terça-feira, 30 de agosto de 2011

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Eleições 2005 - Carlos Resende (CDS)


 Manifesto Eleitoral

Decidi aceitar este desafio, depois de ter reunido um conjunto de pessoas capazes, com provas dadas, e que, ao longo dos anos, muito de si deram a este maravilhoso Concelho.

Na última votação para a Câmara Municipal, vencemos 6 das 8 Freguesias. Neste mandato, fomos dando o benefício da dúvida ao actual Presidente da Câmara Municipal, mas, a acumulação de erros, a falta de perspicácia, a inércia, o desprestígio a que o Município está votado, exigem uma alteração à actual situação.

Começou-se com uma auditoria ao mandato do executivo anterior, que acabou por demonstrar a boa gestão efectuada. Continuou-se com um vergonhoso inquérito, mandado fazer pelo Sr. Presidente da Câmara Municipal. Mais recentemente, fomos confrontados com o não cumprimento de um contrato préviamente estabelecido, para além dos erros de gestão que se vão acumulando.

Tem-se vivido de imagem e de revistas. Percebemos o descontentamento que existe. É urgente represtigiar a Instituição Municipal e é com esse objectivo que nos candidatamos.

Ao Dr. Rui Marques, uma palavra de agradecimento por acreditar neste projecto, mostrando disponibilidade total para emprestar à nossa equipa um conjunto de conhecimentos adquiridos, que certamente nos servirão para enfrentar os problemas da nossa Comunidade Concelhia.

Um abraço amigo,

Carlos Resende


Eleições Autárquicas 2005 – Programa Eleitoral

Represtigiar o Município e Retomar o Desenvolvimento


Represtigiar o Município representa torná-lo exemplo no quadro dos Concelhos envolventes, nas vertentes do desenvolvimento urbano ordenado, da cultura e da satisfação geral dos interesses dos seus munícipes.

Retomar o Desenvolvimento significa consolidar o melhor existente e avançar com novo impulso em áreas específicas como a criação e implantação de novas unidades na Zona Industrial, e a criação de pequenos polos industriais nas Freguesias com potencial para o efeito.

Significa parar com uma certa degradação no nosso perímetro industrial, no que diz respeito a infra-estruturas, responder a queixas dos investidores, que não têm a sua vida facilitada com a falta de capacidade de resolução de problemas pendentes, e do estímulo a novas iniciativas.

Mesmo em tempo de crise, a nossa Zona Industrial é sempre apelativa para empreendedores, desde que devidamente fundamentadas as suas potencialidades e estabelecido um diálogo permanente com os empresários na busca de soluções para os problemas, o que não tem sido assumido pela Câmara Municipal com o devido carinho.

Não se podem separar estas duas propostas essenciais, as quais têm em vista consolidar o emprego existente e criar mais postos de trabalho, base fundamental para aumentar a procura da habitação, melhorar a actividade comercial, e dar vida a propostas diversas nas áreas cultural e social.

Em suma, fazer com que o concelho dê um novo salto em frente, que lhe altere a imagem de paralisia que se sente no seu dia-a-dia.

Conseguiremos tudo isto com:

    Criação de um Gabinete de apoio ao investidor / apoio às questões da Zona Industrial.
    Construção de um espaço – Centro de empresas / Centro de Formalidades.
    Estímulo à Conciliação entre as actividades profissionais e vida Familiar (protocolos com as empresas).
    Propor a revisão da taxa do IMI (Imposto Municipal sobre Imóveis)
    Criação de incentivos à fixação de casais Jovens nas Freguesias do Interior.

O Gabinete de apoio ao Investidor terá, como principal função, dar a conhecer a nossa Zona Industrial, potenciar este espaço e tornar menos burocrático todo o processo de instalação das unidades industriais, desde a aquisição dos terrenos.

Este gabinete, deverá ter um papel preponderante como intermediário entre investidor e todos os contactos a efectuar. Deve ser aligeirado todo o processo, de forma a minorar os custos.

O Centro de Empresas congregará uma série de serviços que permitam, tanto ao trabalhador como à entidade empregadora, resolver uma série de assuntos. Esta deverá ser a grande aposta na Zona Industrial, juntamente com a sua expansão.

Este crescimento não deverá ser dissociado do crescimento da Zona Urbana, que deverá ser ordenado/reordenado, consagrando políticas de requalificação, bem como a garantia de Zonas Verdes e infra-estruturas de comércio, lazer, cultura e recreio, humanizando os ambientes urbanos.

Estimular o aproveitamento dos espaços urbanos no interior da sede do Concelho que, pelo seu estado actual, dão uma má imagem da Autarquia e constituem uma descontinuidade no seu ordenamento. A resolução destes problemas será possível com entendimentos e protocolos a efectuar com os proprietários.

Os novos investimentos, deverão começar exactamente pelos que já foram iniciados  em outros mandatos e que se encontram parados.

    Cine-Teatro Alba (Casa Municipal da Cultura)
    Fábrica de Papel de Vale Maior (Requalificação)
    Quinta do Torreão (Requalificação)

Estes três investimentos de montante significativo necessitam, urgentemente, de uma intervenção de fundo, ou de uma requalificação. Resolvidos estes ou alguns destes problemas, urge continuar a apostar na educação, na cultura, no desporto, nos serviços colectivos, na saúde, na assistência social, com políticas que tiveram início em outros mandatos. É claro que os investimentos terão que ser realizados de forma concertada e nunca esquecendo o IV QCA (próxima fonte de financiamento dos Municípios).
 

Desporto

Nem tudo o que foi feito está mal. O que está bem, devemos melhorar, o que está mal, devemos inverter. O desporto foi uma das grandes apostas dos executivos liderados pelo Dr. Rui Marques.

Esta é uma das áreas onde pretendemos dar continuidade ao trabalho iniciado, com a cobertura total das nossas Freguesias, com pavilhões gimnodesportivos:

    Apoiar a construção do pavilhão de Alquerubim
    Apoiar a construção do Pavilhão de Telhadela (G D Telhadela)
    Apoiar a  construção do Pavilhão de Angeja


Saúde e Assistência Social


Na Saúde e Assistência Social será concerteza uma preocupação, merecendo da nossa parte, uma vigilância apertada.

É certo que a população idosa tem vindo a aumentar, mas também é certo que é nossa obrigação dar uma resposta a tal situação:

    Apoio às acções de voluntariado social – Reforçar o apoio aos movimentos e associações cívicas que prestem serviços no âmbito do voluntariado social, nomeadamente no combate à pobreza,  exclusão social, marginalização.
    Apoiar a construção da extensão de saúde da Ribeira de Fráguas.
    Melhorar as condições físicas das unidades de saúde, facilitando o acesso aos deficientes e idosos.
    Há que apostar nas unidades intermédias de cuidados intensivos em protocolos a realizar com as instituições locais de apoio aos idosos e dependentes, de forma a melhorar o atendimento e qualidade de vida daqueles grupos.

As crianças serão os Homens/Mulheres de amanhã. Temos que lhe dar as condições necessárias para que se eduquem, cresçam em harmonia.

    Conservação dos espaços existentes.
    Promoção de parcerias de Pais / Professores / e entidades locais para actividades concertadas.


Habitação e Serviços Colectivos


Relativamente à Rede Viária, a nossa preocupação deverá ser a eliminação dos pontos negros de sinistralidade e conflitualidade, assim como a ligação da sede do Concelho às Freguesias interiores, não esquecendo a conservação das mesmas.

Pretendemos, acima de tudo, que a nossa comunidade Concelhia cresça em Harmonia, sendo necessário, para o efeito, dar continuidade à revisão do PDM, retomar os planos de urbanização que se encontram parados, tornar os serviços mais próximos do cidadão, com a criação do Posto de Atendimento do Cidadão.

A propósito da criação do Posto de Atendimento do Cidadão há que referir um certo descontentamento dos Munícipes quanto à forma de aceitação das suas pretensões, o que nada tem a ver com o desempenho dos funcionários municipais mas sim com os responsáveis políticos da principal Autarquia do Concelho.

Sabemos que os Munícipes querem mais acção e menos exibição. Preconizamos, por isso, reordenamento e melhoria funcional dos Serviços da Autarquia:

    É necessário dotar o nosso concelho de uma rede de transportes urbanos, em moldes a estudar.
    A criação de condições de acessibilidades para deficientes/idosos deverá ser fomentada.


Segurança e Protecção Civil


Reforçar a segurança dos cidadãos contra a criminalidade e a delinquência, de forma a permitir que, as pessoas, possam viver com tranquilidade e com a confiança de que podem exercer, com liberdade, cada um dos seus direitos.

As políticas de reforço da segurança dos cidadãos, passam pela criação de condições mais propícias para o exercício das funções das forças policiais e por medidas destinadas à realização de uma maior coesão social e de combate à exclusão social.

Estamos certos que, nos dias de hoje, as questões de segurança são dos elementos mais preponderantes na fixação de residentes. O nosso Concelho, nesta matéria, tem registado algumas preocupações. Devemos investir, fortemente, na prevenção.

É nossa intenção, retomar as negociações com o Ministério da Administração Interna, no sentido de existir um Quartel da GNR a Norte do Concelho. Relembramos que, o mesmo, já esteve inscrito em PIDACC (Quartel da GNR da Branca).

Relativamente aos Bombeiros Voluntários de Albergaria-a-Velha, esta novela que já se arrasta há algum tempo, deverá terminar a BEM DE TODOS.

Os Bombeiros Voluntários merecem, não só pelo sacrifício e abnegação que sempre demonstram nas tarefas que desempenham, como também pela credibilidade alcançada durante as difíceis intervenções a que são obrigados. Despidos de exibicionismo, não devem ser figurantes nos “palcos” que outros aproveitam para serem vistos.

Com este conjunto de medidas, temos a certeza que promoveremos o Desenvolvimento Sustentado do nosso Concelho, sob o ponto de vista económico, social e cultural.
 

Carlos Resende 2005 
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Candidatura a Albergaria-a-Velha de Carlos Resende

Como contactar a candidatura:
Site: www.carlosresende.com.sapo.pt

Câmara Municipal

Carlos Resende
Rui Marques
Manuel António
Sandra Almeida

Assembleia Municipal

Maria Emília Ribeiro
Saúl Silva
Plácido Silva

Junta de Freguesia de Albergaria a Velha - António Loureiro
Junta de Freguesia de Alquerubim - Joaquim Branco
Junta de Freguesia de Angeja - José Neves
Junta de Freguesia da Branca - Pedro Santos
Junta de Freguesia de Frossos - João Coutinho
Junta de Freguesia de Fráguas - Henrique Martins
Junta de Freguesia de São João de Loure - Arménio Silva
Junta de Freguesia de Vale Maior - Joaquim Bastos

Albergaria-A-Velha é um dos concelhos onde o CDS/PP tem mais esperanças de chegar à presidência. Carlos Resende encabeça a lista que inclui, em número dois, o antigo presidente Rui Marques que foi derrotado em 2001 por 149 votos pelo actual ocupante do cargo, o social democrata João Agostinho.

A vitória nas eleições acabou por ser novamente do PSD de João Agostinho. 

*

«Albergaria perdeu prestígio nos últimos anos» - Entrevista ao candidato do CDS

Carlos Resende, actual líder da Concelhia do CDS/PP, é o nome escolhido por este partido para tentar recuperar a Câmara de Albergaria-a-Velha. O candidato diz que Albergaria estagnou e perdeu prestígio nos últimos anos

- Que motivos o levaram a candidatar-se à Câmara de Albergaria-a-velha?

Eu acompanho a vida política em Albergaria-a-Velha desde bastante novo. Acompanhei as diversas candidaturas do Dr. Rui Marques, e neste momento houve necessidade, por motivos que são óbvios, de se escolher um outro candidato. A Concelhia de Albergaria-a-Velha entendeu que esse candidato deveria ser eu, e como é óbvio este será o primeiro motivo para a minha candidatura à Câmara de Albergaria-a-Velha. É importante ter as bases do partido com o Carlos Resende, porque se não as tivesse de certeza que não haveria motivos para me candidatar.

- Foi, então, um processo pacífico.

Em Albergaria-a-Velha, nas últimas seis candidaturas, contabilizando esta, os processos foram sempre pacíficos, e desta vez também o foi. Não sei se é bom ou mau, mas tem sido assim, fruto do trabalho que os candidatos têm vindo a realizar. O segundo grande motivo que me leva a candidatar é a alegria de poder servir o concelho. Julgo que Albergaria, nestes últimos três anos e meio, estagnou. Albergaria tinha um projecto de desenvolvimento e esse projecto tem estado parado. Eu penso que há necessidade, novamente, de transmitirmos alguma dinâmica a um concelho que já andou nas bocas do mundo, por assim dizer, por motivos que não são os mesmos dos de hoje. Actualmente, Albergaria tem aparecido nos jornais ligada a processos algo conturbados, e era isso que neste momento nós não gostaríamos que acontecesse. Albergaria em si é um motivo mais que suficiente para nos querermos candidatar, acho que é um projecto extremamente aliciante e darmos algo ao concelho, que também já nos tem dado tanta coisa em troca, julgo que não é nada de mais.

- Que balanço faz dos quase quatro anos de gestão PSD à frente da Câmara?

Sinceramente, eu deixaria para os albergarienses esse tipo de análise. Mas não quero deixar de alertar para alguns aspectos que foram sucedendo nestes últimos três anos e meio e, a partir daí, antes de ser eu a fazer esse balanço, gostaria que fossem os albergarienses. Mas gostava de fazer alguns reparos. Um deles, é a questão das contas do município. Muito se falou, desde a tomada de posse deste Executivo até aos dias de hoje, das contas da Câmara Municipal. O que é certo é que nós ao longo destes três anos e meio temos vindo a verificar que existem alguns desequilíbrios nas contas do município. Eu passava-lhe a citar alguns exemplos: as despesas correntes do município, nos últimos três anos - estamos a falar do período de 31 de Dezembro de 2001 até 31 de Dezembro de 2004 - cresceram qualquer coisa como 29%, quando as receitas correntes tiveram um pequeno acréscimo, de apenas 13%, o que quer dizer que, tal como o nosso Governo neste momento se vê confrontado com uma situação que é o excesso da despesa corrente - e daí o nosso Primeiro-Ministro, assim como os anteriores, terem solicitado alguma acalmia e alguma contenção das despesas correntes - aquilo que se vem a verificar na Câmara Municipal de Albergaria-a-Velha é que essas mesmas despesas correntes que o nosso Governo pede para serem diminuídas, têm disparado. Começa a haver aqui um desequilíbrio, porque se a despesa corrente sobe muito mais do que a receita, onde é que se vai buscar o dinheiro da diferença? Tem que ser à parte do investimento e passa-se a investir menos para se poderem suportar os acréscimos da despesa corrente. Uma dessas despesas está relacionada com os custos de pessoal. Para que as pessoas tenham uma ideia, em três anos os custos de pessoal da Câmara cresceram 76%. É demais, houve aqui um desequilíbrio. Estas contas terão que ser corrigidas, senão é capaz de suceder aquilo que tem sucedido à maior parte dos municípios portugueses que têm tido algumas dificuldades de tesouraria. Num longo prazo, não serão dificuldades de tesouraria, serão dificuldades inerentes não só à tesouraria, mas que podem colocar em causa os investimentos no concelho. Outra abordagem tem a ver com a auditoria que foi mandada fazer no início do mandato. Dessa auditoria também muito se falou, penso que não se retirou nada dela que não fosse para fins políticos para o PSD. Posteriormente mandou-se fazer um inquérito aos serviços municipais, inquérito esse que foi bastante polémico. O senhor presidente mandou-o fazer, acho que também foi uma vergonha. Mais recentemente fomos confrontados com o não cumprimento de um contrato que estava previamente estabelecido, relacionado com os terrenos da Piscina Municipal.

- Mas o presidente da Câmara acusa o anterior Executivo por esta situação…

A questão é, quem é que arranjou o problema? Foi o anterior Executivo, ou foi o actual? Gostava de esclarecer aqui uma coisa: o problema é da Câmara Municipal, não é do Rui Marques nem do João Agostinho, o problema é de uma Câmara, de um Executivo, não é de «A» nem de «B». Esta gestão, de cujo presidente é o professor João Agostinho, não cumpriu um contrato, contrato esse que estava previamente estabelecido. Portanto, as pessoas que tirem daí as ilações que entenderem. Outra coisa que eu também queria alertar é para o facto deste Executivo estar a viver imenso da imagem das revistas e eu acho que quando uma pessoa pretende viver bastante da imagem e das revistas é porque alguma coisa corre mal. Estão a tentar vender uma imagem para tentar mudar aquilo que está mal, não é por aí que lá devemos chegar: é pelo trabalho e não pela imagem. Outra crítica que eu tenho feito ao senhor presidente da Câmara é a falta de diálogo com a oposição, nomeadamente as suas atitudes intolerantes e prepotentes que tem tido para connosco. Eu, depois desta análise e destas observações, fiz o que gostava que as pessoas também fizessem. Ouvindo a minha pessoa, ouvindo o presidente da Câmara, gostava que as pessoas, nos locais próprios, fizessem o seu balanço, e eu mais à frente o farei de uma forma precisa e concisa. Antes de fazer um balanço na totalidade, gostava que as pessoas pensassem um bocadinho, confrontassem aquilo que eu venho a dizer já há algum tempo com aquilo que o presidente da Câmara tem vindo a dizer, e que depois façam um balanço. E no balanço o activo deverá sempre ser superior ao passivo. Para mim, penso que o passivo tem sido superior ao activo.

- Está a dizer que o actual Executivo trabalha mais para a imagem e menos para o desenvolvimento do concelho?

É isso exactamente que eu quero dizer.

- Os vereadores da oposição, nomeadamente os do CDS/PP, têm razões de queixa da forma como o Executivo os trata?

Essa pergunta deverá ser feita aos vereadores do CDS, mas eu, do contacto normal que tenho com eles, das reuniões que tenho tido com eles, concluo que se passa comigo exactamente o mesmo que com os vereadores do CDS.

- Que propostas o CDS/PP tem para oferecer ao eleitorado?

Sobre o programa de forma concisa ainda não falarei, mas nós temos uma linha traçada, já gerimos um município, sabemos exactamente o que temos para fazer. Perante as observações que fui fazendo ao trabalho do Executivo, algumas coisas têm que mudar. Uma das prioridades é a reestruturação das contas do município. As despesas não podem crescer da forma que têm crescido. Quanto mais gastamos em despesas, menos temos na parte do investimento, e nós estamos numa altura crucial em que o investimento é necessário, por diversas razões. Em primeiro lugar, estamos perante uma fase em que o desemprego tem aumentado drasticamente e, hoje em dia, as próprias autarquias devem ser os principais motores no sentido de conseguir captar os investimentos necessários para fazer face ao aumento de desemprego que temos tido. Deveremos, então, pensar na restruturação das contas do município. Em segundo lugar, acho que temos um município que deve ser prestigiado, um município com grande prestígio. Falei já de dois ou três casos que foram públicos e que, no meu ponto de vista, denegriram a imagem do município. Portanto, tem que se trazer o prestígio novamente à instituição municipal. Em terceiro lugar, e como já frisei, a questão dos investimentos deve ser prioritária e estamos a falar de investimentos reprodutivos, não na noção que o que é produtivo necessita de ser lucrativo mas sim, o lucrativo aqui tem um outro conceito, lucrativo no ponto de vista social, ambiental, de reestruturação das zonas urbanas e das zonas industriais.

- Quer exemplificar com algum projecto em particular?

Ainda não quero falar em projectos particulares. O que eu queria deixar aqui bem vincado é que o investimento reprodutivo, neste conceito que eu lhe dei, deve estar em mente no próximo mandato. Mais: espero ganhar, espero que o CDS ganhe, mas caso não ganhe, que o próximo Executivo tenha isto em mente. Depois, quero dizer que devemos estar preocupados com a população idosa. A população portuguesa tem vindo a envelhecer, não nos devemos esquecer nunca desta faixa etária, mas para nós chegarmos à população idosa há varias etapas da nossa vida e uma autarquia, nas suas funções, nunca se poderá esquecer dessas etapas até chegar à população idosa. E estou-me a lembrar das crianças. Há que investir fortemente na educação, aliás como se tem investido, verdade seja dita, tal como nos outros executivos anteriores. As crianças são os homens e as mulheres de amanhã, devemos investir seriamente na população jovem, naquela que ainda é estudante e tentar desvia-los de mercados que me parece estão completamente liberalizados, e julgo que a nossa preocupação se deve centrar aí. Os jovens à procura de um primeiro emprego não devem ser esquecidos devido às fortes dificuldades que sentem ao entrar no mercado de trabalho. E, é evidente, nunca esquecendo a população idosa, através da eliminação de barreiras que diariamente lhes vão aparecendo. Se nós nos preocuparmos com estas faixas, as crianças, os jovens, os jovens estudantes, os que estão à procura do primeiro emprego, os idosos… se reparar estamos aqui a atingir a uma série de iniciativas no que diz respeito quer à educação, quer à cultura, quer ao desporto, quer aos cuidados para com a população idosa. Por último, gostava lhe dizer que Albergaria começou a ser conhecida, não só pelas vias de comunicação que a atravessam, mas também pela forte zona industrial implementada. Devemos apostar fortemente na zona industrial. Temos ideias definidas sobre o que queremos ver nascer na zona industrial. A forma de crescimento da zona industrial e o crescimento do concelho passa pelo crescimento da zona urbana e da zona industrial, uma simbiose entre ambas.

- Isso significa alargar a zona industrial existente ou criar uma nova de raiz?

A noção que eu tenho é que criar zonas industriais de raiz nos custam imenso dinheiro. Portanto se nós estamos numa fase em que temos que poupar e rentabilizar o que temos, penso que devem ser aproveitadas as infra-estruturas já existentes, e a actual zona industrial deve crescer, como será natural.

- A sua candidatura já tem grandes linhas de acção definidas.

Sim, casos de proceder ao relançamento da zona industrial e represtigiar o município que eu acho que também é algo que devemos ter em conta. Relativamente à população idosa, acho que temos que dar continuidade ao trabalho que tem sido feito. Nem tudo o tem sido feito esta mal, o que está mal feito tem de ser revisto, o que está bem feito pode ser melhorado. Quando nos candidatamos, acho que nunca podemos dizer: «está bem feito, paramos por aqui». Penso que devemos ir mais além, até o actual Executivo, nas suas linhas gerais, sabe que, mesmo aquilo que fez bem feito, vai pretender melhorar. Na questão dos idosos tem vindo a ser feito um bom trabalho, e vamos apenas tentar melhora-lo em alguns aspectos, pois cada um tem o seu modo de actuar e nós teremos o nosso.

- Se for eleito qual é primeira medida que vai tomar?

A primeira medida que irei tomar quando chegar à Câmara, depois de cumprimentar os funcionários, será reestruturar alguns serviços da autarquia.

- A reestruturação passa também pelos SMA ou apenas pelos serviços administrativos e técnicos?

Passará pela reestruturação de alguns serviços, não só pela Câmara Municipal mas também pelos Serviços Municipalizados.

José Manuel R. Silva / Diário de Aveiro, 11/07/2005

CDS admite acordo local com PS para afastar PSD

O CDS-PP "está disponível para entendimentos com outras forças partidárias que, tal como nós, estejam apostadas em mudar a política local", declarou, ontem, o presidente do partido, Ribeiro e Castro, durante um almoço, em Albergaria-A-Velha, que assinalou o arranque da campanha eleitoral dos populares naquele concelho - que os centristas perderam, há quatro anos, para o PSD - e que contou com a presença de Paulo Portas

"Albergaria enganou-se há quatro anos e apeou o CDS do poder. Mas, agora, é tempo de corrigir o erro e voltar a dar nova oportunidade ao nosso partido, depois de verificar o logro em que caiu", sublinhou, perante uma plateia de cerca de 1200 pessoas.

O ex-líder do CDS esteve ao lado de Ribeiro e Castro, ontem, no distrito de Aveiro, por onde foi eleito deputado, mas não discursou. "O partido tem um líder legítimo e , pela minha parte, quando entender falar, falarei acerca da política local e nacional", disse Portas.

"Hoje, vim ajudar quem antes me ajudou, nada mais", disse, em Albergaria-a-Velha. Mais tarde, em Sever do Vouga, instado pelos jornalistas, sobre o seu silêncio político, acrescentou que apenas deixou de ter "contacto com os jornalistas, com o público não!".

Presidente da Câmara de Albergaria-a-Velha durante 16 anos, Rui Marques perdeu as eleições há quatro anos. Desta vez vai em número dois, alegadamente por razões profissionais. Coube-lhe abrir as hostilidades contra o adversário que o arredou da autarquia, o social-democrata João Agostinho, que acusou de ter trocado "projectos estruturantes por uma cultura de imagem pessoal e pelos passeios e pelas festas". Na mesma linha, o candidato à Câmara, Carlos Resende, disse que o concelho "pouco ou nada mudou nestes quatro anos, e, se mudou, foi no sentido da regressão".

"Em três anos - acusou - a despesa corrente da Câmara aumentou 29%, mas ironicamente Marques Mendes diz que João Agostinho é um gestor de grande rigor".

Carlos Resende manifestou-se preocupado por o desemprego no concelho ter ultrapassado os 7,5%. "Muito acima da média nacional", assinalou. Quanto a projectos, garantiu que apostará na criação de um centro de formalidades e de um gabinete de atendimento ao munícipe. E comprometeu-se afazer a discussão pública dos investimentos mais importantes e caros.

JN, 26/9/2005

Onda de apoio a Carlos Resende

Ribeiro e Castro e Paulo Portas estiveram, em Albergaria-a-Velha, para apoiar a candidatura de Carlos Resende à Câmara Municipal. O almoço do CDS-PP reuniu, no passado fim-de-semana, dezenas de pessoas.

Ribeiro e Castro, o líder do Partido Popular, esteve em Albergaria-a-Velha para apelar à mudança autárquica no concelho. Paulo Portas preferiu remeter-se ao silêncio, afirmando apenas que se limitou a “ajudar quem esteve com ele ao longo dos últimos anos”.

“Albergaria-a-Velha tem saudades de uma gestão do CDS – PP”. As palavras de Ribeiro e Castro, que defendeu também que “Carlos Resende é uma marca de mudança nesta terra que nos é tão querida”. Na opinião do dirigente nacional do PP, Albergaria-a-Velha “enganou-se” e cometeu “uma grande injustiça”, há quatro anos atrás. Contudo, o líder do Partido Popular acredita que o concelho está a tempo de “corrigir” o erro e de colocar novamente o município na “rota certa”. Ribeiro e Castro confia na nova equipa camarária que, segundo este, “rasgará” um novo futuro para Albergaria-a-Velha. O popular considera o seu partido é “um campeão nas políticas sociais, familiares, ambientais e económicas”. Ribeiro e Castro nunca considerou o CDS – PP como um partido “vencido”, e garantiu que o grupo vai lutar para ganhar as eleições autárquicas. “Nós temos condições de vencer em Albergaria-a-Velha”, sublinhou o líder do Partido Popular.

Segundo Ribeiro e Castro, “a obsessão do Partido Socialista pela presidenciais está a roubar tempo de antena aos presidentes de câmara, que agora deveriam ter a palavra”. O dirigente do CDS defendeu ainda que deve ser dada maior atenção às eleições autárquicas, visto que são as câmaras municipais a determinar a ligação das comunidades locais com o Estado”.

Carlos Resende também tomou posse da palavra para criticar o actual executivo camarário, liderado pelo PSD, referindo que “nada mudou no nosso concelho, a não ser, o facto de termos regredido em algumas matérias”. O também presidente da concelhia local, insistiu no facto do Partido Social Democrata ter feito promessas, há quatro anos atrás, que não cumpriu. “Prometer foi fácil. Fazer foi difícil”. Perante os apoiantes à sua candidatura, o candidato “popular” propôs-se a retomar o desenvolvimento do município, apostando sobretudo no emprego, na zona industrial, protecção civil e economia. “Em 2001 atrás não havia problemas de emprego em Albergaria-a-Velha, hoje há uma taxa de 7,5 por cento, que está acima do valor nacional”, referiu Carlos Resende, que quer investir no parque empresarial concelhio e criar um Gabinete do Investidor e um Centro de Empresas. Com estes projectos, o dirigente local do Partido Popular pretende dotar os serviços municipais de “pessoas com conhecimento da matéria”.

Na Protecção Civil, o quartel dos bombeiros foi novamente tema de discurso. Carlos Resende prometeu resolver a questão caso venha a ser eleito. “Na reunião com os bombeiros de Albergaria, tive conhecimento que para avançar com a construção do novo quartel era necessário pelo menos cerca de 30 por cento do valor total da obra (cerca de 60 a 90 mil Euros). Eu garanto que comigo na Câmara haveria esse dinheiro, uma vez que as obras na Rua de Santo António, foram mais caras e estão feitas”, explicou o dirigente.

Carlos Resende sublinhou ainda a constante falta de obras da gestão PSD, bem como a falta de programa eleitoral, do mesmo partido, para estas eleições. E concluiu dizendo: “precisam de ler o nosso para fazer o seu”.

Paulo Portas não discursou, mas aceitou falar aos jornalistas na saída do almoço. Numa curta declaração, o antigo líder popular justificou a sua presença como um “apoio” a quem “muito” o apoiou.

Jornal da Ria

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

2000: Entrevista a Rui Marques



Albergaria-a-Velha ficou, de há anos a esta parte, estigmatizada pela "invasão" de droga nas escolas, e pela "mancha negra" que constitui a prostituição, na sua forma mais degradante – a de estrada. Rui Marques, presidente da Câmara há 15 anos tem lutado contra esses flagelos e embora não se encontrem debelados, especialmente a prostituição, estão numa, forma regressiva. Outra desgraça que costuma abater-se sobre a área do seu concelho são os fogos que, e felizmente, este ano têm andado por outras bandas. O concelho vive um surto de desenvolvimento e a pouco e pouco vai mostrando uma face nova, mercê, de grandes investimentos. Mas há muito por fazer ainda...

CP - O PP continua a corresponder aos seus ideais políticos, ou nem por isso?

RM - Na maior parte das questões identifico-me com as posições do PP, embora não me identifique COM nenhuma das correntes. Para cada uma das questões tenho a minha posição. O meu grande partido foi sempre a Câmara. Sou médico, gosto de exercer medicina, mas talvez no melhor momento da minha vida profissional vim para a Câmara, gosto do trabalho que faço, mas ao nível da carreira política não tenho grandes ambições.

CP - Mas gostaria de ter visto outros rumos para o PP?

RM - Sinceramente, não gostaria de me pronunciar sobre questões do partido, e pela simples razão que sou muito mais um autarca do que um homem do Partido.

CP - Quase a completar um quarto mandato, acha que os objectivos que se propôs quando veio para a Câmara estão atingidos ou estão muito aquém?

RM - Muito aquém não estamos, mas eu estou sempre insatisfeito. De uma forma geral acho que o trabalho é positivo, porque a generalidade dos objectivos estão atingidos embora haja outros, porque este trabalho não pára. O trabalho desenvolvido ao longo destes anos levaram a que o concelho se transformasse. Isto é público e notório. O concelho sofreu uma grande transformação, para melhor, mas há ainda muito por fazer...

CP – Essa transformação é palpável em que áreas?

RM – Hui.. tantos. Olhe, por exemplo, o mercado de emprego. Hoje temos uma taxa de desemprego residual. Vieram para Albergaria muitos investidores, há muito mais dinheiro, as pessoas têm um nível de vida melhor...

CP – Mas a nível da Educação, a situação é também animadora?

RM – Sem dúvida... temos um Plano para o sector educacional que está praticamente cumprido e que satisfaz em todas as suas vertentes.

CP – Especifique...

RM – Ao nível do pré-primário temos, ao nível da componente pedagógica, uma cobertura a 100%, e estamos a trabalhar muito a sério na componente do acompanhamento, mas aí depende muito também da vontade dos pais. Mas desde que eles queiram faremos também uma cobertura a 100% e isto implica também a realização de obras. Mas estamos a trabalhar no sentido de adaptação das salas. Estamos, por isso, muito acima da média nacional. Ao nível dos 2º e 3º ciclos, com a escola que agora abriu em S. João de Loure, ficamos com todo o concelho coberto e permite-nos até uma outra coisa que é caminhar no sentido da extinção da telescola.

Falta-nos o Secundário mas que ficará também coberto com a Escola de Albergaria.

CP – Vamos agora falar de acessibilidades no concelho...

RM – A acessibilidade está boa, embora haja alguns casos que é preciso resolver, Mas deixe-me que lhe diga que os casos mais gritantes são da responsabilidade da administração central, isto e, estradas nacionais que o governo quer transferir para a Câmara. Como exemplo refiro-lhe a E16-3 que vai de Vale Maior a Telhadela, passando pela Ribeira de Fráguas... aí está o problema mais complicado, mas estamos a tentar que ela seja beneficiada. Há ainda outro problema no acesso da zona sul que tem um bom traçado mas precisa de um piso melhorado. Mas hoje as distâncias medem-se em tempo e não em quilómetros... e no concelho de Albergaria ninguém demora mais de dez minutos a chegar à sede.

CP – A zona industrial tem-se expandido a olhos vistos... como tem sido a motivação por nós investidores?

RM - Nós não temos que contactar directamente os investidores basta que lhes demos condições e fizemos um grande investimento com verbas que eram da Câmara, do I QCA, criamos um parque com boas condições de acessibilidade, bons acessos interiores e todas as infraestruturas necessárias, desde a água até ao gás natural, passando pelo saneamento. Há excelentes condições de acessos com a proximidade do IP5, da auto-estrada e do IC2 e tudo isto conjugado faz com que se tenham cá implantado. Todos os dias está gente a chegar. Ainda recentemente estive em Vitória a visitar uma unidade de unia empresa de metalomecânica que se quer instalar cá com uma área coberta na ordem dos 30.000 m2. O parque industrial está a crescer e já tem muito boas empresas, e pode dizer-se que está quase todo ocupado mas temos já o Plano de Pormenor da Zona Industrial que está para ser aprovado já com zonas de expansão. É um problema perfeitamente equacionado em termos de crescimento, o que há um problema paralelo, que é a falta de mão de obra. Já há quem se queixe, mas espero que isso se resolva com a vinda de mais pessoas para o concelho.

CP – Isso leva-nos ao problema da habitação. Há condições para acolhimento de mais população?

RM – Neste sector o mercado tem respondido. E como os preços não são muito altos... Aqui mesmo na sede do concelho está a ser desenvolvido um projecto de arquitectura de um complexo de 140 fogos de habitação de custos controlados e em Alquerubim vai a ser a Câmara a promotora de cerca de meia centena de fogos, também de custos controlados, que está na fase de negociações com o INH. Dentro de pouco tempo, espero, vamos pôr a concurso a construção destas habitações.

CP – Mas nem tudo são rosas neste concelho. Há problemas...

RM - Há problemas e graves, como a droga. Albergaria beneficia de ter um enquadramento viário muito bom, mas o que entra de bom também entra aqui de mau. É um local onde o tráfego se desenvolve com alguma intensidade, exactamente por ser um nó estratégico das vias de comunicação. É conhecido que é um ponto de encontro de traficantes. É uma presença em quase todas as escolas. Os traficantes sabem bem que é nesses escalões etários que se inicia o consumo e é aí o local de venda privilegiado, tornando-se o alvo preferencial dos traficantes. Há aí zonas onde, toda a gente o sabe, o negócio é mais visível, mas segundo as informações que tenho obtido de responsáveis é que não é este tipo de traficante que interessa, embora funcionem como o mecanismo pelo qual se pode chegar mais longe. Daí que a intervenção a este nível seja um pouco mais frouxa.

CP – Ainda não há muitos anos houve, aqui bem perto, problemas com as etnias ciganas...

RM - Houve, sim senhor, mas nada de problemas xenófobos. Foi mais uma vertente do problema de que temos estado a falar... a droga.

CP – Mancha negra continua a ser a prostituição.

RM – Já não tanto. À medida que as manchas florestais reduzem, as condições para essas mulheres também são cada vez piores, mas é uma mancha em que a legislação é muito permissiva. Mas são já focos muito mais reduzidos, até porque a zona que era mais pretendida para esse negócio, entre Albergaria-a-Velha e Albergaria-a-Nova, está quase toda ocupada por espaços comerciais. Ainda há um pequeno foco no Sobreiro, mas a tendência é também para acabar. Pode dizer-se que ainda há pequenos focos para a tendência é para diminuir ou acabar.

CP – Albergaria é um concelho seguro?

RM – Temos alguns problemas de segurança, mas todos eles também provocados pela droga. Há alguma pequena criminalidade, toda ela relacionada com esse flagelo. Mas já conseguimos que o efectivo da GNR, em Albergaria, fosse reforçado e temos já o compromisso do governo e está já em orçamento o novo quartel na Branca. Há já terreno, e é uma obra nova que vai reforçar a segurança no concelho, cobrindo toda a zona norte, ficando o posto de Albergaria para as zonas centro e sul. Por outro lado, oferecemos também uma viatura à GNR no âmbito do programa Escola Segura.

CP – Este ano o seu concelho esteve um pouco imune à tragédia dos fogos.

RM – Graças a Deus!!! Mas ainda houve alguns, mas sem grande dimensão. Não quero embandeirar em arco, mas isto são questões de ocasião. Eu penso que a zona que ardeu, dentro de um ano está outra vez em condições de arder... se tivermos o azar das condições climatéricas ajudarem os incendiários e se eles quiserem pegar fogo, penso que arde tudo outra vez. È muito difícil combater os incêndios quando não há limpeza da floresta. Temos o helicóptero que em termos de vigilância é muito bom, e temos um excelente corpo de bombeiros, mas isso não chega. Temos procurado prevenir arranjando muitos caminhos, para que os acessos sejam facilitados. Temos muitos pontos de água e financiamos os bombeiros no que concerne a bons carros e bom equipamento. Procuramos, em suma, dar condições para que o combate aos incêndios seja o melhor possível. Mas mais não podemos fazer.

CP - Para concluir, fale-nos dos projectos em desenvolvimento.

RM – Há um investimento grande na Biblioteca, cujo projecto é do arquitecto Siza Vieira. É uma obra para cerca de 250 mil contos. É uma obra que vem sendo perseguida há muitos anos, e para a qual já tinha indicado à Câmara talvez umas dez possíveis localizações. Finalmente a obra vai por diante, ficará situada numa zona a seguir ao Pavilhão gimnodesportivo, próximo das Escolas, e sobranceiro ao Vale onde queremos desenvolver o Parque da Vila. A Biblioteca fica integrada no Parque o que penso ser unia boa solução. É uma obra que dignificará Albergaria.

Depois há um outro projecto, o do Centro Cultural e Posto de Saúde da Branca, que é da autoria do arquitecto Carrilho da Graça, o autor do Pavilhão dos Mares na Expo-98. Vai ser um projecto conjunto, com duas obras diferentes e financiadas por Ministérios diferentes. Todo o projecto é do mesmo autor e é um empreendimento homogéneo. Como pode ver fez-se muito mas há uma que ainda gostava de ter este ano resolvida uma pretensão que é a de um polo da Universidade de Aveiro. Há negociações, já falei com o senhor Reitor e já adquirimos a Quinta do Torreão, que era o local ideal para esse polo da Universidade..

Mas não posso deixar de lhe referir que a Câmara de Albergaria esteja a ser descriminada em relação a outros concelhos, do Partido Socialista. É o caso da recuperação da sala de Cine-Teatro. Quando as coisas estão bem, eu reconheço, mas [não] neste caso, e estou a dize-lo pela primeira vez. Há um caso flagrante de discriminação intolerável. Aveiro, Estarreja e Sever do Vouga já viram esse problema resolvido, e quanto a Albergaria há um esquecimento sintomático.


Entrevista de Arménio Bajouca, Campeão das Provincias, 07/09/2000


PERFIL

Rui Manuel Pereira Marques, de 46 anos é um presidente de Câmara eleito sucessivamente pelo CDS e CDS/PP, na terra onde nasceu. Licenciado em medicina pela Universidade de Coimbra, há 15 anos que deixou de exercer para se dedicar de corpo inteiro à autarquia. Para além da presidência da Câmara de Albergaria-a-Velha é também presidente da Associação de Municípios do Carvoeiro e vice-presidente da Associação Nacional de Municípios.

Divorciado e pai de quatro filhos (3 rapazes e uma rapariga, de 24, 18, 4 e um ano respectivamente) confessa não ter tempo para a leitura, mas gosta muito de cinema e o último filme que o marcou especialmente foi "A vida é bela". Já no que respeita à TV prefere coisas ligeiras que o descontraíam de um dia muito preenchido com coisas sérias. Por isso, "Sai de Baixo" é o anti-depressivo que vê, quando pode, para além da Informação, pois gosta de estar a par do que se passa no pais e no mundo. Relativamente à febre do momento – Big Brother – não concorda com o formato que, na sua opinião, "não tem nada de cultural e explora apenas o devassar da intimidade das pessoas, numa guerra de audiências que não é positiva para a sociedade, não traz vantagens nenhumas e nada tem de educativo". Gosta de jogar Ténis e de ir caçar com os amigos. Desportivamente falando praticou andebol por mais de vinte anos, e Beira-Mar, Sanjoanense, Académica de Coimbra e Clube de Albergaria foram clubes pelos quais envergou a camisola.

domingo, 21 de agosto de 2011

Brito Rebelo



Tenente Jacinto Inácio de Brito Rebelo, natural da Ilha de São Miguel, casou duas vezes em Albergaria-a-Velha. Foi administrador do concelho de Albergaria entre 1858 e 1860. Transferido em Dezembro de 1980 no mesmo cargo para o concelho deIlhavo.



Autor de estudos de obras em Albergaria. Criou um novo e amplo espaço urbano para o Centro de Albergaria-a-Velha.


gb

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Festas em Honra de Nossa Senhora do Socorro


11h00
Festas em Honra de Nossa Senhora do Socorro

Monte da Senhora do Socorro

A popular romagem continua a atrair centenas de fiéis a um dos locais mais bonitos do Município. A celebração eucarística, seguida de procissão, realiza-se de manhã, sendo a oração do Terço à tarde. Pelo meio há a actuação de bandas e, no feriado municipal, os célebres piqueniques irão ocupar o recinto num ambiente de verdadeira festa.

Agenda

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

2004: Albergaria na "Praça da Alegria"

imagem Boletim Municipal nº 10 - Outubro 2004
Albergaria-a-Velha foi o Concelho em destaque na edição de 6 de Agosto de 2004 da "Praça de Alegria" da RTP. Neste programa, apresentado por Sónia Araújo e Hélder Reis, vários convidados Albergarienses tiveram oportunidade de dar a conhecer um pouco da nossa terra, as suas festas, artesanato, gastronomia, folclore e música.

Ao presidente da Câmara Municipal, João Agostinho Pereira, coube a apresentação geral do Concelho, sua História, posição geográfica e actividades económicas. Hélder Reis mostrou-se agradavelmente surpreendido com a forma entusiasmada como Albergaria-a-Velha era descrita; o Presidente justificou tal entusiasmo de forma simples: "Albergaria é uma terra hospitaleira, que gosta de bem receber!".

Com a curiosidade aguçada, as Festas em Honra de Nossa Senhora do Socorro foram o próximo tema em discussão. O Padre Querubim e Manuel Andrade, Vice-Presidente da Irmandade de Nossa Senhora do Socorro, explicaram a génese do culto e realçaram a importância desta festa religiosa que, anualmente, atrai milhares de devotos à colina do Bico do Monte.

Em termos de artesanato, os bordados estiveram em destaque com os trabalhos de Rosa Borda e Maria Pinho que, apesar da idade generosa, continuam com grande entusiasmo a bordar toalhas, aventais, naperons, com uma mestria de fazer inveja aos mais novos. E, com o aproximar da hora do almoço, foi a vez das iguarias Albergarienses se apresentarem perante os telespectadores. Os carolos à antiga, leitão à moda de Angeja, febras à lavrador com arroz de fressura, enguias e rojões puseram a equipa da "Praça de Alegria" a ansiar pela hora do almoço! Mas qualquer refeição não estaria completa sem os doces e, por isso, turcos, raivas, bolos de gema, sonhos e suspiros também marcaram a sua presença em estúdio.

Para além das animadas conversas, a música e dança também estiveram presentes neste popular programa da RTP. A Orquestra Juvenil da Banda Velha União Sanjoanense e Grupo Folclórico e Etnográfico de Albergaria-a-Velha fizeram "as honras da casa" e, decerto, encantaram os milhões de telespectadores que ficaram a conhecer um pouco melhor o nosso Concelho.

CMA, 2004

domingo, 14 de agosto de 2011

Jacinto Martins 1943-2011

O colaborador do Beira Vouga, Jacinto Martins, acaba de receber um importante galardão jornalístico, atribuído pelo jornalista brasileiro Wilson Brasil, radicado em Portugal há cerca de 15 anos. Trata-se do conhecido TROFÉU GANDULA, destinado a galardoar todos quantos se distinguiram, ao longo do ano de 1993, nas diferentes vertentes da vida nacional, com especial incidência na área do desporto.

Beira Vouga, 05/01/1994

Nota: fica aqui uma pequena notícia de 1994 sobre a atribuição do Troféu criado por Wilson Brasil ao recentemente falecido Jacinto Martins.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Jornal Beira Vouga

01/05/1944 - Gazeta dos Caminhos de Ferro

terça-feira, 2 de agosto de 2011

2007: Editorial Jornal Beira-Vouga


O “Beira Vouga” com a presente edição assinala o seu 46.º aniversário. Fá-lo de uma maneira modesta, naturalmente. Primeiro, porque modestos somos nós e modesto é o próprio Jornal, pese embora o trabalho exigido para quinzenalmente garantir a sua saída, numa zona particularmente não favorecida nem pelas riquezas da natureza nem compensada pelos governantes na hora do investimento público, que daqui se lembram apenas quando o rei faz anos.

Mas também o momento actual que vive a imprensa portuguesa é um dos mais difíceis da sua história. Evocando as dificuldades económicas conhecidas, todo o viver em sociedade se teve de adaptar em Portugal ao dinheiro que agora não temos, mas que, quando tivemos, esbanjámos à tripa forra, na maior das impunidades, sem pedir contas a ninguém, reservando para uns tantos fatias intoleráveis de ganhos, enquanto que o nosso povo tem que se curvar ao peso de sachola, sempre que tem necessidade de plantar meia dúzia de couves que ajudem a complementar as suas pensões de miséria. (...)

Em nome de todos esses desequilíbrios, o Governo foi puxando a manta. Estica daqui, encolhe dacolá e até pequenas verbas de indiscutível interesse público foram retiradas. A Comunicação social sempre foi reconhecida como prestando um relevante serviço de interesse público. Toda ela. Mas muito em particular a imprensa regional, único elo de ligação com as comunidades espalhadas pelo mundo, única carta de família que emigrantes há anos afastados da sua terra recebiam com regularidade a dar-lhes notícias do chão que os viu nascer, dos vizinhos cuja memória o tempo foi apagando, do amor familiar que se lhes alojou no peito e cuja ausência os fez sofrer vida fora. Quantos e quantos partiram, sobretudo na primeira metade do século passado, e nunca mais voltaram? Quantos e quantos preencheram o seu imaginário de crianças recordando as ruas da sua aldeia, evocação que lhes era levada por estes jornalecos que existem pelo país além mas que, por serem feitos com a alma de um povo, se dirigiam à outra parte desse mesmo povo que o destino levara para em busca do pão que a sua terra lhes não garantia. São milhões os portugueses espalhados pelo mundo. Portugueses que, numa primeira fase, aplicaram aqui os seus rendimentos, que o país também não soube aproveitar.

Por essa missão de interesse público, os Jornais e demais órgãos de comunicação social tinham algumas facilidades nunca postas em causa por ninguém. Primeiro umas ajudas para as obrigar a adaptar às novas tecnologias; depois preços mais baixos nas tarifas dos telefones, por ser um instrumento de trabalho indispensável para o desempenho do seu trabalho; uma participação nos custos do transporte via CTT para o país e para o estrangeiro, esta última em nome da cultura da nossa língua, da tal ligação a manter com os locais de origem, o tal abraço de amizade que alimentava e mantinha afectos de vida. Acabou quase tudo. Apenas na distribuição postal se mantém uma pequena participação por mais dois ou três anos. Claro que o preço das assinaturas teve que saltar. E muitas pessoas despediram-se de vez da sua terra. Ao mandarem cortar a assinatura, juntavam uma carta explicativa, algumas delas verdadeiros epitáfios em vida feitos pelo próprio punho de quem sabia não ser longo o caminho a percorrer e que o sonho de regresso se esvaíra no decorrer do tempo. Quantos e quantos, resignados à sua condição, deixaram morrer dentro de si o sentido pátrio que, se não garante o pão, alimenta a alma.

Nesse e noutros aspectos, Portugal vive como que uma espécie de luto silencioso, um luto disfarçado, o bastante apenas para mostrar e assinalar um erro enorme da governação e a dor imensa de gerações de jornalistas que por esse Portugal fora dedicaram todos os seus momentos à procura da pequena notícia que saciava a fome de tantos compatriotas nossos, que aguardavam pelo Jornal como quem espera a água fresca com que se refresca no Verão.

Manter um Jornal, sobretudo em zonas desprotegidas, é hoje um desafio que muitos já não aceitam. Por isso alguns têm dito adeus à vida, já que as forças e os ânimos não sobrevivem muitas vezes ao desalento.

Não fora isso, já o Beira Vouga teria passado a semanário. Era esse o seu projecto, é essa uma das necessidades da nossa zona. Não desistimos nem da ideia nem do projecto. Mas temos que esperar por melhores dias. E temos que esperar pela vivificação da própria comunidade dos concelhos que servimos, que não podem colocar-se à margem das instituições que são indispensáveis ao desenvolvimento de uma zona, seja o concelho sejam vários concelhos ou distritos. Os Jornais, sem nunca deixarem de o terem tido, vão ter uma função cada vez mais importante na reivindicação dos direitos e dos interesses das gentes que servem. Daí que, negar publicidade a um Jornal regional, negar ou não pagar a meia dúzia de tostões que custa uma assinatura, não será com certeza a melhor forma de defender o interesse colectivo. Daí o nosso convite a uma reflexão colectiva e a uma participação mais activa de toda a comunidade, por forma a dar-nos meios para melhor cumprirmos a nossa missão.

Àqueles, Anunciantes e Assinantes que já entenderam esta realidade, que têm estado connosco, o nosso abraço fraterno. Aos demais, esperamos que venham até nós e nos compreendam e connosco colaborem.

Até porque (e todos o sabem) este não é um projecto editorial com interesses político – partidários. Infelizmente, alguns meios fazem disso a sua razão de ser. Não partilhando embora dessa prática, respeitamo-la sem a apreciar. Mas aqui não. Aqui a informação é connosco e a política é com os políticos e com os cidadãos que escolhem esses políticos. Se querem deitar abaixo ou acima determinado presidente, a não ser em casos de manifesto desrespeito pela comunidade eleitora, não contem connosco. Alguns trabalhadores ou simples colaboradores têm sido de uma dedicação sem limite para com este Jornal. Encontrei aqui autênticos hinos à dignidade humana e profissional. Aprendi aqui que a dimensão do homem vai muitas vezes para além das suas próprias forças. Bem hajam por isso.

Paulatinamente vamos prosseguindo o nosso caminho. Espero que a comunidade da zona que servimos, sobretudo Sever e Albergaria, venham connosco. Sozinhos, nunca seremos capazes de cumprir. Mas convosco a nosso lado, também nunca nos calarão a troco das migalhas com que habitualmente alguns Governos compram silêncios e cumplicidades.

Lino Vinhal
RESISTIR É A PALAVRA DE ORDEM
(Editorial publicado na edição da 1.ª quinzena de Junho do Beira Vouga de 2007)

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segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Beira-Vouga - 70 anos


O primeiro número saiu a 13 de Abril de 1941 e apresentava-se como «quinzenário defensor dos interesses da região. Tinha como «Director, editor e proprietário - Vasco de Lemos Mourisca», como «administrador - José de Oliveira Neves» e era «composto e impresso na Tipografia Vouga - Albergaria-a-Velha» .

O Beira-Vouga teve uma primeira fase de 12 anos (...) até à sua extinção em 1953. Recomeçou com a 2ª fase em 1 de Agosto de 1962.

Albuquerque Pinho / Beira-Vouga

O jornal Beira-Vouga fez 70 anos em Abril de 2011. Entra agora no ano 50 da segunda fase do jornal.

http://jornais-aav.blogspot.com/search/label/Beira-Vouga

Assinalamos, nesta edição, o 50.º aniversário do Jornal Beira Vouga. É de uma forma modesta que o fazemos. Os tempos difíceis que vivemos assim nos limitam. Gostaríamos de dedicar muitas mais páginas à nossa região, mas infelizmente, como sabem, o produto final do nosso trabalho, o jornal que vos chega às mãos quinzenalmente, tem um custo e, nos tempos que correm, a gestão deve ser ainda mais criteriosa de forma a podermos garantir a continuidade do projecto que assumimos.

É neste sentido que deixo um muito obrigado a todos os nossos Anunciantes que, apesar das dificuldades, acreditam no nosso trabalho e compreendem que a divulgação dos seus negócios, através dos espaços publicitários, é uma arma de combate à crise. E também porque sabem que é desta forma que nos ajudam a manter um projecto informativo na região que se esforça por representar todos aqueles que nele acreditam.

Obrigado também a todos os nossos Assinantes, em Portugal ou no estrangeiro (e são muitos os do Canadá, Brasil, Alemanha, França, Suiça e até Austrália). É para vocês que trabalhamos. Obrigado a todos os que sentem este projecto como seu e que têm orgulho nas páginas que contam a história da nossa região. Esforçamo-nos diariamente para continuar a merecer a vossa confiança. Obrigado aos que nos incentivam, aos que pedem por mais, aos que dão sugestões, aos que mostram o caminho e aos que caminham ao nosso lado, contribuindo para que continuemos a contar as histórias de cada um que, quando somadas, fazem a história de todos nós. Aos nossos Colaboradores, um grande obrigado. Vocês fazem parte da nossa família e temos muito gosto nisso.

É só através da união e do esforço de todos que seremos capazes de atravessar os tempos mais difíceis que se adivinham e melhor, aprender com cada dificuldade. Não tenho dúvidas de que sairemos todos vitoriosos. No entanto, urge mudar mentalidades e abrir espaço para reconhecermos as potencialidades da nossa região e acreditarmos que temos valor. Ser a mudança que queremos ver no mundo, resolver primeiro o problema da nossa rua e só depois preocuparmo-nos com os males do mundo. Defender a nossa terra, a nossa região, a nossa gente. Ter orgulho nas nossas raízes e darmos o nosso melhor para ajudar no crescimento e no desenvolvimento da terra que nos viu nascer e/ou crescer.

O caminho faz-se caminhando, basta acreditar e dar o primeiro passo. A todos os que queiram fazer parte desta caminhada e que venham por bem, com a vontade de contribuir e assim engrandecer a nossa região, as nossas páginas estarão sempre abertas.

Fernanda Ferreira (directora)

Beira-Vouga, 04-Jul-2011