sexta-feira, 30 de setembro de 2022

Gaspar Inácio Ferreira


Maria de Lurdes veio do Porto pedir homenagem ao avô

A edição de 27 de Agosto de 1932 do Correio do Vouga dava notícia da posse do novo governador civil de Aveiro, major Gaspar Inácio Ferreira, nu­ma cerimónia na Junta Geral do Distrito e que “assumiu proporções de acontecimento sensacional”, com a presença do ministro do Interior e de inúmeras personalidades vindas dos mais diversos pontos do distrito.

Gaspar Inácio Ferreira foi, além de governador civil entre 1932 e 1936, chefe dos Serviços Municipalizados de Electricidade de Aveiro (1924-1935) e presidente da Junta Autónoma do Porto de Aveiro (desde o início da década de 1930 até 1966). Politicamente, de acordo com dados do Parla­men­to, foi deputado na Assembleia Nacional nas quarta, quin­ta e sexta legislaturas, presidente da Comissão Distrital de Aveiro da União Nacional (1947-1957), o partido único que suportava o Estado Novo, presidente da Junta Militar de Aveiro (1926-1932) e chefe de gabinete do ministro do Interior (1932).

Leia a notícia completa na edição em papel de 16/11/2021

https://www.diarioaveiro.pt/noticia/76490

Ver página 81 e seguintes https://issuu.com/municipioestarreja/docs/ta8_final

quarta-feira, 21 de setembro de 2022

Casa da Calçada


A “Casa da Calçada” situa-se no Largo Conselheiro Alexandre de Sousa e Melo (antigo Largo das Bocas). Este belo palacete foi mandado edificar no ano de 1866 por José Luiz Ferreira Tavares. É uma Excelente propriedade de aproximadamente 7.700m2 murados, que para além do palacete possui: adega com lagar, casa do forno, garrafeira, aviário, casa da eira, celeiro, ferramentaria, casa do caseiro e quarto do porteiro.

José Luiz Ferreira Tavares nasceu a 16 de Janeiro de 1821 em Albergaria-a-Velha, filho do Capitão Miguel Luiz Ferreira Tavares Pereira da Silva e de D. Maria Ferreira da Silva, neto paterno dos 2os Senhores da “Casa da Fonte”, Manuel Ferreira Luiz e D. Helena Rodrigues da Silva, e materno de Manuel Dias da Silva Coentro e de D. Margarida Ferreira, da Rua das Bocas.

Ainda novo dedicou-se ao comércio, primeiro no Alentejo, e posteriormente em Lisboa, onde constituiu sociedade com outro albergariense, João Pereira Negrão. Foi então que adquiriu grande fortuna, regressando a Albergaria-a-Velha em 1862, altura em que se associou a seu irmão, Alferes Manuel Luiz Ferreira, constituindo uma sociedade de comércio e transformação de madeiras.

Foi Vereador, e mais tarde Presidente da Câmara Municipal de Albergaria-a-Velha de 1868 a 1874, onde desempenhou um papel altamente inovador ao nível do urbanismo, rede viária, abastecimento de águas e iniciou a construção do edifício dos Paços do Concelho, o que levou a ser agraciado com a Comenda da Ordem Militar de Nosso Senhor Jesus Cristo, em 21 de Janeiro de 1871, por El Rei D. Luís I.

Em 1872, fundou com o mesmo irmão Manuel, a Fábrica de Papel de Valmaior, uma das melhores indústrias do género na época, que viria a ser trespassada em 1881 ao Conde de Burnay. Foi ainda um dos fundadores da Capela e Irmandade de Nossa Senhora do Socorro. Faleceu em 6 de Agosto de 1877, em Albergaria-a-Velha, sem geração.

Era casado com D. Violante Rosada da Conceição, exposta da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, que faleceu na “Casa da Calçada” em Albergaria-a-Velha, em 27 de Julho de 1905, com 82 anos de idade.

http://freguesiadealbergaria.pt

imagem partilhada no facebook por Sousa e Melo 


terça-feira, 20 de setembro de 2022

Google search

 artigo de Lisbeth Christina sobre o Google Search (Jornal de Albergaria Dezembro 2021)




sábado, 10 de setembro de 2022

Albergarias

1.2. Concelho de Albergaria-a-Velha

1.2.1. Albergaria de Albergaria-a-Nova

Freguesia Toponímia

Vias associadas Documentos

Bibliografia

Correia 1999: 385

1.2.2. Albergaria de Albergaria-a-Velha

Designações - Albergaria de Meigomfrio; Albergaria de Osseloa; Real Hospital da Albergaria

Freguesia Assilhó  Toponímia Lugar de Osseloa

Vias associadas Via Lisboa-Porto e Aveiro-Viseu10 Documentos 2

Bibliografia

Correia 1966: 29; Leal 1873-1890, s.v. “Albergaria Velha”: 50-51; GEPB 1935-60, s.v. “Albergaria”: 725; Ramos 2009: 128; Neves e Ferreira 2009: 119; Mattoso 2014: 248-250;  Fernando da Silva Correia 1999: 280-281; 355 e 384-385; Viterbo 1983, s.v. “Albergaria”: 294-295

Descrição

O único vestígio desta instituição é a lápide de 1629 do Real Hospital da Albergaria, atualmente exposta no edifício da Câmara Municipal, com inscrição sob cruz:

«ALBERGRA D POBRES E PASAGEIROS DA / RAINHA D THAREIA COM 4 CAMAS / E 2 ENXARGOIS E ESTEIRAS LVME AGOA / SAL FOGO E CAVALGADVRAS E ESMOLA / E OVOS OV FRANGOS AOS DOENTES»11

Observações 

Em 1117, D. Teresa, mãe de D. Afonso Henriques, passou uma carta de privilégio a D. Gonçalo Eriz na qual lhe coutou a vila de Osseloa (atual Assilhó). Uma vez que se tratava de um território marcado pelos frequentes episódios de violência que afetavam os viajantes, uma das cláusulas deste documento previa a construção de uma albergaria e a nomeação de Gonçalo de Cristo como seu albergueiro sendo que o seu sucessor seria nomeado alternadamente entre a rainha e D. Gonçalo Eriz12.

Fernando da Silva Correia afirma que já em 1117 a albergaria era considerada antiga tratando-se, referindo o padre Miguel de Oliveira, da reforma de uma albergaria romana (mansio) pré-existente13. Já Joaquim de Santa Rosa Viterbo escreve que D. Teresa terá doado a quinta de Osseloa e que, juntamente com D. Gonçalo de Eriz, estabelecera uma albergaria em Meigom frio, junto da dita quinta, cujos rendimentos revertiam para a instituição14

Este estabelecimento, visitado anualmente pelo corregedor da Esgueira, disponibilizava aos pobres quatro camas, dois enxergões, esteiras, lume, água, sal e, em caso de morte, mortalha e enterramento com direito ao officio de tres lições e missa,

10 GEPB 1935-60, s.v. “Albergaria”: 725; Ramos 2009: 128.

11 Leal 1873-1890, s.v. “Albergaria Velha”: 50-51; Correia 1966: 29.

12 Doc. 2; Neves e Ferreira 2009: 119; Mattoso 2014: 248-250.

13 Correia 1999: 281.

14 Viterbo 1983, s.v. “Albergaria”: 294-295.

1.2.3. Albergaria da Castanheira

Freguesia Branca Toponímia

Vias associadas

 Documentos - 22 e 49

Observações - Surge mencionada nas Inquirições de 1220 e 128416

Arquitetura das estruturas de assistência
no Norte de Portugal (século XII a XVI)
Leonardo Manuel Cabral da Silva
2017

_Leo_Anexos_I_.pdf


sexta-feira, 9 de setembro de 2022

Juntas de Freguesia - Presidentes

Concelho de Albergaria-a-Velha - 1974/1977 1975-1977 1974/1976r

Albergaria-a-Velha .Eugénio da Silva Valinho
Alquerubim .
Angeja .
Branca . Joaquim Soares Ferreira
Frossos . Clemente Ferreira Simões
Ribeira de Fráguas . Silvério Silva
São João de Loure .
Valmaior .José Marques de Lemos

Concelho de Albergaria-a-Velha - 1977/1980- (25/01/1977) 

Albergaria-a-Velha . Manuel Alves da Silva CDS
Alquerubim . Mário Jorge de Melo Pinheiro PSD
Angeja . Domingos Rodrigues da Silva PSD
Branca . Grive da Silva Gomes PSD Julio Inácio R de Bastos PSD [1º]
Frossos . José António Andrade Dias Praça PSD
Ribeira de Fráguas . João António da Silva CDS
São João de Loure . Inocêncio Marques PSD
Valmaior . Manuel Tavares da Silva Letra CDS 1976-1985, 1989-1993

Concelho de Albergaria-a-Velha - 1980/1982- 1979/1982rv jan 1980

Albergaria-a-Velha . Manuel Alves da Silva CDS
Alquerubim . Manuel Salgueiro de Melo CDS Arnaldo Dias R. Branco CDS
Angeja . Mário Dias Branco PSD
Branca . Júlio Inácio Ribeiro de Bastos PSD [2º]
Frossos . José de Oliveira Santos CDS
Ribeira de Fráguas . Leonardo da Silva Pereira CDS
São João de Loure . Armando Nunes da Silva CDS
Valmaior . Manuel Tavares da Silva Letra CDS

Concelho de Albergaria-a-Velha - 1983/1985- 1982/1985rv (dez 1982)

Albergaria-a-Velha. Manuel da Silva CDS Arménio Santos da Silva CD
Alquerubim .Manuel tavares dos Santos Barreto CDS
Angeja . António Lopes das Neves PS
Branca . Júlio Inácio Ribeiro de Bastos PSD.
Frossos . Arménio Soares de Pinho CDS
Ribeira de Fráguas . Albino Pereira Da Silva CDS
São João de Loure .Inocêncio Marques CDS
Valmaior . Manuel Tavares da Silva Letra CDS

Concelho de Albergaria-a-Velha - 1986/1989- 1985-1989rv (03/01/1986)

Albergaria-a-Velha . Fernando Nogueira da Silva CDS
Alquerubim . Carlos Manuel Melo Mortágua PSD
Angeja . António Lopes das Neves PS
Branca . Manuel Nunes Antão PSD [3º]
Frossos . Fernando António Andrade Dias Praça PSD
Ribeira de Fráguas . Leonardo da Silva Pereira CDS
São João de Loure . Plácido Melo da Silva CDS (1986-2002)
Valmaior . Carlos Manuel de Araújo Tavares PSD

Concelho de Albergaria-a-Velha - 1990/1993- 1989/1993--rv (03/01/1990)

Albergaria-a-Velha . Fernando Nogueira da Silva CDS
Alquerubim . Carlos Manuel de Melo Mortágua PSD
Angeja . António Lopes das Neves PS
Branca . Fernando Soares Ferreira [4º] PSD (1990-2013)
Frossos . Jorge da Silva Melo PSD
Ribeira de Fráguas . Manuel Martins da Silva CDS (1990-2002) 1989-2001r
São João de Loure . Plácido Melo da Silva CDS
Valmaior . Manuel Tavares da Silva Letra CDS António Augusto  P.R. Nogueira CDS

Concelho de Albergaria-a-Velha - 1994/1997- 1993/1997v (03/01/1994

Albergaria-a-Velha . Fernando Nogueira da Silva CDS
Alquerubim . Carlos Manuel Melo Mortágua PSD
Angeja . António Lopes das Neves PS
Branca . Fernando Soares Ferreira PSD
Frossos . Jorge da Silva Melo PSD
Ribeira de Fráguas . Manuel Martins da Silva CDS
São João de Loure . Plácido Melo da Silva CDS
Valmaior . Carlos Manuel da Silva Nunes PS 1993/2001

Concelho de Albergaria-a-Velha - 1998/2002. 1998-2001- (29/12/1997)

Albergaria-a-Velha . Fernando Nogueira da Silva CDS
Alquerubim . João Agostinho Pinto Pereira PSD
Angeja . Maria Helena Vidinha Trindade PSD
Branca . Fernando Soares Ferreira PSD
Frossos . Sandra Isabel Silva Melo Almeida CDS
Ribeira de Fráguas . Manuel Martins da Silva CDS
São João de Loure . Plácido Melo da Silva CDS
Valmaior . Carlos Manuel da Silva Nunes PS

Concelho de Albergaria-a-Velha - 2003./2005 2002-2005- 2001-2005rv (04/01/2002)

Albergaria-a-Velha . José Manuel Torres e Menezes PSD
Alquerubim . Carlos Manuel Moreira Branco PSD
Angeja . José Manuel Dias Neves CDS
Branca . Fernando Soares Ferreira PSD
Frossos . Sandra Isabel Silva Melo Almeida CDS
Ribeira de Fráguas . Manuel Henrique Araújo Martins CDS
São João de Loure . Adalberto Manuel Mónica Correia Póvoa
Valmaior . Carlos Manuel Silva Santos PS

Concelho de Albergaria-a-Velha - 2006./2010 2005-2009r 2006-2009- (31/10/2005)7ppd1cds

Albergaria-a-Velha . José Manuel Torres e Menezes PSD
Alquerubim . Carlos Manuel Moreira Branco PSD
Angeja . António Nunes de Almeida PSD
Branca . Fernando Soares Ferreira PSD
Frossos . João Miguel Ribeiro Coutinho CDS
Ribeira de Fráguas . José António de Pinho Laranjeira PSD
São João de Loure . Adalberto Manuel Mónica Correia Póvoa PSD
Valmaior . Pedro Miguel Pais Marques da Silva PSD

Concelho de Albergaria-a-Velha - 2010/2013 2009-2013r- (30/10/2009) 5pd3cds

Albergaria-a-Velha . José Manuel Torres e Menezes
Alquerubim . António Manuel da Silva Oliveira
Angeja . António Nunes de Almeida
Branca . Fernando Soares Ferreira
Frossos . Sandra Isabel Silva Melo de Almeida
Ribeira de Fráguas . Maria Emília Martins Campos Pereira
São João de Loure . Adalberto Manuel Mónica Correia Póvoa
Valmaior . Manuel Araújo da Silva Letra

Concelho de Albergaria-a-Velha - 2013/2017 (21/10/2013) 3ppd3cds

Albergaria-a-Velha e Valmaior . Jorge Manuel Lemos Silva
Alquerubim . Patrícia Filipa Lopes Mortágua
Angeja . António Nunes de Almeida
Branca . José Carlos Estrela Coelho
Ribeira de Fráguas . Maria Emília Martins Campos Pereira
São João de Loure e Frossos. Adalberto Manuel Mónica Correia Póvoa

Concelho de Albergaria-a-Velha - 2017/2021 4cds2ppd

Albergaria-a-Velha e Valmaior . Jorge Manuel Lemos Silva
Alquerubim . António de Oliveira Duarte
Angeja . Hélder António de Almeida Brandão
Branca . José Carlos Estrela Coelho
Ribeira de Fráguas . Henrique Daniel Silva Caetano
São João de Loure e Frossos. Adalberto Manuel Mónica Correia Póvoa

Concelho de Albergaria-a-Velha - 2021/2025 5cds1ppd

Albergaria-a-Velha e Valmaior . Jorge Manuel Lemos Silva
Alquerubim . António de Oliveira Duarte
Angeja . Hélder António de Almeida Brandão
Branca . José Carlos Estrela Coelho
Ribeira de Fráguas . Henrique Daniel Silva Caetano
São João de Loure e Frossos. Ana Maria de Melo Bastos Silva

terça-feira, 16 de agosto de 2022

Infância na Branca

Quando entrei para a escola primária, em outubro de 1945, já esse belo edifício estava em degradação.

Não havia casas de banho, nem água canalizada. Bebíamos água da fonte das amieiras e lavávamos a cara no rego que passava do lado norte. Muitos de nós íamos descalços ou com sandálias feitas de madeira, com uma tira de correia das lonas da Caima e com um saco de serapilheira feito capuz enfiado na cabeça quando chovia!

Poucas casas tinham electricidade e não havia luz pública, nem sequer estradas asfaltadas. As poucas que ligavam os lugares entre si e a Igreja eram em macadame ou em terra batida, esburacadas e muitas delas cheias de lama todo o inverno.

Na estrada real, de paralelepípedos, que ligava o Porto a Lisboa, passavam poucos carros e uma camioneta de vez em quando, que se ouvia ao longe, antes do Ribeiro da Póvoa e dava tempo de irmos de Casaldima até à escola pendurar-nos nos taipais. Se o Professor soubesse, trabalhava a "menina".

(...)

Ao domingo íamos brincar ao "réu-réu pum", ver os craques jgar à malha e a disputar o galo ou ouvir o relato do futebol pelo conhecido locutor Quadro Raposo, no rádio do Ti Francisco da Sarraipa ou do Ti Joaquim do Abel, os únicos qua havia em Casaldima.

Eram estes os únicos divertimentos de então. Mais tarde, na casa do Senhor Tojal, na Barroca, começaram a realizar-se umas sessões de cinema. Lembro-me dos cartazes afixados do filme "Capas Negras".

O senhor Professor Madeira, residente na escola, era rabugento e disciplinador, mas um verdadeiro artista e muito criativo. Escrevia cantigas e ensaiava entremeses e marchas populares, tendo escrito e ensaiado, entre outros, um hino à Branca, que começava assin: "Ó Brana, ó terra linda..". E deu aulas a adultos no lugar de Fradelos. 

(...)


Flausino Silva 
(texto comemorativo do 30º aniversário da elevação da Branca à categoria de Vila - livro Dos Autarcas Braquenses, 183 anos de história local - Nélia Oliveira (2019))

segunda-feira, 8 de agosto de 2022

Uma igreja com mais de três séculos

A igreja matriz de Albergaria-a-Velha, começou a ser construída em 1692, por ordem do Rei D. Pedro II, tendo sido aberta ao culto a 23 de Junho de 1695.

Na noite de 4 de Junho de 1759, um foguete que caiu sobre o telhado, provocou um grande incêndio na igreja, apenas se salvando a capela-mor e as paredes.

No ano seguinte, o rei D. José I, mandou reconstruir o templo que havia ardido, tendo as despesas sido divididas em quatro partes: duas retirando-se dinheiro das sisas, uma do convento de Jesus e outra do Real Hospital de Albergaria.

Ao longo dos tempos, foram sendo efectuadas obras de conservação, nomeadamente a substituição, nos anos oitenta, do telhado, mas agora o impulso foi de facto muito grande, pois foram substituídas as massas das paredes, o tecto, o chão e os vários altares, sofreram também grandes retoques, tendo dois dos altares laterais visto os seus belos “frescos” recuperados, por pintura manual, o mesmo devendo suceder aos restantes, especialmente o altar mor e o arco do cruzeiro.

Foram ainda construídas uma capela mortuária e várias casas de banho, sendo ainda necessário investir à volta de 9 mil contos na pintura e restauro dos altares e cerca de 7 mil contos nas obras do exterior, o que eleva os custos aos 80 mil contos já referidos. Até agora, dos 65 mil contos investidos, segundo declarações e números avançados por Mário Vidal da Silva "ainda nos falta pagar 27 mil contos, mas contamos angariar alguns fundos, sendo intenção da comissão recorrer a apoios públicos diversos, como a Câmara Municipal, cujos serviços culturais, estão a preparar um dossier a enviar à Secretaria de Estado da Cultura, para a vertente da recuperação de edifícios "de interesse cultural".

De registar que, para esta cerimónia de abertura ao culto, o pároco Fausto de Oliveira, convidou os padres, ainda vivos, que exerceram funções em Albergaria-a-Velha. Dos três sobreviventes, estiveram presentes D. Francisco Teixeira, actualmente Bispo Eminente de Quelimane e o padre Manuel António Fernandes, enquanto o antecessor do actual pároco de Albergaria-a-Velha, José Maria Domingues, hoje com 87 anos, a residir em Vagos, não esteve presente, mas enviou uma sentida mensagem e garantiu que "qualquer dia, vou aí dar um abraço a todos vós".

A partir de agora, todos os actos de culto voltam a realizar-se na igreja, ainda que as obras prossigam, a cargo da empresa da vila, Sociedade de Construções António Rodrigues Parente. Aquilo a que o padre Fausto Oliveira, designou de “verdadeira maravilha”, é bem o orgulho de uma paróquia onde se desenvolvem constantes actividades religiosas, e que, sem sombra de dúvida, passa a constituir um espólio religioso e cultural de que todos os albergarienses se podem e devem orgulhar.

Jornal Beira-Vouga, 15/06/1996

Com retábulos e altar-mor em talha dourada dos séculos XVII-XVIII.

A construção civil da atual Igreja Paroquial de Albergaria-a-Velha foi iniciada em 1692, por ordem do rei D. Pedro II. Este soberano concedeu um alvará de expropriação do terreno no sítio dos casais, onde ainda hoje se encontra. O soberano também determinou que o povo da freguesia, que considerava numeroso e pobre, recebesse para auxílio das obras os reais sobre cada quartilho de vinho e os sobejos da capitação das Sizas durante cinco anos, correndo os pagamentos e despesas por ordem da Provedor da Comarca de Esgueira.

E foi assim que "com o que puderam dar os suplicantes (isto é, os albergarienses) se tinha feito e acabado a dita Igreja", embora, na realidade, passados os cinco anos faltassem ainda muitas coisas desde o pavimento até aos retábulos e mesmo ao adro.

Então, o rei concedeu mais um período de seis anos para se aproveitar um real lançado sobre cada litro de vinho. E o Convento de Jesus de Aveiro contribuiu com a rica obra de talha dourada altar-mor e dos altares laterais, compensando, desta forma, o povo dos dízimos que, havia longos anos, cobrava sobre as produções locais,

Foram solenes e mesmo sumptuosas, para paróquia tão carecida, as cerimónias da inauguração da nova igreja, nos dias 23 e 24 de Junho de 1695. À solene procissão com o Santíssimo, presidiu o Notário Apostólico, em representação do Bispo de Coimbra, As ruas encontravam-se engalanadas de verduras e atapetadas de flores, com as janelas e varandas de ande pendiam colgaduras repletas de gente, mostrando sentimentos de religioso júbilo. No templo houve te deum e missa solene com o sermão do estilo.

Sessenta e quatro anos depois, no Reinado de D. José, em 4 de Junho de 1759, véspera das solenes festividades da Espírito Santo, um foguete mal lançado incendiou o telhado da igreja, tenda escapada ao fogo a capela-mor, algumas imagens e as grossas paredes.

As medidas para uma rápida reconstrução à custa da Coroa, do Convento de Jesus de Aveiro e das rações do nosso Hospital foram determinadas pelo Marquês de Pombal.

Assim, a igreja paroquial de Santa Cruz de Albergaria-a-Velha voltou, mais esplendorosa ainda, a servir o povo, aguentando com vários outros restauros, mais ou menos felizes, até ao presente.

Texto retirado do antigo site da JF Albergaria

quinta-feira, 4 de agosto de 2022

A.H.M.A.

Albergaria-a-Velha é uma Vila muito antiga, um dos Concelhos do Distrito de Aveiro, a 18 km desta cidade, com uma localização privilegiada devido à confluência de importantes eixos da rede viária do País (IP5, IC1 e A1). Tem uma área geográfica de 145,16 Km2., com aproximadamente 24.612 habitantes (resultados provisórios dos Censos 2001) e apresenta uma das maiores taxas de crescimento populacional do Distrito. É um concelho com 8 freguesias, de densidade populacional muito variável. Acolhe muita população flutuante que vem em busca de trabalho, no sector secundário ainda em expansão. 

Não sendo ainda um concelho urbano vai perdendo parte das características da sua população, outrora rural. A localização dos seus principais aglomerados populacionais, a rápida transição de actividade da sua população, da agricultura para a indústria, bem como os fenómenos de migração, fizeram surgir problemas de índole social, tão diversos como: a prostituição de estrada, o tráfico de estupefacientes, agravamento do alcoolismo, falta de estruturação e violência familiar, entre outros. 

A Associação Humanitária Mão Amiga surgiu da preocupação e da necessidade sentida por um grupo de cidadãos ligados ao trabalho com crianças. A sua intervenção, no início muito pontual, levou a que o seu trabalho ao nível da problemática da negligência e dos maus-tratos infantis no concelho de Albergaria-a-Velha e áreas limítrofes, fosse feita de uma forma mais continuada e consistente. 

A Associação Humanitária Mão Amiga – A.H.M.A. é uma Instituição Particular de Solidariedade Social, sem fins lucrativos, registada com o nº 126/99, fl. 7 vº fl. 8, do livro nº 8 das Instituições de Solidariedade Social, da Direcção Geral de Acção Social. 

 Desde a sua fundação, em início de 1999, que a Associação tem vindo a desenvolver diversas actividades de carácter social, cultural e recreativo. JORNADAS AHMA - As suas 1ªs Jornadas Técnicas divulgadas a nível nacional, com o título “ O Som das Lágrimas” e sobre Maus-tratos e Violência Infantil, nos dias 6 e 7 de Abril de 2000. - As suas 2ªs Jornadas Técnicas igualmente divulgadas a nível nacional, com o título “Vozes no Silêncio”, sobre o tema da Violência Doméstica, nos dias 11 e 12 de Abril de 2002. - As suas 3ªs Jornadas Técnicas, também divulgadas a nível nacional e no estrangeiro, com o título “Pais são os que amam…” sobre o tema da adopção em Portugal, nos dias 22 e 23 de Abril de 2004. Estiveram presentes prelectores da Universidade de Barcelona – Espanha - As suas 4ªs Jornadas Técnicas, divulgadas a nível nacional e no estrangeiro, com o título “(des)capacidades: … incapacidades não escondem CAPACIDADES”, realizaram-se nos dias 25, 26 e 27 de Abril de 2006, em Albergaria-a-Velha, sobre as crianças e jovens com perturbações do desenvolvimento. Estiveram presentes como prelectores e moderadores várias individualidades e peritos do nosso país. - Uma vigília por Timor. - Três exposições artísticas na época natalícia para angariação de fundos. 

AHMA

https://arquivo.pt/wayback/20120122171644/http://www.jf-albergaria.pt/novo/index.php?view=article&catid=13%3Aipss&id=57%3Aahma&format=pdf&option=com_content&Itemid=56

sábado, 23 de julho de 2022

Revista Business Portugal


Um dos eventos mais aguardados do ano pelos albergarienses (e não só), está de volta à cidade. Em entrevista, o Vice-Presidente da Câmara Municipal Delfim Bismarck, enumera os motivos pelos quais não pode faltar aos quatro dias do Albergaria conVIDA (30 JUNHO, 01, 02 E 03 JULHO).

A Albergaria conVIDA está de regresso com quatro dias animados. Quem visitar a Quinta da Boa Vista/Torreão de 30 de junho a 3 de julho com o que poderá contar?

Podemos contar com concertos de grandes nomes do panorama nacional e internacional, como são exemplo este ano XUTOS & PONTAPÉS, BÁRBARA TINOCO, ABBA GOLD (GB) e ALWAYS DRINKING MARCHING BAND (ES).

Tratando-se de uma feira regional de artesanato e gastronomia, não poderiam faltar os produtos tradicionais e endógenos da nossa região e com a particularidade de possibilitar a todos os visitantes, em qualquer um dos dias do certame, a degustação das mais variadas iguarias, bem representativas do que melhor se faz no território, confecionadas por algumas das nossas associações. Contaremos, ainda, com uma zona lounge e de after hours, onde a animação é garantida, que será dinamizada por alguns dos bares instalados no concelho. E também, não esquecendo a abrangência intergeracional do evento, todo este programa é complementado com ações de mediação de público destinadas a crianças e famílias a acontecerem no Jardim do Torreão e na Biblioteca Municipal, promovidas e dinamizadas no âmbito do SAC-Serviço de Aprendizagem Criativa, bem como de outras atividades de cariz meramente recreativo.

A Feira Regional de Artesanato e Gastronomia de Albergaria-a-Velha recebe todos os anos milhares de pessoas na Quinta da Boa Vista. Este evento representa um cartão de visita, não só do concelho de Albergaria-a-Velha, mas também do distrito de Aveiro?

De facto, é já um evento de referência, não apenas para Albergaria-a-Velha e seus concelhos limítrofes, mas também para toda a região, pela oportunidade de encontro ou de reencontro desta população, de partilha e de fruição cultural, gastronómica e turística que oferece, ainda para mais num ano que vem sendo interpretado em alguns setores como este, de retoma depois da pandemia.

Após dois anos em que o país e o mundo se viram privados de momentos tão significativos para os seus territórios, o regresso da Albergaria ConVida com um cartaz de referência, tornará ainda mais especial este reencontro entre Albergaria e os visitantes?

Foram anos em que o país e o mundo se viram privados de momentos como este tão significativos para os seus territórios. No entanto, apesar das circunstâncias atuais, o município não deixará de, no presente, como nestes anos que passaram, assinalar os seus eventos-âncora, sempre que as condições se afiguram propícias, assim como é o caso do tão aguardado regresso do Albergaria conVIDA que contará com um cartaz de referência onde todos, de diferentes gerações, poderão e irão com certeza desfrutar e recordar para o futuro e não vão querer perder.

No âmbito da Cultura e do Turismo, para aqueles que querem visitar Albergaria-a-Velha, o que não podem mesmo perder? O que é que este concelho tem para oferecer aos seus visitantes?

Quem visita Albergaria-a-Velha, não pode ficar indiferente a todo o nosso património natural, arquitetónico, arqueológico e industrial. Sendo o concelho com o maior número de moinhos de água inventariados da Europa, gera-se um grande enfoque na nossa denominada Rota de Moinhos de Albergaria-a-Velha, potenciando inúmeras visitas e atividades ao longo do ano, bem como eventos de referência como é exemplo o Festival Pão de Portugal, que este ano contou com a sua IX edição.

No âmbito da cultura, destacaria os nossos equipamentos culturais, as suas dinâmicas, nomeadamente a programação cultural regular ao longo do ano, promovida pelo município e/ou em parceria com diferentes entidades e associações, onde este ou outros, com diversos públicos-alvo, se vão afirmando cada vez mais no território e que garantem, de ano para ano, um maior número de participantes e visitantes, evidência de reconhecimento e agrado.

Enquanto Vice-Presidente do Município de Albergaria-a-Velha, assume entre outras, as pastas da Cultura, Associativismo, Património Histórico e Cultural e do Turismo. Que projetos e ambições estão desenhados pelo executivo para estas áreas?

Para além do Parque da cidade que se encontra em fase final de projeto, estamos a trabalhar na criação de um Museu, de uma rede de ciclovias e de um percurso de passadiços outros. Alguns destes projetos aguardam aprovação de candidaturas a fundos comunitários. Existem ainda outros projectos em curso, mas é prematuro avançar agora com a sua identificação.

Revista Business Portugal


segunda-feira, 18 de julho de 2022

Dia Internacional da Arqueologia 2022

No âmbito do Dia Internacional da Arqueologia, o Município de Albergaria-a-Velha vai organizar, a 25 de julho, o Dia Aberto “Escavações para ver… ou fazer”, onde o público em geral pode acompanhar as escavações arqueológicas que estão a decorrer no Monte de São Julião, na freguesia da Branca. A participação é gratuita.

Saiba mais em https://www.cm-albergaria.pt/.

No âmbito do Dia Internacional da Arqueologia, o Município de Albergaria-a-Velha vai organizar, a 25 de julho, o Dia Aberto “Escavações para ver… ou fazer”, onde o público em geral pode acompanhar as escavações arqueológicas que estão a decorrer no Monte de São Julião, na freguesia da Branca. A participação é gratuita.

Vão ser constituídos dois grupos, o primeiro com uma visita de manhã, das 9h30 às 10h30, e o segundo grupo de tarde, entre as 16h00 e as 17h00. As visitas terão um máximo de 8 participantes. A Câmara Municipal disponibiliza o transporte, com saída e chegada na Biblioteca Municipal, sendo os participantes acompanhados pelas técnicas do Serviço do Turismo. No Monte de São Julião, será feita uma caminhada de cerca de 10 minutos até ao local das escavações. Os participantes devem levar roupa confortável, chapéu, protetor solar e água.

As inscrições podem ser feitas até 21 de julho via o endereço de correio eletrónico turismo@cm-albergaria.pt.

As escavações arqueológicas no Monte de São Julião da Branca decorrem desde 2014 e têm colocado a descoberto vestígios de um povoado dos finais da Idade do Bronze, habitado há cerca de 3000 anos, assim como de um posto de comunicações, o telégrafo, que funcionou no local na primeira metade do século XIX. Os trabalhos arqueológicos decorrem normalmente no verão, sendo esta a oportunidade de conhecer os métodos e técnicas usados pelos arqueólogos para colocar a descoberto importantes vestígios do nosso passado.