sábado, 13 de setembro de 2008

Mártires da Liberdade

A estátua de D. Pedro IV, implantada na mais emblemática praça da nossa cidade, simboliza, por assim dizer, a epopeia do Cerco, a época da redenção politica de Portugal, o tempo em que orgulhosamente nos nivelamos com as outras nações civilizadas do Mundo. Era este, sem dúvida, o local ideal para ostentar os nomes daqueles 12 patriotas que protagonizaram os primeiros combates a favor do Liberalismo e que, em singela, mas comovida homenagem, aqui recordamos Bernardo Francisco Pinheiro, capitão de ordenanças, do concelho da Feira; Clemente da Silva Melo Soares e Freitas, juiz de Fora na Feira, natural de Aveiro; Francisco Manuel Gravito da Veiga Lima, desembargador da Casa da Suplicação; Francisco Silvério de Carvalho, fiscal dos Tabacos, de Aveiro; Joaquim Manuel da Fonseca Lobo, tenente coronel de Caçadores 11, do Porto; José António de Oliveira da Silva Barros, empregado dos Tabacos, do Porto; José Maria Martiniano da Fonseca, bacharel em Direito, da Madeira; Manuel Luís Nogueira, juiz de Fora, de Aveiro; Vitorino Teles de Medeiros, tenente coronel de Milícias, da Lousã; e António Bernardo de Brito e Cunha, contador da Real Fazenda, do Porto. Estes dez foram enforcados no dia 7 de Maio de 1829. No dia 9 de Outubro do mesmo ano foram executados Clemente de Morais Sarmento, de Aveiro; e João Ferreira da Silva Júnior, de Albergaria a Velha.
Texto publicado no Jornal de Notícias
Retirado de Ruas do Porto

Clemente de Melo Soares de Freitas, nasceu em Angeja em 1802, mas residia desde muito novo em Aveiro, com toda a sua família. Depois da revolução tomou posse como juiz de fora na Vila da Feira, por nomeação da Junta do Porto que confirmava uma outra do governo da infanta D. Isabel Maria. Em Vila da Feira teve um papel fundamental em prol da revolução e das orientações emanadas da Junta do Porto.

Rua de Clemente Melo Soares de Freitas, na freguesia da Glória [Aveiro], começa no Cais dos Moliceiros e termina na Rua da Liberdade. Clemente da Silva Melo Soares de Freitas era advogado em Aveiro; na sequência da revolução, a Junta do Porto nomeou-o juiz de fora na Vila da Feira; foi um dos justiçados na forca, em 7 de Maio de 1829.

Rua de João Henriques Ferreira, na freguesia da Vera Cruz [Aveiro], começa na Rua de D. Jorge de Lencastre e termina na Rua do Dr. António Cristo. João Henriques Ferreira Júnior era um jovem liberal residente em Albergaria-a-Velha, que se alistou no Batalhão de Voluntários D. Pedro IV, formado em Aveiro aquando dos acontecimentos de 1828. Entrou em combate contra os miguelistas entre A-dos-Ferreiros e Talhadas. Tendo fugido para a Galiza, regressou a Aveiro onde acabou por ser preso. Foi enforcado no Porto em 9 de Outubro de 1829.

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