O aumento populacional da freguesia da Branca aponta um crescimento de 16 por cento, registado pelo Censos de 2001. A construção habitacional tem acompanhado este desenvolvimento que, de acordo com o autarca Fernando Soares Ferreira, muito se deve ao aparecimento da Escola Básica 2,3 e às associações culturais e desportivas da freguesia que têm oferecido um leque de actividades lúdicas à população e promovido o nome da Branca fora da região
- A freguesia da Branca é muito diversificada. Tem muito comércio, bastante indústria…
Já teve bastante mais, mas com o encerramento da celulose do Caima e da Cerâmica da Branca, perdeu uma boa faixa da indústria local. De qualquer forma, a freguesia continua a ter muitas indústrias aqui sedeadas. E muito comércio. E também tem agricultura, mas esta é de subsistência e pouco significado tem. A agricultura que vemos é para reforço do orçamento familiar.
- Isso significa que a Branca tem assistido a um grande desenvolvimento nos últimos anos?
A Branca tem-se desenvolvido muito. Não existe qualquer dúvida. Para tal muito contribuiu a construção da Escola Básica 2,3, o aparecimento das associações culturais e desportivas, que têm promovido o nome da Branca pelo país. Portanto, todas estas interligações ajudam a que a Branca se tenha desenvolvido muito nos últimos anos.
- Houve um aumento populacional?
Sim. De facto a população tem vindo a aumentar. No Censos de 2001 teve um aumento de cerca de 16 por cento. Presentemente não está quantificado o número de residentes. A Junta de Freguesia é que, pela observação da população, estima que existam cerca de seis mil habitantes na Branca.
- Falou de alguns factores sociais que ajudaram a servir a crescente população. Mas que outros factores impulsionaram a implantação de novos moradores na freguesia?
O aparecimento da Escola Básica 2,3 foi uma infra-estrutura que fixou professores e atraiu outras pessoas a comprar residência na Branca. A explosão a nível da construção habitacional a que a freguesia tem assistido. São diversos os factores que fizeram da Branca uma freguesia atractiva para morar. A boa localização e as boas vias de comunicação que temos também são factores importantes para as famílias que decidem vir morar para a Branca. Salvo o IC2, que nos estraga a vida. Todas as restantes vias internas são boas, embora nesta última fase de obras tenham ficado um pouco degradadas.
- A Branca oferece boas condições de vida a quem vem morar para a freguesia?
Sim. A Branca oferece muito boas condições de vida a quem decide residir na freguesia.
- E quanto à implantação de novas empresas e comércio?
Têm aparecido alguns investimentos, mas nada de muito significativo.
- O facto de estarem próximos da Zona Industrial de Albergaria-a-Velha não faz com que as empresas queiram instalar-se nesta zona?
Os órgãos da freguesia deliberaram que a zona industrial da Branca se localizasse na continuidade da Zona Industrial de Albergaria-a-Velha. Algumas das indústrias que estão na Zona Industrial de Albergaria já estão em território da Branca.
- E qual tem sido o papel da Junta de Freguesia no desenvolvimento da Branca?
A Junta de Freguesia sozinha pouco pode fazer. Não temos capacidades financeiras, técnicas ou humanas para desenvolver muitas obras. Limitamo-nos a ser os eternos pedintes. E vamos pedindo o que sentimos que faz falta. Temos um Centro Cultural que mete inveja a muita gente. E já há cerca de 16 anos que se falou nisso. O que é que aconteceu? Nós não esperámos sentados. Continuámos a lutar até que a obra surgiu. Assim como surgiu o Pavilhão Desportivo e estão a surgir as piscinas e o campo de futebol. Se tudo isto apareceu foi porque nós não estivemos sentados à espera. Pressionar e ter alguma voz junto dos órgãos responsáveis, tem sido a nossa contribuição para o desenvolvimento da Branca. E continuamos a insistir porque ainda faltam algumas coisas. Ainda nos falta pôr a relva no campo de futebol. Mas tudo virá a seu tempo. E podemos dizer que temos conseguido concretizar os projectos, devido a um forte apoio da Câmara Municipal de Albergaria-a-Velha, que juntamente com a Junta de Freguesia tem lutado pela concretização das obras.
- O que é que falta criar neste momento?
Falta completar a rede de saneamento. Está adjudicada a fase C e quando esta estiver concluída teremos com uma cobertura deste serviço, na ordem dos 90 a 95 por cento. Faltará também concluir as obras que estão em andamento e são grandes investimentos que se fizeram na Branca. Estas obras não podem ficar paradas. Há que terminar de construir a piscina, dotar a parte desportiva com as respectivas infra-estruturas como relvar o campo e construir as bancadas. Depois há que melhorar as vias internas. Uma vez terminadas as obras que estão em curso na EN 1-12, a autarquia tem que se voltar para os circuitos internos. Elas estão degradadas. São investimentos que têm de ser feitos e não podemos de forma nenhuma deixar adormecer estes projectos.
- E como é que estão as obras da nova extensão de saúde da Branca?
Vai funcionar. A extensão de saúde ainda está em construção e é uma obra que está planeada há mais de oito anos. Dentro de meses estará concluída e ao serviço da população. Era uma das grandes carências, porque a actual extensão de saúde da Branca funciona numa casa alugada, cujas condições não permitem o seu funcionamento. Os utentes, que por norma são as pessoas mais idosas, têm de subir as escadas para irem às consultas. Os próprios médicos têm que se deslocar do gabinete no primeiro andar para dar a consulta a quem não pode subir as escadas. Este é um assunto que vai agora ficar resolvido. Depois falta-nos uma coisa que já pedimos há muito tempo e que é um posto da GNR. Há poucos dias, enviámos uma carta ao ministro da Administração Interna. Continuamos a pressionar, embora saibamos que nesta altura o que se pretende é reduzir e não aumentar.
- E porque é que a Branca tem necessidade de um posto da GNR na freguesia?
A Branca necessita tanto como todas as outras freguesias. Todos nós precisamos de nos sentir seguros. Gostaríamos que, pelo menos, dotassem a GNR de Albergaria-a-Velha com mais meios materiais e humanos para que possam fazer patrulhas com mais assiduidade, não seria tão necessária a criação de um posto na Branca. Na falta destes meios, precisamos que eles estejam cá.
- Que trabalho tem sido realizado a nível social?
A Probranca tem prestado bons serviços sociais à população. A instituição desenvolve diversas valências, desde o apoio domiciliário ao trabalho no Centro de Dia. Recentemente foi aprovada a construção de um lar. Ainda na área do apoio social, temos a Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental, que faz um excelente trabalho na região.
- Como é que vê a Branca nos próximos anos?
A Branca terá ainda melhores condições para morar e poderá ter um conjunto cada vez maior de infra-estruturas que servirão a população a todos os níveis. Haverá sempre coisas para fazer e nós estaremos atentos às necessidades da região.
Carmen Martins / Diário de Aveiro 13.02.2007
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