O Dr. Albertino Alves Pardinhas foi a sepultar, no passado dia 2, no cemitério paroquial de Cortegaça, terra que muito amou e serviu e onde nasceu no dia 30 de Janeiro de 1922. Falecera subitamente na véspera, uma morte que a todos surpreendeu face ao conhecido vigor do agora saudoso extinto.
Tendo deixado o Seminário Maior do Porto no 2.º ano de Teologia, licenciou-se em Filologia Românica pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, possuindo ainda o Curso de Professores Adjuntos do 8.º Grupo do Ensino Técnico – Profissional e o Curso de Ciências Pedagógicas. Ao ensino dedicaria a maior parcela de uma longa e multifacetada vida, exercendo a docência na Escola Infante D. Henrique, do Porto, na Escola Industrial e Comercial de Bragança e ainda nas de Ovar, São João da Madeira e Oliveira de Azeméis. No ensino particular, leccionou na Escola de Enfermagem do Hospital de Santo António, no Porto, nos Colégios Portugal, Alexandre Herculano e S. Pedro, de Coimbra, no Instituto Missionário Padre Dehon, da mesma cidade, no Colégio de Albergaria-a-Velha, no Grande Colégio Universal, do Porto, e no Colégio de Oliveira de Azeméis. Ainda na actividade pedagógica e didáctica, e de parceria com o Dr. Pedro Homem de Melo e outros, publicaria a selecta “Terra Portuguesa”; com o Dr. Agostinho Manuel da Silva deu à estampa a selecta “Língua Portuguesa”. Foi autor de “Teatro de Gil Vicente” e “Frei Luís de Sousa”, estudos com o texto, introdução e notas. Deixou mais “Fogos – Fátuos”, poemas em poesia menor.Apaixonado pela investigação, legou a “Monografia de Cortegaça”, em edições de 1980 e 1992, trabalho de aprofundada e laboriosa investigação histórica, com um suplemento em 1995, e “Achegas para a Etnografia de Cortegaça”. Oliveira de Azeméis deve-lhe “Para os Anais do Município – Efemérides de Actividade Política, Administrativa e Religiosa – 1830 – 1910”, bem como duas separatas de “Ul – Vária” – “Relação dos Presidentes da Câmara de O. Azeméis – 1800 a 1995” e “A origem do nome, a elevação a vila e as povoações do seu concelho”. Foi director e editor do “Jornal de Cortegaça” e director, editor e proprietário do “Povo de Cortegaça, deixando vasta e valiosa colaboração no “Correio de Azeméis, “Voz de Azeméis”, “Notícias de Ovar” e “Jornal de Albergaria”.Vereador da Câmara Municipal de Albergaria-a-Velha, presidiu à Direcção da Casa-Museu de Oliveira de Azeméis e à Associação de Reformados, Pensionistas e Idosos de Cortegaça. Relevando os muitos serviços prestados, a Câmara Municipal de Ovar atribui-lhe a medalha de ouro do concelho, recebendo a medalha de ouro de Vila de Cortegaça.
O Dr. Albertino Alves Pardinhas foi empossado como Director da Escola Industrial e Comercial de Oliveira de Azeméis, em regime de comissão de serviço, no dia 25 de Setembro de 1963 (o novo edifício havia sido inaugurado em Abril), e nesta situação se manteve até 30 de Setembro de 1974, momento em que novas regras para a gestão escolar puseram termo à figura do director. Foi, assim, o último director deste estabelecimento de ensino. Cessada a comissão de serviço, apresentou-se na Escola Industrial e Comercial de Ovar, a cujo quadro pertencia. Regressaria a Oliveira de Azeméis no ano lectivo de 1978/79 como professor efectivo do 8.º grupo B, situação em que se manteve até à aposentação, a 17 de Agosto de 1987.Os onze anos de permanência do Dr. Albertino Pardinhas na direcção da então Escola Industrial e Comercial de Oliveira de Azeméis ficaram assinalados por uma profunda revolução em que revelou bem o tacto pedagógico, a generosidade de esforço e a grandeza de carácter.
(...) Durante o longo mandato, o Dr. Pardinhas foi cumulativamente director e instalador das Escolas Industriais e Comerciais de Albergaria-a-Velha e Vale de Cambra, tarefa árdua mas bem sucedida, ainda hoje aí recordada.
António Magalhães / Correio de Azeméis
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