domingo, 18 de outubro de 2009

Poesia Experimental Portuguesa

Uma leitura da variada obra literária de Salette Tavares (1922-1994) muito ganha se for enquadrada com um (re) conhecimento da sua intervenção artística e da sua reflexão enquanto teórica e crítica de Arte.

"Alquerubim" é outro poema gravado em alumínio que, com todo o seu brilho e luminosidade, esgrime pelo seu lugar entre as fronteiras das artes. Mas é na leitura anagramática que propõe que a sua poeticidade melhor se exprime. Na dobra da repetição da palavra, Salette Tavares promove um arranjo visual combinatório com a palavra "ALQUERUBIM" (1) em maiúsculas que nos permite lê-la em várias direcções numa sucessão de onze linhas, criando uma estrutura viva de leituras circulares.

(1) De Alquerubim apenas sabemos tratar-se de uma freguesia portuguesa do concelho de Albergaria-a-Velha, mas desconhecemos a razão da sua utilização por Salette Tavares, além da óbvia musicalidade.

Rui Torres


Alquerubim. 1979. Alumínio polido. 70cm x 70cm [aprox.]. Desparecido; Imagem cedida por S.B.

Ligação

NOVA ALQUERUBIM

“Há textos poéticos que descrevem objectos e na sua mancha gráfica assemelha-se a eles”, disse o director de Serralves. João Fernandes explicou (...) que em mostra está “uma visualização da escrita” e uma “textualização da imagem”. Ou seja, a poesia experimental portuguesa desenvolve-se num processo de redefinição da obra de arte, numa estreita relação entre a escrita e a imagem. Em mostra (...) estão revistas de poesia experimental, sacos de razão, sinalética contraditória, uma nova Alquerubim e poemas. Poemas feitos com palavras recortadas da imprensa e agrupadas numa nova forma. Em jogo estão os sentidos das palavras e a sua visualidade, conforme o director de Serralves afirmou. Liliana Guimarães

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