sexta-feira, 31 de julho de 2015

Encruzilhada de caminhos

Albergaria, que é a Velha, bem se poderia chamar dos Caminhos. Passam pela nossa região, desde tempos ancestrais, importantes vias de comunicação, que, por motivações de ordem militar, religiosa ou económica, foram sucessivamente (re)construídas pelos povos que habitaram este recanto da Península Ibérica. O milenar caminho de Santiago passava pelo nosso território, assim como a via romana entre Bracara Augusta e Olisipo, ou outras que, ligando a costa atlântica com o interior, pelo vale do Vouga, uniam as geoeconomias do litoral e das áreas montanhosas, trazendo a estas terras os peregrinos, os militares e os comerciantes das mais diversas proveniências. A densidade de vias que se cruzavam neste território, esteve  na origem, em 1117, da concessão de D. Teresa sobre Osseloa, que incluía a instituição de uma albergaria que assegurasse a proteção dos viajantes. Esta albergaria começa a concentrar um novo aglomerado populacional, que trabalha nas diversas funções de apoio aos viajantes, transformando-se num lugar. Este, que surgiu em resultado da relação com as vias de comunicação, desenvolve-se ao longo dos seus eixos, em particular da denominada estrada Coimbrã, antiga estrada Real entre Lisboa e o Porto.

No início do século passado, mais concretamente em 1909, a linha do Vouga chega a Albergaria-a-Velha. Este novo meio de transporte veio revolucionar a rede urbana nacional, difundindo a cultura, o capital e a mudança, sendo capaz de transformar os lugares por onde o comboio apitava em novos centros regionais, verdadeiros oásis de desenvolvimento numa paisagem monótona de um Portugal rural. É neste contexto que o Vouguinha vem proporcionar novo e decisivo impulso ao progresso do Concelho, permitindo a fixação de novas indústrias e colocando-o, definitivamente, no caminho da urbanidade. Durante o séc. XX, a construção de várias vias rodoviárias reforçaram o seu papel de centro nodal dos fluxos entre o norte e o sul, o este e o oeste, inicialmente através das estradas nacionais (EN 1; EN 16), mais tarde, após a adesão de Portugal à CEE, das vias de grande capacidade de tráfego (A1; A25). Atualmente, a proximidade ao porto de Aveiro e a possibilidade, adiada, de construção de uma estação da rede de Alta Velocidade ferroviária no concelho, vêm aumentar a oferta de meios de transporte, colocando-nos entre as cidades europeias com mais e melhores opções de mobilidade.
            
A relação com os principais eixos do país, que está na génese de Albergaria e é indissociável tanto da sua evolução histórica, como da sua morfologia actual, terá também, certamente, um papel determinante no seu futuro. No entanto, a mobilidade não constitui per si uma garantia de desenvolvimento. São necessárias um conjunto de políticas e iniciativas que permitam, por um lado, transformar a mobilidade em acessibilidade, e por outro, traduzir esta acessibilidade em valor acrescentado para a economia local, particularmente através da internacionalização do nosso tecido empresarial e da fixação de actividades na área da logística e dos serviços altamente especializados.
            
O nosso território não pode ser apenas uma plataforma por onde circulam os fluxos, tornando-se necessário, portanto, delinear uma estratégia e empreender os esforços necessários, tanto ao nível das políticas públicas, como do associativismo e empreendedorismo empresarial, para o aproveitamento das oportunidades que o nosso posicionamento geoestratégico na fachada Atlântica proporciona.

in Correio de Albergaria / JPB
http://polisalbergaria.blogspot.com/2014/04/albergaria-dos-caminhos_2.html

segunda-feira, 27 de julho de 2015

Grupo Folclórico Cultural Recreativo


Transmissão da Rádio Osseloa em 1987, onde o Grupo Folclórico Cultural Recreativo Albergaria tocou alguns temas como "Baila-Zé" e "Fitas e Laços" e deu a conhecer um pouco da 5ª Edição do Festival Nacional de Folclore, que se realizou a 22 de Agosto desse ano.

Programa de Rádio apresentado pelo saudoso e carismático jornalista Jacinto Martins.

https://www.facebook.com/gfcr.albergaria/videos/338364206316820/

sábado, 25 de julho de 2015

Circuito da Memória - Angeja

Angeja é uma vila do concelho de Albergaria-a-Velha com uma paisagem natural única, com uma história riquíssima, com um conjunto de memórias coletivas dignas de registo mas acima de tudo com uma enorme vontade, aproveitando todas estas potencialidades, de proporcionar a todos aqueles que a visitam um elevado conjunto de experiências emocionais e sensoriais.

É com este propósito que, no próximo dia 26 de Julho, serão lançadas as primeiras caches que irão integrar o “Circuito da Memória”

Este circuito prevê uma série de caches que visam mostrar e promover, alguns dos locais que pela sua singularidade fazem parte da história e da memória coletiva da freguesia. Na seleção destes locais esteve igualmente a intensão de contribuir para a sua valorização emocional e do seu significado patrimonial.

História e memória coletiva complementam-se, devem caminhar lado a lado de forma a almejar um cada vez maior sentimento de pertença.

As caches terão diferentes graus de dificuldade sempre com o intuito de serem o mais abrangentes possível. Crianças, idosos, pessoas com mobilidade condicionada e principiantes nesta modalidade não serão excluídas deste circuito, para além da função lúdica e recreativa, este circuito pretende ser uma forma de vivenciar emoções.

Este será um circuito que se pretende dinâmico, pelo que estão já previstas para breve novas caches.

Convidamos assim a comunidade a vir descobrir as caches integrantes do "Circuito da Memória".

Para o 1º geocacher a descobrir cada uma destas 5 caches iniciais, será atribuído um pequeno prémio, e para todos os participantes no dia do lançamento haverá lembranças.

Junte-se a nós em Angeja, no dia 26 de Julho, pelas 18h30 nas seguintes coordenadas: N 40° 40.466 W 008° 33.335
zds

sexta-feira, 17 de julho de 2015

Jornal de Albergaria - Eleições 1993

ALTA AUTORIDADE PARA A COMUNICAÇÃO SOCIAL

DELIBERAçÃo soBRE UMA QUEIXA DA COLIGAÇÃO DEMOCRÁTICA UNITARIA (CDU) DO CONCELHO DE ALBERGARIA CONTRA O "JORNAL DE ALBERGARIA"

Deu entrada, a 4 de Novembro de 1993, na Alta Autoridade para a Comunicação Social (AACS), uma queixa subscrita pelo Mandatário da Coligação Democrática Unitária-CDU no Concelho de Albergaria-a-Velha - José Freitas Santos - contra o quinzenário "Jornal de Albergaria", sustentada nos seguintes termos:

'- O referido periódico publicou, na sua edição de 21 de Outubro (primeira página e páginas 6 e 7) uma notícia sobre as eleições autárquicas de 1993 na qual foi tratada de "forma discriminatória" a candidatura da CDU "aos diversos órgãos municipais" do Concelhos.

ERC

Instado a pronunciar-se sobre o assunto, o Director do "Jornal de Albergaria", vem informar, a `15 de Novembro, esta Alta Autoridade, do seguinte:

- "Creio que o 'Jornal de Albergaria' não era obrigado a publicar as listas de candidatos, nem todas as listas (. . .)".

- "Aquando da preparação da lª página (. . .)  entendi fazer referência apenas aos três principais partidos do espectro político de Albergaria-a-Velha (os únicos com representação na Câmara, na Assembleia Municipal e nas Assembleias e Juntas de Freguesia de todo o concelho) : não só porque são os principais, mas também porque referir os restantes iria 'empastelar' a configuração estética da página, que ficaria excessivamente cheia e pesada de grafismos". .

- "No interior, pág. 7, fez-se em título referência à candidatura da CDU".

- "Apenas se apresentou o elenco (parcial) doscandidatos da CDU ã Câmara Municipal, por manifesta falta de espaço na pág. 7 (. . . ) e também por falta de tempo em redistribuir o espaço. Foi uma opção que se teve de tomar".

- "O Jornal de Albergaria" é um quinzenário recente, com apenas 16 números publicados. Vive do amadorismo de uns quantos (. . .) . É natural (. . .) que haja dificuldade em calcular, logo à partida, o espaço disponível para publicar tudo o que se pretenda".

- "As listas da CDU foram as últimas a chegar às mãos do director, e mesmo assim incompletas: a sua afixação ocorreu (. . .) dia 19 ou 20 de Outubro (. . .) . O director (. . . ) teve de pedir a alguém que fosse ao Tribunal copiá-las à mão

(. . .) os mandatários (. . .) das outras listas tiveram a atenção e o cuidado de fazerem chegar, atempadamente cópias suas ao meu escritório! (...)"

- "No momento da paginação, viu-se que não havia espaço para todas as listas, optando-se por inserir só a da Câmara (as candidaturas a este Órgão são as que despertam sempre mais interesse) . Se tivessem entrado todas as outras listas da CDU, ficariam de fora as dos outros partidos. Ora, em Albergaria-a-Velha, a CDU não tem o mínimo de representatividade (. . .) e os seus candidatos são desconhecidos da maioria do público (. . .) .

(. . . ) para não haver discriminações, retiraria - o director - todas as listas, para todas ficarem em pé de igualdade, e o jornal sairia com as páginas em branco..."

- "Enquanto director do jornal (. . .) entendo que não tinha que dar à CDU relevo igual ao que atribui aos outros partidos (. . .) - vê-se agora que o respectivo mandatário não é minimamente merecedor, tal a pesporrência e arrogância que revela. Fica à conta de atenção e respeito para com a centena e meia de eleitores que tem tido em Albergaria".

ERC

segunda-feira, 13 de julho de 2015

Orçamento Participativo

Orçamento Participativo de Albergaria-a-Velha 2015

ALBERGARIA PARTICIPA


A Câmara Municipal de Albergaria-a-Velha, com o objetivo de um contínuo desenvolvimento da qualidade de vida dos seus munícipes, pretende reforçar a participação e o envolvimento dos cidadãos na construção de uma sociedade civil forte, promovendo práticas de construção coletiva e revigorando a democracia local.

Nesse sentido, o Orçamento Participativo (OP) é um instrumento de participação dos munícipes na gestão da Câmara Municipal de Albergaria-a-Velha e relevante para o exercício de uma cidadania mais ativa. Este exercício deve contribuir para uma intervenção informada e responsável da população nos processos de decisão locais, assegurando uma efetiva correspondência entre as verdadeiras necessidades e as naturais aspirações da população.


Princípio

A adoção do Orçamento Participativo no Município de Albergaria-a-Velha fundamenta-se nos valores da democracia participativa, constantes no artigo 2º da Constituição da República Portuguesa, consagrados como direitos inalienáveis e fundamentais.



Objetivos

O processo do Orçamento Participativo tem os seguintes objetivos:

    Proporcionar uma experiência participativa e coletiva à comunidade albergariense, através de um processo inclusivo de apresentação de ideias, debate e decisão para a afetação de recursos financeiros em ações que visem o bem comum.
    Incentivar o diálogo entre eleitos, técnicos municipais, cidadãos e a sociedade civil organizada na procura de soluções para problemas e desafios comuns, aproximando os munícipes da política.
    Contribuir para a educação de uma cidadania participativa, responsável e inclusiva.
    Promover novas práticas de transparência dos serviços municipais, reforçando a qualidade da democracia local.
    Promover a participação informada, ativa e construtiva dos munícipes.
    Aproximar os munícipes dos órgãos de decisão, aumentando a transparência da atividade governativa.
    Contribuir para a modernização administrativa.
    Conhecere responder melhor às reais necessidades e aspirações da população.



Modelo de Participação

O Orçamento Participativo de Albergaria-a-Velha assenta num modelo de participação, segundo o qual os participantes podem apresentar propostas e decidir os projetos que considerem mais prioritários, até ao limite orçamental estipulado para o processo e desde que se enquadrem nas regras definidas no presente documento.

O Município de Albergaria-a-Velha compromete-se a integrar as propostas vencedoras no Orçamento Municipal no ano económico seguinte ao da participação e a sua execução num período de 24 meses.



Âmbito Territorial

O Orçamento Participativo de Albergaria-a-Velha abrange todo o território municipal.



Âmbito Temático

As propostas apresentadas devem inserir-se nas áreas de competência do Município, correspondendo a intervenções físicas/infraestruturais, pequenos equipamentos ou serviços.

Excluem-se os eventos que correspondam a espetáculos, festivais, concertos ou outros de natureza semelhante.

As propostas deverão enquadrar-se numa das seguintes áreas temáticas:

    Ação social;
    Cultura;
    Educação
    Juventude
    Desporto;
    Espaço público e espaços verdes;
    Infraestruturas viárias, trânsito e mobilidade;
    Modernização administrativa;
    Sustentabilidade ambiental e eficiência energética;
    Urbanismo, reabilitação e requalificação urbana;
    Higiene urbana;
    Segurança e proteção civil;
    Turismo, empreendedorismo e atividades económicas.



Orçamento

Atendendo ao seu carácter experimental, a Câmara Municipal de Albergaria-a-Velha afeta ao Orçamento Participativo de 2015 uma dotação global de 100 mil euros. O Executivo Municipal poderá vir a deliberar uma alteração desta dotação, em face dos projetos apresentados e/ou mais votados.

Cada freguesia não poderá exceder o montante máximo de 40 mil euros de investimento. Este limite é independente do número de propostas apresentadas e do número de projetos vencedores.

Cada freguesia poderá ter mais de um projeto vencedor desde que a soma dos seus valores não ultrapasse os 40 mil euros. No caso dos projetos vencedores numa mesma freguesia excederem aquele montante serão apenas elegíveis e aprovados os projetos com votação superior.

No caso de projetos que abranjam mais do que uma freguesia, o cálculo do limite referido anteriormente é ponderado em função do número de freguesias abrangidas. Assim, se um projeto tem 2 freguesias como território de intervenção, o cálculo para efeitos do limite financeiro de cada freguesia será uma divisão por 2.

Cada proposta não poderá exceder o montante máximo de 40 mil euros.



Participantes

Sendo especialmente destinado aos seus munícipes, o Orçamento Participativo de Albergaria-a-Velha privilegia a participação universal. Podem assim ser participantes residentes, emigrantes, visitantes, estudantes, investidores, representantes da sociedade civil e todos os amigos de Albergaria-a-Velha.

Destina-se a todos os cidadãos com idade igual ou superior a 18 anos, registados na plataforma eletrónica ou nas “Assembleias Participativas”. A plataforma eletrónica permite o acesso através da conta da rede social Facebook.



Ciclo de Participação

1. O Orçamento Participativo de Albergaria-a-Velha é composto pelas seguintes fases e calendário:

Fase 1. Submissão de propostas (01 de julho a 30 de setembro);

Fase 2. Avaliação técnica das propostas e publicação dos projetos provisórios (até 31 de outubro);

Fase 3. Reclamações (até 15 de novembro);

Fase 4. Resposta a reclamações e publicação dos projetos definitivos (até 30 de novembro);

Fase 5. Votação (de 1 de dezembro até 31 de dezembro);

Fase 6. Seleção dos projetos vencedores: até 15 de janeiro de 2016.



2. As datas apresentadas são passíveis de alteração, a comunicar através da plataforma do Orçamento Participativo.



Propostas

1. As propostas podem ser apresentadas:

    Através da plataforma eletrónica “Albergaria Participa”, em op.cm-albergaria.pt;
    Em formulário próprio nas Assembleias Participativas e, nos casos solicitados, de forma assistida;

2. Na submissão de propostas e na votação, cada cidadão aceita as regras do Orçamento Participativo e do funcionamento da sua plataforma eletrónica.

3. Não são consideradas as propostas entregues por outras vias, nomeadamente, por correio eletrónico ou em papel (exceto em formulário próprio nas Assembleias Participativas).

4. Para que seja possível realizar a análise, especificação e orçamentação das propostas, é necessário que estas se apresentem de forma clara, com objetivos bem definidos e âmbito bem delimitado, tanto na sua execução como na localização.

Propostas sem estes dados impedem a sua transformação em projetos por parte dos serviços municipais e a sua inscrição na listagem para votação.

5. Cada participante pode apresentar uma ou mais propostas, individualmente. Se um mesmo texto integrar várias propostas apenas a primeira será considerada.

6. A descrição da proposta deverá constar no campo destinado a esse efeito, caso contrário será excluída.

7. As propostas são transformadas em projetos pelos serviços municipais, sendo depois levados a votação. Estes projetos não são obrigatoriamente uma transcrição das propostas que lhe deram origem.

8. A semelhança das propostas, a convergência dos seus objetivos ou a sua proximidade a nível de localização poderão justificar e originar a integração de várias propostas num só projeto.

9. Não serão consideradas as propostas que:

    Configurem pedidos de apoio ou venda de serviços a entidades concretas;
    Excedam o montante de 40 mil euros e um prazo estimado de execução de 24 meses;
    Contrariem ou sejam incompatíveis com planos ou projetos municipais;
    Estejam a ser executadas no âmbito das Grandes Opções do Plano;
    Sejam relativas à cobrança de receita ou ao funcionamento interno da Câmara Municipal;
    Sejam demasiado genéricas ou muito abrangentes, não permitindo a sua adaptação a projeto;
    Não sejam tecnicamente exequíveis;
    Sejam comissionadas por marcas registadas, abrangidas por direitos de autor ou tenham sobre si patentes registadas;
    Não integrem as competências do município;
    Sejam por qualquer forma consideradas ilegais.



Assembleias Participativas

As Assembleias Participativas (AP) são sessões presenciais que visam a promoção da participação das pessoas com menor acesso a meios de comunicação digitais, a dinamização do debate público, a prestação de esclarecimentos sobre o Orçamento Participativo, bem como a apresentação de propostas coletivas e a sua discussão.

O registo dos participantes será feito no local.

As propostas apresentadas que reúnam a informação indispensável serão submetidas na plataforma pela equipa do Orçamento Participativo.



Equipa do Orçamento Participativo

A equipa do orçamento participativo é constituída por 6 elementos, um representante do executivo e um representante de cada uma das unidades orgânicas.



Análise das Propostas

A Câmara Municipal de Albergaria-a-Velha compromete-se a fazer uma análise técnica de todas as propostas submetidas pelos cidadãos e a adaptar em projeto as que reúnam as condições apresentadas nestas regras, tendo em vista a sua votação.

A exclusão de qualquer proposta será objeto da devida fundamentação e comunicada aos cidadãos proponentes, através do e-mail registado.

Os projetos elaborados pelos serviços municipais poderão incluir ajustamentos técnicos que permitam a elegibilidade e exequibilidade das propostas.

A Equipa do Orçamento Participativo poderá interagir com os cidadãos proponentes, através do e-mail registado, garantindo todavia a reserva da sua identidade aos serviços junto dos serviços que procedem à análise técnica.

Todas as propostas adaptadas a projeto passam a ser propriedade da Câmara Municipal de Albergaria-a-Velha, não havendo lugar ao pagamento de direitos de autor ou de “fees” de participação.

A Equipa do Orçamento Participativo compromete-se a esclarecer as questões colocadas pelos cidadãos, e a considerar as reclamações recebidas em sede do processo.



Reclamações

1. Um cidadão que discorde da forma de adaptação da sua proposta em projeto ou com a exclusão da sua proposta poderá apresentar reclamação nos prazos previstos.

2. Findo o prazo indicado, não poderão ser consideradas as reclamações recebidas.

3. Cada reclamação recebida será analisada pela equipa do orçamento participativo e obterá uma resposta fundamentada. Essa resposta não dará direito a segunda interação.

4. Publicada a lista definitiva de projetos, terá lugar a votação.



Votação dos projetos

A votação nos projetos é feita através da plataforma eletrónica na Internet.

Cada cidadão poderá votar num número máximo de 5 projetos e apenas poderá atribuir um voto a cada projeto.



Locais para participação online

O Município de Albergaria-a-Velha disponibiliza o “Espaço Internet” localizado na Casa da Juventude e na Biblioteca Municipal, com pontos de acesso gratuito à Internet, onde os cidadãos podem participar no Orçamento Participativo.



Esclarecimentos

Pedidos de esclarecimento poderão ser apresentados através do endereço de email op@cm-albergaria.pt, das Assembleias Participativas e do número de telefone 234 529 300.

http://op.cm-albergaria.pt

sexta-feira, 3 de julho de 2015

PPD/PSD Distrital de Aveiro

PSD Distrital de Aveiro -
40 anos de história

Albergaria-a-Velha

A vida é curta e passa depressa. As peripécias da vida levam-nos a caminhos por vezes imprevisíveis, uns que não queríamos outros que pouco fizemos por merecer. Passou assim deixar quase meio século, e vemos que foram aquelas coisas, para as quais pouco contribuímos, que nos trouxeram o cabelo de branco.

Estava eu na idade de saber o que queria e pelo dever valia a pena lutar. Era, na época, um rapaz viajado, por causa de uma das profissões que me fascinou. Era eu, ao tempo, guia turístico, o que fazia com que visse outros mundos bem diferentes do que nós éramos obrigados a construir em pátria nossa. Havia sido convidado para estar presente num encontro de amigos aqui, na nossa Vila. O edifício ainda está lá e, algumas vezes, lembro-me dos meus padecimentos. Só que, no mesmo dia, estava escalado para Paris/Londres, o que me vedava a possibilidade apetecida. Chegado a Paris, dirigi-me aos correios para enviar um telegrama que dizia: ”Em espírito estou convosco. Viva Portugal.”

Estas duas linhas valeram-me o casamento do passaporte, pois não me lembrei que na Estação de Correios de Albergaria-a-Velha havia um “bom bufo” e eu sabia-o mas não refleti. No regresso, fiquei sem o passaporte, o que me custou utilizar outras fronteiras ou descobrir outros meios para continuar a desenvolver a minha profissão. Com a ajuda de um bom amigo, que Deus já levou, consegui uma nova via do documento... desde que não fizesse escalas em Portugal ou entrasse por Vilar Formoso, o que era muito complicado e me obrigava a gastos enormemente avultados. Mas lá se foi andando porque este nosso Portugal é grande e solidário.

Uma outra vez, a PIDE arrombou a porta principal da minha vivenda (Pensão Branco) pois queria que lhe entregasse um passador que, no pensamento deles, estava ali alojado. Apresentado o livro da receção, fácil foi saber que o homem havia lá estado três dias antes, mas viu-se também a minha inocência pois numa página escrita a azul estava um nome escrito a verde... No entanto, não me safei sem apanhar uns valentes murros, dados em frente à minha mulher que tentava acalentar o meu filho mais velho, que fez há dias 49 anos! Mais uns machucos e lá foram embora com a promessa de regressarem brevemente, o que não aconteceu. Este mau encontro valeu uma zanga grande com o então Presidente da Câmara, Dr. Flausino Correia, pois eu não aceitei que o meu presidente e meu médico de família não soubesse desta visita! Parece agora que efetivamente assim era...

O 25 de ABRIL

Postas estas facetas a quem não as conhece....

Já será fácil compreender mais as razões pelas quais eu estava sempre, e todas as noites, de orelha à escuta num rádio da minha mesinha de cabeceira. Foi através deste aparelho que acompanhei a hora da libertação e tomada de posições por parte do exército de Lisboa. Ouvia as “senhas” que nada me disseram porque a “guerra” não era minha.... por acaso, até era, ou melhor, até foi. Acompanhei sempre os diversos comunicados e, no dia seguinte, casualmente, encontrei-me com o “Galvão” à esquina do Cineteatro Alba. Cheio de alegria, deu-me um abraço e só disse: — Caiu! Eu olhei e balbuciei: — Vamos lá ver se pega... Mais um aperto de mão e lá me meti na automotora que me conduziu a Aveiro, pois na época era eu funcionário da área comercial “Pão de Açúcar”. Estava a falar com alguns colegas sobre o acontecimento quando o gerente deu ordem para abrir a loja. Eu interpelei:  — Eu não abria ... Ao que me respondeu: — Lisboa não disse nada! Palavras não eram ouvidas e já havia ordens expressas para que a loja encerrasse imediatamente, o que não foi feito. O gerente estava nervoso, o que era compreensível; o seu pai era sargento da GNR e não se sabia do seu paradeiro. De regresso ao meu trabalho, passei aqui na vila pelo “Café Napoleão” e li o comunicado pregado na vitrina pelo MFA. Olhei em frente para a Câmara Municipal e a porta estava encerrada.

Todos estavam satisfeitos, mas era uma alegria mitigada. De vez em quando, eu levantava-me para ver os noticiários da televisão. Os jornais eram abertos de sopete com risco de rasgarem. Era tempo de aguardar com calma... e nas calmas.

Pelo país, para já, tinha havido alguns ajuntamentos, todos na ânsia de saber coisas.

Eu e a minha mulher, o Carlos Santos e a esposa, o Carlos do Carmo Henriques e o Joaquim Moreira Vinhas fomos, a meio da tarde do dia 27, ver passar o cortejo fúnebre do aspirante Coimbra, uma das três vítimas caídas no primeiro confronto em Lisboa. Jaime Neves conduzia o féretro e foi ele que recebeu a coroa de flores que se pôs na urna.

Pareceu-me ouvir “Bons Portugueses”. Não é fácil de desbravar todas as coisas que o futuro nos trouxe, mas não esquecemos mais um ou outro momento que mexeu com o nosso interior.

O 1º COMÍCIO

A 7 de Maio Albergaria-a-Velha viveu o 1.º Comício pós revolução dos cravos. Depois de ter ajudado a pintar algumas tarjas na oficina do “Zé Moutela”, que sempre se arvorou como homem de esquerda, tinha por intento tomar a Câmara Municipal, o que, pessoalmente, não me agradava; havia que encontrar uma nacional... mas quem... onde... quem emprestava?

Por indicação e ajuda de um colega de trabalho, lá fui eu à Junta de Freguesia de Fermelã pedir que me emprestasse aquele símbolo que eu o devolveria passados dois ou três dias, o que veio a acontecer. O pano da bandeira estava um pouco roto, pois a “traça” tinha feito alguns buracos.

Em frente à Câmara Municipal montavam-se os altifalantes e povo apareceu em massa. Era dia de futebol e fui, às 17 horas, ao campo das Laranjeiras para conduzir as pessoas até ao Jardim.

Para além do “Zé Moutela”, estavam presentes o Duarte Machado bem como a Força Maior Esquerda vinda de Angeja, apoiada pelo PCP e MDP... só esquerda, porque nada mais existia. Por parte do M.F.A estava presente um militar que se dizia Tenente e do qual surgiram dúvidas, pois o senhor não sabia articular, politicamente falando. Enquanto os discursos foram sendo feitos, eu apercebi-me que estava em jogo a tomada da Câmara Municipal, e os cravos eram mais que muitos para que a festa se fizesse. Quando todos já tinham falado, saltei eu em discurso que não guardei porque nem me passava pela cabeça que estávamos a escrever a história de Albergaria.

Achei por bem enaltecer o MFA e chamei a atenção das centenas de presentes que terminássemos cantando o Hino Nacional, ao que acederam. Logo depois, as pessoas desmobilizaram-se sem que ninguém entrasse na Câmara Municipal. A um canto do átrio da Câmara Municipal encontrei um capacete de bombeiro com algumas moedas lá dentro, que entreguei ao “Zé Moutela” na sua oficina, tendo sido apupado de traidor, e demais adjetivos, pela esquerda instalada o que, sinceramente, não me afetou minimamente. Quando regressei, passei pela Câmara e observei que tudo estava limpo e quedo, o que me satisfez. Fui ter com o meu pai, que me disse: — desconhecia a tua coragem, muito obrigado rapaz!

DIA 15 DE JULHO

Seriam cerca das 21 horas quando um “boca de sapo” para em frente à minha casa, onde me encontrava acompanhado do meu pai. O visitante, Dr. Briosa e Gala, entregou ao meu pai um subscrito fechado, diversa documentação avulsa e disse: — O Senhor Dr. Francisco Sá Carneiro manda entregar ao senhor inspetor da CP toda a documentação e que ajude a implantar o PPD em terras de Albergaria.

A partir de então, fizeram-se inúmeras reuniões em minha casa e sondagens através das freguesias, falando com amigos e catequizando os inimigos, disseminando a social-democracia, ajudando à sua compreensão. O resto já é sabido, o Partido nasceu, cresceu e está aí para todos quantos queiram escutar, amar e honrar o PSD agora.

Na euforia da preparação do Partido, até eu pertenci à comissão Nacional do PPD, eu que nunca fui político, mas sempre soube o que queria. Tomei durante muito tempo a direção, no terreno, do PPD e a Juventude Social Democrata escreveu páginas de glória ao ser solicitada por Sá Carneiro para sua guarda em comícios desde Aveiro, Viseu e Porto.

Para o “patrão” Carlos Lourenço, a quem me ligam as melhores recordações e que Deus já chamou até si, fica a lembrança de quem o não pode escrever. Para tantos outros que comigo cerraram fileiras, fica a eterna saudade mas também o sentimento de que sem arrependimentos cumprimos o nosso dever de Portugueses.

Bem hajam!

António José Marques Moreira Vinha

http://www.psd40anos.pt/ficheiros/livros/livro1430307852.pdf