domingo, 10 de janeiro de 2010

Centro Cultural da Branca


O projecto do Centro Cultural da Branca (CCB), da autoria de Carrilho da Graça, é um espaço que surgiu da necessidade de criar um equipamento que viesse ao encontro das aspirações e necessidades das colectividades e associações que desenvolvem a sua actividade, na área da música principalmente, na Freguesia da Branca. Depois de cerca de dois anos de construção, a obra foi inaugurada a 29 de Abril de 2006, passando a ser o espaço de trabalho e acção da JOBRA – Associação de Jovens da Branca (sede do seu Conservatório de Música) e da ARMAB – Associação Recreativa e Musical Amigos da Branca.
Discurso do Secretário de Estado da Cultura, Mário António Pinto Vieira de Carvalho, na inauguração do Centro Cultural da Branca, Concelho de Albergaria-a-Velha:

(...)

Em nome do Senhor Primeiro-Ministro, saúdo a população da Branca e do concelho de Albergaria-a-Velha e felicito-a vivamente por este momento tão significativo para a vida da comunidade que é a inauguração do Centro Cultural da Branca.

Este Centro Cultural, um espaço municipal em que convergem o empenho e as vontades da própria Câmara Municipal, da Associação de Jovens da Branca e da Associação Recreativa e Musical Amigos da Branca, é um exemplo de vitalidade da sociedade civil – um exemplo do dinamismo e da iniciativa dos cidadãos, da sua capacidade de (em cooperação com uma autarquia e graças ao apoio desta) tomar o destino nas suas próprias mãos, sem estarem à espera passivamente de que alguém faça por eles aquilo que é necessário fazer.

Trata-se de um equipamento estruturante da vida cultural, que vai ser partilhado pelo Conservatório de Música, pela Banda de Música e por uma Escola de Música, num total de mais de 500 utilizadores.

Minhas senhoras e meus senhores, caros concidadãos da Branca e de Albergaria-a-Velha,

Este é o caminho do futuro, de um Portugal moderno, consciente da importância fundamental do desenvolvimento regional e da necessidade de correcção dos desequilíbrios ainda existentes entre o interior e os grandes centros urbanos. Consciente também de que a educação e a cultura são hoje em dia, e cada vez mais, os grandes motores de desenvolvimento, aqueles em que o investimento é mais reprodutivo na perspectiva da geração de riqueza, de crescimento durável, de preparação do Pais para enfrentar novos desafios.

O capital mais precioso e mais reprodutivo que podemos legar aos mais novos e às gerações futuras é a educação e a cultura. Sem desenvolvimento educacional e cultural, sem jovens mais qualificados, sem cidadãos insatisfeitos com a formação que têm e sequiosos de mais conhecimento e de mais formação ao longo da vida, enfim, sem a auto-exigência de todos nós de aquisição permanente de mais capacidade e mais preparação para lidar com a complexidade do mundo – um mundo cada vez mais imprevisível e mais célere nas transformações de toda a ordem que vai sofrendo – sem essa auto-exigência de aprendizagem permanente, não há desenvolvimento económico e social, não é possível vencer a batalha da inovação, vencer o atraso que nos separa dos países europeus mais avançados.

(...)

As actividades artísticas, o património, a cultura no seu todo, têm, na verdade, para além do mais, uma importante expressão económica: geram emprego e riqueza, dinamizam o tecido económico através de toda uma série de actividades em cadeia a que dão origem, podem assumir um papel fundamental no combate à desertificação, por exemplo através de estímulos (como os que queremos desenvolver) à fixação de agentes culturais no interior.

Mas não podemos esquecer-nos do movimento associativo, do associativismo cultural, do movimento artístico amador – de cuja vitalidade e dinamismo a vossa comunidade também constitui exemplo. Com o reforço das Delegações Regionais da Cultura, no âmbito do PRACE (a Reforma da Administração Pública já aprovada em conselho de Ministros), vamos poder estabilizar os apoios à consolidação dessa rede. A esse nível, tal como ao nível da reforma central do Estado, o que se pretendeu não foi poupar às cegas dinheiro no Orçamento, mas sim identificar onde havia duplicações e sobreposições, muitas vezes incompreensíveis e absurdas, mas que se mantinham inexplicavelmente, e reorganizar os serviços de uma forma mais lógica ou racional, garantindo-lhes maior operacionalidade. O Governo conseguirá com isso poupar em custos de suporte dos serviços e alargar os recursos disponíveis para os reafectar aos fins para que esses serviços existem: ou seja, no caso do MC, o desenvolvimento cultural do Pais nas diferentes dimensões já indicadas.

Em todas essas dimensões consideramos, de resto, as autarquias parceiros indispensáveis – importa salientar este ponto. Trata-se de parcerias estratégicas que queremos aprofundar e desenvolver.

Concluindo:

Felicito a CM de Albergaria-a-Velha por esta realização, pela sua visão do futuro, ao reconhecer o papel da educação e da cultura como agentes de desenvolvimento. Felicito o Sr. Arquitecto Carrilho da Graça e a sua equipa pela magnífica concepção do espaço, um sinal de modernidade que induz à abertura de espírito a quem o utiliza – uma estrutura a partir de agora emblemática para o concelho.

Felicito mais uma vez a população da Branca e de Albergaria-a-Velha pelo novo Centro Cultural e faço votos de que este sirva para estimular ainda mais as suas tradições musicais e o seu desenvolvimento cultural.

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Obras de João Luís Carrilho da Graça: Centro Cultural de Albergaria-a-Velha (com Inês Lobo) (1999-2006)

[31/07/2000 10:45] Albergaria-a-Velha - Depois de Carrilho da Graça e Valter Rosa, Albergaria-a-Velha vai ter uma obra pública projectada por Siza Vieira. O arquitecto portuense Álvaro Siza Vieira vai iniciar brevemente os estudos prévios do projecto da futura biblioteca municipal de Albergaria-a-Velha.

«Estamos muito satisfeitos por estar a projectar para nós», afirmou o presidente da edilidade, Rui Marques. Aliás, este não é o primeiro conceituado arquitecto nacional a deixar a marca do seu estilo naquele concelho. «Tem sido uma preocupação nossa entregar projectos a gente de renome», lembra o autarca, apontando os casos do centro cultural e posto de saúde da Branca (Carrilho da Graça) e o centro social de Angeja (Valter Rosa).

Quanto à biblioteca, trata-se de um edifício a construir de raiz, contando com o apoio financeiro do Ministério da Educação (ME). Tecnicamente designada como sendo uma BM 2, terá não só espaços de leitura pública como outros serviços, designadamente computadores multimédia com acesso à Internet, salas de apoio a actividades e um auditório.

O custo rondará 200 mil contos. O início da construção ainda está longe. «Queria ver se lançávamos a primeira pedra no próximo ano, mas às vezes surgem imponderáveis», diz Rui Marques, não arriscando uma data.

Carmen Martins / Diário de Aveiro (http://vello.vieiros.com)

Notas:

- O Centro Cultural da Branca foi inaugurado em 29 de Abril de 2006;
- O projecto de Siza Vieira para a futura Biblioteca não chegou a avançar.

1 comentário:

Anónimo disse...

Ufa !!

Muito extenso ;)