Estendeu as mãozitas para o Céu
E lá do Céu uma estrela sorria...
Mas o pobre Menino bem sabia
Que a estrela estava distante...
- Foi nessa noite que o Menino nasceu...
Quem nasce não sabe...
Mas o Menino já sabia,
Ó noite de Natal
Tão gélida tão fria!...
Para vestir o Menino
Quem lhe dá o enxoval?
Treme de frio coitadinho,
Nas palhas do bercinho
Daquele humilde curral.
A Estrela cortou o céu
E sobre o Menino desceu
E nesse instante fugiu!...
Depois, já era luzeiro
Aquele humilde curral!...
Mas inda não era dia,
Porque o sol não nascia...
E das bandas do deserto
Uma caravana surgia!...
Sobre as palhinhas geladas,
Nuzinho como nasceu,
O Menino a tiritar
Sorria... Para o Céu!...
In “Saudades de Amor” - 1966
Jacinto de Almeida
http://euli.blogs.sapo.pt/tag/jacinto
Nota: O Dr. Jacinto Pires Almeida (falecido em 1995) foi médico em Albergaria-a-Velha.
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