e o que o futuro poderá trazer.

No âmbito desta tertúlia, será, igualmente, inaugurada a exposição de fotografias antigas "A Branca a Preto e Branco" no átrio do CCB.

Diário As Beiras, 24/10/2007

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Primeira Cadeia da Vila

Terminada a fraticida guerra entre os partidários de D. Miguel e de D. Pedro, com a vitória dos Liberais, Albergaria-a-Velha foi elevada à categoria de vila e passou a cabeça do concelho com o mesmo nome.

Para tal contribuiu a tomada de posição da maioria dos seus habitantes, entre os quais se destacou uma plêiade de activos liberais. Pesou também, naturalmente, nesta distinção o reconhecimento da realidade social e política e da posição estratégica da, nossa região, co­mo ao longo dos tempos ficou bem demonstrado.

Logo em 1835, o recém-criado concelho passou a fazer parte do nóvel distrito de Aveiro, por Decreto de 18 de Julho. Empossada a Câmara Municipal, uma das suas primeiras preocupações foi procurar conseguir as estruturas indispensaveis (…)

Ora uma das necessidades já reconhecidas no relatório do médico-visitador oficial das cadeias da Comarca de Aveiro, a que pertencíamos, era a da construção de uma capaz e segura cadeia em Albergaria-a-Velha, (…).

Não havendo na ocasião, co­mo se compreende, a verba indispensável para o efeito, aproveitou-se o velho edifício do Real Hospital de Albergaria-a-Velha que, por essa ocasião, fora extinto por absoluta falta de meios de subsistência. Situado junto à estrada real de Lisboa-Porto, no centro da vila, no troço hoje denominado por Rua do Hospital, fazia esquina com o pequeno largo onde desembocava a estrada vinda de Valmaior, hoje denominado Praça de D. Teresa ou Praça Velha.

Após algumas obras de adaptação, o decrépito prédio setecentista do Hospital veio a ser a primeira cadeia da vila e assim foi permanecendo, em precárias condições de salubridade e segurança, ao longo de oitenta anos.

Instalado o Julgado Municipal, em 16 de Junho de 1887, e criada pouco depois em sua substituição a Comarca de Albergaria-a-Velha (20 de Setembro de 1890), começava a tornar-se imperiosa a construção de um edifício para cadeia que satisfizesse as necessidades do sistema judicial então instaurado.

Nesta altura, porém, a Câmara Municipal, presidida por Bernardino Máximo d'Albuquerque, estava empenhada em fazer erguer o edifício imprescindível para Paços do Concelho. Aprovado o projecto do arquitecto aveirense Maia Romão no final deste ano, iniciou-se a construção no ano seguinte para vir a concluir-se em 1897. (…)

Albuquerque Pinho
Beira-Vouga

Porto de Aveiro

No século X a costa marítima de Portugal vinha por Espinho, Esmoriz, Ovar, Estarreja, Salreu, Fermelã, Angeja, Alquerubim, Cacia, Esgueira, Aveiro, Ilhavo, Vagos, Porto Mar, Mira e Cabo Mondego. Veja-se por onde o mar andou. Simplesmente, a partir do século X e XI houve um movimento tectónico que fez o fundo da ria subir. Razão dos ventos e das correntes começa-se então a formar um cabedelo de areia que vem de Espinho. Outro cabedelo começa a vir do Cabo Mondego para cima.

Quando as duas línguas de areia se juntaram Aveiro tinha 14 mil habitantes, 300 embarcações e mandava à Terra Nova 6o naus por ano à pesca do bacalhau. Acontece que quando o Luís Gomes de Carvalho aqui chegou [princípio do século XIX] a população estava nos 3 mil habitantes, deixou-se de ir à Terra Nova e mesmo as pequenas embarcações desapareceram. Aveiro estava cercada de água morta porque o rio Vouga continuava a despejar para a ria cuja água não saia para o mar.

Aveiro ficou a afogar-se de tal maneira que as casas das zonas baixas como as do Alboi ou as do Rossio começaram a ficar debai­xo de água.

Jaime Gralheiro in O Aveiro, 10/04/2008

Albergaria-a-Velha e o seu Concelho


Albergaria dos pobres e passageiros da Rainha D. Teresa...

Assim começa a inscrição da lápide actualmente existente nos Paços do Concelho de Albergaria-a-Velha, mandada colocar no Hospital por Acórdão da Relação de Lisboa, de 27 de Maio de 1629. Este acórdão identifica, definitivamente, o Couto de Osselôa (hoje Assilhó), instituído por D. Teresa a Gonçalo Eriz em 1155, com a obrigação de tratar dos pobres e passageiros.

A Carta do Couto de Osselôa é considerado o primeiro documento em que Portugal figura com o título de reino e constitui a certidão de nascimento e de batismo de Albergaria-a-Velha, como afirma o saudoso Dr. António de Pinho, erudito autor da melhor monografia existente sobre esta Vila e o seu concelho.

Albergaria nasceu, assim, sob o signo da Caridade. O seu brasão, aprovado em 27 de Março de 1961, com as suas oito rosas de oiro e a cruz das armas de D. Teresa, bem simboliza a nobreza e a generosidade com que eram recebidos os passageiros e os doentes.

O seu concelho foi criado em 1834 e era constituído por três freguesias. Hoje é constituído por oito freguesias.

Situado onde a Serra acaba e a Planície começa, o concelho de Albergaria mantém, por isso, um lugar de passagem obrigatória da Serra para o Mar. Nele se cruzam as estradas de Viseu a Aveiro e do Porto a Lisboa. E é servido pelo caminho-de-ferro do Vale do Vouga, de Viseu a Espinho.

Por isso, dificilmente se encontra Vila com melhores vias de acesso e com mais facilidades de deslocação dentro do Distrito e da Beira-Litoral.

À sua privilegiada situação se deve uma modelar indústria hoteleira que aqui atrai inúmeros forasteiros durante todo o ano.

A dois passos de todas as praias do Distrito, é fácil aos habitantes de Albergaria frequentar a praia e dormir em casa. A quem preferir o panorama serrano, facilmente se desloca ao Arestal, às Talhadas, ao Caramulo, ao Buçaco.

A meia distância entre Porto e Coimbra, a deslocação a qualquer destas cidades faz-se em 50 minutos.

Esta invejável situação permite que, em dias de mercado, aqui se dirijam comerciantes de várias procedências e que a praça de Albergaria, aos sábados, seja das mais concorridas do Distrito.

A principal fonte de receita deste concelho é, ainda, a exploração agrícola, sobretudo da área florestal, que é considerável.

Mais de dois terços da superfície do concelho estão cobertos de pinheiros e eucaliptos. É considerado o concelho do país mais rico em eucaliptos.

O seu desenvolvimento industrial é notável, sobretudo no ramo metalúrgico, de celulose e de papel.

Este concelho não é rico em monumentos históricos, como aliás acontece em grande parte das terras da Beira-Litoral: sem granito, o material de construção dos seus monumentos não resiste ao tempo. É, no entanto, digna de visita a Igreja da Vila, construída em fins do século XVII, com a sua notável obra de talha.

O monte da Senhora do Socorro, a norte da sede do concelho, a antiga Pedra de Águia a que se refere a Carta do Couto, é local de peregrinação de terras próximas e afastadas, como não há outro por esta região. Dali se desfruta um panorama deslumbrante, para a Serra e para o Mar.

O concelho de Albergaria, situado no centro do Distrito de Aveiro, banhado pela água do Caima e do Vouga, é região rica de paisagens e de fácil acesso. As poéticas margens do Vouga, desde a Foz do Rio Mau à Pateira de Frossos e campos de Angeja, são locais dos mais pitorescos, pela variedade de paisagem, conforme as estações do ano.

Pela sua situação e pelos atractivos naturais de que é dotado, o concelho de Albergaria deverá ocupar, de futuro, um lugar de destaque na Beira-Litoral. Oxalá que os seus habitantes e os Poderes Públicos saibam aproveitar-se destes predicados para promover o progresso desta Região, que nem sempre terá sido convenientemente lembrada.

Dr. Flausino Fernandes Correia
(Médico e Presidente da Câmara Municipal do concelho de Albergaria-a-Velha)

AVEIRO E O SEU DISTRITO - 1966