domingo, 19 de novembro de 2017

Casa da Administração da Fábrica de Papel de Valmaior

Manuel Letra - Indicou que, num relatório emitido pelos técnicos da Câmara Municipal, estes propuseram possivelmente a demolição da casa da Administração da Fábrica de Papel de Valmaior, um edificado centenário. Lastimou tal atitude, considerando que no passado defendeu-se a preservação do património público municipal. No seu entender, aquele edificado poderia ter sido protegido e conservado para nele se realizarem muitas coisas. Recordou que quando o ex-Presidente da Câmara Municipal Rui Marques avançou com o projeto de modificação daquele edifício, muitos foram contra. Hoje, todos acham que o edifício cumpre as suas missões, felicitando quem levou para a frente o investimento para preservação do mesmo. Questionou do paradeiro de todo o granito dos beirais, das ombreiras das portas, do rodapé, do chão de granito, que dava acesso da casa dos engenheiros, a nascente, entendendo que a Câmara Municipal deveria ter aberto um processo para declarar de interesse municipal o edifício e a sua chaminé, que é um ícone de Valmaior e do município, tendo sido a sua primeira indústria. Advertiu que, no próximo inverno, a chaminé poderá cair.


Vereador Delfim Bismarck – Usou da palavra, esclarecendo que quando o atual executivo iniciou
funções, a casa da Administração da Fábrica de Papel de Valmaior já se apresentava em estado
avançado de degradação, ameaçando ruína. Na altura, foi provisoriamente escorada para o efeito. No
orçamento de 2014, ficou prevista uma verba de aproximadamente € 57.000,00 para iniciar a
recuperação da casa, se tal fosse possível. O inverno foi altamente chuvoso, pelo que a entidade
Estradas de Portugal notificou a Câmara Municipal para demolir ou intervencionar o edifício, pois este apresentava perigo eminente. Foi constituída uma comissão para fazer a análise técnica do edifício, que emitiu parecer unânime a favor da sua demolição. Por esse motivo a casa da Administração foi demolida, esclarecendo, ainda, não se tratar de uma casa centenária. Informou que, em Portugal, o tipo de classificação pode ser solicitada por qualquer cidadão, órgão local, associação, etc e o Membro Municipal Manuel Letra nunca apresentou qualquer pedido enquanto Presidente de Junta de Freguesia, Membro de associações e/ou cidadão. Informou ainda que uma aluna da Universidade de Aveiro está a realizar um estudo, no âmbito da sua tese de mestrado, para verificar qual é a parte original construída em tijolo, a fim de apresentar um projeto de salvaguarda da chaminé. Esclareceu que esta já não é a original, porque foi reconstruída, sendo mais curta comparativamente à inicial. O Departamento de Engenharia Civil da Universidade de Aveiro é liderado pelo Professor Doutor Eng.º Aníbal Costa, pessoa conceituada nesta área, em Portugal. Terminou a sua intervenção, clarificando que a Câmara Municipal não tem a posse total do edifício, porque foi celebrado um contrato de comodato com uma associação que é, neste momento, a responsável pela gestão do espaço


Manuel Letra – CDS-PP – Interveio, recordando não ter sido esclarecido (..) o paradeiro da cantaria da casa da Administração da Fábrica de Valmaior. Clarificou que os técnicos da Câmara Municipal indicaram ser prudente a demolição parcial da fachada do edifício confinante com a EN-16-3 com a brevidade possível até à altura das padieiras, não a totalidade do edifício. Entende que o assunto foi tratado de forma muito simplista. A fachada deveria ter sido escorada, estabilizada e amarrada com ferro, preservando aquele espaço. O vereador Delfim Bismarck, enquanto membro da
ADERAV, deveria ter defendido a preservação daquele edifício, que é património do município. -

Acta da Assembleia Municipal, 23/06/2017

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