quarta-feira, 24 de abril de 2024

50 anos do 25 de Abril

Os municípios da Região de Aveiro convidam-no a celebrar os 50 anos do 25 de Abril pela descoberta de memórias, das quais os seus serviços de arquivo são dignos guardiões.

Este espaço contempla um conjunto de documentação através da qual o visitante poderá descobrir aspetos da vida local durante o Estado Novo e os percursos que, em cada Concelho, foram trilhados rumo à democracia e ao pluralismo, evocando vivências quotidianas em dois tempos históricos com contextos políticos e culturais distintos – antes e depois do 25 de abril.

Celebrar os 50 anos do 25 de Abril também é dar vida a essa memória, é apostar no conhecimento das causas e na consequência dos factos, para que os valores da liberdade e da democracia sejam vividos e apreciados.

Os arquivos são, por excelência, os guardiões da memória coletiva e, a nível local, são instituições únicas para o conhecimento das especificidades que caracterizam cada território.

Esta exposição é um projeto dinamizado pelo Grupo de Trabalho dos Arquivos Municipais da Região de Aveiro, que prevê continuar a enriquecer e a disponibilizar mais informação sobre o tema.

Joaquim Baptista - Presidente do Conselho Intermunicipal

https://arquivos25abril.regiaodeaveiro.pt/

A EVOLUÇÃO DOS ACONTECIMENTOS

POR MUNICÍPIO

Página de jornal, impressa a preto Jornal Beira Vouga de 1 de Abril de 1946 (versão original)


1945

A Censura

NAS VÉSPERAS DA REVOLUÇÃO

Apesar das ações repressivas e de censura houve quem, em Albergaria-a-Velha, tivesse tido a coragem de manifestar opinião livre e para fomentar os ideias da liberdade. Como figura influente na região, não era grandemente censurado, mas em algumas ocasiões, o conhecido advogado albergariense Vasco Mourisca procurou, com a sua ação, o esclarecimento dos seus concidadãos, o que lhe chegou a valer alguma oposição e bloqueio de algumas das suas publicações.

Os meios de comunicação social são uma forma de fazer chegar à população portuguesa os seus princípios políticos, económicos e sociais, e podem ser usados para influenciar a visão da população sobre as suas medidas e ações.

No Estado novo, tudo o que circulava nos meios de comunicação, desde imprensa, a teatro, passando pela rádio e televisão era cuidadosamente avaliado e diligentemente censurado. A imprensa albergariense não escapou ao lápis azul da censura, e partindo das memórias do Dr. Vasco de Lemos Mourisca, ilustre advogado da cidade e fundador dos jornais “Beira Vouga” e “Arauto de Osseloa”, podemos observar este fenómeno. “Salazar estará convencido de que muda a maneira de pensar dos portugueses, através do lápis vermelho dos oficiais censores?” (1 de Agosto de 1945), é uma das perguntas que faz o Dr. Mourisca, indignado após mais um número do seu jornal voltar censurado, comentários contra a religião e a alusão do socialismo como caminho político civilizado não eram tolerados, mesmo os pensamentos sobre liberdade de Eça e simples críticas literárias tinham direito a serem vetadas. O Dr. Mourisca chegou a escrever um artigo extremamente controverso sobre a sua posição política condenando a censura, o qual nunca chegou ao leitor, no entanto, as suas tentativas publicação de versos a favor da liberdade mantiveram-se, umas com mais sucessos que outras.

https://arquivos25abril.regiaodeaveiro.pt/albergaria-a-velha/a-censura/

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https://arquivos25abril.regiaodeaveiro.pt/albergaria-a-velha/presidente-nomeado-durante-o-estado-novo-e-escolhido-em-liberdade/

https://arquivos25abril.regiaodeaveiro.pt/albergaria-a-velha/as-eleicoes-locais-de-1976/