terça-feira, 8 de junho de 2021

História Económica e Social de Albergaria-a-Velha no Século XX


No âmbito das comemorações do centenário da Alba, o Município de Albergaria-a-Velha vai lançar o livro "O Mundo é um Moinho - História Económica e Social de Albergaria-a-Velha no Século XX", de Raquel Varela e Luísa Barbosa Pereira. A apresentação oficial tem lugar a 19 de junho, pelas 16h00, na Biblioteca Municipal. A lotação do espaço é limitada, pelo que é obrigatório fazer a marcação prévia através do endereço biblioteca@cm-albergaria.pt.

"O Mundo é um Moinho - História Económica e Social de Albergaria-a-Velha no Século XX" partiu de um arquivo raro em Portugal, o arquivo das fichas completas de todos os trabalhadores da Alba, uma das mais importantes metalúrgicas nacionais, desde o início do século XX até ao seu encerramento. São quase quatro mil fichas com informação detalhada de quem lá trabalhou, quando foi admitido, escolaridade, origem, etc. Isto permitiu às investigadoras Raquel Varela e Luísa Barbosa Pereira traçar um panorama histórico, ao longo de 100 anos, do mundo do trabalho na Alba.

Foi este o mote para um livro que não só traz a público estas informações, inéditas, que se enquadram e são explicativas da História global de Portugal, incluindo das ex-colónias, como olha a História económica e social de Albergaria-a-Velha no século XX, região conhecida por abrigar empresas que marcaram a história industrial de Portugal.

A coordenação da edição do livro esteve a cargo da historiadora Raquel Varela, que contou com a estreita colaboração dos técnicos do Arquivo Municipal de Albergaria-a-Velha, que disponibilizaram fotografías, depoimentos e documentação variada para a investigação.




Em 2017 foi adjudicado à historiadora Raquel Varela um serviço de investigação especializada e criação de um livro sobre a História económico-social de Albergaria-a-Velha no século XX.

A primeira apresentação do estudo dos trabalhadores da fábrica Alba no século XX (Alba - Uma História Económica e social) foi em 2019 no decurso das "Jornadas Europeias do Património". 

Raquel Varela, Com Luisa Barbosa Pereira (Antropóloga, FCSH/UNL) e Henrique Silveira (Matemático, CAMGSD/IST/UL) 

https://raquelcardeiravarela.wordpress.com/2019/10/06/historia-da-alba

“Há algo em Albergaria que ninguém imagina”

A historiadora Raquel Varela foi desafiada a conhecer por dentro a antiga Fábrica Alba, em Albergaria-a-Velha. Através da análise de antigas fichas dos trabalhadores da metalúrgica, Raquel Varela, investigadora do Instituto de História Contemporânea da Universidade Nova de Lisboa, pôde perceber o importante papel que esta grande indústria desempenhou no desenvolvimento do concelho. 

A Alba, um ícone de Albergaria e não só, foi fundada por Augusto Martins Pereira em 1921 e lá chegaram a trabalhar 700 operários em simultâneo. Acabaria por definhar no final da década de 1990 e fechou as portas no início deste século. O trabalho de investigação de Raquel Varela sobre a história económico-social da empresa vai dar origem a um livro.

Diário de Aveiro: Como nasceu a ideia de fazer uma investigação histórica sobre a Fábrica Alba?

Raquel Varela: Há algo em Albergaria que ninguém imagina. Trago colegas de outras partes do mundo para ver. O arquivo dos trabalhadores da Alba está digitalizado com as fichas, entradas, saída, idade, formação, acidentes, origem, quase tudo... É um mundo para estudar de forma intensiva a classe trabalhadora portuguesa e, claro, a história de Portugal, porque a Alba é uma das grandes empresas metalúrgicas do país no século XX.

Diário de Aveiro, 24/11/2019

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