foto: albergaria em revista |
A multidão abraçou o desportista à chegada no quartel dos Bombeiros Voluntários da vila, edifício que Sérgio Costa ajudou a construir.
Tiago Monteiro entregou as suas luvas autografadas aos bombeiros locais, em sinal de carinho pelo homem por quem tinha uma grande paixão. «Com este gesto queria homenagear o meu avô, em particular, bem como os bombeiros de Albergaria-a-Velha e de todo o país». Tiago Monteiro aproveitou para sublinhar a importância dos bombeiros, dizendo: «Os riscos da minha profissão, são menores face aos perigos que estes homens enfrentam diariamente».
Há dois anos, por motivos profissionais, o piloto não pôde estar presente na cerimónia de homenagem ao seu avô, organizada pelos bombeiros voluntários locais. Porém, prometeu que viria à terra Natal da sua família lembrar Sérgio Costa. A promessa foi agora cumprida pelo piloto que contactou pessoalmente o comandante José Bismarck para agendar a vinda a Albergaria-a-Velha.
A presença na localidade emocionou o condutor que demonstrou simplicidade na abordagem ao público presente no salão de festas dos bombeiros albergarienses. O jovem piloto agradeceu a presença de todos e garantiu que estar em Albergaria-a-Velha foi muito importante para si. «É com estas ocasiões que sinto mais motivação e força», revelou.
Tiago Monteiro é descendente de uma família muito acarinhada na vila de Albergaria. O condutor de Fórmula 1 recordou ao Diário de Aveiro que se lembra das férias que passava na sede de concelho com os primos. O avô de Tiago foi comerciante, comandante dos bombeiros de Albergaria e um dos impulsionadores da construção do actual quartel. António Vinhas lembrou a obra realizada pelo homem que Tiago Monteiro fez questão de homenagear. «Sérgio Costa foi uma figura muito especial, não só para a vila de Albergaria, mas para todo o concelho. Ele batalhou pelo desenvolvimento desta terra».
O desportista revelou que quando era mais pequeno queria ser bombeiro e que um dos impulsionadores desse sonho era o seu avô. «Quando era mais novo não pensava ser piloto de Fórmula 1, mas sim bombeiro. E a minha família proporcionou-me muitas vezes a possibilidade de estar perto das actividades levadas a cabo por estes homens». Mais tarde, perto dos 17 anos é que começou o bichinho da condução, que curiosamente também teve origem no seu avô, Sérgio Costa. «Foi ele o primeiro a motivar-me para isto também», confessou.
Depois da cerimónia, Tiago Monteiro presenteou o público com uma sessão de autógrafos e de fotografias. O piloto despediu-se de Albergaria-a-Velha depois de ver de perto o carro que Sérgio Costa conduziu nos tempos de bombeiro e prometendo voltar assim que a sua agenda profissional permita.
Carmen Martins, Diário de Aveiro, 15/01/2006
Tiago Monteiro homenageado nos bombeiros
Tiago Monteiro veio a Albergaria-a-Velha oferecer as luvas de competição com que conduz um potente «Jordan» da Fórmula 1, por todos os continentes. Com esse gesto simbólico, o «às do volante trouxe um grande naco de solidariedade para com os bombeiros, em homenagem ao pai e bisavô.
O piloto de Formula 1, Tiago Monteiro, neto do antigo presidente e comandante dos bombeiros voluntários de Albergaria-a-Velha, Sérgio Reis Costa e bisneto do também antigo presidente da direcção, António Henriques da Costa, esteve na tarde do passado sábado, dia 14, no quartel da corporação albergariense, onde fez a entrega aos bombeiros locais de um par de luvas de competição, com que conduziu o seu monolugar da Jordan, nas várias provas da mais importante competição do automobilismo profissional.
Uma verdadeira multidão encheu por completo o salão de festas, onde usaram da palavra Elísio Apolinário Silva e José António Piedade Laranjeira, presidentes da direcção e da assembleia geral da corporação, João Agostinho Pereira, presidente da Câmara Municipal e Filipe Neto Brandão, governador civil de Aveiro, para quem Tiago Monteiro, com este gesto, demonstrou ser «um piloto e desportista exemplar, que sabe estar em sociedade, ligado a causas nobres e solidárias». Na mesa a partir da qual foi conduzido este significativo evento, tomaram ainda lugar o presidente do conselho fiscal dos bombeiros, José Pedro e o comandante do corpo activo, José Ricardo Bismarck.
José António Laranjeira lembrou a acção de Sérgio Costa, enquanto presidente e comandante dos bombeiros de Albergaria-a-Velha, na construção do quartel onde agora se encontrava Tiago Monteiro, que confessou o seu sonho de criança, em que queria ser bombeiro. O piloto revelou que com este gesto, pretendeu «homenagear a memória do meu avô e do meu bisavô e também todos os bombeiros de Portugal, cujos riscos diários são bem mais arriscados do que os da minha profissão, mesmo que as pessoas possam pensar o contrário». O piloto da Fórmula 1 não deixou de reconhecer que o grande apoio que sente por parte do público português lhe alivia o intenso stress que a competição lhe exige. Logo à frente, acentuaria: «sei que conto com muita gente a meu lado e quero retribuir esse carinho e esse encorajamento, melhorando cada vez mais as minhas aptidões e prestação competitiva».
Elísio Apolinário Simões Silva realçou o facto de Tiago Monteiro descender de «duas ilustres famílias de Albergaria-a-Velha e o bem que nos entrega hoje, vale por um grande simbolismo, pois é com as luvas que Tiago Monteiro calça nas mãos, que conduz o carro com que tanto tem honrado o nosso país». O presidente da direcção dos bombeiros citou o conhecido poema de Manuel Alegre ( a que chamou Manuel Duarte «para evitar conotações de carácter político relacionadas com o momento actual», onde o poeta diz que «com as mãos se faz a paz/ com as mãos se faz a guerra».
João Agostinho lembrou que Tiago Monteiro tem ascendência numa terra «com oito séculos de história e que se orgulha de ter um campeão ligado à nós e não me esqueço que a sua mãe, (Isabel Marina, que acompanhou o filho nesta retorno à terra que a viu nascer), foi minha companheira de infância». Como que a legitimar este pormenor, João Agostinho entregou a Tiago Monteiro o livro «Albergaria-a-Velha- Oito séculos de História» e a lápide onde a Rainha Dona Teresa decide criar a «Albergaria dos pobres e passageiros...», que continua a marcar o nascimento real de Albergaria-a-Velha.
Por fim, veio o momento máximo da tarde, com Tiago Monteiro a entregar o par de luvas de competição, encaixilhadas num quadro, ao comandante José Ricardo Bismarck que a seguir as passou para as mãos de Elísio Apolinário Silva, no meio de enorme ovação. No programa estava inscrita uma sessão de autógrafos, que demoraria mais de uma hora, face aos incontáveis «rabiscos» que um «deus do asfalto», português, ligado a Albergaria-a-Velha foi fazendo em tudo quanto lhe era colocado na frente, nunca manifestando o mais pequeno sinal de enfado.
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